18 janeiro 2009

E assim começa 2009

Olá pessoas, há um bom tempo que não digito nem tanto por falta de vontade, falta de pensamentos e coisas que diria poder compartilhar; mas talvez por falta de inspiração e tempo. Possuia outros planos para esta noite, de revisar um estudo sobre música escrever mais um capitulo do livro e planejar algumas coisas para o Clube de Desbravadores. Mas após ler o relato do Fred em seu blog quanto a cirurgia, fiquei inspirado a escrever.

Ano Novo

Olha só, 2008 já passou, assim como 2007, 2006... ops.. 86 eu nasci. Por um lado ficou um pouco triste por vivo ainda estar aqui nessa Terra, uma profunda decepção quanto a não ter feito mais quanto a anunciar e preparar para a volta de Jesus. Mas aí estou eu, e espero que possa chegar no final de 2009 tranqüilo da consciência quanto a isso.

No período de final de ano peguei férias coletivas, mas creio que não fora o melhor período, detesto esse finalzinho de ano quanto àlgumas coisas. Parecem que se erguem colunas enormes de barreiras a minha volta tampando todo o sol da justiça. De modo que parece não haver mais nada a contar além da determinação para conseguir se controlar [controle?]. Em geral, as pessoas ficam meio foras de si; fora a orgia alimentar. Muitos amigos e pessoas chegadas desaparecem por uns tempos, outros aparecem; mas em geral, vira um período meio obscuro sem ter muito o que fazer de útil, ou animo para tal.

Mas o que eu tinha a dizer mesmo? Bem, esses dias estava pensando sobre uma linha de método que havia tomado no que digito no Blog; me preocupando mais em de se fazer entendido, do que em expressar a profundidade daquilo que penso. Apesar dos acessos ter crescido bastante no ultimo ano no blog. Contudo, colocar essa limitação talvez tenha atrapalhado em alcançar um dos objetivos, o de transmitir o mais pleno possível as reflexões que faço, de sua imagem no mundo das idéias. Desde modo, passarei a tomar o antigo método que usava num passado não muito distante; esse é o Evandro. Aí está o diferencial. E seguindo já essa linha, fiz o post quanto a mensagem de Ano Novo: “Viva 2009 a fim de que não haja 2010”

Os Últimos Tempos
Foram tempos intrigantes quanto a um grande despertamento que tive, em função do ocorrido no Campori. Não comentei quanto a isso, mas o GEA em especial tivera reuniões maravilhosas no final do ano, especialmente a última, que foi no CEPE. Por certos momentos durante o dia tentações de desanimo vinham para não ir a faculdade. Mas fui. Chuva e mais chuva por todo o caminho, um transito bem forte em São Paulo. Mas lá estava eu, rumo a USP. “Será que alguém iria?” – Me perguntava durante o caminho. - “Provavelmente a Nathalia não.” “Será que o pessoal irá na praça do relógio?” “Saberão que devem ir para o CEPE?”

E lá vou eu, diretamente para o CEPE, com a cesta básica na mão. Chego lá e opa! Walter e Cabral estão na parada. Passa um tempo, e Fred, Simone e Paula também chegam. Algumas preliminares então vamos para a região coberta do lado da ferrugem. E ali fizemos a mais deliciosa reunião do GEA de todos os tempos ao meu ver, em todos os aspectos; aliás uma das mais maravilhosas experiências dos últimos tempos. Pena, que apenas o Leandro e o Rene puderam ir, além dos demais. Mesmo estando sobre uma forte chuva. E período de prova para a maioria.

Foi muito marcante mesmo, maravilhoso; creio que todos gostaram. Em certo momento da programação que eu e a Paula tínhamos elaborado, cada um contaria aquilo que o GEA foi para ele no ano e algo do tipo. Ual!!! Foi sem palavras. Tanto é, que na minha vez, talvez, por mania de ser do contra, não falei; provavelmente minha língua me trairia para expressar o que realmente significa para mim. E depois fiz uma meditação. E aí passou. Mas a profunda marca ficou; gravada: “Em 2009 eu quero mais. E muito mais!” “Vamos ser arautos da luz na USP!!!”

O Elcio, de Maringá, regressou, terminou o curso de Letras, e agora vai dar aula no colégio que estudamos aqui em Santo André. E com ele já compartilhamos muitas coisas. Que benção é ter um amigo desses por perto. Assim como tive algumas longas conversas com Elton, sobre o planejamento do clube por exemplo. De modo que ele até leu o Manual dos Desbravadores.

Nem fui viajar... mas do dia 1 em diante a cabeça começou a funcionar melhor. E quer saber, quando dei-me conta estava pensando e me preocupando com as mesmas coisas de que estava há 1 ano atrás. Porém, desta vez pensava também na filha de Betuel. Será que dará água aos camelos? E pensei quanto a futilidade que fora 2008. Pois, em geral, os pensamentos ainda eram os mesmos. “Incendiar Laodicéia!” “Tudo entregarei.” Será que em 2010 os mesmos ocorrerão?

De fundo, bem profundo mesmo, bem lá no interior, mais fundo que o pâncreas mas não chega a varar a coluna. Sabe, bem lá dentro. Tão lá dentro que virá ser comprimido num buraco negro talvez, formando um fictício tubo de minhoca para regiões longínquas do universo. Bem, tentarei dizer, na melhor síntese que consigo explicar sem perder a semântica. Mas por favor, faça um esforço para tentar compreender.

Oh! ousadia onde posso encontrar vosso interruptor?
Andei e encontrei, ao buscar sem pretensão alguma.
E tive cousa - Brazão esse de príncipes e reis; de conquistadores; de bravos, humildes e incapacitados;
que à morte os levara.
Reclamei? Tu bem sabes. Antes regozijei.
Na estrada da calçada à calçada da estrada.
Do norte ao norte, do sul ao sul, do leste ao leste, do oeste ao oeste
Ao João, ao carpinteiro, ao encanador, ao florista, à Maria, à Rebeca.
Aos olhos, todos eram iguais, apesar de diferentes.
Eles sangravam. Sim sangravam e a hemorragia era estancada.
Porém, não percebiam que estavam azuis e em choque.
Até que ao Médico os levei, ao Médico os apresentei.
Mas na lama pisei. E depois com os dois pés. Uma mão. Oh! Sentei.
Lambuzado, envergonhado. Niguem queria tocar, ninguém queria ver; nem eu falar.
O chuveiro achei.
Demorei; esperei.
Não há fila. Não há fiscal. Não há caixa.
Apenas duas opções: Geladissima (zero Kelvin) ao norte profético; ou
Ao sul, fornalha ardente.
Decisão difícil. Não havia morno. Kelvin, não. Porém, fornalha?
Sadraque, o que me dizes? Já vi a resposta.
Por que hesitais pés? Por que hesitais mãos? - Traidora. O mesmo fizeste para lama?
Está escurecendo. A festa está chegando.
A fila não anda. Não anda.


Miserável. Miserável homem que sou. Esta é minha cicatriz. Há poucas semanas de um culto participei e Deus me disse: “Evandro, você precisa me entregar mais um pedaço do seu coração. Abandone TODAS as preocupações terrenas. Não viva, não pense como ímpios, como aqueles que não Me conhecem. Antes entregue-Me tudo, Eu te sustentarei no presente e no futuro. Por que pouparia esforços? O que seria demasiado trabalhoso para teu Deus?” Porém, o tempo passou. Estando eu de vigia na torre quando de repente avisto algo.

15 de Janeiro de 2009 vou até a USP. O atestado de matrícula peguei. Após trancos e barrancos, a ansiedade. E agora? 3º Semestre? Maldito jupter. Maldito sistema. Como pode? O que será do estágio? Mil pensamentos passam. Dois mil ocorrem. O mundo, por instantes parecia acabar, e apenas uma fubeca chamada “estágio agora” parecia haver. - “Evandro, lançai sobre Mim suas ansiedades?” – Mas, teimoso que sou: "Vamos [eu] pensar. Tem uma solução."
Demorou. Lembrei de Davi – oh! mais 50 para terminar o Patriarcas e Profetas. O ungido do Senhor. Prometido era a coroa. Mas ali estava ele, ora perseguido, ora acusado, ora refugiado, ora expulso do próprio pais. Até mesmo quando em suas mãos tinha “a solução”, não usou, antes esperou no Senhor. Então lembrei:
BASF, primeira vez que ouvi seu nome estava no ônibus, voltando de uma aula particular de matemática. “Entrevista na segunda-feira? Ok.” E lá fui eu. Transito, atraso, 15 minutos atrasado. Que tragédia. Mas também, é química, quero financeira. E nem procurei. Como me encontraram? Entro na sala, dois gerentes, uns 8 candidatos, uma entrevistadora. Curriculo, cadê você? “Esqueci!” Mas sem preocupação nenhuma, quase como se não ligasse para nada daquilo. (Já foi fazer uma entrevista, sem que fizesse diferença alguma, aprovado ou não?) Ok. Faz na mão mesmo. Pela primeira vez na vida, pego uma sulfite, e numa bic escrevo meu currículo. Alguns testes; e, ao meu ver, fui maus, menos na apresentação. No teste de inglês? "Ual! Já era. Os outros que manjam bem estão dentro." Na saída, alguns papos com os demais, e comentários que fizeram com que eu desejasse menos ainda aquela vaga.

Sertãozinho? É perto de casa. Mas, eu queria São Paulo. Mudar para São Paulo, perto da USP... Mas bem, ligação: "Evandro, queria agradecer pela participação no processo seletivo da BASF ["Mas no momento...", "No momento,...", "Mas o seu perfil, ..." - frases que já estava acostumado me vinha a mente] e queria parabenizá-lo por ter sido aprovado na dinâmica de grupo, e gostaría de agendar uma entrevista com o gestor na segunda-feira às..." Não era o que esperava. Mas també, no Santander cheguei a fazer 4 entrevistas com gestores, isso ainda não queria dizer nada; mas não era o resultado que esperava. Chegou o dia e fui. Ops, era perto da Coral? E depois de 1 hora vagando no transito da Papa João XXIII chego finalmente ao local, a BASF Poliuretanos. Ops, 1 hora atrasado. Mas ainda assim a entrevista é feita. Apesar de tudo, acho que foram com a minha cara, e o lugar até que era legal, bucólico, aparentemente tranqüilo. Faço uma entrevista particular com o Marcão e um teste de Excel, e acabei fazendo algumas lambaças no teste, fazia tempo que não mexia com filtros. Mas bem, eu realmente não esperava ser escolhido e, de certo modo, não fazia questão alguma; não queria abandonar o sonho de ir morar longe dos pais, perto da usp e trabalhar lá por São Paulo.

Mas por fim, não é que fui realmente escolhido. Aquilo trouxe um impacto tão forte em mim. Ao meu ver teve tudo para ter dado errado. Não fiz questão alguma, nem mesmo importância para a vaga. Cheguei atrasado nas duas entrevistas. E, ao meu ver, não fui bem em tais. Mas eu fui escolhido. O que o Evandro fez para merecer? Ao meu ver, tudo errado; totalmente oposto as minhas perspectivas e mesmo vontade. Não era num local próximo a USP como desejara, mas era bem próximo de casa, dava para ir tranquilamente a pé. E tudo aquilo veio fortemente em minha mente como uma providencia divina. E então dessa forma passei a encarar. Foi um presente de Deus. Como muitas outras coisas que estava acostumado a receber dEle, sem nem mesmo pedir; ou mesmo tentando evitar, desviar de receber, Ele dá um jeitinho e me coloca frende a frente com o presente. E pensando bem, todas as coisas realmente boas, as melhores, da minha vida; foi Ele que me deu, sem eu pedir, sem eu querer - a princípio.

E a impressão disso, a cada dia tem ficado mais forte. Especialmente o motivo disso. Mas aconteceu que recentemente fui até a USP para pegar o atestado de matricula para o recontrato de estágio. Mas um problema doidão lá; de modo que poderia complicar a situação. Talvez, até mesmo perder o estágio. Eu ainda não sei. Não por questões práticas, mas, meramente burocráticas. E ao invés de me recordar da providência de Deus, que foi Ele que me dera tal emprego, que tudo estava nas Suas mãos, que não havia com o que me preocupar; pois com o estágio ou não, Ele ainda estaria no controle; eu simplesmente fiquei preocupado, e tive até umas idéias e pensamentos malucos. Na hora da provação vacilei. Me angustiei. À toa. Me preocupei com as coisas terrenas, com as coisas aqui do mundo. E por algumas horas consumi minha mente, meus pensamentos, quase que bitolado nisso; angustiando e esvarindo de minhas forças; pois, não cri totalmente que o controle estava com Deus.

Voltando da USP, vejo uma cena interessante no trem. No mesmo vagão, havia um rapaz sentado, com a Biblia aberta em Daniel 11, e pelo visto, estava estudando, tentando compreender, algo do tipo, pois ora abria no cap. 2 ora nas referências. Uma voz me dizia para ir até ele, puxar um assunto, talvez ele estava com uma dúvida a qual eu poderia explicar e ajudá-lo a encontrar a resposta. Mas não, eu ainda estava encucado com a matricula na cabeça, com o estágio; e perdi força moral no momento, perdendo respeito próprio, e então me eu dizia “Não tem vergonha não? E como agora você ousa dar uma de cristão e explicar-lhe? Achas que estás com o Espírito? Acabou de vacilar e assim continua por algo tão pequeno.” E por esse caminho tomei posição. Mas ao mesmo tempo também reparei, que haviam outras duas pessoas lendo livros, se não me engano, eram “Os 10 Mandamentos” e fiquei um pocado impressionado quanto a isso.

O que foi tudo isso para mim? Fazendo uma ilustração, contudo, em certos ambitos, reais... é como se a cada momento pelo qual passasse por tudo aquilo, ao olhar para o lado (e não importava qual lado) via dois seres: Deus e um anjo. Deus com uma expressão de incrivel paciência, que me enchia de temor e vergonha, já o anjo, não mostrava tristeza; mas tinha uma expressão parecida com alguem decepcionado, por ver como era grande minha teimosia de rebelião; como se houvessem lágrimas internas ao perceber o que o anjo relator estaria anotando no Diário da Vida de Evandro Costa de Oliveira.

Now
E o Evandro? Lá no seu âmago encontra a triste mornidão, confortável; mesmo não gostando de conforto; deplorável. Tem as chaves, estão em suas mãos; A porta à frente. Mas por qual razão? Por que rebelião? Olha lá, lá estou eu girando as chaves na mão; preso na própria tolisse; na inteperança.
Do que tenho controle? Da ilusão. A ilusão é o meu controle. A ilusão que me prende. Preso na ilusão do subjetivo, do eu, da minha decisão, do egocentrismo, achar o que sei, do que preciso, do que quero.
Por que não abrir a porta? Ao sol suar. Ao mundo correr e comunicar. Sem rédeas ilusórias; sem temores quanto ao relacionamento e ao comodo comum. Por que não soltai a corda que vem de baixo e agarrai a de cima, a da paz, da tranquilidade, da felicidade, a da morte que provém vida?
Por que continuar na odisséia da ilusão? Que controle? Ligar o micro? Sentar no sofá? Aumentar e abaixar o volume? Dar a partida? Frear? Tocar não tocar? Ligar ou sms? Cantar não cantar? Quanta ilusão! Quando o único verdadeiro controle é o de ser escravo da eterna justiça divina. Escravo douto como disse Paulo.
Por que não solto a corda? Uma vez que a razão e o espirito assim quer; mas os impulsos nervosos não ocorrem, logo a mão continua firme.
E o que farei agora? Por enquanto continuarei aqui sentado, o trabalho de marketing desenvolvendo, depois uma caminhada, um passeio de bicicleta, verificar o budget, checar os e-mails, um pouco de conversa aqui e ali, estudar um pouco, ler uns livros, cantar, tocar trompete, pensar, planejar... o dia passa. Mas e a luta de Jacó? A decisão não ocorre? De Genesis que não saia ao presente. Os joelhos? Tão aí, assim como todo o resto. Virar a noite? Opa! comigo mesmo. A mente o quer, o espirito o quer. Mas a decisão na ilusão; pois escravo sou de minha ilusão, da vaidade que não decide. A decisão está morta. Ao som de Tchaikovsk, meus ouvidos agora repousaram; para que mesmo dentro do caixão, pela música, visões da vida, pelo menos, paisagear.

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