14 dezembro 2009

Brisando na Música

Vamos dizer que tive um fim de semana mergulhado no mundo da música. No sábado, o Pedra Coral foi cantar numa igreja em Vinhedo – SP; contudo, a música deixou a desejar, não só a questão técnica, pois os tenores simplesmente esqueceram suas notas, por várias vezes seguiram os baixos indevidamente. Foi super estranho, feio, sem interpretação, para não falar da indisciplina. Bem, mas fim de ano, por mais pessimista que “os dados gráficos” demonstrem, sempre há esperança para o próximo ano. Alias, triste fiquei por não fazermos cantata este ano.

Porém, a noite fiquei novamente entristecido por vários comentários na comunidade “Adventistas do 7º Dia” no Orkut em torno da música. Contudo, foi uma experiência totalmente diferente ouvir as discussões numa comunidade realmente séria e de alto nível sobre música: “Eu realmente acredito em Bach” (EREB). Domingo, e um cansativo ensaio das 15h30 até as 19h30 (4 horas), o bom foi que apenas nos últimos minutos comecei a sentir incomodo nos lábios; minha embocadura e resistência, cada vez melhor. E durante isso pude apreciar a Emily tocar Bach e Chopin no piano; ela havia tocado num recital de manhã em São Caetano, mas não pude ir devido a chuva. Simplesmente maravilhoso, fabuloso, apesar de alguns erros e dela ter que se atentar mais para as dinâmicas e produzir uma critica pessoal para interpretar a música. Contudo, ver uma garota que toca a 5 anos tocando tudo aquilo de cabeça, sem partitura, treinando para a prova da Fundação das Artes é um grande privilégio. E de fato, Bach te hipnotiza!

Em seguida vou para o Teatro Municipal para mais uma apresentação da Orquestra Sinfônica de Santo André mais o Coral de Santo André e o Coro de Câmara da UNESP, com a regência de Carlos Moreno. Houve um “pouco” de empurra-empurra na entrada, com pessoas “super educadas”, pois havia acabado os ingressos e ninguém queria ficar de fora. Eu e o Rafael ainda conseguimos pegar bons lugares para sentar-se no chão e uma mulher sentou ao meu lado a qual conversamos bastante, muito legal e parece ter um bom senso critico para música, e para a minha surpresa ela já foi regente do Pedra Coral.

Sinceramente, foi praticamente um culto de ações de graças. Eu praticamente fiquei impressionado a ouvir música sacra composta no modernismo, porém que praticamente não tinha nada de modernista, mas sim algo mais renascentista, a lá Bach. A primeira música foi o “Psalmos” (salmos) de João Guilerme Ripper, uma poesia instrumental maravilhosa. Após tivemos a Fantasia Coral, piano, orquestra e coro de Beethoven, que dispensa comentários; ela lembra muito a nona sinfonia, e interessante que a música flui naturalmente, eu nunca havia escutado ela, mas ela era totalmente previsível de tão incrível e natural, havia momentos que eu previa naturalmente o que aconteceria a seguir, qual instrumento, qual dinâmica, foi uma experiência esplêndida. Eu nunca escutei ela mas era como se já dormia com ela há muito tempo. Depois tivemos a arrasadora de corações, um sacro que atinge lá no fundo do coração de tamanha a beleza e de sentimento sereno divino no arranjo de Gláucio Zangheri da obra “Cantique de Jean Racine” de G. Fauré; a qual a garota comparou com uma das cantatas de Bach.

Após esse repertório mais sacro, damos um pulo até uma obra totalmente desconcertante e intrigante, cheia de mistério, magia, um bucolismo pantanoso e ao mesmo tempo cheio de “pássaros”, como se você fosse um passará em meio a um bundo sobrevoando uma floresta pantanosa; cheia de efeitos e sons tirado dos instrumentos que eu não imaginava ser possível. Que obra? Choros n. 10 de Heictor Villa-Lobos.

E, “por último”, “Noite Feliz”, com direito a canto congregacional, de F. Gruber (arranjo de Gláucio Zangheri), porém, dessa o arranjo instrumental deixou a desejar. Mas o que parecia ser a última, não foi. O Calor Moreno se empolgou, o povo pedia mais um, e nisso tivemos uma marcha de Stauss, tivemos a “Abertura – Vitória” (do próprio Moreno), porém tal estava desfalcada em alguns instrumentos essenciais de percussão, não ficou tão quente como realmente é, e, por fim, tivemos o Hino Nacional Brasileiro.

O Carlos Moreno comentou bastante, puxou o saco um pouco de alguns políticos e do prefeito, e todos sabem como eu “adoro que adulem políticos”. Agora temos que aguardar a próxima temporada (2010). E espero também que o Coral de Santo André melhore, ele está muito fraco, principalmente nas vozes masculinas; está sem potencia de voz e o timbre opaco, e poucos homens. Apesar que havia um que é ex-coralista do Pedra Coral, tenor, mas não consegui lembrar o nome dele. Aliás, falando em adventista, também encontrei com o Bruno e a namorada dele que, há uns meses atrás, fez alguns arranjos para nós. Também vi um garoto que já foi desbravador do Omega. E em 2 músicas havia também um sax alto, o qual parecia muito o Elcio tocando, mas sabia que não era.

E aí vejo hoje também alguns discussões muito extraordinárias sobre as Sonatas de Beethoven, no blog P. Q. P. Bach., ao invés das discussões caóticas, incrédulas, ignorantes e sem respeito que normalmente há entre os adventistas. Um refugio!

Agora, voltarei essa semana que entrarei de férias para a programação de sábado, nos arranjos já feitos, e tentarei fazer alguns mais simples para os trompetes pelo menos. Aliás, saiba que está convidado para este culto de ações de graças que faremos, muito especial, com muita música:

Sábado – dia 19/12
Local: IASD Central Santo André
End.: Travessa Ver. Lourenço Rondinelli, 63, Centro, Santo André – SP
CEP: 09020-120
Horário: 8:45 – 11:45 (manhã)
Traje: Formal

*Há um estacionamento publico gratuito em frente ao local.

Local no Google Maps

02 novembro 2009

X Campori da AP - Servos do Rei

Aqui compartilho algumas de minhas experiências e relatos do que vivenciei dos dias 29 de outubro a 2 de novembro.

Quinta-feira – 29 de outubro de 2009
O dia foi ultra-corrido, havia preparado algumas coisas na noite anterior já na mochila. Mas fiquei o dia todo com o campori e a prova na cabeça. Cheguei do trabalho e não paro um segundo arrumando os últimos detalhes para a prova e para o Campori, foi muita correria, ao mesmo tempo que eu estava um pouco cansado e sonolento.

A van da faculdade chega, e lá vai eu entrando com a minha mochila cargueira de 95L e com uma corneta em Bb na lateral, e o pessoal já me pergunta onde eu ia, se eu sabia tocar aquilo. Tiro uma soneca no caminho e na faculdade ao invés de ir no CEPE como de costume nas quintas-feiras para me exercitar, fico na sala de estudos estudando para a prova do Carrion de Calculo 4. E na prova, puts! Esse professor é um campeão em superar o que você pode considerar ser o limite da dificuldade numa prova; fiz o meu melhor, ao meu ver, ainda mais pelo professor, é dificil acreditar numa nota acima de 5, alias, 4; se bobiar, a P2 foi meu adeus ao Calculo nesse semestre, e mais uma DP; bem, mas tem a Rec.

Termina a prova, pego a van que passou razoavelmente sedo. Mas ao chegarmos na Av. Bandeirantes, eis que pegamos mó transito, e o ponto de encontro com o ônibus do clube seria perto do aeroporto, na Pizza Hut. E uns 15 ou 20min. então chegamos lá; e quando chegamos eu vejo os ônibus já parando em frente a pizzaria do outro lado da avenida. Saio da van e atravesso correndo aquela avenida movimentada, onde direto motoqueiro é atropelado, e sinceramente, foi uma aventura.

No ônibus foi de boa; tranqüilo, conversando com a garotada e alguns amigos, como o Rafael, Willian e Davis. Aliás, mostrei um impresso para o rafa, de alguns papeis do Mercado, pois foi um dia de absurdas altas após a forte queda do dia anterior. Não esperava que demoraria tanto para chegar ao local, senão teria tirado uma soneca. Saimos ali da bandeirantes umas 11h30 quase e chegamos ao local do acampamento umas 00h30.

Sexta-feira 30 de outubro de 2009
Chegamos ao local, e eu confeço que estava cansado, mais psicologicamente, e com grande preguiça querendo um sono. Mas logo, a adrenalina correu. Quando tivemos que descarregar o ônibus e levar as coisas para a nossa área de acampamento, que era simplesmente no final da ultima rua, ou seja, o mais longo possível. Mais ou menos uns 400 metros. E então, várias viagens, indo e voltando, carregando várias caixas e coisas pesadas. (acho que umas 8x400 = 3,2km) Sem contar a mochila da Sheila que iria só no dia seguinte, ela estava levando não um armário, mas uma casa na sua mochila cargueira de uns 80L mais ou menos. E assim foi e foi, várias e várias voltas. Até que por fim terminamos; e eu estava exausto, havia acordado 6h40 para ir trabalhar, e estava indo dormir as 3h30 da manhã, depois de um dia extremamente trabalhoso e consumidor de energias tanto físicas quanto mentais.

Eram 6h30 da manhã e logo acordo. E tive uma péssima noite (melhor, 3 horas) de sono; devido aquele chão irregular para dormir, cheio de “tartarugas”. Acordo, porem, acho que a adrenalina estava suprindo o resto, e estava com mutia disposição mental. Estudei um pouco minha bíblia enquanto observava alguns clubes chegando e montando a área de acampamento, e algumas pessoas do Clube Omega acordando. Depois dou uma volta, vou no banheiro que ficava a uns 150, 200 metros. E ao voltar já eram 8 horas, o horário combinado pelo diretor Everaldo para acordar a galera, pego a corneta, e para quem ainda não havia acordado... com o Toque da Alvorada, ai me empolguei, foi a versão americana também, mais aquela do adeus. (comecei a brincar, para quem me conhece, sabe que eu me empolgo tocando; quanto mais toco, mais vontade dá de tocar).

Demorou bastante para o Guepardos Reais e muitos outros clubes chegarem, alguns só no final da tarde. E nisto, na manhã terminamos com o portal, demos uma boa melhorada. E foi muito bom, voltar a essa vida de carregar troncos de eucalipto, fazre amarras, se pendurar nas alturas numa madeira bamba, sem uma corda de segurança. Ao mesmo tempo, foi uma das montagens menos trabalhosas que tivemos, pois as unidades colaboraram mais do que eu previa, e do que vi em outros camporis; como a Gama que ajudou a Thauana e o William a fazer a cerca. E nisso também foi interessante a forma amistosa como eu vinha conversando com algumas desbravadoras que estavam com cede de um relacionamento, de uma amizade, de compartilhar idéias, conversar.

Os Guepardos chegaram, aviso a eles que vi uns caras roubando alguma de suas madeiras, mas não os encontramos de novo. E depois eu ajudei eles a terminar o incrível portal deles que ficou muito legla, muito 10. E nisso tivemos algumas experiências muito interessantes; talvez principalmente em fazer aquele trabalho árduo debaixo de um sol castigador que fritava nossa pele e suor; onde por alguns momentos a dor parecia insuportável nos braços, de tantas cavas feitas na madeira e de tanto apertar sisal nas amarras feitas com as mãos. Foram algumas horas de muito trabalho, muito suor; e nisso, o Eliezer passou por uma experiência interessante, quando teve que ficar na ponta de uma base não fixa de 6m de altura, balançando bastante, fazendo amarras; o qual teve que confiar nos meus nós e cadeirinha de bombeiro que eu fiz. E nisso, também reparamos em algumas pessoas, em especial uma garota do Clube 28 de Julho que parecia muito – pelo menos de cima do portal – com a Eliane do Elton.

Por volta das 6 horas da tarde fui tomar um banho finalmente, não pego fila, estava todo mundo ainda se ralando, construindo as coisas; e muitos ainda carregando coisas do ônibus para área de acampamento. E foi um banho gelado delicioso, para um dia em que ralei dentro de brasas.

Me preparo para a abertura. Fico conversando com algumas pessoas. E nisso, o Everaldo passa mal a tarde, e fica na barraca. Enquanto isso, eu, que confeço que estava muito, estranhamente cansado, pois ainda tinha forças de sobra para ficar muito tempo acordado trabalhando; foi passado a mim o comando do Clube (umas 80 pessoas). Então, após a janta (num dia que mal comi, apenas 4 fatias de pão integral, levedo de cerveja e um copo de leite de manhã; um arroz com feijão no almoço – e para quem me conhece... sabe que não vivo sem algumas frutas), janta qual mal comi também, acho que comi alguma coisa no Guepardos. Então fomos cedo para Arena. Chegamos lá, sentamos na frente, umas 19h20. Porém, a equipe ainda estavam arri,amdp as coisas e a programação de abertura foi começar apenas por volta das 21h20; todos já estavam exauridos. E ao mesmo tempo, confesso que foi a pior abertura de Campori que eu me recordo; até mesmo a mensagem do sermão, deixou a desejar, mesmo sendo do Pr. Udolcy; do que se costuma ver em Campori; e as músicas então, fiasco.

Terminou por volta das 23h30 a programação. E então eu e a equipe tivemos outro grande problema, por o pessoal para dormir, a maioria por conta própria foram dormir, estava exaustos, após o dia desgastante, o pouco sono da ultima noite e o sol. Já outros, estava ali apenas por segundas intenções, e quanto a isso, eu senti um enorme peso e responsabilidade, após perceber o “desejo sexual” explicito nas entrelinhas e olhar de algumas pessoas, e somando as histórias que eu fiquei sabendo, como de uma conhecida da MPV que engravidou num Campori e não sabia quem era o pai. E nisso, tivemos grandes problemas, e talvez o pior de todos eram a garotada órfão sem conselheiro de verdade, que estavam como ovelhas desgarradas pelo Campori; e eu, que estava já um pocado sem animo de sono, e vontade de dormir; apenas lá pelas 00h30 pude então, finalmente, ser o ultimo homem a ir dormir do clube. E quando estou me ajeitando no meu saco de dormir, e naquele chão de moinhos de terra; chega o Carlão, Renato, Jeferson e Sheila (que eu já, nessa altura imaginava que só viriam de manhã). E aí lá vai eu sair da barraca, sem camisa, num vento supere frio, e indico as barracas para eles dormirem. Porem eles fazem mó barulho, o Everaldo dá umas broncas para eles irem dormir. E então, acho que por volta das 1h30 eu consigo dormir naquele chão horrível.

Sábado – dia 31 de Outubro de 2009
Acordei com alguma menina de outro clube gritando, por volta das 5h45 (4h15 de sono / total = 7h15 em 2 dias). Levanto, e então pego a corneta, e mais uma alvorada para acordar o pessoal; e depois dou uma passada no Guepardos Reais para acordar o pessoal por lá também. Logo aquele sol fervente já retornou indicando o sofrimento climático do dia. Conversei com algumas pessoas aqui e ali, Acho que comi alguma fruta no Guepardos, e acho que mal tomei café-da-manhã no Omega. Nisso o Everaldo já estava melhor. E depois fomos para a Arena, por volta das 9 horas; contudo, com o Evetaldo no comando, chegamos tarde e tivemos que sentar atrás, mas eu fui sentar em outros lugares, com outras pessoas. A programação totalmente estranha e sem espiritualidade começou, mas o sol já era um fogo consumidor naquele momento, de modo, que retirava totalmente o animo de muitas pessoas, que apenas pensavam em “água” e “sair do sol”. Eu sai e fui sentar numa sombra, acho que o Rafael foi junto. Ali encontrei o Pr. Vicente que foi visitar. E tive a surpresa de saber que a Sara se batizaria, de fato, não esperava. (depois encontrei meio tio Oscar, e fiquei sabendo que ele que deu estudos para ela).

Após o “culto” da manhã, acabou por volta das 11h20, de volta para a área de acampamento, fiquei conversando. Enquanto que teve algo que eu não esperava, houve um bolo comemorativo de 50 anos de campori, e ai debaixo da tenda as cozinheiras haviam preparado bolos. Bem, nem preciso dizer que fiquei inconformado, pensando nas Leis de Saúde; mas eu acabei comendo alguns. Ai encontrei o Thomas do clube Tigres do Riacho e ficamos um bom tempo conversando. Depois fui no Guepardos Reais eles estavam fazendo uma meditação com a Lição da Escola Sabatina; e ai acabei ficando por lá e almoçando com eles. E enquanto isso, alguns desbravadores do meu clube ficavam brincando dizendo coisas do tipo: para eu trocar de clube; pegar minha mochila e ir pro Guepardos etc.
Então teve a atividade da tarde, no qual comecei a acompanhar de inicio, o Everaldo ficou na area de acampamento, e eu, Renato, Rafael, Davis ficamos liderando o clube. Mas próximo a tenda, havia uma sombra de uma arvore que era perfeita, devido aquele sol infernal, e batia uma deliciosa brisa que vinha do vale para o topo daquela montanha, com uma maravilhosa vista. Eu e o rafa sentamos ali, eu estava muito cansado, como não me sentia a muito tempo, minhas coxas doiam, faltava forças para subir as ruas era como se elas estivessem sem folego; além de eu, estava acabado. Em pouco tempo me deitei ali naquele gramado que era bem confortavel, não havia aquelas tartarugas, e ainda apoiei minha cabeça num montinho; foi perfeito, e então cochilei. Devo ter dormido entre 40min - 1hora (1h de sono / total = 8h15 em 2,5 dias), até que comecei a ser incomodado, porque as pessoas começaram a insistir em passar por aquela sombra, e 2 staffs das provas se acomodaram embaixo daquelas 2 arvores que faziam aquela sombra, então toda a galera começou a ir para lá, e esbarravam/tropeçavam muitas vezes em mim. E ao acordar o rafa falou que eu dormi pacas, que passou uma aranha enorme por cima de mim até. E aí, chegou o Eliezer (pai) e começamos a conversar sobre algumas questões, desde investimento, a familia, relacionamentos; e acabei conhecendo algumas experiências da vida dele, que certamente foram muito edificantes. E algo extraordinário foi o efeito de refrigério que aquela soneca fez. Eu foi praticamente uma transformação em mim, toda baixa estamina foi embora, me sentia já revigorado fisico e mentalmente, as pernas estavam com gás novamente.

Ficamos um bom tempo ali até que então resolvemos ir tomar banho visto que a maioria das pessoas estavam fazendo as provas ainda. E lá vai, mais um banho frio revigorador. Depois fiquei conversando naquele final de tarde com algumas pessoas, especialmente do Guepardos, acho, apesar que eu estava querendo fazer um pôr-do-sol mais gostoso que vi alguns clubes e unidades fazerem, mas acabei por não fazendo. Jantei no Guepardos, e, após isso fui para o Omega, pois teriamos a cerimônia de lava-pés; mas nisso encontro o Everaldo e o clube já indo para a Arena, no meio do caminho; pergunto se já tiveram o lava-pés (o que eu achava um certo absurdo ter, naquele campori, como as coisas estavam), ai ele explica que apenas explicou para eles o significado e mais algumas palavras, mas nada de prática.

Então fomos para a arena novamente, a qual foi uma programação mais espiritual mesmo; mas que lembrou muito alguma tradição de ritual católico com os diáconos, anciãos, pastores vestidos com aquela roupa. E ficamos bem próximo, Omega, Guepardos e 28 de Julho, ai fiquei junto do Eliezer; e nisso, a Patrizia, sempre presente, ficou causando em boa parte do tempo (essa sim tem energia de sobra).

E após o evento, que foi acabar umas 23h e pouco, então botar o pessoal para dormir; novamente, muitos foram dormir por conta própria devido ao desgaste fisico. E nessa altura, eu estava também querendo e precisando de um bom sono. Mas novamente, problemas com algumas mesmas pessoas, para dormir (Barbara, Tsunami, Sara e Natalha). Ai ficou eu e o Willian em frente a barraca delas, até terem de fato dormirem e atingirem o segundo estágio do sono; e nessa interpolação foi interessante ouvir algumas conversinhas de barracas - é engraçado, as pessoas acham que estão dentro de barracas com isolamento acustico, quando dá para ouvir tudo do lado de fora! - coisas do tipo "dei um fora hoje", "o flano roubou 2 beijos meu hoje.", entre outros. E nisso tambem nosso lixo foi atacado por um pastor alemão e outros 3 dogs que quase deram um infarto no William, naquela noite fria. E por fim, eram por volta da 1hora da madrugada quando fomos dormir.

Domingo - dia 1 de novembro de 2009
6 horas (5h de sono / total = 13h15 em 3 dias) da manhã e sou acordado pelo vizinho fazendo "barulho" com uma caixa de guerra, surdo, e algum tipo de cornetão. Fiquei bravo, pois estavam era fazendo barulho, nem música era; a intenção era perturbar. Ai eu levanto e acordo quem não acordou ainda, tocando alvorada na conerta; o mesmo faço em outros clubes; e um em especial que me pediu para tocar para uma garota que estava fazendo aniversário, acho que era do clube da Danny; mas faltam notas na corneta para tocar um "Parabens para você", aí toquei uma Marcha Nupcial; o pessoal gostou.

Café da manhã que mal comi. Alias, nessa altura, outro grande problema, pode parecer nojento, mas é que eu realmente previsava "fazer o numero 2", desde quinta não fazia, e eu que estou acostumado a fazer todos os dias. O motivo era a falta de fibra nos alimentos e o psicologico, não sei explicar, mas todo acampamento meu intestino dá uma travada. E isso estava me incomodando, sentia o ventre o pesado, e um pouco enfesado.

Nisso eu, William e o Davis vamos atrás de algum clube com fanfarra, encontramos o nosso vizinho da rua de trás; e ai tocamos um pouco, fazendo o toque da corneta, entre outros; mostrando realmente o que é tocar ao invés de barulho; e os tambores deles estavam desafinados. E ai tambem fui com o William, ou Davis, ou rafa, lá no Clube do Órion, eu os vi fazendo o "Toque de Silêncio" na corneta nas demais noites, e queria aprender e trocar umas idéias; e lá eu vejo um clube exemplar, com as unidades fazendo cantinho da unidade, meditação, orando, fazendo o grito de guerra, logo de manhã. E fico sabendo que era um tal de Marlon o trompetista que manjava; mas estava meio ocupado.

Teve café da manhã, depois arena novamente com muito sol. Sinceramente, pouco me recordo daquela manhã. Mas depois fomos para as atividades. Eu fiquei com a unidade Gama. E pegamos móohh fila na prova de 'nós', e ali na fila estava o Guepardos também, e eu com a corneta; brinquei um pouco de tocar com uns caras que estavam com alguns instrumentos da fanfarra (alias, que zona!); e foi gostoso ali, vários papos, brincadeiras, a Patrizia com toda sua energia tambem estava lá; e acho que ensinei para umas 15 pessoas o principio básico de se tocar um metal (no caso a corneta), a abelinha, e a maioria conseguiu fazer um dó1; porém, teve algumas pessoas, que na cagada, entre outros, conseguiram fazer até o mi2, de prima! - fiquei surpreso. E algumas pessoas até percebi que curtiram, talvez, futuros metaleiros. Aquela garota do 28 de julho também estava na fila junto ao clube, e nisso também fiquei analisando-a, ela de certo modo me chamou muito a atenção (depois faço meus comentários sobre). Na prova mesmo, foi uma confusão (Renan era um dos staffs); a prova não foi como estava escrito que seria (para o qual havia nos preparado), e por fim, a Gama foi mó maus. Dali, fomos para a outra prova, a do Uniforme, que tinha um pequeno rapel de uns 6m de altura. Não lembro qual foi nosso desbravador que participou, falaram para eu tocar algo para animar, motivar etc, ai eu toquei uma marcha funebre, hehe. Terminado, voltamos para area de acampamento; não me recordo muito bem os detalhes dessa hora, mas fiquei um tempinho lá no Guepardos Reais.

Aí, de repente, aparece a mãe da Patrizia e o tio Marino, com um monte de troços, ajudo-a a carregar uma mala até nossa area de acampamento; e logo fiquei sabendo que ia ter bolo de aniversário para a pequena Patrizia (12 anos). Veio também a Paola, uns tios, acho que a vó, e uma prima que eu já havia conversado no orkut (alias, foto realmente engana). O mais embaçado era o calor infernal, o pessoal se acumulou nas sombras, como a que havia na minha barraca, próximo a uma arvore; foi um momento meio contraditório, pois de certo modo, ninguem queria sair da sombra e ir para o sol. Ai a Patrizia some, e depois de mó era aparece, cantamos parabens, e a pedido, começo a tocar aquele toque triste, de despedida; mas sou interrompido ainda no quarto compasso. E o bolo estava delicioso e geladinho; e como um pedaço.

Logo em seguido provas da tarde novamente, e vou com a Gama para a de sinais com bandeiras. No caminho encontro um cara tocando trompete, do Órion, e ai finalmente encontro o tal do Marlon, e fico um bom tempo trocando umas idéias com ele, sobre música, grupo de metais, tanto eu convidando-o para ir na IASD Central de Santo André no dia 19 de dezembro que tocaremos uns arranjos, como ele me convidando para ir no Clube Órion nos domingos, eles ensaiam a banda todo domingo; mas ir para o Brooklin é embaçado.

Fui para a prova com as meninas, fizemos, foi fácil demais. Depois ainda tentamos participar do Cross com outro clube, mas não deu certo. Ai acho que sentei em alguma sombra, ou fiquei conversando com alguem, e fui tomar um banho; peguei um pouco de fila, houve um pouco de tumulto no banheiro, mas nada como um banho frio novamente. E quando sai, em questão de minutos, havia já uma fila enorme, uma multidão de pessoas, para tomar um banho.

No resto da tarde, por momentos eu desejei não ter ido pro Campori, quando observei meio-mundo em rodinhas ouvindo o jogo do Corinthians x Palmeiras no rádio. (inédito, num Campori, nas memórias de minha retina). E naquele momento, peguei minha Bíblia, subi na torre mais alta do portal do Guepardos, e fiquei ali lendo-a, estudando Isaias, como estou fazendo atualmente. Nisso também pude reparar na amiga do Jeferson que estava logo no clube ao lado. Ai passou uma nuvem, que trouxe um leve e rápido chuvisco, depois o Gordon apareceu por lá e ficou tambem ligado no jogo, e na outra torre, algumas pessoas do Guepardos também.

Não lembro os por menores, e de noite fomos para a arena, onde teria a cerimonia de investidura em lideres, e o Fernando Fortini e o Eliezer (filho) seriam investidos em lider. O Omega demorou e sentou lá atrás, eu sai, e fui procurar melhores lugares, fiquei no final da escada com o Gordon, até que os vencedores passaram por ali; depois sentei lá nas primeiras fileiras, bem na cara mesmo, ao lado da Lais (do Tigres do Riacho) e da Micheli do Claudio; e o Lincon filmando tudo (deve ter ficado um filmão!) e a Débora tirando fotos. E a investidura foi muito boa, uma das melhores que já vi, apenas teve algumas coisas estranhas, eles fizeram uma churrasqueira ao invés de fogueira e umas amarras froxas no móvel (depois o Eliezer reclamou dos caras, que não fizeram como combinado); o Jenatas do Riacho também investiu; foi bem emocionante; o Pr. Silvestre e o Nilson estavam presentes (alias, o velinho tinha uma voz, as palavras dele soavam de um modo único, cativante, animador, cheio de poder!), nas palavras desses pioneiros do Desbravadores no Brasil, se via a imagem do Criador, eram de fato, homens de Deus. Encerrado a investidura, fizeram um treco de acender velas (espero que não vire moda) que também ficou parecendo alguma coisa católica. Ai sai e fui cumprimentar, dar meus parabens para o Eliezer e o Fernando (que foi meu capitão, quando eu era conselheiro da Zeta), e ambos estavam fortemente emocionados, abraçando o Jonatas. Nisso também encontro o Italo (ex-Zeta, hoje cursa teologia), e conversamos um bom tempo. Depois houve um 'sermonete'. Após a cerimonia, teve uma cerimonia de investidura de desbravador no Clube Herdeiros do Reino e fui lá presenciar.

Ultima noite de Campori, e eu já imaginei:"Vai dar trabalho para o pessoal dormir.", fora que eu estava com muito receio de pessoas do clube de querer "pular a cerca"; e eu estava com very very very very sono e cansado. Deu mó trabalho, depois ficou faltando a Sara e a Tsunami, por ultimo, que fui encontrar na Arena onde uma região inventou de fazer festa (cada uma!); ai rolou uns problemas com uns staffs que o Rafael e o William (ou era o Davis) começaram a bater boca; ai eu sem saco nenhum, querendo dormir logo, fui atrás de quem resolve, do Everaldo, ele estava dormindo, mas o Carlão estava por lá e se ofereceu para ir, e uns 10min. depois trouxe o pessoal. Ai depois, foi ficar ali até o pessoal ir dormir novamente; enquanto isso ouvi algumas conversas de barraca. Dei uma passada no Guepardos que estava alguns de pé, tomei uma água e fui dormir, por volta das 00h30.

Segunda - dia 2 de novembro de 2009
6 horas (6h de sono / total = 18h15 em 4 dias - Ideal: 8x4 = 24h, portanto dormi 76% do que deveria) e acordo com o pessoal do Orion tocando Alvorada, ai levanto e toco a Alvorada Americana para o Omega, e acordo a maior parte do Guepardos com o Alvorada brasileiro. Naquela manhã não deu mais para aguentar, tinha que cagar de qualquer modo, o banheiro estava zuado, fui lá, e privadas tudo entupido pois acabara a aguá. Ai fui no matinho mesmo. - Quuueeeeeee alivioooooo!!!!! - Fiquei bem melhor após soltar tudo.

Ultimo dia, e eu não estava com aquela coisa "que pena", mas sim mais satisfeito, acho que o sol colaborava para o desejo de chegar logo em casa, ficar na sombra e tomar um banho frio e dormir tranquilamente, fora que ainda tinha uma prova para estudar. A manhã foi rápida, primeiro arrumei minha mochila, pronta para ir embora. Conversei com algumas pessoas; depois fomos para arena, eu imaginava que teria AQUELE SERMÃO final, mas foi aquela coisa "tentou forçar", mas estava faltando algo, e não eram as palavras, nem o método. E o sol estava novamente, detonando pra valer.

Terminou e todos os clubes começaram a correr para arrumar as coisas e a ir para as atividades, eu e o Renato comandamos o clube nas atividades. Primeiro fomos na exposição e foi um dos momentos que eu fiquei mais intrigado e surpreso ao ver a certa disciplina e relacionamento afetivo que ele conseguiu fazer com o clube; não foi ainda aquela coisa, mas eu não esparava. Contudo não sei se outros fatores colaboraram, como o sol, o desgaste fisico deles, ou talvez, por já terem ficado de saco de cheio de ociosidade e não fazer nada com ordem; eu realmente fiquei muito surpreso. E fiquei também maravilhado com a exposição, havia tanta história, tantas experiências ali, tanto suor, tanto sangue, que fiquei com vontade de passar vários e vários minutos ali, lendo as experiências das pessoas, vendo os albuns, os quadros, coleções entre tantos outros, contudo, apenas 10 minutos. Dali divimos o clube, fiquei com a unidade da Ariane, fomos fazer a prova da fogueira e panqueca; o Henry ajudou; pelo menos, no local, houve sombra de algumas arvores; e a fila não tardou; contudo, havia um clube antes, que estavam fazendo "barulho" com uma caixa e bumbu, que realmente irritava. E na prova, o interessante, foi que na hora de jogar a panqueca pela corda, quem diria, ela caiu no chão; eu fiquei espantado quando vi aquela massa de panqueca mal cozida coberta de terra, e algumas graminhas, e as meninas com muita garra comem aquilo. Foi surpreendente.

Depois, de volta ao acampamento, e ai um monte de coisas para carregar para onibus; o fogão, barraca da cozinha, entre outros. Foram várias e várias viagens, percorrendo aqueles 200, 300m, carregando coisas pesadas, debaixo de um sol fulminante; contudo, felizmente, para a minha surpresa boa parte do clube colaboraram para carregar as coisas. Acho que por fim, todos queriam ajudar, ser útil, fazer alguma coisa, ou simplesmente, ajudar para ir embora rápido, pois o sol estava realmente nada hospitaleiro. E nessas várias idas e voltas, eu sempre via a garota lá do 28 lavando as coisas da cozinha na pia. Até que na última ida fui falar com ela, apenas um "oi", me apresentei, nada demais, se não me falha a memória (novamente) o nome dela é Rebeca. Fui até o onibus, deixo alguns quilos da ferragem da cozinha e na volta (era a ultima), ela ainda estava lá, ai conversei um pouco mais, isso, talvez fora uns 2 minutos, até que chegou na area de acampamento. Ai eu fiquei com o Guepardos, conversando um pouco com eles, vendo o que eles fariam com todas aquelas madeiras, pois pisaram na bola com eles; eles levariam tudo embora com eles, mas cancelaram o caminhão de ultima hora.

Após isso, tiro alguns minutos para descansar, fico numa sombra no gramado igrime da arena aguardando o encerramento. Ali, encontro com o carinha que foi investido em Lider Master Avançado, e converso com ele um pouco; é um homem muito simples e humilde, ralou 2 anos para ser investido. E nisso chega a minha corneta, ai fico brincando com ela, depois a Danny apareceu por lá e fico conversando com ela também.

A cerimonia de encerramento demora para começar, mas o sol não perdoava, cada vez mais "fritante", se via no olhar de cada um essa injúria para com o sol. Fui junto ao Omega, numa sombra, e na beira da mata, de repente começo a reparar num formato que via entre algumas folhas, camuflado, e pensei: "Parece com uma cobra." Fico observando, e estranho, pois havia tanta gente pertinho, pulando, e ela imóvel ali. Começo a chegar perto para observar melhor, e vejo várias moscas, e ai eu disse: "Vejam, tem uma cobra morta aqui." Agora não me recordo das escamas, talvez uma jibóia, ou jararáca, ou mesmo, cascavel (mais provavel). Depois percebem que só havia a pele, a cobra havia trocado de pele ali. Provavelmente de dia, ou noite, pois estava muito novo aquela pele, e dava até para ver aquela gosma que fica.

Então eis que a coisa logo começa, um pouco de puxa-saquismo; muito sol, porém ficam enrolando, no encerramento mais demorado que já vi em Campori. Ai nisso eu ficava variando, ora com o Mória, ora com o Guepardos, ora com o Omega (o mais desanimado). Mas não via a hora que acabaria aquilo para sair do sol. Encontro o trompetista lá, e reconfirmo com ele dia 19/12, talvez ele vá antes. O Guepardos pega ouro. O Mória prata. O Omega prata, mas depois o Everaldo vê que esqueceram de pontuar nossa machadinha, e levamos ouro. E ai, então para o onibus, logo, todos estavam lá, nem precisou chamar, apenas tinhamos que aguardar a liberação para ir embora. Nesse finalzinho, me despeço de algumas pessoas que encontrei por ali. Depois, é onibus, e para casa. Tiro uma pequena soneca no onibus, não pegamos transito, e 19h estava já em Santo André, descarregamos o onibus, e aí, para casa.

Comentários e Considerações Finais

Esse campori, minha atitude foi totalmente diferente das dos demais. O campori em si, foi o que menos me importei, não dei a mínima para o padrão que teríamos no final. No momento eu estava, sinceramente, mais por uma busca de sentido, de respostas; me veio muito em mente algumas coisas que desenvolvemos nas aulas de Psicologia da Educação com o prof. Paccheco. Logo, fiquei muito reflexivo, tentando promover um relacionamento afetivo educativo com as pessoas, tentar analisar e perceber o que realmente havia no coração das pessoas, onde eu podia ajudar; quais eram as entrelinhas, o que passava na cabeça de tais pessoas. Ao mesmo tempo, eu reparava, e muito, nos processos educativos que estavam ocorrendo, na atitude, no afeto, no relacionamento das pessoas.

Muitas das coisas observados reservo-as para mim, ou contarei para pessoas em particular. Mas em geral, muitas coisas eram contras. Por exemplo, boa parte das pessoas entre 13 – 17 anos estavam praticamente com o desejo sexual, talvez, não do ato mesmo, mas o de ficar, dar uns beijos, etc. Logo, muitas coisas, conseqüentes, ocorriam em decorrência disso, como a forma como estava o “exterior” das pessoas. Ao mesmo tempo, só houve uma única vez que eu vi uma unidade lendo a Biblia, não sei o clube, eles estavam fazendo o pôr-do-sol no sábado; foram poucos aqueles que pelos seus atos demonstraram ações voltadas para adoração e comunhão a Deus.

Quanto ao território, pouca coisa mudou do ano passado, melhoraram um pouco; contudo, chego a imaginar se não estão aproveitando de mão-de-obra barata, melhor, gratuita; usando de trabalhos voluntários para desenvolver a infra-estrutura do local. Contudo, olhando tudo, você vê e logo pensa: foram 65 reais de inscrição, se foram em torno de 2mil pessoas, logo, o crédito total foram de 130.000reais; mas onde foi parar toda essa grana? Certamente, na infra-estrutura, necessidades básicas que não foi a grande parte; acho que mais, para pagar dividas, talvez o terreno.

Quanto aos eventos no palco. Espero que dessa vez tenha caído a ficha, que o pirotécnico, o sensacionlismo, é momentâneo, temporal. Depois de 3 camporis com “a mesma coisa”, diga-se de passagem: “pessoas vestidas como soldados antigos”, “fogos de artifícios”... o pessoal enjoa, fica anestesiado para aquilo; não mais impressiona. Por fim, a pessoa quer algo verdadeiro, substancial, algo que de fato faça sentido. Creio eu que era o relacionamento educativo afetivo de um verdadeiro espírito e essência do desbravadorismo o que cada um estava ansioso para ser provocado; mas quanto a isso, parece ter tido uma grande decepção, pelo menos eu o tive. Houve menos puxação de saco comparado ao de Barretos; mas mesmo assim, teve bastante. (os desbravadores não estão lá para ver pastor desfilando e ser homenageado). Os sermões tentaram ser ousados e tocar em pontos específicos que vem fazendo parte da vida da atual juventude secularizada; contudo, ao invés de atacar e de se concentrar na essência, na causa, foi focalizar em alguns aspectos superficiais das conseqüências. Não tiveram muito êxito. Normalmente, se está acostumado a ver incríveis sermões em camporis, mas nesse, por alguns momentos foi encher lingüiça.

Contudo, eu vi alguns poucos exemplos, ótimos exemplos. Em destaque para o Clube Órion, eu realmente fiquei impressionado. Um clube que realmente é um clube de desbravadores e não qualquer outra coisa. E o mais curioso, é que não são poucos os que tinham ódio deles, por inveja ou alguma emoção do tipo.

Foram dias onde pude simplesmente dar um OFF nas preocupações da vida da cidade, do futuro profissional, da faculdade, do trabalho, do mercado de ações e opções; respirar. E passei a refletir muito sobre o meu papel nos desbravadores. “Continuar ou não?” “Trocar de clube ou não?” Essas, foram certamente as perguntas que mais me intrigaram. Pois olhando mais friamente, parecia que o verdadeiro desbravadorismo havia morrido na AP, se não fosse ter visto o Órion. Mas e a tendência? Não gosto da palavra “liberal”, acho que ela não significa as coisas direito. Mas veja bem, agora tem até chapinha no campori, geladeira, microondas; é muita comodidade; o verdadeiro sentido do que é desbravador e unidade, em 99% do tempo não se vê, apenas às vezes são relembrados na hora de fazer os ideais e cantar o hino dos desbravadores. E o questionamento continuou?

Também pensei um pouco sobre a vida no interior, o meu sonho de fugir das grandes cidades. É simplesmente espetacular, pois de fato se vive. Viver em grandes espaços abertos, com muito sol, vegetação, sons de pássaros, ar puro; silencio e tranqüilidade. Fora que podia sentar-se no alto da colina, e ter aquela visão panorâmica até a linha do horizonte, de grande beleza, por cadeias de montanhas, vales, florestas, céu estrelado a noite; sem TV, sem luz, sem rádio, sem telefone, sem computadores; é você as pessoas, a natureza e Deus. Sem contar que para tudo o que for fazer se envolve uma atividade física; desde carregar água, andar uns 350 metros até o banheiro, subir e descer a colina; o sedentarismo mesmo praticamente não ocorre. Talvez, por mais problemático que esteja o Clube de Desbravadores, os Camporis, talvez aqui há uma benção, mesmo vendo os cardápios longe do ideal, ainda assim, as pessoas estão um pouco afastadas do luxo do “seu quarto”, tendo que dividir uma barraca com outras pessoas; elas precisam andar, e andar muito, para tudo; acho que seria interessante um dia contar quanto que se anda em média num campori; mas acho que são vários quilômetros por dia; a pessoa bota o metabolismo para funcionar; fica pelo menos longe a TV e computadores (por enquanto, pois nos EUA já...), tem que se carregar algumas coisas; fisicamente, as pessoas saem melhores, perdem peso, queimam gordura, fortalecem os músculos, melhoram o aeróbico, transpiram mais, regularizam mais os horários de refeições, precisam desenvolver uma disciplina e paciência para encarar a fila do banheiro, por exemplo.

Não sei direito o que aconteceu, mas depois da soneca, de sábado a tarde, na sombra da arvore, minha cabeça foi sacudida. Fui despertado, de modo que fiquei, mentalmente ativo como há anos (talvez) eu não ficava. Aliás, após o Campori, foi estranho. Pela primeira vez não tive “ressaca pós-campori”, mas pelo contrário, um extraordinário animo, disposição e vigor físico e mental; de modo que minha mente está um turbilhão de pensamentos, idéias, de animo (desenvolvi cada idéia, alguns irem colocar em futuros posts, mas do tipo, que ontem eu nem consegui dormir direito de tão inquieto que estava minha cabeça). Meu corpo com tanta energia, sem cansaço algum, mas pelo contrário, tanta disposição que hoje eu sai correndo, e para a minha surpresa, corri 14km, e forcei muito, corri pra caramba, dando vários daqueles picos de chegar no máximo de velocidade e resistir pelo máximo de tempo possível; mas com muito fôlego, minhas pernas não se cansavam, pelo contrário, eu sentia-as extremamente leves! Uma sensação única que há anos também eu não vivenciava; não perdi o fôlego, não suei muito, e não fiquei quase nada cansado após; o alongamento estava bom, principalmente nas pernas e ombros.

Por fim, as duvidas com quais entrei no Campori, continuaram. O de mais proveitoso, foram relacionamentos que desenvolvi, fortaleci, criei ali; novos afetos, algumas atitudes educativas que tive e obtive; o de poder ter contemplado o Órion, mostrando o exemplo, quase como os levitas. Por poder ter dado um tempo para a rotina da cidade, no bucólico, apesar de tido dias desgastantes e exaustivos de tanta atividade, trabalho árduo, sol, pouca horas de sono. E também, pelo despertar daquela garota, que me despertou muito a curiosidade, pois parecia diferente de todos os demais, parecia haver alguma luz ali no meio, e agora há o desejo de verificar; não era como os demais, era diferente; o Jeferson me falou boas coisas a respeito dela, que realmente ela é incrível. Na segunda-feira, também tive outras impressões semelhantes, no culto pela manhã, o pastor perguntou quem queria ser pastor, ministro do evangelho (alias, será que a modinha pegou agora, de isso ser ritual de campori?), não vejo muito sentido em falar isso; visto que não precisa ser pastor para pregar o evangelho. Mas nisso, outras pessoas, inclusive algumas meninas do meu próprio clube que eu pouco conheço, de prontidão, de forma séria, se levantaram para tal desejo e propósito de vida; isso me surpreendeu muito; foi quando notei que elas também eram diferentes; no restante do dia, passei a reparar mais nelas, estou profundamente curioso para conhecê-las melhor. Contudo, por outro lado, algumas decepções eu tive, quanto para algumas pessoas, que eu já pensava o contrário, mas que ali, a mascara caiu. O grande questionamento que me assola agora, que talvez esse campori foi o passo inicial é: “Quem será o Evandro em 2010?”, quais serão as metas, planos, atividades? Haverá próximo Campori para o Evandro?


Bem, até o próximo Campori.



Sites com algumas fotos:
Picasa do Rafael
Picasa do Adriano



Notas:
infra-estrutura: 7 (faltou principalmente sombras e arvores estratégicas)
Sanitarismo: 8 (faltou uma boa logística para os banhos, e controle dos vandalismos)
Segurança: 2 (houveram poucos staffs rondando as grandes dimensões do local, e deram total liberdade a desbravadores desgarrados da unidade e sem conselheiros.)
Provas: 2 (foram mais brincadeira do que qualquer outra coisa; nem os staffs sabiam direito. Decepcionante para quem se preparou.)
Área de acampamento: 4 (mau dividida, não arrumaram o terreno, algumas áreas eram irregulares para barraca caso chovesse, o chão irregular com aquelas tartarugas e buracos permaneceram. A logística foi mal distribuída de modo que houve clubes que sobraram muito espaço, e outros que nem mesmo conseguiram “esticar as barracas”.)
Eventos no Palco/Arena: 7 (o que salvou, foi a investituda, foi muito boa)
Musicas: 5 (As musicas orquestradas, trilhas sonoras etc. foram muito boas, os demais, horríveis. Porém, apesar de tudo, a equalização, ajuste do som, as caixas de som, estavam péssimos, chiando, muito alto, entre outros. Foi legal a idéia de colocar o trompete. Mas a bandinha e musicas do campori, péssimas.)
Jornalzinhos: 2 (em geral, péssimo).
Desenvolvimento mental: 1 (ficou a cargo mais do individualismo, o Campori em si, pouco contribuiu.)
Desenvolvimento físico: 7 (as áreas afastadas, e formato do terreno favoreceu ao anti-sedentarismo. Porém, não fizeram um controle da alimentação)
Desenvolvimento espiritual: < 5 (acho que já disse no post)

Bem, até o próximo Campori.

23 setembro 2009

O Lado Negro da USP

Acho que nunca dei muita atenção a isso no blog, mas venho a informar algumas experiências dentro da universidade (USP).

Relembro do ano de 2005, no segundo ano de cursinho, todo empolgado, me inscrevo no vestibular da FUVEST. Sem contar aquele maravilhoso manual que falava sobre a USP, as unidades de ensino, como o IME – Instituto de Matemática e Estatística, além do guia de profissões entre tantos outros. Parecia um paraíso, um outro mundo, uma idealização total.

Me inscrevo e passo com grande folga no curso de Licenciatura em Matemática, optando pelo noturno, para assim poder trabalhar de dia. Pois vamos dizer que não vim de uma família com um planejamento familiar para poder se dedicar com exclusividade aos estudos.

Bem, 2006, primeiro ano, primeiro semestre, e quando vou olhar minha grade de horário, lá estava: Geometria Analítica, com uma das aulas sendo na sexta. Converso com os responsáveis na instituição, sobre a questão do sábado, e a “solução” era conversar com o professor. Bem, a professora era mais uma das que não passava a lista de presença (então não teria problema com faltas), as provas seriam nas aulas de segunda; contudo, eu tinha que me virar com aquilo que perderia na sexta. Bem, primeiro ano, o nível da matemática universitária foi um choque para mim, achei muito difícil GA, pois tanto o professor quanto o livro que seguia, o qual a aula se baseava em copiar o livro na lousa, eram extremamente anti-didáticos. Não consegui acompanhar. E ai tive minha primeira DP.

Confesso que no primeiro semestre eu já pensei em abandonar o curso, devido a todo o idealismo que eu tinha da USP que foi por água a baixo. Talvez até tivesse abandonado, senão fosse pelos excelentes professores que tive em Cálculo 1 e Laboratório de Matemática; que me deram algum sinal de esperança, e que pude ver ainda mais maravilha na matemática, de modo a dizer para mim mesmo: “Vale a pena”.

Para a minha surpresa, no final de junho teve o período de matricula para o segundo semestre, e eu conheci um tal de Jupterweb, o sistema online ( sistemas2.usp.br/jupiterweb/ ) onde se fazia a matricula, e haviam várias opções de disciplinas e horários para se matricular. E então optei por não fazer nenhuma matéria de sexta-feira.

Bem, segundo semestre e foi quando eu percebo que as disciplinas eram uma grande bagunça e que tudo dependia – talvez 100% - do professor que ministraria a disciplina. Em Gravitação, uma matéria de física, tive uma extraordinária primeira aula, que foi um resumo da História da Gravitação; mas foi só. Após isso, o professor se prendeu totalmente a fórmulas, contas, demonstrações, e exercícios, de modo que ele era anti-didático, e se usava coisas que eu apenas estudaria no Calculo 3, como devidas parciais, vetor gradiente; e não foi por menos, que eu mais várias pessoas pegaram DP. Mas novamente, “Calculo 2” e “A Matemática na Educação Básica” me motivaram a continuar no curso. E assim foi meu primeiro ano. Curioso, que em 2008, cursei novamente Gravitação, foi um outro professor, e foi TOTALMENTE diferente do anterior, pois o enfoque foi histórico, de modo a analisar muito as mudanças de paradigmas, identificar o pensamento dos períodos; e a menos parte se tratava de contas; e eu passei. Logo, os professores meio que faziam o que queriam.

Já no primeiro ano entendi porque haviam muitas e muitas pessoas, no noturno, no sexto e sétimo ano; assim como muitas não conseguiam terminar o curso em 10 anos. E porque quando chegava período de matricula, era uma verdadeira correria para “Saber como era o professor”. Era bem simples, se o professor era ruim, que ferrava o aluno, era antididático, tinha uma margem grande de reprovação, então as pessoas buscavam fugir de se inscrever em tais. E ao mesmo tempo, sempre haviam pessoas dizendo: “Olha aquele professor vai dar a matéria tal, se inscreve nela.” Pois os bons professores, aqueles que explicavam bem, ou que você tinha mais chance de passar, eram poucos. E é comum encontrar pessoas do terceiro ou quarto ano que ainda não fizeram Calculo 2. E logo eu comecei a minha lista negra de professores e a branca.

2007, primeiro semestre, e novamente, não pego nenhuma matéria de sexta; mas sem muitas opções dadas pelo Jupter, curso apenas 3 disciplinas (12 créditos). Pego minha primeira matéria da educação (Faculdade de Educação), e era um OUTRO MUNDO, totalmente diferente do IME. E em Calculo 3, não conhecia o professor, mas era um péssimo professor, era totalmente diferente o modo como ele apresentava o Calculo do outro; de modo que ele amava usar GA e parametrizar, não era didático quanto ao seu método; eu não entendia bulunfas, e assim como muitos outros, DP. Bem, no ano seguinte, cursei Calculo 3 com outro professor, que era excelente, excelente mesmo, e eu passei até com certa facilidade e entendo tudo muito bem.

Segundo semestre de 2007 e eu já comecei a me ver apertado pelas disciplinas de sexta, pois algumas, pareciam que para todo o sempre, apenas seriam oferecidas com aulas na sexta. Já tive meu primeiro problema no Jupter, de “falta de opção” do que me inscrever. E cursei 3 matérias, sendo uma delas, Termodinâmica, com aula de sexta. Bem, o professor também não era muito didático, tinha a língua presa, falava para dentro e não dava para entender muito bem o que explicava; mas até que dava para ir. Conversei com ele sobre as aulas de sexta, e ele me disse que a aula de sexta eu poderia fazer no IF (Instituto de Física) com uma outra professora, numa janela que eu tinha; ele falou com a professora e acertou tudo. Bem, vou lá pro IF, e um simples problema, o conteúdo que os dois abordavam eram diferentes; no IME, ele corria com a matéria, já no IF, ia mais devagar, de modo, que no final do semestre, no IF não chegou nem a ver a metade do que se viu no IME; fora do enfoque, exercícios, entre outros, serem bem diferentes. Ou seja, acabou não valendo por nada, não deu para acompanhar, apesar de ter ralado e suado para não pegar DP, peguei. (nisso eu já peguei trauma das matérias da Física). Mas também fiz uma matéria na Educação, que foi tranqüilo.

Primeiro semestre de 2008, faço Estatística 1, pego um excelente professor que já havia pego uma vez; e passo, apesar de ter dado um bom trabalho, pois ele ministrou a matéria do jeito dele, de modo que não se comparava em nenhum livro de estatística, além de usar as próximas denotações e não definir nada. Também pego GA, e uma aula era de sexta, (cedo ou tarde teria que cursá-la); mas peguei um excelente professor, tão bom, que mesmo não assistindo as aulas de sexta, e dando uma acompanhada com um livro, consegui com muita tranqüilidade aprender e passar. Foi uma experiência totalmente diferente do primeiro semestre. Também, como dito, passei em Calculo 3 com um excelente professor também. Outro problema, foi o Jupter, devido a falta de opções, tive que cursar apenas 3 disciplinas.

Bem, em 2007 aconteceu um fato muito chato. Fizeram mudanças no currículo do curso para quem ingressou a partir de 2006. De modo que no segundo semestre de 2007, me matriculei em Geometria e Desenho Geométrico I, com um excelente professor (parecia professor de cursinho), um dos mais badalados do IME. Mas devido a essa mudança, 2 semanas depois, fui automaticamente excluindo da disciplina pelo Jupter, como muitos outros, o que me forçou à apenas fazer 3 disciplinas no semestre. E nessa mudança, também tiraram do currículo uma matéria de computação que havia cursado, logo, ela não prestou para nada, perdi créditos, e tal foi computada como Extra-Curricular, e não obrigatória.

Segundo semestre de 2008, nem preciso dizer o quanto já estava com raiva da perseguição do Jupter. Pego gravitação novamente, que passei, como já disse; Calculo 4, porem com um péssimo professor, não só eu, como muitos não entendiam quase nada – e outro que vinha com aquela história de parametrizar tudo – eu, e muitos outros não foram aprovados. E uma das piores coisas aconteceram em tal semestre, Estatística 2 e Geometria e Desenho Geométrico I (aquela que havia sido excluído) tinham aula de sexta. Conversei com os dois professores. O de estatística era bom até, contudo tratou de forma bem fria meu caso, dizendo que eu poderia fazer as “provinhas” (que seriam dadas de sexta) na outra turma (mas teria q matar a outra aula de geometria para isso); além, de ser muito diferente (inclusive as notações e método de fazer as coisas) do que eu havia aprendido em Estat. 1. A disciplina de Geometria, foi pior ainda, pois o professor não tinha muita expressão nem didática, mas era uma pessoa de um coração imenso; mas devido a perder as aulas de sexta, e metade das outras aulas por causa das provinhas de estatística; eu me perdi de modo tamanho, que houve casos em que cheguei na aula, e eram provas (e eu não sabia que teria prova em tal dia), ou mesmo aconteceu de eu perder prova de geometria, sem saber, enquanto fazia provinha. E por mais que me esforçava; foi o meu pior semestre na USP, com 3 DPs, em Estat. 2, Geometria, Calculo 4; apenas passei em Gravitação.

Foi o meu pior semestre, eu fiquei muito furioso, com raiva da USP, uma raiva bem profunda. Além da burocracia que foi para aprovar o meu estágio, de modo que quase que o perco. Aliás, com tais reprovações, não seria mais possível terminar o curso de 2010 de modo algum, do mínimo, 2011. Foi um bom período no qual fiquei pensando: “O que vou fazer?” Nessa altura do campeonato, já conhecia e via no IME, muitas pessoas que estavam no sétimo e oitavo ano! Pois também entrou um tal de “Período Ideal de Matricula” no Jupter, de modo, que para quem pegou DP, ficou atrasado, entre outros, passou a se ferrar de vez na hora de fazer matricula.

2009, começou com a pior mierda possível, quase sem opção nenhuma para escolher do que cursar; nada batia; fora o período ideal de matricula, que estava me amarrando. De tal modo, que fiz 2 optativas (1 FE e 1 IME) e 1 obrigatória; porém, felizmente, todas foram com excelentes professores. O da FE o melhor até então, que eu tive na história; que meu cargas novas de animo e determinação para ir até o final.

Segundo semestre, e lá veio todas as DPs para se fazer de novo. Senão amarraria ainda mais o curso. Pior, jupter dessa vez me limitou de vez; de modo que apenas me matriculei em 2 matérias, outros 2 fiz requerimento, mas em POEB não foi aceito. Pois só ofereceram uma turma para Quarta a noite (o dia da Educação, para os cursos noturnos de matemática), para toda a USP; e ai se inscreveram dezenas de pessoas a mais, do que o Jupter permitiu. Fui na primeira aula, e o professor falou sobre esse constrangimento do Jupter, que deveria se chamar Era (a mulher de Jupter na mitologia, pois perseguia seus filhos), por perseguir e querer acabar com a vida dos alunos. Estatística 2 e Álgebra Linear, não tive opção, ambas tinham aula na sexta; contudo, conhecia jah o professor de Álgebra, foi com o que passei em GA. Calculo 4 então, apenas abriram uma única turma, um único professor (não tinha como fugir).

Além de serem 3 matérias bem difíceis, o professor de Calculo dá certo medo, não há aquela afetividade com o aluno; e estranhamente marcou suas provas para os dias em que cai a primeira aula. Ou seja, essa semana tivemos a primeira prova, e um amigo meu, devido a sair tarde do trabalho e o transito que não colaborou com as chuvas em São Paulo, chegou às 20h30 na USP e perdeu a prova (começou as 19h20 – 20h45), e ele me disse que acha que vai trancar Calculo 4. Bem, interessante, é que esse amigo, é mais um que pegou DP comigo em Calculo 4 ano passado. Já Álgebra, estou até que conseguindo ir; gosto de trabalhar na linha das matrizes, e o professor é excelente; contudo, a sua P1 foi marcada para uma sexta, conversei com ele, e ele me permitiu fazer com outra turma numa terça. Contudo, para isso, eu tive que matar uma aula de Estatística; o que complica visto que só vejo as aulas de terças. Porém, felizmente, a professora de estatística tem uma excelente didática; o pior mesmo é ter que compensar no estudo do livro (é um livro que explica bem, mas muito no blábláblá, e o torna cansativo com tantos textos e páginas), e ao mesmo tempo, não ver as aulas de sexta, pois realmente ela explica muito bem.


O que me chama a atenção aqui é a idéia de alguns professores tem quando explico o motivo pelo qual não vou na sexta, de guardar o sábado e tals. Alguns encaram isso como “Esse aluno está arranjando desculpa para não estudar, para não vir para a USP, para não assistir aula e passar; e ficar se divertindo com a sexta a noite.” Pois de fato, conheço pessoas, inclusive adventistas que fazem isso. Fora, que mesmo na USP, há um pessoal cabular aulas de sexta, para ir em alguma festa na ECA, ou beber. Não preciso me defender sobre isso, quem me conhece sabe, não tem nada a ver, não é preguiça, não é comodidade, não é querer dar uma de espertinho. Fora que sexta, sábado e domingo, talvez sejam os dias mais atarefados que tenho; de modo, que sobra pouquíssimo tempo para eu estudar nos fins de semana, ao mesmo tempo, felizmente, é quando, consigo relaxar um pouco das atividades estressantes da semana.

Mas minha revolta em questão se está quanto a USP, se de inicio, se em 2005 naquele material para se inscrever no vestibular, informasse que no IME:
  • São poucos os professores bons (em questão de notória, didática, afetividade...);
  • Que tirar um 5 (média) é encarado como um 10;
  • Que dificilmente você encontrará alguém que não pegou nenhuma DP;
  • Que no noturno, a maioria demoram mais de 5 anos para se formar;
  • Que matemática e física são os cursos mais difíceis da USP, com maior numero de desistência e pessoas que traçam; assim, também, os que mais têm vagas remanescentes;
  • Que a metodologia de avaliação é você se sacrificar gastando horas fazendo listas e se matando para tirar uma nota nas provas; e que isso, no final, vai depender do exercício que o professor colocará na prova; de modo, que um exercício, uma Integral, uma primitiva que você já quebrou a cabeça para encontrar, mas não encontrou, pode fazer seu semestre todo ir por água abaixo;
  • Que se você sair da linha, o Jupter vai te perseguidor, cada vez mais arduamente até o final do seu curso;
  • A facilidade, dificuldade ou impossibilidade de passar na matéria vai depender muito do professor que você pegar;
  • Que muitas pessoas não terminam a graduação em 10 anos;
  • Que 90% do que você vê, você nunca vai usar na vida, principalmente para lecionar aulas de matemática (a menos se for prof. universitário)
  • Que os serviços administrativos na USP têm uma burocracia e lerdeza que te deixa extremamente enraivecido. (“Assine aqui e volte daqui 15 dias para ver se já está pronto.”)
  • E as greves então...

  • Bem, talvez eu tivesse pensado 2 vezes antes. Ou então, escolhido cursar logo de manhã e tentar ficar sendo bancado pelos pais, até completar o curso em 4 anos. Se fosse isso, este ano eu já estaria me formando.

    Isso para não contar, as horas de transito e viagem, todos os dias para chegar até a USP
    Interessante que tenho um amigo no mestrado na medicina, e outro no doutorado da matemática, e que reclamam pois os tutores deles estão enrolando-os; o que era para demorar 2, 3 anos, já está no terceiro, e com cara que irá mais 1 ou 2 anos..

    Contudo, para quem reclamarei? É publico, logo, quem liga?

    31 maio 2009

    Dia de Balanço

    Olá, meu caro(a)

    Ainda tenho que fazer 2 relatórios então serei breve.

    Primeiramente, agradeço de forma muito especial a todos que me parabenizaram, que demonstraram que no fundo, possuem – ainda – alguma consideração para com este desprezível homem.

    É um dia inevitável na vida, ele chega, e aquelas pessoas que sabem do dia do seu aniversário, ou aquelas que de repente viram “um amigo desconhecido” no Orkut como aniversariante do dia, sempre vêm com aquelas benditas frases e mensagens:
    - “Parabens!”
    - “Felicidades!”
    - “Que Deus isso e aquilo na sua vida.”

    Não é uma desconsideração para a sinceridade, vontade e consideração para cada um, sobretudo de meus pais, familiares e amigos próximos. Mas tenho que admitir, essas palavras muito me ferem. Ferem porque ao olhar o histórico do último ano, NADA, NADA, NADA, vejo do que posso dizer: “É Evandro, parabéns, finalmente você fez algo de bom.” Muito pelo contrário, vejo um inútil, medíocre, que na grande maioria das vezes é um hipócrita com a própria humanidade e que tem vergonha de propor a si mesmo e os valores que acredita , os quais encontrou, para as outras pessoas; subjugando que elas não verão o sentido desses valores e que agirãoindiferentes a tais. Quase que uma pré-indisposição para um verdadeiro relacionamento educativo.

    Quando alguém me deseja felicidade, logo eu penso que isso quer dizer eu tomar as decisões certas na vida, ser ousado quando necessário. Mas toda vez, neste dia, talvez seja o dia que eu mais olho para mim mesmo, mais eu olho para o Evandro; e mais dou conta, que esse desperdiço de espaço x tempo não vale um centavo. Não é porque muitos são hipócritas, pois dizem para ser feliz mas não estão nem um pouco interessados em provocar isso; mas essencialmente, porque a felicidade individual depende exclusivamente da minha atitude individual.

    Poderia dizer várias coisas que alguns diriam ser conquistas que aconteceram nesse último ano; o excelente estágio, novas amizades, os x livros que eu li, novas coisas que aprendi... Mas ao meu ver, todas essas coisas são vaidade. Cedo ou tarde, essas coisas perecem, minha vida perece. E a pergunta que fica é quanto ao que deixei de bom, o que produzi de bom, o que eu plantei de bom na humanidade? E ao olhar meu histórico, vejo casos, casos os quais minha emoção clama para que sejam verdade clamando: "Evandro, aceite que isso foi algo bom."; querendo assim uma autopiedade, uma autoaprovação, um certo tipo de autoconsolo; mas que não passa de um engano.

    Apesar de também não gostar das cadeias da formalidade nesse dia; na qual você fica prezo dentro de certas expectativas e coisas básicas que a família entre outros querem fazer nesse dia... me entristece o fato de receber crus palavras ao acaso no orkut; muitas, por pessoas que mau olham no meu rosto, mal conversam comigo, mal respondem e-mails, ou mesmo ligam. Pois aqui estou eu, no meu aniversário, sozinho em meu quarto, na frente de uma tela de computador sem vida. - Egoista, reclamando de si mesmo, enquanto pessoas sofrem ão possuem um quarto onde refugiar-se do frio. Talvez, porque tudo que meu coração mais anseia nesse dia não são essas frases, e de fato, não o é, não é receber um “parabéns”, “felicidades”, “muitos anos de vida”; nem um ‘scrap’ de 3 linhas; mas sim as palavras não ditas, cartas do fundo do coração, histórias, reconhecer o que significou para cada pessoa as experiências que passamos juntos, o que aprendemos; e talvez, nessas entrelinhas encontrar algum traço verdadeiro da minha humanidade, e de algum fato pelo qual posso dizer “Que maravilha Evandro, você foi usado para fazer isso, que algo incrível, extraordinário." "Que maravilha Evandro, alguem abriu da própria experiência, da própria vida para com você. E isso é de um valor inestimável.”

    Aniversário do Evandro, é um dia em que este ser não espera por palavras de comodidade para o incomodo, de anestesia para a vida. Mas o dia em que o Evandro mais esperava a provocação, o dia em que o Evandro mais esperava as palavras de sinceridade, a repreensão dos sábios, os convites a sabedoria, a maior busca e expectativa de produção deste. Um dia em que o Evandro esperava rasgar o véu da cegueira e que os outros, talvez, lhe dessem esse presente; mas quando tudo o que vê, é um véu diferente, agora, com outra cor, e outro número, e a mensagem: “Parabéns, pois esse é o vigésimo terceiro véu.”

    E ao encerrar esta, agradeço a cada um que olhou, que falou, que me mandou uma mensagem, seja por onde for, comunicou-se comigo; e mesmo aqueles que no fundo do coração parabenizariam, mas não sabiam que hoje era essa data. Agradeço porque vocês estão vivos e ao olhar para essa vida, dou conta de que ainda resta alguma vida em mim, pois enquanto este coração bate, ainda se há um raio de esperança. E tais mensagens me anunciam toda essa realidade; pois fazem a ferida doer. E como fico grato, por ainda sentir dor. De modo algum, quero que olhem para o Evandro nesse dia. Mas se há um pedido de aniversário neste dia, que eu faço, e gostaria que se realizasse, é compartilhar com você esta “carta de aniversário” que eu recebi, escrita há uns 100 anos. Isso me provocou muito e mudou a forma como estava a encarar este dia.

    Carta de Aniversário


    E assim, que o dia 31 de maio, não seja o dia em que a Terra parou por causa do Evandro, mas que acelerou.

    26 fevereiro 2009

    Acampamento de Carnaval

    Sexta-feira
    Na quinta já havia arrumado o principal da minha mala - melhor, mochila cargueira de 85L. De modo que pouca coisa ficou faltando para terminar pela noite. Visto que não seria um acampamento móvel (ficaríamos fixos no local, ao invés de ficar tendo que carregar as coisas para lá e para cá), não me preocupei com peso, colocando quase uns 16kgs de carga na minha. Sendo que o que mais pesou foram os sacos de dormir, cordas e rede.

    Às 8h30 chego à Central, local onde sairia o ônibus e tudo mais. E logo de cara fiquei espantado com o número de crianças que iriam acampar; muitas delas, não eram desbravadoras (investidas) e muitos deles, pelo menos uns 15, eu nunca havia visto na minha vida. Praticamente tudo já estava carregado quando cheguei, de modo que só foi colocar a minha mochila, e dei o case com meu trompete para o Carlão levar de carro (ele iria à manhã seguinte, estava ainda com certo receio de levá-lo, e a segurança que o local ofereceria para tais coisas de grande valor).

    Em torno das 10h chegamos ao local - se não me falha a memória. No local o sinal de celular não pegava ("CLARO que você não liga"), apenas Vivo pegava bem, e TIM, com um pouco de sorte. Primeiro descarregamos a cozinha, equipamento para tal, fogão, comida e suprimentos; e depois as bagagens. O Carlão e o Davis já haviam ido de manhã para montar as barracas. Ao perceber a quantidade de pessoas, em torno, de 118, e de barracas, em torno de 20 (6 pessoas), e de malas (10 Toneladas); logo pensei que ficariam muito apertado as barracas, muita gente, muita bagunça na barraca (algo que não aceito, fora da minha ordem - perder coisas, ou zuar outras). Então fui logo procurar dois troncos para amarrar a rede e ali dormir. Encontrei um ótimo lugar na pequena colina que havia atrás da área de acampamento, e ali coloquei a rede, fixando-a por meio de nós escotas mordidos e de voltas da fiel duplos nos troncos. E também improvisei para prender minha mochila na altura ali, para não ficar no chão e assim, possíveis animais e aranhas entrassem nela com facilidade. Já coloquei meu saco de dormir nela e tudo pronto para ir dormir. Mas antes fui reconhecer um pouco mais o local.

    Bem, realmente, se tratava de um clube (Clube de Campo São Camilo - da Universidade São Camilo). Então havia uma baita infraestrutura, ruas com concreto... muitas construções, várias enormes piscinas, cozinhas, teatro... era enorme, um lugar com muita comodidade. O que ao meu ver já era um imenso problema, pois acampamento de Desbravador deve ficar ter por direção o acampamento rústico na mata, e não o hotel 5 estrelas na cidade. A área de acampamento ficava num campo de futebol na parte mais alta, e sem iluminação local, mas que era afetado pela iluminação das demais construções. Era um local repleto de imensos aracnídeos. Logo encontrei o Elcio e o Elton no teatro arrumando a mesa e caixas de som e o telão. Ajudei-os, quando percebi que haveria necessidade de um computador ali. Então liguei para o Carlão passar em casa pela manhã e trazer meu laptop.

    Eles iriam dormir ali mesmo, tinha um local mais ao fundo do palco, era colocar o isolante no chão e dormir. Apesar do desconforto de dormir no chão duro (na terra é mais macio, ou na rede que é mais ergonômico); pensei em dormir ali também, pensando na segurança do trompete e do notebook que chegariam no dia seguinte. E sendo aquela, a primeira noite, o pessoal estaria muito eufórico, barulhento, e provavelmente eu não conseguiria dormir ali na rede, talvez ficasse bravo, irritado, e fizesse grosserias para o povo ir dormir. Então, para evitar isso, decidi pegar a minha mala, o saco de dormir e ir dormir ali mesmo.

    Nisso eu já havia encontrado o Davis e presenteado-o com o saco de dormir Natuika Viper. E depois de tudo certo, fui dormir, por volta das 00h30; após, ficarmos um bom tempo cantando quarteto em acapela, eu, Renato e o Elton.

    Obs:
    - Ficou faltando fazer abertura.
    - Ficou faltando fazer uma reuniao geral falando das regras, normas e punições que haveriam no acampamento.
    - Ficou faltando fazer uma reuniao com os conselheiros e outra com diretoria.
    - Ficou faltando determinar a o Toque de Silêncio


    Sábado
    6h30 acordo, e já noto que muitos desbravadores estavam acordados e zanzando pela rua que faz a ligação dos banheiros e da área de acampamento (e sem os conselheiros). Também percebo que meu isolante térmico estava molhado por cima, e percebo que era meu suor. Aquele saco de dormir realmente era quente, Nautika Mummy, e ele tinha aquela propriedade de jogar o suor, a água para fora, por dentro estava 100% seco. E como notei que a maior parte já estava acordado - aliás, mal durmiram - nem toquei o alvorada. Pois também o Carlão não havia chegado.

    Às 7h30 teve uma pequena reunião, de modo que alguns chamaram de abertura, mas que de fato não foi. Não houve apresentação de unidades. Não houve os ideias, não houve o hino dos desbravadores. Não houve asteamento de bandeiras. Nada. Apenas o Everaldo falou sobre o como seria o sábado; enfatizando, principalmente, que não teria piscina. Só de noite que teria quadra.

    Quase 8h ele[o Carlão] chega, então arrumamos o que faltava. Liguei o pc com o projetor e ajustei a tela. Mas nem eu, como o Elcio chegamos a comer; pois ficamos arrumando os detalhes do som. O culto começou então fomos comer um pouco na cozinha; um pouco de leite e pão, mais um monte de mamão.

    Voltamos para o culto, o Jean estava fazendo o sermonete. Porém, logo percebi a dispersão que havia; a falta de espiritualidade dos desbravadores e de muitos supostos conselheiros (alguns que surgiram como de última hora, mal sabendo o que de fato o é). Muitos querendo sair do local, então fiquei mais como um staff, reagrupando as ovelhas e não deixando-as escaparem. Contudo, os indicadores e sinais, não eram nada bons, em geral.

    Após, o cantinho da unidade. O Elton e eu explicamos como seria o preenchimento dos dados da planilha de controle de unidade. Sendo que muitos pareciam ter ficado perplexos e assustados, com certas informações ali, que pareciam novidades ou absurdas; sendo que, na verdade, são padrões para um Clube de Desbravadores. Porém, a forma como isso foi encarado pelas unidades - maioria - fora lamentável.

    Depois então teve o almoço. Não me recordo muito bem dos detalhes desse período. Lembro que após a refeição. Fomos par ao teatro, onde ficaram algumas unidades, como a da Gama treinando a peça que fariam no JA. Eu, o Elton e Elcio inventamos um toque simples para fazer no trompete, trombone e sax tenor; que seria usual em tal apresentação. E também ficamos tocando várias músicas; ora na partitura do Hinário, ora de cabeça e ouvido.

    Então, eu e o Rafael fomos até a clareira ver o local do Fogo do Conselho, recursos que haviam, e fomos ver uma trilha que havia por ali. Era uma antiga trilha para um carro pequeno, porém abandonada. Em vários pontos com troncos e árvores caídos pelo caminho, mato alto; e muita, muita, muita muita MUITA MUITA aranha e teia. A cada 1 metro havia uma camada de teia na trilha, e teias enormes aquelas do tipo (Senhor dos Anéis, na passagem para Mordor); e com aranhas também enormes; era uma maior que a outra. Não eram tarântulas, a maioria eram iguais, algumas chegavam a dar a palma da minha mão, em tamanho. Estava dificil avançar. Não levamos equipamento, nem roupa apropriada, de bermuda, camisa, eu com bota pelo menos, o rafa de chinelo. Sem facão. Pegamos algumas varas pelo caminho, e com elas fomos retirando as teias e limpando na medida do possível o mato da trilha. Ao todo foi em torno de 50min, 1 hora de trilha. O interessante é que fomos indo sem saber ao certo o caminho, onde daria e tals, mas queríamos chegar lá. Eu tinha idéia de como eram as redondezas e limites pelas imagens de satélite. Mas no meio do mato fechado, sem uma bússula, não adiantava muito. Tinha uma boa súbida, de altura, eu diria uns 250 - 300 metros, duração e dificuldade pensando na idade e experiência dos desbravadores - em maioria. Quando chegamos no fim, saímos atras do local onde eu havia colocado minha rede. Ou seja, era um local perfeito para a trilha que eu imaginava fazer com os desbravadores para chegar no local do Fogo do Conselho.

    Chegamos e o JA já havia começado. Mas ainda deu participar da peça e tocar. E sabe, foi legal. Fizemos o toque apenas 3 vezes. Na primeira, o Elcio entrou atrasado com o sax. Na segunda, o Elton fez uma nota errada na hora da harmonia, e na terceira, eu fiz no tempo errado a nota da harmonia. hehe.. mas ficou legal. Ainda mais que o teatro tinha uma acústica muito 10!!!

    Após, eu Rafa e o Davis fomos já preparar a fogueira para o fogo do conselho, depois o Renato chegou. Separamos algumas madeiras; a maioria úmida e molhada, pois havia caído uma chuva durante boa parte da tarde. Mas conseguimos fazer uma mecha seca e acender o fogo, e então, queimamos um pouco de madeira até criar uma boa brasa... colocando algumas madeiras em volta para secar, mas não queimar, que durasse até mais tarde, quando haveria o Fogo do Conselho. Isso, já era em torno das 18h40; então voltamos cantando em acapela uns quartetos.

    Um banho, alias, haviam 2 chuveiros quentes. E percebi, que parecia apenas ser o Evandro o que tomava frio. Teve uma janta questionável quanto a qualidade dos alimentos e nutrientes, dentro dos princípios. E então, dado o pôr-do-sol, e sem um culto de pôr-do-sol, até onde soube, a galera foi para as quadras jogar futebol, volei, e coisas do tipo; outros para o parquinho; outros, à toa. Demorei um pouco, mas ainda cheguei a tempo de jogar um pouco de futsal. Mesmo descalço, e há muito tempo sem praticar; ainda consegui fazer algumas coisas, e percebi que ainda tinha mais noção do que os demais... ainda bem, que não sou mais um torcedor de futebol; pois parece que as gerações estão cada vez pior. Sem dribles objetivos, mas dribles que visem zuar (mostrar-se), sem visam de jogo, sem toque de bola, sem coletivismo, sem saber tabelar e marcar; porém, digo isso, entre aqueles, que sei que jogam bastante (tempo) futebol no dia-dia.

    O Fogo do Conselho
    Por volta das 22h encerra o tempo para tais atividades. Rapidamente, vou até o banheiro e apenas tomo uma ducha para retirar o suor. Então o pessoal é colocado em forma, após uma boa demora, pois estavam um pocado agitados ainda; falo com os conselheiros e os capitães (quando os superiores, ausentes), dos procedimentos de como seria o Fogo do Conselho. Sendo que o Everaldo, em especial, estava muito cansado, e até mesmo me pediu para abreviar um pouco as coisas. Bem,
    a essas horas, o Rafael e Davis já haviam ido ao local para reinflamar a fogueira com as brasas que ainda deveria haver; para que ao chegar, já estivesse com uma certa intensidade de fogo. No caminho, logo que sai da rua iluminada, e começa a pegar a estradinha de terra e grama alta, mais escura, o pessoal já começa aquela agitação desnecessária de gritaria e frescuras.
    Uns 3 minutos de caminhada e dou a Primeira Ordem - em unidade, as pessoas fariam agradecimentos e orariam por tais -, porém, alguns ficaram um tanto dispersos, por falta de uma atitude de lider na unidade, ou a falta desses, ou por chegarem atrasados, ou por não entenderem ou compreenderem o sentido e propósito do fogo do conselho. É feito, e a caminhada continua, mais uns 3 minutos, e a Segunda Ordem - todos, cantariam "Um Vaso Novo" - a coisa rolou, o problema, é que houve uma certa confusão, eu, à frente, puxei uma versão e no fundo, puxaram outra; mas principalmente, nessa parada, parece que em geral, houve um maior êxito em o pessoal encaixar as coisas. Continuamos a caminhada, e inicia a subida da colina, uns 4, 5 minutos depois, soo a Terceira Ordem - em unidade, se fariam pedidos e uma oração especial de consagração pelo Fogo do Conselho. De inicio foi um momento complicado, algumas pessoas e unidades, estavam longe de levar a coisa realmente a nível de respeito e importância merecida. Mas após algumas duras direcionais, até que melhorou. E nesse momento, faço uma dupla com o Elton, no qual falamos algumas coisas; e em especial, relatei um pouco do desapontamento que havia, para o que estava ocorrendo. Então, uma pequena; e ultima subidinha; e chegamos ao local, a clareira onde estava a pequena fogueira já acesa.

    O pessoal ficou um tanto inquieto enquanto se acomodavam em torno da fogueira, alguns sentavam nos troncos, outros no chão; mas boa parte, com receio de sentar na grama, ficaram em pé. Estavam um poucos inquietos e dispersos. Peço para o Everaldo fazer uma pequena introdução, explicar o que era um Fogo do Conselho; pois o pessoal respeitavam mais ele, e assim, haveria mais exito em controlar os animos. Para a minha surpresa, o Everaldo falou pouco, objetivo e suficiente, de modo, que atingiu perfeitamente. Em seguida, eu fiz uma oração de invocação, cantamos "Canção da Vida"; então, a Sheila deu testemunho de algo que ocorrera com ela - interessante, que o modo como ela contou, é como se já houvesse passado por muitos Fogo do Conselho na vida. A reverência era praticamente plena, a maioria do que inicialmente estavam com frescura de sentar-se na grama, a essa altura já estava sentados; outros, já até mesmo começavam a cochilar; o nível da adrenalina já havia normalizado; em 95% reinou um santo silêncio e atenção. Após a Sheila, o Elton, entrou com o sermão, baseado no livro "Caminho A Cristo"; um pouco mais longo que o que se está acostumado de se ver em tais momentos; houve umas aparentes 3 conclusões; mas em nenhum momento deixou de ser produtivo, bom, edificante. Porém, o que ficou faltando, foi realmente, haver a sequencia nos demais Fogo do Conselho (o que era o planejado). Ele fez uma daquelas ações comuns de se ver, de jogar algo na fogueira, simbolicamente. E após, uma oração final.

    Acabou, mas eu, o Rafael e o Davis ficamos no local; aquela coisa do pós fogo do conselho. Iriamos ter que apagar o fogo mesmo. Mas antes disso, conversamos bastante, sobre algumas coisas da vida. Falamos algumas coisas que gostariamos de compartilhar um para com o outro. Fizemos alguns pedidos e agradecimentos e depois oramos. Então, apagamos a fogueira.

    Voltamos para a área de acampamento, era em torno das 00h35. Não me recordo de ter enrolado muito para ir dormir, apenas tem aquele periodo bem desconfortavel, inicialmente, para se posicionar o corpo acostumar a ficar deitado no chão, para dormir. E enquanto isso, o Carlão estava preparando o jornalzinho do acampamento no pc. Creio que era umas 00h30 quando fui dormir.

    Nota:
    - No dia, o que de fato ficou faltando foi o enfoque espiritual
    - Se viu claramente os alicerces moles da maioria das unidades
    - Pude identificar melhor os intuitos de muitos ali, especialmente dos novos
    - Problemas especialmente quanto a modestia no vestir

    Domingo
    Confeço que acordei várias vezes durante a noite, até mesmo para passar repelente devido aos mosquitos; e para proteger-me da luz. E outras vezes, olhava, para fora e via que ainda era noite e voltava a dormir. E assim, acabei acordando um pouco mais cedo, 6h50. Depois de notar que dormi ao lado de um aracnideo enorme, a poucos centimetros da minha cabeça, e brincar um pouco com ele. Fui lá tocar o Alvorada; sendo que, diria eu, 30 - 39% do pessoal já estava acordado aquelas alturas. Mas mandei ver, pro pessoal acordar. E logo em seguida, o Elcio soltou o Carmina Burana no som; com tudo... mas o volume ficou tão forte onde ele estava que ele diminuiu, aí no acampamento, de repente o som sumiu.

    O Elton havia voltado para a cidade, tinha que ir na USP ver os ratos do seu mestrado. E passou-se uma manhã sem haver meditação. Nem 9 horas, e lá vai o Evandro jogar futebol na areia com a galera. Depois de um bom tempo no gol, vou para linha, e num maravilhoso lance, quando cortei limpando dois jogadores ficando numa ótima posição de chute, na hora que desço o pé, instantaneamente um carinha do outro time coloca o pé na frente da bola, e eu acerto o meu dedão em cheio o pé dele; com tal força, que fez um alto barulho do meu dedo se torcendo e estralando fazendo "Plac!", o golpe foi tamanho, que foi quase como uma rasteira, fazendo-o cair de costas; mas evitando o gol. rs Logo pensei: "Lá se foi meu dedo!" Dei uma olhada para ver se não havia quebrado, e quando notei a gravidade do meu pé (o outro apenas reclamou um pouco de dor)... eu quase não senti dor - ainda mais quente - mas o dedo ficou duro e um pocado inflexível... logo corri até a cozinha, peguei gelo e fiquei uma meia-hora passando-o no dedo, o qual inchou; e doia para dobrar. Nisso, deu 10h - ora de piscina. Pouco liguei para o pé... dava para andar mancando... e fui.

    Após uma deliciosa ducha fria, água... dentro da água pude perceber melhor como estava dolorido o dedo. De modo que nem conseguia usar a perna direita como de apoio; mas pouco liguei para isso, usei pouco as pernas e mais os braços. Notei também como fazia tempo que eu não nadava (1 ano exatamente); e estava sem ritmo, sem folego e sem musculatura no braço, para conseguir fazer 100m na piscina olimpica. Mas foi indo e indo; com o tempo fui pegando melhor o folego. Num certo momento, o pessoal pegaram os colchões infláveis, e usaram de bóias... então montamos equipes (4, 4 bóias), de 3 pessoas cada; na qual iamos remando com os braços e o ultimo ia na perna... apostando corrida para fazer de uma margem a outra. NA primeira e segunda fui no braço... já na terceira, com eu atrás na perna, Elton Silvia e Elcio na frente no braço; hum, fomos com tudo; no final teve até uma disputa mas ultrapassamos e vencemos. Mesmo sendo o bote mais pesado.

    Um almoço. E eu no jeito como devagar... quando terminei faltava pouco para a piscina. Sendo que antes disso, fiz algumas coisas no som; fui ver as meninas jogando handball. Além de conversar com algumas pessoas, como a Patricia. E depois, mais piscina. A qual por volta das 16h saímos, para ir preparar a fogueira. E sem poder andar muito bem, fiquei mais na clareira... mas não deixei de ir até a trilha onde haviam uns pinheiros tombados e coletar uns gravetos e isca para uma boa mecha. Com a ajuda do Rafael e do Davis, logo conseguimos uma quantia bem legal de madeira para a fogueira. Tentei acender o fogo com a técnica do Prumo, usei uma casca grossa e larga de palmeira seca, joguei algumas brasas, e comecei a fazer o atrito girando um pequeno pausinho que na noite passada estava sendo queimado; o problema é que era torto e pequeno, mas foi o melhor que consegui na hora. 10 minutos tentando, e consegui aquecer o negócio para uns 50, 60 graus talvez. O ideal, para formar uma brasa é por volta dos 270, 300 graus. Faltou eu arranjar um pedaço de madeira maior, que desse para girar melhor e mais regular, pois toda hora ao girar, ele escapava do orificio original. Desisti, precisava de fato de uma madeira maior e mais regular; e provavelmente de um arco, podendo usar a tecnica do Arco e Prumo, que tornaria muito mas fácil e rápido. Acendemos o fogo para fazer uma brasa novamente, já por volta das 18h. Aí, então pensei em aproveitar para montar uma boa estrutura em piramide em torno da brasa, para esquentar as madeiras; pois ameaçava chover, e elas não estavam tão secas assim. Então deixamos lá para secar. Aï, após feita a estrutura, como tinha uma palha, grama e chumaços pela clareira; formos pegando-os; e tampando lateralmente a estrutura da fogueira, apenas deixando uma abertura em cima para a fumaça sair, e embaixo para entrar o vento que alimentava a brasa; e conservar o calor interno, e também proteger o máximo possível da chuva. Ficou muito 10, era a primeira vez que havia feito algo do tipo, mesmo fazendo fogueiras desde criança, os 7, 8 anos. Faltou tirar uma foto. Já por volta dás 18h15, haviamos encontrando uns troncos de eucalipto grande e de bambu. E então, tive a idéia de aproveitar e fazer uns bancos a mais ali para o pessoal do clube, a noite. Encontramos um mastro feito pelos Escoteiros jogado num canto da clareira, com bastante sisal velho; reaproveitamos, e com um pouco de criatividade, fizemos 2 bancos, para umas 15 pessoas; também pegamos várias toras de troncos largos, e posicionamos em volta, de modo, que no total, aumentou pelo menos 25 lugares; mais o que havia, 45, 55 pessoas podiam ficar sentadas, sem que fosse na grama. Nos últimos minutos, já estava bem escuro, e sem lanterna, a claridade da noite era o que tinhamos para ver, além da luta contra os mosquitos que estavam esfomeados. Foi uma luta, para ser criativo e conseguir aproveitar o que tinhamos em mão (apenas uma faca e um canivete), e alguns pedaços de madeira, um pouco de sisal velho que não aguentava muita tensão; e amarras feitas de forma bem economica. E ainda fazendo alguns testes para ver "se aguentava".

    Aquela foi uma atividade sim, bem tipica de desbravadores, espirito de desbravadores. Até mesmo quando disse para o Davis: "Nunca ouviu o ditado dos desbravadores: 'Deixar o local melhor que quando encontrou.'?" Ali, na pioneiria, com poucos recursos, improvisando; usando da criatividade. Nada feito para "mostrar" para alguem, nada feito por reconhecimento, por glória, por honra. Apenas para que fosse um bom fogo do conselho, para que os desbravadores pudessem sentar ali. E outros futuramente, usar o local. Aquilo foi uma grande lição para todos nós. Quando já de noite, mal enxergando, e sendo devorados por mosquitos, continuavamos; até finalmente pudermos dizer: "Fizemos tudo o que podíamos fazer, o melhor que pudemos." O que me fez recordar um pouco do sermão do Elton, no último fogo do conselho, falando sobre o que é servir com amor: "Se te pedirem para andar uma milha, ande duas."

    Voltamos, já por volta das 19h15. Fomos direto jantar. E após, teve o Acampamento News, que o Carlão fez, no teatro, que ficou muiiitoooo 10 mesmo. Parabens Carlão! Excelentes filmagens, produção e edição de vídeo. Passado tal, um banho frio, para refrigerar. Então, mais um daqueles momentos de quadra, futebol e tals. Mas que eu não fui - Lembra do pé? - Fiquei comendo, conversando; e não me recordo mais muito bem o quê. Então, 22 horas, e hora de mais um fogo do conselho.

    Dessa vez, meio que fora do script inicial, seria o Fernando Ávila que traria a mensagem, e pediu para que tentasse fosse mais rápido, por causa dos filhos dele e tal. Então, após reunir o pessoal na quadra, de lá partirmos por um caminho alternativo, que também passava pela estradinha de terra com grama alta, pouco iluminada. Para ir mais rápido, fomos logo para o Terceiro Momento. De certa forma, houve um grande contraste com o dia anterior, em geral, o pessoal já estava mais ciente do momento, e tals; porém, aqueles que não estavam dando uma bola, estavam dando menos ainda. Mas assim foi. E logo estavamos na área de fogueira. O pessoal, se acomodou mais rapidamente, e de certa forma, entraram em "silencio" mais rapido do que no dia anterior. E pude observar as pessoas sentarem mais rapidamente, poucos ficaram, a principio, em pé; logo, os novos bancos estavam ocupados. Seguimos a mesma sequencia, o Everaldo fez aquela introdução; depois, fiz uma oração de invocação. Aí o momento do testemunho. Havia pedido para o Renato fazer. Então, naquela hora me dei conta que ele não estava, que ele havia ficado para fazer a ronda na área de acampamento. Então, sem questionar ou pensar: "Evandro, você faz."

    Por alguns segundos pensei: O que conto? Sobre alguns livramentos de acidentes de bicicleta, do vestibular, disso daquilo... ou da transformação da minha vida? Uma analogia, foi como se eu estivesse num corredor e olhassa para várias portas fechadas, mas no fundo do corredor estava a porta (testemunho da mudança de vida) aberta, e uma forte luz clara saia por ela, quase que ofuscando a minha vida, e cobrindo todas as demais; e até mesmo uma voz ambiente dizendo: "Entre nessa!". Então, decidi. E então comecei: "Olá, para quem não me conhece, meu nome é Evandro, tenho 22 anos, ..." E assim foi indo, tentei usar palavras de impacto e de peso, creio que Deus ali me inspirou nas palavras, no que falar, no que ocultar, no que deixar de lado, no que falar, no modo como falar. Pois eu percebi um clima tão forte de atenção nas pessoas ali; que depois algumas pessoas vieram me comentar sobre o meu testemunho; que foi muito abençoado, prendeu totalmente a atenção das pessoas, quase que não piscaram os olhos, vamos assim dizer; e que foi praticamente um sermão, coisas que elas precisavam ouvir. E no final, eu quase que me empolguei em fazer um sermaozinho, mas deixei algumas palavras. Não lembro como exatamente terminei, mas disse algo assim: "Hoje, eu sinto claramente a presença de Deus todos os dias na minha vida. E sabe um das coisas que mais me entristece? É quando vejo que nos olhos de algumas pessoas, e até mesmo se dizem cristãs, não há aquele brilho que diz que ali Jesus reina. Pois é um tão maravilhoso, algo tão esplêndido, magnífico, que nada se compara. E o meu desejo, do fundo do coração, é poder ver em cada um de vocês esse brilho; ver que Jesus reina totalmente no seu coração, porque é bom demais! Esse é meu testemunho e meu desejo." - Não me vanglorio, ainda vejo que tropecei em algumas palavras, talvez dei uma enfase e atribui uma semantica em algumas coisas, um pouco em desacordo na balança. Mas fui humilde, ao relatar do meu passado, ao pensar em tal, era estranho, pois ao lembrar de tal, era como se uma tristeza e arrependimento eu lembrara, mas ao mesmo tempo, ali estava o perdão de Deus, e não permitia aquelas coisas me abalar; e toda a honra, toda a glória, toda a virtude, todo o mérito foi Deus... espero ter deixado isso bem claro na minha mensagem, que todo o mérito foi de Deus; eu não fiz nada além, de dizer: "Deus, me dê uma segunda chance." E então, ele transformou a minha vida.

    Após, o Fernando começou o sermão; numa linha diferente a do Elton - ele chega no meio do sermão - (não deu certo o esquema de seguir o roteiro do Caminho a Cristo, devido os imprevistos); ele começou contando uma experiencia do passado, de quando era desbravador, e foram fazer uma trilha a noite, no meio do mato, sem lanterna, sem nada... e ai fizeram isso e aquilo, e depois fez algumas aplicações, e umas mensagens, que creio eu ter sido sementes plantadas; só espero que em terras boas. No final, ele abriu para as pessoas fazerem pedidos e agradecimentos, muitas pessoas o fizeram; e depois, uma oração final... e então... para as camas.

    Creio que era 11h30 da noite, quando fui dormir aquela noite.

    Segunda
    Puts! 7h40... perdi a hora. lá sei foi o Alvorada. Foi uma manhã num ritmo mais em marcha lenta; devagar, mas com muito pique. Não me recordo se foi nessa manhã, ou na anterior, que deu um ataque de raiva de Patricia; sabe, não pelo lado ruim... mas é sempre gostoso a companhia dela, mesmo que para amolar... hehe, é sempre um prazer. Mas bem. Depois do café da manhã teve uma meditação dirigida pelo Elton. Teve uma prova em que as unidades tinham que fazer uma fogueira, preparar uma batata na brasa e comer; cheguei um pouco atrasado para o evento; tentei e tentei fazer fogo com a lupa numa mexa, mas não conseguia criar brasa; ia precisar de muito tempo e paciência, e tive que ficar ajudando algumas unidades, em especial a da Thauana, que estava apenas queimando isca, não queimando madeira, e assim não formando brasa. E encerrando ali, já pude separar algumas madeiras. Então, aquele momento de quadra, livre e tals... no qual, claro, não joguei devido ao meu pé... mas fiquei conversando e tals.. e logo já era 10 hrs, e fui para a piscina. O meu pé já estava melhor, já conseguia dobrar o dedo, sem quase dor alguma; o pior foi a aparência, devido àlguns vasos que romperam, essa hora, meu dedo já havia virado uma grande mancha vermelho escura, meio roxo. E deu para nadar legal... em destaque, a brincadeira de subir do colchão inflavel... só que disputando com mais 6 homens e vários meninas... foi bem divertido. E o legal de brincar na água, é que ao mesmo tempo que exercita, relaxa e descansa. Acho que isso é o que diferencia uma piscina dos demais esportes.

    Logo chegou o almoço, e após uma boa comida, até dizer "Chega!". (isso já era quase 2 horas). Fui ajudar a sapeca da Sheila e sua unidade, a carregar centenas de quilos de bexigas com água; algumas premiadas com farinha. (que peso!). Bem, mal dou uma volta, procurando a machadinha que o Everaldo havia pego; e quando vejo, eles já haviam estourado quase todas as bexigas; ainda sobrou uma, que a nathalia conseguiu estourar em mim, após uma tentativa de fuga e me deparar com um beco sem saída. Finalmente consegui um carrinho de mão, que seria muito útil para transportar a madeira recolhida até o local da fogueira.

    Voltando para a fogueira. Eu, rafa e Davis, pegamos alguns bons quilos de madeira de pinheiro - em geral seco - colocando no carrinho, junto com um tronco grande de uns 12 ou 15 kg do mesmo. Subimos até a clareira. Jogamos ali. Então, falo para eles o plano de fazer a SUPER fogueira. Pegariamos o máximo. Subi a trilha para pegar uns troncos e gravetos maiores de pinheiro e ísca, e fazer uma mecha. Logo comecei a lenhar alguns galhos grandes e notei uma das coisas que alguem nessas horas não quer notar: "estava cega!" - O dureza! Então, lá vai o braço do Evandro, embora, bolhas nas mãos, e muito suor; lenhando vários galhos e um tronco. Até mesmo depois quando chegou o Davis para ajudar, notei que perderiamos muito tempo para lenhar aquilo, e contamos que a quantidade que tínhamos estava boa. Levamos ao local da fogueira, e guardamos a enorme pilha de madeira de todos os tamanhos debaixo de um lugar coberto, cercado por teias de aracnideos (uma aranha Marrom enorme); pois estava caindo algumas gutas... e o céu estava prometendo uma grande hcuva, em meio a tantos trovões - que mais tarde, soubemos que havia desabado no ABC. Diria eu, termos acumulado mais de 70 kg de madeira fácil... era uma pilha enorme mesmo, se bobiar, mais de 100kg; haviam pelo menos umas 8 toras grandes e grossas. Dei uma arrumado nos bancos que fizemos, pois algumas amarras haviam afrouxado. Então voltamos para a piscina... já eram umas 16h50. Nadamos e nadamos, até dizer chega... meus dedos já estavam enrugando. Umas 18h30 foi quando saímos da piscina; para nunca mais entrar - naquele evento.

    Após comermos e tomar um banho e conversar legal, já por volta das 20hrs teve o Campori News, no qual o Carlão superou o dia anterior. POrém, nem tudo estava as mil maravilhosas, na piscina, no waterpool, eu havia engolido muita água; e estava meio maus por isso, uma sensação de que havia água presa na garganta, no pulmão, um pouco de desejo de vomitar, mas ao mesmo tempo não era algo lá debaixo, do ventre, do intestino, do estomago, era do esofago, no externo, mas lá dentro; se eu respirasse fundo, sentia uma certa dor interna nas costelas muito estranha. Terminou ali, vi com o Elton, e ele disse que era melhor eu ir vomitar. Fui no banheiro, forcei um pouco e consegui vomitar um pouco, o que de fato melhorou. achei que havia vomitado sangue, chamei o Elton, ele deu uma olhada e disse que não era, que podia ficar tranquilo. Um pouco de tempo depois, a sensação ruim voltou, mas continuei os afazeres. Voltamos ao local da fogueira. MIssão agora, era preparar a fogueira. Primeiro, apenas eu e o Elcio, mais tarde, Davis, Willian e Rafael chegaram. Montamos a base verdadeira do fogueira tipo Fogo do Conselho, voltei até os pinheiros caidos junto com o Rafael e uma lanterna, na trilha, e pegamos bastante folhas de pinheiro seco; para isca e fazer uma boa mecha. Colocamos a mecha, alguns gravetos e galhos pequenos... e no segundo palito de fórforo; com um pouco de técnica, controle do fogo, e um pouco de bafo, e conseguimos acender a fogueira. Após fazer uma brasa, e manter o fogo, já era em torno das 21:15hrs. Eu tinha que estar 21h30 lá na quadra; o Pr. Venefrides (Distrital da AP) foi lá, junto ao Pr. Deilmiro da IASD Central Santo André (nossa igreja); e pediram para que fosse mais cedo o Fogo do Conselho, devido alguns compromissos deles. Fiquei ali, ajudando o pessoal a carregar os vários quilos de madeira da cobertura até próximo a fogueira, e então, fui para o a quadra. No caminho, pude ouvir o Everaldo apitando colocando os desbravadores em forma. Então, mesmo de chinelo, em meio as pedras, galhos, e um dedo ruim, fui correndo, meio que trotando, mancando; para chegar logo. Chegamos, e sem mais cerimonias, partimos para o local, sendo que fui acompanhado dos pastores e da mulher do Delmiro. Entrando pela curta trilha. Antes de chegar a clareira, fizemos aquela parada para a fogueira. E dessa vez sim, o pessoal estava disperso, as unidades chegaram com uma diferença de tempo grande, de modo, que até mesmo fui liberando para aqueles que já haviam terminando, que fossem para a clareira; até que todos foram.

    Logo que comecei a ultima subida, já pude perceber a fogueira estava numa boa intensidade aquela noite. Várias faiscas subindo verticalmente ao alto, e um grande clarão. O Elcio parece ter coordenado a fogueira, e haviam separado de forma bem organizada as madeiras por tamanho. Logo as pessoas se acomodaram, estavam mais dispersas de fato. Mas como nas outras noites, o Everaldo fez a abertura. Eu fiz uma oração em seguida, meio que até apelando, tendo em vista que seria o último do acampamento. E para muitos que estavam ali, talvez o último da vida; tinha isso em minhas consciência. Cantamos um hino, e depois os pastores que cuidavam. De inicio havia falando para o pastor Delmiro fazer um testemunho, mas pelo visto, esqueceu; e o Venefrides logo começou o sermão. Confesso, que esperava mais. Não era o que lembrava dos sermões do Venefrides no Fogo do Conselho do Campori de Lideres em 2005, tampouco do Campori Coragem a Toda Prova. Mas as sementes foram lançadas. No final um momento especial de oração. E, então, fim. Eu, Elcio, Rafael, Elton, Renato e o Davis; acho que o Willian também, ficamos no local, mais um tempo conversando. Até que então tivemos um trabalho legal para apagar a fogueira, pois estava muito forte, era muita madeira para separar, e tinha muita brasa para espalhar. Mas conseguimos depois de uns 10 minutos. E mesmo assim, sobrou muita madeira, que deixamos para os que posteriormente foram usar. Lembrando, que os Escoteiros, haviam deixado algumas madeiras e troncos ali, fora o sisal, e alguns troncos de eucalipto que usamos. Também fizemos a nossa parte.

    Voltamos para o acampamento, o pessoal estava muito disperso e afim de uma noite agitada. Até que começamos a conduzir o pessoal para as barracas. E então o Everaldo pediu para que eu também ajudasse o Renato e outros a por o pessoal para dormir. E com um bom tempo, e um pocado de trabalho, conseguimos. Porém, havia alguns problemas. A Sheila deu um trote numa barraca, jogando um monte de palha e grama dentro da barraca. Aquilo criou um clima nada legal. ALgumas meninas estavam doidinhas para dar umas 'cantadas', e ficar com os meninos grande, os quais também estavam com essa intenção (os novos - que sei lá donde vieram). Foi meio embaçado colocar o pessoal para as suas barracas e fazer silêncio. Até que certo momento, em geral, apenas havia a barraca do Omicron fazendo barulho, ouvindo música e com a lanterna acesa. E por um momento, tive uma reação de raiva, usei uma palavra torpe tentando ordená-los para desligar e ir dormir, fazer silêncio. Após aquilo, o Elton chegou, vendo o que ocorrera, assumiu o posto, então sai, e pensando bem, o trabalho grosso já havia sido feito, eu já podia ir para a minha descansar. E eu estava meio ruins também da sensação de água na garganta, pulmão, vontade de vomitar, e tals. Tentei vomitar mais, mas não consegui. E sem mais enrolar, já era mais de 00h30, fui dormir. Não conseguia dormir devido aquilo. Até que tive a idéia de tratar como um caso de afogamento; deixar meu corpo levemente inclinado, com a cabeça sendo a parte mais baixa. Peguei o case do trompete, e fiz de suporte para os pés, o saco de dormir, e coloquei debaixo da cintura, minha jaqueta e nivelei um pouco... de modo que fiquei até que levemente confortavel, deitado, e inclinado. E foi fazer isso, que começou a melhorar, a sensação sumiu, aos poucos sentia-me desafogando daquilo; começou a acumular muita saliva e mucosa na minha boca, de modo que tive que ir algumas vezes durante a noite no banheiro para despejá-lo. E assim fui indo dormindo... até que determinada hora da madrugada, acordei já meio que normal... e com um pouco de frio, peguei o saco de dormir, me cobri, apenas deixando as pernas elevadas em cima da caixa do trompete.

    Terça-feira
    6h30 da manhã, e lá estou eu já acordado. Enrolo um pouco. E percebo que havia pouca gente acordada. O pessoal estava mais acabado, e provavelmente foram dormir bem tarde. Tudo tranquilo, fui até a área de acampamento, apesar de estar chuviscando bem fraco, e toquei o Alvorada; e para brincar, também um "Back to Future" (De Volta pro Futuro), até me pediram biss. rs O Henry pegou meu trompete e brincou de passar em barraca em barraca, dando uma cornetada na orelha do pessoal. Depois eu, Elton e o Elcio, ficamos tocando várias músicas ali no teatro, De Volta para o Futuro, entre outros... chegou algumas meninas de umas unidades e ficaram assistindo. Até que pediram que tocassemos a Marcha Nupcial. E depois tocamos Missão Impossível. E sabe, aos poucos vou aperfeiçoando meus conhecimentos e toques de primeira e de ouvido. Foi bem 10.

    Tomamos café da manhã já meio tarde. Depois uma meditação. Já por volta das 9h e pouco, e ameaçando uma boa chuva. O Everaldo fala que a ordem agora era levantar acampamento, e que era para eu ir com mais alguns, para ajudar e instruir o pessoal a desmontar e a guardar as barracas. A maioria das unidades foram bem devagar. Fiquei inconformado com a quantidade de malas e coisas que algumas pessoas levaram e que haviam em alguams barracas. E também, a bagunça que havia! De fato, no que é que se podia dizer que aquilo era um acampamento de desbravadores? Algumas barracas demoraram horas apenas para retirar as malas da barraca. Mas fui ajudando, depois começou a engrossas o chuvisco, talvez uma chuvinha leve. Orientei mais o pessoal do que fazer, queria ver eles pelo menos se ralando um pouco, se sujando para arrumar uma barraca - o que, a principio, é super fácil. Apenas ajudei a Sheila que estava um pouco abalada depois do ato de vandalismo que alguns garotos fizeram, que prefiro não comentar sobre.

    Terminado ali, fui arrumar a minha mochila e minhas coisas. Quando percebi uma descostura na minha mochila, que me deixou um pouco revoltado com a marca, Adventeam. Meu é cordura! Uma cargueira de 85L, não foi barata. E não é a primeira falha. Deixa a desejar na impermeabilização; há alguns defeitos de acabamento e mesmo de engenharia.. e agora, a costura solta na fivela que apenas prendia as cordas... aff!! Vou ter que remendar isso agora. Poh! Mas cordura acontecer algo assim! Era para o bicho aguentar bem o tranco. Fora que por testes... ela não dá muita segurança, confiabilidade, quando cheia com mais de 18 kg; sendo que pelo porte, era para aguentar uns 40 kg de boas. Mas bem... terminado ali, quando fui ver, já havia acabado o almoço... mas tudo bem. Fui ajudar o Elcio a demonstar e arrumar as coisas do som. E transportar várias coisas para baixo, pro onibus. Ajudei a carregar o buzão.

    O último dia foi aquele bem tipico, último dia, de quando é simplesmente, arrumar as coisas e ir embora. Sem tempo para mais nada de especial. Apenas espero que as sementes jogadas nos 3 fogos do conselho, não foram lançadas em terra ruim. Mas em solo bom e que cresçam e que dêem frutos. No onibus, na volta vim conversando e brincando um pouco no fundo, com as meninas. Chegamos na sede por volta das 14h30. Arrumamos guardamos as coisas. E por um lado, eu estava um pouco pensando, depois que fiquei sabendo que o Pedrão, um inquilino que morava com o Elcio e o Elton, havia morrido no hospital, sendo que na sexta a noite, o Elton tinha me falado que ele tinha sido entubado e tals. Cheguei em casa. Desfiz a mala, tomei um banho e dormi umas 16h30, para acordar as 6h30 do dia seguinte e ir trabalhar. (não me pergunte como dormi tanto)



    Observações Gerais:
    O acampamento em si, individualmente foi muito bom, posso dizer isso. Aproveitei ele bem na medida do possível, tanto no recreativo, tanto no espiritual. Espero ter caprichado e feito o melhor no Fogo do Conselho, para ter preservado o máximo de reverência e espiritualidade do evento. De certo modo, digo que o acampamento deve a diversão e o Fogo do Conselho; exagerando um pouco. Creio que o que faltou, foi de fazer de fato, um acampamento de Clube de Desbravadores. O que significa ser desbravador e tals. Também, pensei um pouco sobre o predominio da mente das crianças na faixa dos 13-16 anos, que havia por ali... uma cabeça bem, de quem tem assistido muita TV. E também, algumas coisas quanto a aparência, modéstia, vestimenta entre outros. Algumas coisas inadmissíveis. Entre outros, porém, são assuntos mais administrativos, que cabe discutir com a diretoria do clube.

    Aproveitei bastante para desenvolver as amisades, desenvolver algumas habilidades, e para fortalecer o fisico. Agora estou sedento por uma trilha mesmo. Espero poder fazer logo. Vamos esperar passar essas chuvas e ver uma.