26 fevereiro 2009

Acampamento de Carnaval

Sexta-feira
Na quinta já havia arrumado o principal da minha mala - melhor, mochila cargueira de 85L. De modo que pouca coisa ficou faltando para terminar pela noite. Visto que não seria um acampamento móvel (ficaríamos fixos no local, ao invés de ficar tendo que carregar as coisas para lá e para cá), não me preocupei com peso, colocando quase uns 16kgs de carga na minha. Sendo que o que mais pesou foram os sacos de dormir, cordas e rede.

Às 8h30 chego à Central, local onde sairia o ônibus e tudo mais. E logo de cara fiquei espantado com o número de crianças que iriam acampar; muitas delas, não eram desbravadoras (investidas) e muitos deles, pelo menos uns 15, eu nunca havia visto na minha vida. Praticamente tudo já estava carregado quando cheguei, de modo que só foi colocar a minha mochila, e dei o case com meu trompete para o Carlão levar de carro (ele iria à manhã seguinte, estava ainda com certo receio de levá-lo, e a segurança que o local ofereceria para tais coisas de grande valor).

Em torno das 10h chegamos ao local - se não me falha a memória. No local o sinal de celular não pegava ("CLARO que você não liga"), apenas Vivo pegava bem, e TIM, com um pouco de sorte. Primeiro descarregamos a cozinha, equipamento para tal, fogão, comida e suprimentos; e depois as bagagens. O Carlão e o Davis já haviam ido de manhã para montar as barracas. Ao perceber a quantidade de pessoas, em torno, de 118, e de barracas, em torno de 20 (6 pessoas), e de malas (10 Toneladas); logo pensei que ficariam muito apertado as barracas, muita gente, muita bagunça na barraca (algo que não aceito, fora da minha ordem - perder coisas, ou zuar outras). Então fui logo procurar dois troncos para amarrar a rede e ali dormir. Encontrei um ótimo lugar na pequena colina que havia atrás da área de acampamento, e ali coloquei a rede, fixando-a por meio de nós escotas mordidos e de voltas da fiel duplos nos troncos. E também improvisei para prender minha mochila na altura ali, para não ficar no chão e assim, possíveis animais e aranhas entrassem nela com facilidade. Já coloquei meu saco de dormir nela e tudo pronto para ir dormir. Mas antes fui reconhecer um pouco mais o local.

Bem, realmente, se tratava de um clube (Clube de Campo São Camilo - da Universidade São Camilo). Então havia uma baita infraestrutura, ruas com concreto... muitas construções, várias enormes piscinas, cozinhas, teatro... era enorme, um lugar com muita comodidade. O que ao meu ver já era um imenso problema, pois acampamento de Desbravador deve ficar ter por direção o acampamento rústico na mata, e não o hotel 5 estrelas na cidade. A área de acampamento ficava num campo de futebol na parte mais alta, e sem iluminação local, mas que era afetado pela iluminação das demais construções. Era um local repleto de imensos aracnídeos. Logo encontrei o Elcio e o Elton no teatro arrumando a mesa e caixas de som e o telão. Ajudei-os, quando percebi que haveria necessidade de um computador ali. Então liguei para o Carlão passar em casa pela manhã e trazer meu laptop.

Eles iriam dormir ali mesmo, tinha um local mais ao fundo do palco, era colocar o isolante no chão e dormir. Apesar do desconforto de dormir no chão duro (na terra é mais macio, ou na rede que é mais ergonômico); pensei em dormir ali também, pensando na segurança do trompete e do notebook que chegariam no dia seguinte. E sendo aquela, a primeira noite, o pessoal estaria muito eufórico, barulhento, e provavelmente eu não conseguiria dormir ali na rede, talvez ficasse bravo, irritado, e fizesse grosserias para o povo ir dormir. Então, para evitar isso, decidi pegar a minha mala, o saco de dormir e ir dormir ali mesmo.

Nisso eu já havia encontrado o Davis e presenteado-o com o saco de dormir Natuika Viper. E depois de tudo certo, fui dormir, por volta das 00h30; após, ficarmos um bom tempo cantando quarteto em acapela, eu, Renato e o Elton.

Obs:
- Ficou faltando fazer abertura.
- Ficou faltando fazer uma reuniao geral falando das regras, normas e punições que haveriam no acampamento.
- Ficou faltando fazer uma reuniao com os conselheiros e outra com diretoria.
- Ficou faltando determinar a o Toque de Silêncio


Sábado
6h30 acordo, e já noto que muitos desbravadores estavam acordados e zanzando pela rua que faz a ligação dos banheiros e da área de acampamento (e sem os conselheiros). Também percebo que meu isolante térmico estava molhado por cima, e percebo que era meu suor. Aquele saco de dormir realmente era quente, Nautika Mummy, e ele tinha aquela propriedade de jogar o suor, a água para fora, por dentro estava 100% seco. E como notei que a maior parte já estava acordado - aliás, mal durmiram - nem toquei o alvorada. Pois também o Carlão não havia chegado.

Às 7h30 teve uma pequena reunião, de modo que alguns chamaram de abertura, mas que de fato não foi. Não houve apresentação de unidades. Não houve os ideias, não houve o hino dos desbravadores. Não houve asteamento de bandeiras. Nada. Apenas o Everaldo falou sobre o como seria o sábado; enfatizando, principalmente, que não teria piscina. Só de noite que teria quadra.

Quase 8h ele[o Carlão] chega, então arrumamos o que faltava. Liguei o pc com o projetor e ajustei a tela. Mas nem eu, como o Elcio chegamos a comer; pois ficamos arrumando os detalhes do som. O culto começou então fomos comer um pouco na cozinha; um pouco de leite e pão, mais um monte de mamão.

Voltamos para o culto, o Jean estava fazendo o sermonete. Porém, logo percebi a dispersão que havia; a falta de espiritualidade dos desbravadores e de muitos supostos conselheiros (alguns que surgiram como de última hora, mal sabendo o que de fato o é). Muitos querendo sair do local, então fiquei mais como um staff, reagrupando as ovelhas e não deixando-as escaparem. Contudo, os indicadores e sinais, não eram nada bons, em geral.

Após, o cantinho da unidade. O Elton e eu explicamos como seria o preenchimento dos dados da planilha de controle de unidade. Sendo que muitos pareciam ter ficado perplexos e assustados, com certas informações ali, que pareciam novidades ou absurdas; sendo que, na verdade, são padrões para um Clube de Desbravadores. Porém, a forma como isso foi encarado pelas unidades - maioria - fora lamentável.

Depois então teve o almoço. Não me recordo muito bem dos detalhes desse período. Lembro que após a refeição. Fomos par ao teatro, onde ficaram algumas unidades, como a da Gama treinando a peça que fariam no JA. Eu, o Elton e Elcio inventamos um toque simples para fazer no trompete, trombone e sax tenor; que seria usual em tal apresentação. E também ficamos tocando várias músicas; ora na partitura do Hinário, ora de cabeça e ouvido.

Então, eu e o Rafael fomos até a clareira ver o local do Fogo do Conselho, recursos que haviam, e fomos ver uma trilha que havia por ali. Era uma antiga trilha para um carro pequeno, porém abandonada. Em vários pontos com troncos e árvores caídos pelo caminho, mato alto; e muita, muita, muita muita MUITA MUITA aranha e teia. A cada 1 metro havia uma camada de teia na trilha, e teias enormes aquelas do tipo (Senhor dos Anéis, na passagem para Mordor); e com aranhas também enormes; era uma maior que a outra. Não eram tarântulas, a maioria eram iguais, algumas chegavam a dar a palma da minha mão, em tamanho. Estava dificil avançar. Não levamos equipamento, nem roupa apropriada, de bermuda, camisa, eu com bota pelo menos, o rafa de chinelo. Sem facão. Pegamos algumas varas pelo caminho, e com elas fomos retirando as teias e limpando na medida do possível o mato da trilha. Ao todo foi em torno de 50min, 1 hora de trilha. O interessante é que fomos indo sem saber ao certo o caminho, onde daria e tals, mas queríamos chegar lá. Eu tinha idéia de como eram as redondezas e limites pelas imagens de satélite. Mas no meio do mato fechado, sem uma bússula, não adiantava muito. Tinha uma boa súbida, de altura, eu diria uns 250 - 300 metros, duração e dificuldade pensando na idade e experiência dos desbravadores - em maioria. Quando chegamos no fim, saímos atras do local onde eu havia colocado minha rede. Ou seja, era um local perfeito para a trilha que eu imaginava fazer com os desbravadores para chegar no local do Fogo do Conselho.

Chegamos e o JA já havia começado. Mas ainda deu participar da peça e tocar. E sabe, foi legal. Fizemos o toque apenas 3 vezes. Na primeira, o Elcio entrou atrasado com o sax. Na segunda, o Elton fez uma nota errada na hora da harmonia, e na terceira, eu fiz no tempo errado a nota da harmonia. hehe.. mas ficou legal. Ainda mais que o teatro tinha uma acústica muito 10!!!

Após, eu Rafa e o Davis fomos já preparar a fogueira para o fogo do conselho, depois o Renato chegou. Separamos algumas madeiras; a maioria úmida e molhada, pois havia caído uma chuva durante boa parte da tarde. Mas conseguimos fazer uma mecha seca e acender o fogo, e então, queimamos um pouco de madeira até criar uma boa brasa... colocando algumas madeiras em volta para secar, mas não queimar, que durasse até mais tarde, quando haveria o Fogo do Conselho. Isso, já era em torno das 18h40; então voltamos cantando em acapela uns quartetos.

Um banho, alias, haviam 2 chuveiros quentes. E percebi, que parecia apenas ser o Evandro o que tomava frio. Teve uma janta questionável quanto a qualidade dos alimentos e nutrientes, dentro dos princípios. E então, dado o pôr-do-sol, e sem um culto de pôr-do-sol, até onde soube, a galera foi para as quadras jogar futebol, volei, e coisas do tipo; outros para o parquinho; outros, à toa. Demorei um pouco, mas ainda cheguei a tempo de jogar um pouco de futsal. Mesmo descalço, e há muito tempo sem praticar; ainda consegui fazer algumas coisas, e percebi que ainda tinha mais noção do que os demais... ainda bem, que não sou mais um torcedor de futebol; pois parece que as gerações estão cada vez pior. Sem dribles objetivos, mas dribles que visem zuar (mostrar-se), sem visam de jogo, sem toque de bola, sem coletivismo, sem saber tabelar e marcar; porém, digo isso, entre aqueles, que sei que jogam bastante (tempo) futebol no dia-dia.

O Fogo do Conselho
Por volta das 22h encerra o tempo para tais atividades. Rapidamente, vou até o banheiro e apenas tomo uma ducha para retirar o suor. Então o pessoal é colocado em forma, após uma boa demora, pois estavam um pocado agitados ainda; falo com os conselheiros e os capitães (quando os superiores, ausentes), dos procedimentos de como seria o Fogo do Conselho. Sendo que o Everaldo, em especial, estava muito cansado, e até mesmo me pediu para abreviar um pouco as coisas. Bem,
a essas horas, o Rafael e Davis já haviam ido ao local para reinflamar a fogueira com as brasas que ainda deveria haver; para que ao chegar, já estivesse com uma certa intensidade de fogo. No caminho, logo que sai da rua iluminada, e começa a pegar a estradinha de terra e grama alta, mais escura, o pessoal já começa aquela agitação desnecessária de gritaria e frescuras.
Uns 3 minutos de caminhada e dou a Primeira Ordem - em unidade, as pessoas fariam agradecimentos e orariam por tais -, porém, alguns ficaram um tanto dispersos, por falta de uma atitude de lider na unidade, ou a falta desses, ou por chegarem atrasados, ou por não entenderem ou compreenderem o sentido e propósito do fogo do conselho. É feito, e a caminhada continua, mais uns 3 minutos, e a Segunda Ordem - todos, cantariam "Um Vaso Novo" - a coisa rolou, o problema, é que houve uma certa confusão, eu, à frente, puxei uma versão e no fundo, puxaram outra; mas principalmente, nessa parada, parece que em geral, houve um maior êxito em o pessoal encaixar as coisas. Continuamos a caminhada, e inicia a subida da colina, uns 4, 5 minutos depois, soo a Terceira Ordem - em unidade, se fariam pedidos e uma oração especial de consagração pelo Fogo do Conselho. De inicio foi um momento complicado, algumas pessoas e unidades, estavam longe de levar a coisa realmente a nível de respeito e importância merecida. Mas após algumas duras direcionais, até que melhorou. E nesse momento, faço uma dupla com o Elton, no qual falamos algumas coisas; e em especial, relatei um pouco do desapontamento que havia, para o que estava ocorrendo. Então, uma pequena; e ultima subidinha; e chegamos ao local, a clareira onde estava a pequena fogueira já acesa.

O pessoal ficou um tanto inquieto enquanto se acomodavam em torno da fogueira, alguns sentavam nos troncos, outros no chão; mas boa parte, com receio de sentar na grama, ficaram em pé. Estavam um poucos inquietos e dispersos. Peço para o Everaldo fazer uma pequena introdução, explicar o que era um Fogo do Conselho; pois o pessoal respeitavam mais ele, e assim, haveria mais exito em controlar os animos. Para a minha surpresa, o Everaldo falou pouco, objetivo e suficiente, de modo, que atingiu perfeitamente. Em seguida, eu fiz uma oração de invocação, cantamos "Canção da Vida"; então, a Sheila deu testemunho de algo que ocorrera com ela - interessante, que o modo como ela contou, é como se já houvesse passado por muitos Fogo do Conselho na vida. A reverência era praticamente plena, a maioria do que inicialmente estavam com frescura de sentar-se na grama, a essa altura já estava sentados; outros, já até mesmo começavam a cochilar; o nível da adrenalina já havia normalizado; em 95% reinou um santo silêncio e atenção. Após a Sheila, o Elton, entrou com o sermão, baseado no livro "Caminho A Cristo"; um pouco mais longo que o que se está acostumado de se ver em tais momentos; houve umas aparentes 3 conclusões; mas em nenhum momento deixou de ser produtivo, bom, edificante. Porém, o que ficou faltando, foi realmente, haver a sequencia nos demais Fogo do Conselho (o que era o planejado). Ele fez uma daquelas ações comuns de se ver, de jogar algo na fogueira, simbolicamente. E após, uma oração final.

Acabou, mas eu, o Rafael e o Davis ficamos no local; aquela coisa do pós fogo do conselho. Iriamos ter que apagar o fogo mesmo. Mas antes disso, conversamos bastante, sobre algumas coisas da vida. Falamos algumas coisas que gostariamos de compartilhar um para com o outro. Fizemos alguns pedidos e agradecimentos e depois oramos. Então, apagamos a fogueira.

Voltamos para a área de acampamento, era em torno das 00h35. Não me recordo de ter enrolado muito para ir dormir, apenas tem aquele periodo bem desconfortavel, inicialmente, para se posicionar o corpo acostumar a ficar deitado no chão, para dormir. E enquanto isso, o Carlão estava preparando o jornalzinho do acampamento no pc. Creio que era umas 00h30 quando fui dormir.

Nota:
- No dia, o que de fato ficou faltando foi o enfoque espiritual
- Se viu claramente os alicerces moles da maioria das unidades
- Pude identificar melhor os intuitos de muitos ali, especialmente dos novos
- Problemas especialmente quanto a modestia no vestir

Domingo
Confeço que acordei várias vezes durante a noite, até mesmo para passar repelente devido aos mosquitos; e para proteger-me da luz. E outras vezes, olhava, para fora e via que ainda era noite e voltava a dormir. E assim, acabei acordando um pouco mais cedo, 6h50. Depois de notar que dormi ao lado de um aracnideo enorme, a poucos centimetros da minha cabeça, e brincar um pouco com ele. Fui lá tocar o Alvorada; sendo que, diria eu, 30 - 39% do pessoal já estava acordado aquelas alturas. Mas mandei ver, pro pessoal acordar. E logo em seguida, o Elcio soltou o Carmina Burana no som; com tudo... mas o volume ficou tão forte onde ele estava que ele diminuiu, aí no acampamento, de repente o som sumiu.

O Elton havia voltado para a cidade, tinha que ir na USP ver os ratos do seu mestrado. E passou-se uma manhã sem haver meditação. Nem 9 horas, e lá vai o Evandro jogar futebol na areia com a galera. Depois de um bom tempo no gol, vou para linha, e num maravilhoso lance, quando cortei limpando dois jogadores ficando numa ótima posição de chute, na hora que desço o pé, instantaneamente um carinha do outro time coloca o pé na frente da bola, e eu acerto o meu dedão em cheio o pé dele; com tal força, que fez um alto barulho do meu dedo se torcendo e estralando fazendo "Plac!", o golpe foi tamanho, que foi quase como uma rasteira, fazendo-o cair de costas; mas evitando o gol. rs Logo pensei: "Lá se foi meu dedo!" Dei uma olhada para ver se não havia quebrado, e quando notei a gravidade do meu pé (o outro apenas reclamou um pouco de dor)... eu quase não senti dor - ainda mais quente - mas o dedo ficou duro e um pocado inflexível... logo corri até a cozinha, peguei gelo e fiquei uma meia-hora passando-o no dedo, o qual inchou; e doia para dobrar. Nisso, deu 10h - ora de piscina. Pouco liguei para o pé... dava para andar mancando... e fui.

Após uma deliciosa ducha fria, água... dentro da água pude perceber melhor como estava dolorido o dedo. De modo que nem conseguia usar a perna direita como de apoio; mas pouco liguei para isso, usei pouco as pernas e mais os braços. Notei também como fazia tempo que eu não nadava (1 ano exatamente); e estava sem ritmo, sem folego e sem musculatura no braço, para conseguir fazer 100m na piscina olimpica. Mas foi indo e indo; com o tempo fui pegando melhor o folego. Num certo momento, o pessoal pegaram os colchões infláveis, e usaram de bóias... então montamos equipes (4, 4 bóias), de 3 pessoas cada; na qual iamos remando com os braços e o ultimo ia na perna... apostando corrida para fazer de uma margem a outra. NA primeira e segunda fui no braço... já na terceira, com eu atrás na perna, Elton Silvia e Elcio na frente no braço; hum, fomos com tudo; no final teve até uma disputa mas ultrapassamos e vencemos. Mesmo sendo o bote mais pesado.

Um almoço. E eu no jeito como devagar... quando terminei faltava pouco para a piscina. Sendo que antes disso, fiz algumas coisas no som; fui ver as meninas jogando handball. Além de conversar com algumas pessoas, como a Patricia. E depois, mais piscina. A qual por volta das 16h saímos, para ir preparar a fogueira. E sem poder andar muito bem, fiquei mais na clareira... mas não deixei de ir até a trilha onde haviam uns pinheiros tombados e coletar uns gravetos e isca para uma boa mecha. Com a ajuda do Rafael e do Davis, logo conseguimos uma quantia bem legal de madeira para a fogueira. Tentei acender o fogo com a técnica do Prumo, usei uma casca grossa e larga de palmeira seca, joguei algumas brasas, e comecei a fazer o atrito girando um pequeno pausinho que na noite passada estava sendo queimado; o problema é que era torto e pequeno, mas foi o melhor que consegui na hora. 10 minutos tentando, e consegui aquecer o negócio para uns 50, 60 graus talvez. O ideal, para formar uma brasa é por volta dos 270, 300 graus. Faltou eu arranjar um pedaço de madeira maior, que desse para girar melhor e mais regular, pois toda hora ao girar, ele escapava do orificio original. Desisti, precisava de fato de uma madeira maior e mais regular; e provavelmente de um arco, podendo usar a tecnica do Arco e Prumo, que tornaria muito mas fácil e rápido. Acendemos o fogo para fazer uma brasa novamente, já por volta das 18h. Aí, então pensei em aproveitar para montar uma boa estrutura em piramide em torno da brasa, para esquentar as madeiras; pois ameaçava chover, e elas não estavam tão secas assim. Então deixamos lá para secar. Aï, após feita a estrutura, como tinha uma palha, grama e chumaços pela clareira; formos pegando-os; e tampando lateralmente a estrutura da fogueira, apenas deixando uma abertura em cima para a fumaça sair, e embaixo para entrar o vento que alimentava a brasa; e conservar o calor interno, e também proteger o máximo possível da chuva. Ficou muito 10, era a primeira vez que havia feito algo do tipo, mesmo fazendo fogueiras desde criança, os 7, 8 anos. Faltou tirar uma foto. Já por volta dás 18h15, haviamos encontrando uns troncos de eucalipto grande e de bambu. E então, tive a idéia de aproveitar e fazer uns bancos a mais ali para o pessoal do clube, a noite. Encontramos um mastro feito pelos Escoteiros jogado num canto da clareira, com bastante sisal velho; reaproveitamos, e com um pouco de criatividade, fizemos 2 bancos, para umas 15 pessoas; também pegamos várias toras de troncos largos, e posicionamos em volta, de modo, que no total, aumentou pelo menos 25 lugares; mais o que havia, 45, 55 pessoas podiam ficar sentadas, sem que fosse na grama. Nos últimos minutos, já estava bem escuro, e sem lanterna, a claridade da noite era o que tinhamos para ver, além da luta contra os mosquitos que estavam esfomeados. Foi uma luta, para ser criativo e conseguir aproveitar o que tinhamos em mão (apenas uma faca e um canivete), e alguns pedaços de madeira, um pouco de sisal velho que não aguentava muita tensão; e amarras feitas de forma bem economica. E ainda fazendo alguns testes para ver "se aguentava".

Aquela foi uma atividade sim, bem tipica de desbravadores, espirito de desbravadores. Até mesmo quando disse para o Davis: "Nunca ouviu o ditado dos desbravadores: 'Deixar o local melhor que quando encontrou.'?" Ali, na pioneiria, com poucos recursos, improvisando; usando da criatividade. Nada feito para "mostrar" para alguem, nada feito por reconhecimento, por glória, por honra. Apenas para que fosse um bom fogo do conselho, para que os desbravadores pudessem sentar ali. E outros futuramente, usar o local. Aquilo foi uma grande lição para todos nós. Quando já de noite, mal enxergando, e sendo devorados por mosquitos, continuavamos; até finalmente pudermos dizer: "Fizemos tudo o que podíamos fazer, o melhor que pudemos." O que me fez recordar um pouco do sermão do Elton, no último fogo do conselho, falando sobre o que é servir com amor: "Se te pedirem para andar uma milha, ande duas."

Voltamos, já por volta das 19h15. Fomos direto jantar. E após, teve o Acampamento News, que o Carlão fez, no teatro, que ficou muiiitoooo 10 mesmo. Parabens Carlão! Excelentes filmagens, produção e edição de vídeo. Passado tal, um banho frio, para refrigerar. Então, mais um daqueles momentos de quadra, futebol e tals. Mas que eu não fui - Lembra do pé? - Fiquei comendo, conversando; e não me recordo mais muito bem o quê. Então, 22 horas, e hora de mais um fogo do conselho.

Dessa vez, meio que fora do script inicial, seria o Fernando Ávila que traria a mensagem, e pediu para que tentasse fosse mais rápido, por causa dos filhos dele e tal. Então, após reunir o pessoal na quadra, de lá partirmos por um caminho alternativo, que também passava pela estradinha de terra com grama alta, pouco iluminada. Para ir mais rápido, fomos logo para o Terceiro Momento. De certa forma, houve um grande contraste com o dia anterior, em geral, o pessoal já estava mais ciente do momento, e tals; porém, aqueles que não estavam dando uma bola, estavam dando menos ainda. Mas assim foi. E logo estavamos na área de fogueira. O pessoal, se acomodou mais rapidamente, e de certa forma, entraram em "silencio" mais rapido do que no dia anterior. E pude observar as pessoas sentarem mais rapidamente, poucos ficaram, a principio, em pé; logo, os novos bancos estavam ocupados. Seguimos a mesma sequencia, o Everaldo fez aquela introdução; depois, fiz uma oração de invocação. Aí o momento do testemunho. Havia pedido para o Renato fazer. Então, naquela hora me dei conta que ele não estava, que ele havia ficado para fazer a ronda na área de acampamento. Então, sem questionar ou pensar: "Evandro, você faz."

Por alguns segundos pensei: O que conto? Sobre alguns livramentos de acidentes de bicicleta, do vestibular, disso daquilo... ou da transformação da minha vida? Uma analogia, foi como se eu estivesse num corredor e olhassa para várias portas fechadas, mas no fundo do corredor estava a porta (testemunho da mudança de vida) aberta, e uma forte luz clara saia por ela, quase que ofuscando a minha vida, e cobrindo todas as demais; e até mesmo uma voz ambiente dizendo: "Entre nessa!". Então, decidi. E então comecei: "Olá, para quem não me conhece, meu nome é Evandro, tenho 22 anos, ..." E assim foi indo, tentei usar palavras de impacto e de peso, creio que Deus ali me inspirou nas palavras, no que falar, no que ocultar, no que deixar de lado, no que falar, no modo como falar. Pois eu percebi um clima tão forte de atenção nas pessoas ali; que depois algumas pessoas vieram me comentar sobre o meu testemunho; que foi muito abençoado, prendeu totalmente a atenção das pessoas, quase que não piscaram os olhos, vamos assim dizer; e que foi praticamente um sermão, coisas que elas precisavam ouvir. E no final, eu quase que me empolguei em fazer um sermaozinho, mas deixei algumas palavras. Não lembro como exatamente terminei, mas disse algo assim: "Hoje, eu sinto claramente a presença de Deus todos os dias na minha vida. E sabe um das coisas que mais me entristece? É quando vejo que nos olhos de algumas pessoas, e até mesmo se dizem cristãs, não há aquele brilho que diz que ali Jesus reina. Pois é um tão maravilhoso, algo tão esplêndido, magnífico, que nada se compara. E o meu desejo, do fundo do coração, é poder ver em cada um de vocês esse brilho; ver que Jesus reina totalmente no seu coração, porque é bom demais! Esse é meu testemunho e meu desejo." - Não me vanglorio, ainda vejo que tropecei em algumas palavras, talvez dei uma enfase e atribui uma semantica em algumas coisas, um pouco em desacordo na balança. Mas fui humilde, ao relatar do meu passado, ao pensar em tal, era estranho, pois ao lembrar de tal, era como se uma tristeza e arrependimento eu lembrara, mas ao mesmo tempo, ali estava o perdão de Deus, e não permitia aquelas coisas me abalar; e toda a honra, toda a glória, toda a virtude, todo o mérito foi Deus... espero ter deixado isso bem claro na minha mensagem, que todo o mérito foi de Deus; eu não fiz nada além, de dizer: "Deus, me dê uma segunda chance." E então, ele transformou a minha vida.

Após, o Fernando começou o sermão; numa linha diferente a do Elton - ele chega no meio do sermão - (não deu certo o esquema de seguir o roteiro do Caminho a Cristo, devido os imprevistos); ele começou contando uma experiencia do passado, de quando era desbravador, e foram fazer uma trilha a noite, no meio do mato, sem lanterna, sem nada... e ai fizeram isso e aquilo, e depois fez algumas aplicações, e umas mensagens, que creio eu ter sido sementes plantadas; só espero que em terras boas. No final, ele abriu para as pessoas fazerem pedidos e agradecimentos, muitas pessoas o fizeram; e depois, uma oração final... e então... para as camas.

Creio que era 11h30 da noite, quando fui dormir aquela noite.

Segunda
Puts! 7h40... perdi a hora. lá sei foi o Alvorada. Foi uma manhã num ritmo mais em marcha lenta; devagar, mas com muito pique. Não me recordo se foi nessa manhã, ou na anterior, que deu um ataque de raiva de Patricia; sabe, não pelo lado ruim... mas é sempre gostoso a companhia dela, mesmo que para amolar... hehe, é sempre um prazer. Mas bem. Depois do café da manhã teve uma meditação dirigida pelo Elton. Teve uma prova em que as unidades tinham que fazer uma fogueira, preparar uma batata na brasa e comer; cheguei um pouco atrasado para o evento; tentei e tentei fazer fogo com a lupa numa mexa, mas não conseguia criar brasa; ia precisar de muito tempo e paciência, e tive que ficar ajudando algumas unidades, em especial a da Thauana, que estava apenas queimando isca, não queimando madeira, e assim não formando brasa. E encerrando ali, já pude separar algumas madeiras. Então, aquele momento de quadra, livre e tals... no qual, claro, não joguei devido ao meu pé... mas fiquei conversando e tals.. e logo já era 10 hrs, e fui para a piscina. O meu pé já estava melhor, já conseguia dobrar o dedo, sem quase dor alguma; o pior foi a aparência, devido àlguns vasos que romperam, essa hora, meu dedo já havia virado uma grande mancha vermelho escura, meio roxo. E deu para nadar legal... em destaque, a brincadeira de subir do colchão inflavel... só que disputando com mais 6 homens e vários meninas... foi bem divertido. E o legal de brincar na água, é que ao mesmo tempo que exercita, relaxa e descansa. Acho que isso é o que diferencia uma piscina dos demais esportes.

Logo chegou o almoço, e após uma boa comida, até dizer "Chega!". (isso já era quase 2 horas). Fui ajudar a sapeca da Sheila e sua unidade, a carregar centenas de quilos de bexigas com água; algumas premiadas com farinha. (que peso!). Bem, mal dou uma volta, procurando a machadinha que o Everaldo havia pego; e quando vejo, eles já haviam estourado quase todas as bexigas; ainda sobrou uma, que a nathalia conseguiu estourar em mim, após uma tentativa de fuga e me deparar com um beco sem saída. Finalmente consegui um carrinho de mão, que seria muito útil para transportar a madeira recolhida até o local da fogueira.

Voltando para a fogueira. Eu, rafa e Davis, pegamos alguns bons quilos de madeira de pinheiro - em geral seco - colocando no carrinho, junto com um tronco grande de uns 12 ou 15 kg do mesmo. Subimos até a clareira. Jogamos ali. Então, falo para eles o plano de fazer a SUPER fogueira. Pegariamos o máximo. Subi a trilha para pegar uns troncos e gravetos maiores de pinheiro e ísca, e fazer uma mecha. Logo comecei a lenhar alguns galhos grandes e notei uma das coisas que alguem nessas horas não quer notar: "estava cega!" - O dureza! Então, lá vai o braço do Evandro, embora, bolhas nas mãos, e muito suor; lenhando vários galhos e um tronco. Até mesmo depois quando chegou o Davis para ajudar, notei que perderiamos muito tempo para lenhar aquilo, e contamos que a quantidade que tínhamos estava boa. Levamos ao local da fogueira, e guardamos a enorme pilha de madeira de todos os tamanhos debaixo de um lugar coberto, cercado por teias de aracnideos (uma aranha Marrom enorme); pois estava caindo algumas gutas... e o céu estava prometendo uma grande hcuva, em meio a tantos trovões - que mais tarde, soubemos que havia desabado no ABC. Diria eu, termos acumulado mais de 70 kg de madeira fácil... era uma pilha enorme mesmo, se bobiar, mais de 100kg; haviam pelo menos umas 8 toras grandes e grossas. Dei uma arrumado nos bancos que fizemos, pois algumas amarras haviam afrouxado. Então voltamos para a piscina... já eram umas 16h50. Nadamos e nadamos, até dizer chega... meus dedos já estavam enrugando. Umas 18h30 foi quando saímos da piscina; para nunca mais entrar - naquele evento.

Após comermos e tomar um banho e conversar legal, já por volta das 20hrs teve o Campori News, no qual o Carlão superou o dia anterior. POrém, nem tudo estava as mil maravilhosas, na piscina, no waterpool, eu havia engolido muita água; e estava meio maus por isso, uma sensação de que havia água presa na garganta, no pulmão, um pouco de desejo de vomitar, mas ao mesmo tempo não era algo lá debaixo, do ventre, do intestino, do estomago, era do esofago, no externo, mas lá dentro; se eu respirasse fundo, sentia uma certa dor interna nas costelas muito estranha. Terminou ali, vi com o Elton, e ele disse que era melhor eu ir vomitar. Fui no banheiro, forcei um pouco e consegui vomitar um pouco, o que de fato melhorou. achei que havia vomitado sangue, chamei o Elton, ele deu uma olhada e disse que não era, que podia ficar tranquilo. Um pouco de tempo depois, a sensação ruim voltou, mas continuei os afazeres. Voltamos ao local da fogueira. MIssão agora, era preparar a fogueira. Primeiro, apenas eu e o Elcio, mais tarde, Davis, Willian e Rafael chegaram. Montamos a base verdadeira do fogueira tipo Fogo do Conselho, voltei até os pinheiros caidos junto com o Rafael e uma lanterna, na trilha, e pegamos bastante folhas de pinheiro seco; para isca e fazer uma boa mecha. Colocamos a mecha, alguns gravetos e galhos pequenos... e no segundo palito de fórforo; com um pouco de técnica, controle do fogo, e um pouco de bafo, e conseguimos acender a fogueira. Após fazer uma brasa, e manter o fogo, já era em torno das 21:15hrs. Eu tinha que estar 21h30 lá na quadra; o Pr. Venefrides (Distrital da AP) foi lá, junto ao Pr. Deilmiro da IASD Central Santo André (nossa igreja); e pediram para que fosse mais cedo o Fogo do Conselho, devido alguns compromissos deles. Fiquei ali, ajudando o pessoal a carregar os vários quilos de madeira da cobertura até próximo a fogueira, e então, fui para o a quadra. No caminho, pude ouvir o Everaldo apitando colocando os desbravadores em forma. Então, mesmo de chinelo, em meio as pedras, galhos, e um dedo ruim, fui correndo, meio que trotando, mancando; para chegar logo. Chegamos, e sem mais cerimonias, partimos para o local, sendo que fui acompanhado dos pastores e da mulher do Delmiro. Entrando pela curta trilha. Antes de chegar a clareira, fizemos aquela parada para a fogueira. E dessa vez sim, o pessoal estava disperso, as unidades chegaram com uma diferença de tempo grande, de modo, que até mesmo fui liberando para aqueles que já haviam terminando, que fossem para a clareira; até que todos foram.

Logo que comecei a ultima subida, já pude perceber a fogueira estava numa boa intensidade aquela noite. Várias faiscas subindo verticalmente ao alto, e um grande clarão. O Elcio parece ter coordenado a fogueira, e haviam separado de forma bem organizada as madeiras por tamanho. Logo as pessoas se acomodaram, estavam mais dispersas de fato. Mas como nas outras noites, o Everaldo fez a abertura. Eu fiz uma oração em seguida, meio que até apelando, tendo em vista que seria o último do acampamento. E para muitos que estavam ali, talvez o último da vida; tinha isso em minhas consciência. Cantamos um hino, e depois os pastores que cuidavam. De inicio havia falando para o pastor Delmiro fazer um testemunho, mas pelo visto, esqueceu; e o Venefrides logo começou o sermão. Confesso, que esperava mais. Não era o que lembrava dos sermões do Venefrides no Fogo do Conselho do Campori de Lideres em 2005, tampouco do Campori Coragem a Toda Prova. Mas as sementes foram lançadas. No final um momento especial de oração. E, então, fim. Eu, Elcio, Rafael, Elton, Renato e o Davis; acho que o Willian também, ficamos no local, mais um tempo conversando. Até que então tivemos um trabalho legal para apagar a fogueira, pois estava muito forte, era muita madeira para separar, e tinha muita brasa para espalhar. Mas conseguimos depois de uns 10 minutos. E mesmo assim, sobrou muita madeira, que deixamos para os que posteriormente foram usar. Lembrando, que os Escoteiros, haviam deixado algumas madeiras e troncos ali, fora o sisal, e alguns troncos de eucalipto que usamos. Também fizemos a nossa parte.

Voltamos para o acampamento, o pessoal estava muito disperso e afim de uma noite agitada. Até que começamos a conduzir o pessoal para as barracas. E então o Everaldo pediu para que eu também ajudasse o Renato e outros a por o pessoal para dormir. E com um bom tempo, e um pocado de trabalho, conseguimos. Porém, havia alguns problemas. A Sheila deu um trote numa barraca, jogando um monte de palha e grama dentro da barraca. Aquilo criou um clima nada legal. ALgumas meninas estavam doidinhas para dar umas 'cantadas', e ficar com os meninos grande, os quais também estavam com essa intenção (os novos - que sei lá donde vieram). Foi meio embaçado colocar o pessoal para as suas barracas e fazer silêncio. Até que certo momento, em geral, apenas havia a barraca do Omicron fazendo barulho, ouvindo música e com a lanterna acesa. E por um momento, tive uma reação de raiva, usei uma palavra torpe tentando ordená-los para desligar e ir dormir, fazer silêncio. Após aquilo, o Elton chegou, vendo o que ocorrera, assumiu o posto, então sai, e pensando bem, o trabalho grosso já havia sido feito, eu já podia ir para a minha descansar. E eu estava meio ruins também da sensação de água na garganta, pulmão, vontade de vomitar, e tals. Tentei vomitar mais, mas não consegui. E sem mais enrolar, já era mais de 00h30, fui dormir. Não conseguia dormir devido aquilo. Até que tive a idéia de tratar como um caso de afogamento; deixar meu corpo levemente inclinado, com a cabeça sendo a parte mais baixa. Peguei o case do trompete, e fiz de suporte para os pés, o saco de dormir, e coloquei debaixo da cintura, minha jaqueta e nivelei um pouco... de modo que fiquei até que levemente confortavel, deitado, e inclinado. E foi fazer isso, que começou a melhorar, a sensação sumiu, aos poucos sentia-me desafogando daquilo; começou a acumular muita saliva e mucosa na minha boca, de modo que tive que ir algumas vezes durante a noite no banheiro para despejá-lo. E assim fui indo dormindo... até que determinada hora da madrugada, acordei já meio que normal... e com um pouco de frio, peguei o saco de dormir, me cobri, apenas deixando as pernas elevadas em cima da caixa do trompete.

Terça-feira
6h30 da manhã, e lá estou eu já acordado. Enrolo um pouco. E percebo que havia pouca gente acordada. O pessoal estava mais acabado, e provavelmente foram dormir bem tarde. Tudo tranquilo, fui até a área de acampamento, apesar de estar chuviscando bem fraco, e toquei o Alvorada; e para brincar, também um "Back to Future" (De Volta pro Futuro), até me pediram biss. rs O Henry pegou meu trompete e brincou de passar em barraca em barraca, dando uma cornetada na orelha do pessoal. Depois eu, Elton e o Elcio, ficamos tocando várias músicas ali no teatro, De Volta para o Futuro, entre outros... chegou algumas meninas de umas unidades e ficaram assistindo. Até que pediram que tocassemos a Marcha Nupcial. E depois tocamos Missão Impossível. E sabe, aos poucos vou aperfeiçoando meus conhecimentos e toques de primeira e de ouvido. Foi bem 10.

Tomamos café da manhã já meio tarde. Depois uma meditação. Já por volta das 9h e pouco, e ameaçando uma boa chuva. O Everaldo fala que a ordem agora era levantar acampamento, e que era para eu ir com mais alguns, para ajudar e instruir o pessoal a desmontar e a guardar as barracas. A maioria das unidades foram bem devagar. Fiquei inconformado com a quantidade de malas e coisas que algumas pessoas levaram e que haviam em alguams barracas. E também, a bagunça que havia! De fato, no que é que se podia dizer que aquilo era um acampamento de desbravadores? Algumas barracas demoraram horas apenas para retirar as malas da barraca. Mas fui ajudando, depois começou a engrossas o chuvisco, talvez uma chuvinha leve. Orientei mais o pessoal do que fazer, queria ver eles pelo menos se ralando um pouco, se sujando para arrumar uma barraca - o que, a principio, é super fácil. Apenas ajudei a Sheila que estava um pouco abalada depois do ato de vandalismo que alguns garotos fizeram, que prefiro não comentar sobre.

Terminado ali, fui arrumar a minha mochila e minhas coisas. Quando percebi uma descostura na minha mochila, que me deixou um pouco revoltado com a marca, Adventeam. Meu é cordura! Uma cargueira de 85L, não foi barata. E não é a primeira falha. Deixa a desejar na impermeabilização; há alguns defeitos de acabamento e mesmo de engenharia.. e agora, a costura solta na fivela que apenas prendia as cordas... aff!! Vou ter que remendar isso agora. Poh! Mas cordura acontecer algo assim! Era para o bicho aguentar bem o tranco. Fora que por testes... ela não dá muita segurança, confiabilidade, quando cheia com mais de 18 kg; sendo que pelo porte, era para aguentar uns 40 kg de boas. Mas bem... terminado ali, quando fui ver, já havia acabado o almoço... mas tudo bem. Fui ajudar o Elcio a demonstar e arrumar as coisas do som. E transportar várias coisas para baixo, pro onibus. Ajudei a carregar o buzão.

O último dia foi aquele bem tipico, último dia, de quando é simplesmente, arrumar as coisas e ir embora. Sem tempo para mais nada de especial. Apenas espero que as sementes jogadas nos 3 fogos do conselho, não foram lançadas em terra ruim. Mas em solo bom e que cresçam e que dêem frutos. No onibus, na volta vim conversando e brincando um pouco no fundo, com as meninas. Chegamos na sede por volta das 14h30. Arrumamos guardamos as coisas. E por um lado, eu estava um pouco pensando, depois que fiquei sabendo que o Pedrão, um inquilino que morava com o Elcio e o Elton, havia morrido no hospital, sendo que na sexta a noite, o Elton tinha me falado que ele tinha sido entubado e tals. Cheguei em casa. Desfiz a mala, tomei um banho e dormi umas 16h30, para acordar as 6h30 do dia seguinte e ir trabalhar. (não me pergunte como dormi tanto)



Observações Gerais:
O acampamento em si, individualmente foi muito bom, posso dizer isso. Aproveitei ele bem na medida do possível, tanto no recreativo, tanto no espiritual. Espero ter caprichado e feito o melhor no Fogo do Conselho, para ter preservado o máximo de reverência e espiritualidade do evento. De certo modo, digo que o acampamento deve a diversão e o Fogo do Conselho; exagerando um pouco. Creio que o que faltou, foi de fazer de fato, um acampamento de Clube de Desbravadores. O que significa ser desbravador e tals. Também, pensei um pouco sobre o predominio da mente das crianças na faixa dos 13-16 anos, que havia por ali... uma cabeça bem, de quem tem assistido muita TV. E também, algumas coisas quanto a aparência, modéstia, vestimenta entre outros. Algumas coisas inadmissíveis. Entre outros, porém, são assuntos mais administrativos, que cabe discutir com a diretoria do clube.

Aproveitei bastante para desenvolver as amisades, desenvolver algumas habilidades, e para fortalecer o fisico. Agora estou sedento por uma trilha mesmo. Espero poder fazer logo. Vamos esperar passar essas chuvas e ver uma.

15 fevereiro 2009

Dois Milagres

Descreverei aqui duas coisas excepcionais que aconteceram recentemente.

1. Atropelado por um caminhão

6 de fevereiro, sexta-feira

Por volta das 14h, sai da BASF rumo a minha casa; sendo que em tal dia, eu fora de bicicleta para trabalhar. Na volta, ao invés de pegar o caminho mais curto pela estrada do guaraciaba até minha casa, totalizando uns 3km (em torno de 9-15min pedalando), quis aproveitar para dar um volta maior, então desci até o final da Papa João XXIII, peguei a av. São Paulo, depois a Mario Toledo, até então chegar em casa; passando para um total de pouco mais de 14km (em 40min de pedalada).

Bem, durante o caminho, após já ter avançado uns 3km na Papa, num certo momento uma van parou rapidamente na minha frente, apenas desviei para a direita, passando pela valeta e a guia baixa da calçada de um posto. Sem visão nenhuma, além da faixa da minha mão, a frente da van. Quando começo a atravessar a frente da van, tive visão do que acontecia: "Um caminhão estava entrando no posto, cruzando a pista." Por isso a van havia parado de forma estranha. O caminhão deveria estar uns 30km/h, a menos de 3 metros de mim naquele instante, e em rota aboluta de um impacto que me pegaria em cheio.

Não me apovorei, acho que liberei muita adrenalina... mas arregalei os olhos. E numa fração de segundos, notei que não conseguiria parar antes, e de qualquer modo seria pego em cheio (e tendo em mente o que seria uma pancada de um caminhão enorme daquele naquela velocidade); então, pensei, e percebi que a minha única chance era dar uma pedalada mais forte (sendo que eu estava na marcha mais forte/pesada/rápida/dura) e assim sair da zona de impacto. E assim, eu fiz, naqueles poucos segundos, creio que deu tempo de dar apenas 2/5 de volta no pedivela quando SENTI O IMPACTO.

Tudo havia conseguido passar da zona de impacto, menos a roda trazeira. E numa fração de segundos, minha mente pensou e instantaneamente meu corpo obedeceu, de jogar todo o peso para a roda da frente. E então ocorreu o choque no instante seguinte. No momento do choque, não deu para pensar em nada, tive que sentir, perceber os resultados do impacto; mas logo que notei a roda se deslocando, pensei: "Lá vai eu cair, ser arrastado, machucar, me ralar no chão e na bicicleta. E minha bike ficar toda torta." Mas aconteceu algo notável, o impacto apenas deslocou fortemente a parte trazeira para o lado, e assim o quadro, apenas a roda da frente permaneceu normal (eu estando em velocidade ali). Foi quase que uma manobra que eu fazia nos tempos da BMX-JNA.

Para ter uma idéia mais ou menos de como foi. Pega a sua bicicleta, freia a roda da frente, levante a roda trazeira, deixando apenas o pneu da frente fixo no chão. Segure apenas o guidão e dê um chute na roda de tráz.. e verá todo o quadro rodar ao redor do eixo do guidão e garfo. Foi desse modo. Porém, haviam dois detalhes, o pneu de tráz estava no chão, eu estava em cima da bike, e estava em movimento, talvez uns 30km/h.

O impacto aconteceu; a parte trazeira foi bruscamente deslocada, quase que girando 90 graus, na tangente do impacto. Mas eu não cheguei a perder o equilibrio. Interessante, que com a batida, a bike simplesmente parou, toda aquela velocidade se perdeu instantaneamente; foi como uma freada busca. Porém, meu corpo não sofreu com a inércia, não teve aquele energia, e tendência com o corpo de continuar o movimento, e provavelmente, assim, sair voando para frente. Assim que o impacto aconteceu, tranquilamento, quase como se nada tivesse acontecido. Dei mais umas duas peladas para frente, já tranquilo, apenas para sair dali (de certa forma, quase pensei em continuar, sem nem mesmo parar e olhar para trás.). Nisso fiquei pensando na minha bicicleta, a qual há 2 semanas havia reformado e colocado peças novas. A roda trazeira estaria muito amaçada no minimo, um S tortão, impossibilitando de continuar girando e assim pedalando... o quadro amaçado com uma baita marca donde fora o impacto. [aliás, alguns atrás, sem querer, desviando de um cachorro, eu bati num jipe parado no farol, a nem 15 km/h e minha roda amaçou, quebrou 3 raios; tendo que soltar o freio para continuar o caminho.

Parei, quase 3 segundos após a batida, foi quando notei um certo clima de tensão no ar, como se pudesse perceber que as pessoas haviam visto aquilo com espanto; e tambem, quando notei que o caminhao deu aquela buzinada de raiva por eu ter entrado na frente. Coloquei o pé no chão, então olhei para tráz. A primeira vista, todo normal. Cético. Sai da bicleta, olhei mais minuciosamente, até levantei a roda e girei ela com a mão para notar alguma curva, ou desalinhamento, ou o freio pegando, a catraca balançando... mas não! Tudo OK!!! Normal!!! 100% normal!! Quase balançando a cabeça de tamanho espanto por estar tudo normal, fui procurar o lugar do impacto, olhei, olhei e olhei, mas não encontrei NENHUM arranhão sequer, nenhuma marquia de metal deformado.

Subi na bicicleta e continuei o caminho; normalmente. Pensando naquilo. Notei, de como teria sido CHATO se eu tivesse que carregar por 6 ou 7 km aquela bike de 12kg nas costas até em casa; levando umas 2 horas para tal. E também agradecendo a Deus por mais um livramento. Também recordando de antos atrás, quando certa vez bati a quase 60km/h na guia alta, na curva da rua de casa, e sai voando enquanto a bike capotou uns 3 m de altura e uns 15 de distância; e eu não sofri nenhum arranhão. Ocasiçao qual, senti ser carregado por um anjo para fora da bicicleta, num movimento vertical, sem o efeito horizontal da inércia.

Quanto a tal evento, apenas tenho a dizer:
"Porque aos Seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guargem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos [senti isso literalmente], para não tropeçares nalguma pedra." - Salmos 91:11-12

2. Tocando Trompete

14 de fevereiro, sábado

Faz um ano e meio em média que comecei a tocar trompete; todos que já passaram por isso sabe como é dificil, e lento o avanço; pois acima de tudo, tem que adaptando a musculatura da boca, da região dos lábios principalmente, e dos músculos da respiração; assiim como o controle dos lábios para fazer a abelinha, calejá-lo e também o controle da lingua.

Bem, vamos dizer que desde novembro eu não tenho havido muitos avanços. Nesse periodo todo, e ainda não conseguia ultrapassar o "sol" (no primeiro espaço suplementar acima, da clave de Sol); era minha nota mais alta, que conseguia fazer com resistência. Porém, mesmo assim, a partir do mi, já precisava fazer um esforço notável para tais notas; e 5 minutos que tocasse nessas notas, já perdia toda a embocadura, tendo que ficar por várias horas, ou um dia (após dormir), para recuperar a embocadura e tocar novamente.

Até certo desanimo batia, porque eu percebia que tempos atrás eu até mesmo tinha mais facilidade para fazer o mi, e tal sol, do que nos ultimos tempos. Pensando eu, havido regredido quanto a altura das notas. Apesar que havia melhorado muito minha leitura de partitura, ouvido, expressão; e resistencia, de modo ao tempo que conseguia tocar sem perder a embocadura no bocal Vicent Bach 7c que é mais dificil, mais grave... pois no Weril 9D raso, é mais facil os agudos, e tocar por mais tempo.

Uma das unidades de medidas que eu usava era quanto ao que tocava nos cultos de sábado na igreja. O padrão que havia vindo era de no final do primeiro culto, já começar a perder a embocadura; isso fazendo o contralto, que dificilmente passava de um dó 2 na clave de sol. Após tocar em torno de 5-7 músicas, em média de 4min. de duração cada. Depois, um mês para cá, apenas no final da primeira parte do segundo culto perdia a embocadura (umas 4 músicas a mais).

E assim veio indo. Semana passada, dia 7 de fevereiro, sábado. Foi a primeira vez que consegui tocar até o final do segundo culto, de modo que no final perdi muito pouco a embocadura. E fiquei já impressionado com isso. "A primeira vez! Que deu para ir até o final!" Isso que no final do segundo culto, toquei melodia, soprano... normalmente, notas entre lá e fá2.

Bem, ontem, dia 14 de fevereira teve uma vigilia a noite. Durante a semana, eu quase não toquei no trompete; apenas havia tocado um pouco no domingo e um pouco na quarta-feira. Várias coisas eu havia pensando em como conseguir tocar o dia todo no sábado sem perder a embocadura. Pensei em usar o bocal weril 9d no sábado pela manhã nos cultos...  talvez tocar não todas. E mesmo assim, não conseguia imaginar tocando mais do que 3 ou 4 músicas a noite, e com muito esforço. Mas no fundo, tinha uma certa confiança de que daria tudo certo e não me preocupei muito com isso.

No sábado de manhã, parei por uns 10 segundos pensando se pegava o bocal Weril ou o Bach. Até que escolhi ir no Bach mesmo, como de costume; também com receio de haver conflito de embocadura depois, caso trocasse de bocal.

E então logo ali de inicio, fui dar uma afinada, fazendo um si 2 com para afinar em função do sax tenor do Elcio. E logo de cara, ao dar a primeira nota, NOTEI algum diferente (mas muito diferente mesmo), a nota saiu MUITO LIMPA, MUITO FÁCIL, ATÉ UM POUCO MAIS AGUDA parecia de tão limpa. E isso era estranho. Fiquei pensando se havia feito a nota certa. Era lago totalmente inédito para mim. Eu nem havia me aquecido direito ainda. Até parei para olhar se não havia pego o bocal 9d. Era totalmente estranho, era como se havia mudado totalmente o som que estava acostumado a ouvir. Parecia tão aberto, alto, limpo a nota; que achei que eu estava muito fora da nota, e assim abri bastante o volta de afinação principal, sem estar muito certo ainda.

Foram nas três primeiras músicas que eu fui ajustando a volta e afinando o trompete; e acostumando com aquele "novo som", aquela "nova embocadura". Estava incrivelmente diferente!!! Aquilo era um milagre!!! Eu fazia todas as notas agudas com a maior facilidade; e o estranho, que estava até tendo certa dificuldade com as graves; sendo que era o contrário até então. Eu não sentia nada de ruim no meu lábio, na abelinha, nenhuma dor, nenhum ardido, nenhuma dor na musculatura facil de tensão, cansaço e algo do tipo.

Logo que teve uma pausa e fui para o banheiro falei para o Elcio o como estava estranho meu lábio, minha embocadura estava extraordináriamente diferente, e boa. Era uma sensação totalmente nova. A afinação estava tão clara e boa, que o som se encaixava tão bem com o sax alto do Hugo, que quando faziamos a mesma harmonia, parecia um só som, só que mais cheio. De modo que o Elton, disse não me ouvir, mas insisti para ele que era porque a estava se encaixando muito com o sax do Hugo. Algumas vezes, até eu ficava cético, pensando que estava soprando muito fraco, um meso-piano, piano, fazia mais forte notava que saia... mas, era quando eu fazia o contralto que notava claramente que realmente estava ok (o som está saindo) rs.

Terminou o primeiro culto e minha embocadura estava 100%, talvez até melhor do que no inicio. Sem desgaste algum. A única coisa estranha, é que a ponta do lábio superior, onde mais sofre com a abelinha, estava queimando muito. Era como se eu estive com o pé bem frio, e de repente, colocasse na água quente. Mas não doia, não ardia. Não perdia a embocadura.

Veio o segundo culto, e a mesma história se repetia. Estava saindo muito estranho quando eu ia para o contralto, porque não estava acostumado com aquele som diferente. Errava uma notinha o outra, mas era mais por falta de atenção, ou ter colocado um pouco fora do ponto exato o bocal; e não por falta de embocadura, cansaço.

Fiquei pensando naquilo, muito admirado e maravilhado. E falava aquilo com todos, pensando obter deles, mais experientes, alguma resposta para aquilo. Era como se eu, acostumado a correr 12km nas boas... agora, havia corrido 20km, e de boas... sem ter nenhuma idéia de quanto poderia aguentar, qual era meu limite. E da noite para o dia.

O Evandro que havia tocado na quarta-feira em casa, tocou 30min,umas musiquinhas e o metodo do Arbran's, quando perdera a embocadura: 30 minutos!!!

Só naquela amanhã já havia tocado pelo menos 1 hora. E não perdera NADA.

8 horas da noite (20horas). Começa a vigilia. Quanto a música, estariamos sempre tocando, música, palavras do pastor do Jorge Mario, oração, música, e assim foi indo. Fora no momento do lava pés, que tocamos, apenas para preencher o clima, o espaço, com aquela música reflexiva quanto ao espirito desenvolvido ali; foram umas 3 músicas seguidas. Ao todo, creio que tocamos, em torno de umas 15 músicas naquela noite, até a meia-noite.

E a embocadura? Não perdi. Até o final tocava. Alguns momentos dava umas na trave, até mesmo pensando ter perdido-a, ou estar perdendo-a, cansando; mas, logo, notava que era apenas o bocal mal posicionado. Para falar a verdade, eu senti mais meu braço esquerdo cansado da posição que se segura o trompete que qualquer outra coisa quanto a boca; e, pela primeira vez, senti um pouco de cansaço na musculatura diafragmática. Mas apenas para dizer que senti, não afetou nada.

Eu falava disso, do fenomeno extraordinário que estava acontecendo para o Elcio, o Elton e o Hugo; porém, eles não pareciam muito surpreendidos, visto que já estavam meio acostumado a me ver superando obstáculos entre outros de forma rapida. Aliás, o próprio fato para eu estar em 1 ano já tocando como estava, já era uma grande surpresa; e ainda lendo transposto. Raros os músicos que poderiam dizer o mesmo no mundo.

E hoje fui conferir se tudo aquilo não passou de um sonho por um dia... e para a minha surpresa!!! Hoje notei que alcancei todas as notas básicas da clave de sol, agora, posso dizer que alcanço até o dó da linha suplementar superior... e acho que fiz uma após ainda, provavelmente um ré. E com certa facilidade. Só preciso me acostumar a fazer a embocadura para tal nota de modo rápido; tipo, não precisa pensar na nota, e pensar em como posicionar a lingua para fazer tal nota... mas de forma natural e instantanea... e acostumar o ouvido para tais notas agudas, para ficar claro qual nota é cada som. Se quiser, ter uma noção disso, gravei, rapidinho uma escalinha com essas notas... mostrando até a que eu alcançava até sexta-feira (um sol) e após o grãn milagre de ontem...



Não sei explicar, o quão monomental foi. O quão maravilhado eu fiquei. Foi um milagre. Creio eu que apenas aqueles que tiveram a experiência de aprender a tocar trompete talvez consigam entender e ter a noção do que foi isso. E agora, estou doidinho para conhecer meus novos limites, e o que dará para fazer daqui para frente. É como se finalmente cruzei o topo enorme de uma montanha, e agora, ali de cima, posso ver um incrivel e vasto horizonte, sem conhecer um outro limite, uma montanha maior... e agora, é só descer vale abaixo, aproveitando as novas capacidades, para explorar todas essas novas terras, até encontrar uma outra montanha a ser escadala, e novos limites e capacidades a ser encontradas.

Num momento, de certo desanimo quanto aos estudos e progresso com o trompete, vejo que agora uma enorme barreira se rompera, e um imenso animo nascera novamente das cinzas. 

Creio que agora, preciso mais urgente desenvolver mais os demais conhecimentos musicais, nem tanto quanto para com a tecnica do trompete em si, mas de música... harmonias, escalas, tempo...


É isso aí...

Glórias a Deus.

De presente, para comemorar, gravei rapidão aqui, uma estrofe da música Canta Minh'Alma do hinário: