31 maio 2009

Dia de Balanço

Olá, meu caro(a)

Ainda tenho que fazer 2 relatórios então serei breve.

Primeiramente, agradeço de forma muito especial a todos que me parabenizaram, que demonstraram que no fundo, possuem – ainda – alguma consideração para com este desprezível homem.

É um dia inevitável na vida, ele chega, e aquelas pessoas que sabem do dia do seu aniversário, ou aquelas que de repente viram “um amigo desconhecido” no Orkut como aniversariante do dia, sempre vêm com aquelas benditas frases e mensagens:
- “Parabens!”
- “Felicidades!”
- “Que Deus isso e aquilo na sua vida.”

Não é uma desconsideração para a sinceridade, vontade e consideração para cada um, sobretudo de meus pais, familiares e amigos próximos. Mas tenho que admitir, essas palavras muito me ferem. Ferem porque ao olhar o histórico do último ano, NADA, NADA, NADA, vejo do que posso dizer: “É Evandro, parabéns, finalmente você fez algo de bom.” Muito pelo contrário, vejo um inútil, medíocre, que na grande maioria das vezes é um hipócrita com a própria humanidade e que tem vergonha de propor a si mesmo e os valores que acredita , os quais encontrou, para as outras pessoas; subjugando que elas não verão o sentido desses valores e que agirãoindiferentes a tais. Quase que uma pré-indisposição para um verdadeiro relacionamento educativo.

Quando alguém me deseja felicidade, logo eu penso que isso quer dizer eu tomar as decisões certas na vida, ser ousado quando necessário. Mas toda vez, neste dia, talvez seja o dia que eu mais olho para mim mesmo, mais eu olho para o Evandro; e mais dou conta, que esse desperdiço de espaço x tempo não vale um centavo. Não é porque muitos são hipócritas, pois dizem para ser feliz mas não estão nem um pouco interessados em provocar isso; mas essencialmente, porque a felicidade individual depende exclusivamente da minha atitude individual.

Poderia dizer várias coisas que alguns diriam ser conquistas que aconteceram nesse último ano; o excelente estágio, novas amizades, os x livros que eu li, novas coisas que aprendi... Mas ao meu ver, todas essas coisas são vaidade. Cedo ou tarde, essas coisas perecem, minha vida perece. E a pergunta que fica é quanto ao que deixei de bom, o que produzi de bom, o que eu plantei de bom na humanidade? E ao olhar meu histórico, vejo casos, casos os quais minha emoção clama para que sejam verdade clamando: "Evandro, aceite que isso foi algo bom."; querendo assim uma autopiedade, uma autoaprovação, um certo tipo de autoconsolo; mas que não passa de um engano.

Apesar de também não gostar das cadeias da formalidade nesse dia; na qual você fica prezo dentro de certas expectativas e coisas básicas que a família entre outros querem fazer nesse dia... me entristece o fato de receber crus palavras ao acaso no orkut; muitas, por pessoas que mau olham no meu rosto, mal conversam comigo, mal respondem e-mails, ou mesmo ligam. Pois aqui estou eu, no meu aniversário, sozinho em meu quarto, na frente de uma tela de computador sem vida. - Egoista, reclamando de si mesmo, enquanto pessoas sofrem ão possuem um quarto onde refugiar-se do frio. Talvez, porque tudo que meu coração mais anseia nesse dia não são essas frases, e de fato, não o é, não é receber um “parabéns”, “felicidades”, “muitos anos de vida”; nem um ‘scrap’ de 3 linhas; mas sim as palavras não ditas, cartas do fundo do coração, histórias, reconhecer o que significou para cada pessoa as experiências que passamos juntos, o que aprendemos; e talvez, nessas entrelinhas encontrar algum traço verdadeiro da minha humanidade, e de algum fato pelo qual posso dizer “Que maravilha Evandro, você foi usado para fazer isso, que algo incrível, extraordinário." "Que maravilha Evandro, alguem abriu da própria experiência, da própria vida para com você. E isso é de um valor inestimável.”

Aniversário do Evandro, é um dia em que este ser não espera por palavras de comodidade para o incomodo, de anestesia para a vida. Mas o dia em que o Evandro mais esperava a provocação, o dia em que o Evandro mais esperava as palavras de sinceridade, a repreensão dos sábios, os convites a sabedoria, a maior busca e expectativa de produção deste. Um dia em que o Evandro esperava rasgar o véu da cegueira e que os outros, talvez, lhe dessem esse presente; mas quando tudo o que vê, é um véu diferente, agora, com outra cor, e outro número, e a mensagem: “Parabéns, pois esse é o vigésimo terceiro véu.”

E ao encerrar esta, agradeço a cada um que olhou, que falou, que me mandou uma mensagem, seja por onde for, comunicou-se comigo; e mesmo aqueles que no fundo do coração parabenizariam, mas não sabiam que hoje era essa data. Agradeço porque vocês estão vivos e ao olhar para essa vida, dou conta de que ainda resta alguma vida em mim, pois enquanto este coração bate, ainda se há um raio de esperança. E tais mensagens me anunciam toda essa realidade; pois fazem a ferida doer. E como fico grato, por ainda sentir dor. De modo algum, quero que olhem para o Evandro nesse dia. Mas se há um pedido de aniversário neste dia, que eu faço, e gostaria que se realizasse, é compartilhar com você esta “carta de aniversário” que eu recebi, escrita há uns 100 anos. Isso me provocou muito e mudou a forma como estava a encarar este dia.

Carta de Aniversário


E assim, que o dia 31 de maio, não seja o dia em que a Terra parou por causa do Evandro, mas que acelerou.