17 setembro 2008

Uso do tempo

Na última semana – da Pátria – não tive aula na universidade e com isso, até pude usufruir melhor da noite e dormindo mais cedo; aliás, que diferença brutal ocorre, quando se dorme 8 horas numa noite, indo dormir às 10h20 da noite! Contudo, já essa semana as coisas voltaram meio que a rotina, acordar bem cedinho, dormindo pouco, faculdade.

Estou tendo um certo problema na faculdade. Estou dando umas bolas foras sem lógica alguma, talvez por lapso de memória. Um trabalho de gravitação deixei de fazer, pois deixei para o última hora, e em tal, não encontrei a folha que continha as perguntas. Também, ralei até para fazer uma lista de exercícios de Estatística, e tinha fixo em mente que era para entrar no dia 10; e não sei o que me levou a associar tal, totalmente com essa terça-feira, dia 16. De modo que na aula, quando fui entregar para o professor – de primeiro, já achei estranho ninguém estar entregando – ele me falou que era para ter entregado na semana antes da pátria. Bem, um pouco decepcionado comigo mesmo, fui até minha carteira, abri o caderno, e conferi a dada, e realmente, era para entrar no dia 5 ou 6. E por cima, nesse aula houve uma prova de Estatística, e eu não sabia; mas felizmente, estou meio que acompanhando e entendendo bem a matéria e fui bem na prova. Já na segunda-feira tive uma prova de geometria euclidiana, e apesar de ter estudado um pouco – o problema foi que faltei em muitas aulas, devido ao GEA – na prova não tive um bom desempenho. Eram 3 exercícios, o primeiro acertei; já o segundo, eu entendi tudo perfeitamente, era um daqueles que revisava várias vezes todos os procedimentos, raciocínios e cálculos, e não encontrava erros. Mas começaram a surgir números absurdos, como raiz quadrada de 81457; e por fim, o resultado estava coerente, eram 3 variáveis, contudo, numa delas, deu 7,68 se não me engano; mas era para ter dado um valor nessa faixa, só que negativo. Bem, revisei e revisei, procurando por erros de sinais, módulos, mas nada. Coloquei um sinal de negativo no valor, como resposta. Estou realmente em dúvidas quanto se tal está correto ou não. E no último exercício, caíram duas coisas que não havia estudado, e nem tentei resolver, que era sobre um plano hiperbólico e um outro tipo de plano, e calcular uns negócios em tais.

Por outro lado também estou muito inquieto, mentalmente, e longe de tranqüilo, quanto ao GEA, a mim, às pessoas e aos adventistas em geral. A cada dia parece que vejo mais claramente a sociedade, as pessoas, as leis que vigora hoje, a mornidão, hipocrisia, o estado de morto no pecado, o perigo desses tempos. É triste. Outro dia, confesso que quase chorei ao pensar nisso. Pensamentos que não deveriam ocorrer, idéias equivocadas. Uma grande distância entre as pessoas, que não deveria ocorrer. Pessoas que você se comunica, cumprimenta no dia-dia, fala um oi, pergunta como está, se está tudo bem, conversa algumas coisas; mas de certo modo, não se vê muita disposição e impulso de ambas as partes de se sacrificar pelo bem do próximo... um grau de intimidade, de relacionamento, de amor ao próximo, baixo.

Porém, confesso que tive um fim de semana maravilhoso. Na sexta, ensaio do coral a noite, começamos a pegar as músicas da cantata de natal. E estou buscando, de certa forma – acho que ainda falta mais atitude e ação – liderar o baixo, como um capitão de unidade, incentivar e buscar o melhor de todos, para agir como uma unidade bem treinada e motivada; e de certa forma, estou tendo a colaboração do Elton; mas, ainda, há alguns imensos obstáculos a ultrapassar. E conversei um pouco com os amigos também, tudo muito bom.

No sábado, acordei um pouco atrasado e, assim, cheguei um pouco tarde no Colégio Adventista de Santo André, onde ocorrerá os próximos cultos, por pelo menos 10 semanas, pois estão reformando a igreja física, unidade Central Santo André. Cheguei às pressas, correndo na subida das escadas. Ao chegar, já haviam terminado os hinos iniciais. Peguei logo o trompete, algumas sopradas e me ajuntei a ao conjunto instrumental: {Ronald, Elton, Elcio, Hugo, Edra} = {Trompete, Trombone, Sax tenor, sax alto, piano}. E assim, toquei a doxologia de entrada da plataforma. E realmente, foi muito 10, tocar ali com todos eles. Especialmente, com o toque especial da presença do meu humilde e grande amigo Elcio que veio de Maringá - PA para realizar uma prova na USP, para tentar um mestrado lá.

Depois nos separamos, em dois grupos, os instrumentos, não sei exatamente o motivo. E tocamos mais uma música, o hino inicial. Bom também, mas se notara que a acústica da capela era ruim; não ouvia os instrumentos do outro lado, e mal ouvia os que estavam ao meu lado, se perdia bem a noção, se a harmonia estava encaixando; não dava para saber se a congregação estava ouvindo bem, ou se estava muito alto. E, no mesmo naipe, tocamos um hino para o momento dos dízimos e ofertas.

Após o sermão do Pr. Delmiro, tocamos o hino final; só que nesse, ajuntei-me com o outro grupo, o Ronald e o Elcio. E eu, toquei em 80% do tempo, o contralto e o Ronald fez a melodia do soprano. Ficou bem mais legal, ali juntos, os dois trompetes. Até recebei alguns elogios depois, comentários do tipo: “Fica bem mais legal, bonito os dois tocando juntos.” Pois realmente, na nave da igreja, um fica de cada lado, não havia ainda tocado junto com ele. E depois, então todos se juntaram novamente num único grupo e tocamos uns 2 hinos para a introdução da Escola Sabatina.

Houve algumas coisas interessantes na classe dos Adolescentes, que participo, juntamente com o Elton. E depois, no segundo culto, o conjunto novamente, e meio que começamos a nos entrosar, apesar que eu era o único novato ali, pois eles já haviam tocado juntos por vários anos. Ficou muito 10. O problema foi que o pessoal se acostumou a não levar hinário e ler as músicas pelo telão. Aí não teve telão, e mesmo sendo músicas mais populares do hinário, pouco, quase nada, ou nada, ouvia de canto, além do regente no microfone – Claudinei, no caso. Ah sim, o coral não cantou.

Após, fui para a casa do Elton. Chegando ali, não sabendo, comemorariam o aniversário da vó deles. Rapidamente, ensaiamos “Parabéns para você”, eu no trompete, Elton no trombone e o Elcio no sax. E aí fomos até o cômodo onde estavam várias pessoas reunidas em torno da mesa e a vó deles, e fomos entrando tocando a música, só que de forma bem desarmônica, o Elcio que puxou, tocou em uma escala diferente; e com ritmos variados, do tipo meio que cada um fez algo; eu só tentei acompanhar. Mas o pessoal gostou, foi legal.

Então uma ótima refeição tivemos, ao redor de várias outras pessoas, com as quais havia um papo descontraído e bem gostoso. E também ficamos sabendo que o Pedrão – inquilino que mora com eles – disse que vai ser batizado no final do ano. Então, depois de um tempo, só havia eu e o Elton ainda comendo, e até vieram nos perguntar se poderiam retirar a mesa. Hahaha. Algo já meio que comum, quando se come bastante, e devagar.

Após isso, fizemos um trio, trompete, tuba e sax tenor. Ficou muito 10. Tocamos várias músicas, meio que entrosando o feeling entre os três. Até o tio do Elton veio lá, pedindo para tocarmos de novo uma música que ouvira nós tocando, e ele que regeu a dinâmica da música. Mas logo, tivemos que ir para o ensaio do coral. E após o ensaio, ficamos um bom tempo conversando na calçado e ensaiando uma música do Arautos do Rei. Até que quase 1h30 depois fui para casa.

Na manhã seguinte, corro de bike até o Clube de Desbravadores, no qual tivemos uma reunião desastrosa, caótica, e, fiquei estarrecido com o grau de sedentarismo e “fora de forma” do pessoal. Mas depois, eu e o Elton tivemos um longo papo com o Everaldo (diretor). Umas 15h terminei de almoçar, e fazia um trabalho, enquanto assistia alguns lances da NFL. E logo já eram 17h. Aí fui para o conservatório. Bem, lá foi 10, contudo, poucos tocamos, peguei uma lição com umas notas muito agudos, e para treinar o vibrato no trompete, embaçado por enquanto. Depois, formamos um conjunto masculino e começamos a treinar e cantar aquela música do Arautos do Rei Jesus Vem Logo. Eu, Rafael, Elton, Eliezer, Claudinei, Eliezer pai, Willian e o Lincon. Ficou muito 10.

Depois, eu, Elton, Willian e o Rafael fomos pro colégio, e aí ficamos na sala dos professores ensaiando a música, pegando as notas no trombone. Eu no baixo, Rafael no barítono, William no segundo tenor e Elton no primeiro. Foi 10. No final, apenas pegamos uns 4 compassos; mas ficou muito 10 a harmonia, a coisa vai ficar muito boa. Depois, ainda dei uma tocada na tuba.

Tipo, foi realmente um fim de semana muito bom. Do tipo, que quando chegou domingo a noite, uma certa tristeza surgiu em mim, pois voltaria a rotina da semana. Dormir pouco, ir num trabalho sedentário no PC, 2h de van no transito, faculdade, 2h de van para voltar. Trabalhos, provas. Por outro lado, bom saber que tudo isso passaria num estralar de dedos que já vai ser sábado novamente, aliás, já é quarta-feira, e tudo parece que foi ontem.

Fazem uns 5 dias que estou lendo o livro “Arco-Íris Sobre o Inferno” de Tsuneyuki Mohri, o qual conta a história de Saburo Arakaki; hoje um pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia, mas que foi um dos combatentes da Segunda Guerra Mundial, assassino, condenado a morte. O livro é incrível, ao todo 230 pags mais ou menos, já estou na 110. Só que tipo, até agora, apenas vem narrando o Saburo onde o Japão era sua religião; sua infância e situações de tirar o fôlego na guerra, uma mistura de aventura e drama; um livro que me fez ver um lado da guerra que nunca havia notado. E trás de certa forma uma noção muito mais real do que os filmes conseguem trazer, sobre os tiras, canhões e tantas outras coisas. E esse livro tem me feito pensar um pocado em algumas coisas.

Bem, confesso, que agora, aos 22 anos, eu não me preocupo com o tempo, não fico mais ansioso quanto a ele. Pois de fato, as coisas estão passando incrivelmente rápido; mas tudo bem. Estou envelhecendo, mais tudo bem. Não me importo de logo estar com 88 anos. Minha maior preocupação é quanto ao uso desse tempo chamado presente. É algo tão profundo que penso quanto a isso que tenho muita dificuldade de expressar tal pensamento; mas a questão é “Deus me cobrará pelo uso do tempo da graça” enquanto tenho vivido de modo como, se não estivesse em falta quanto a isso. Preciso de tamanha educação e status acadêmico? Preciso ganhar bastante dimdim para cumprir minha missão? Pois olho para Jesus e o que vejo é um homem pobre mas o Senhor do Universo; dedicava o tempo para com as pessoas. Olho para Ele e me vejo em falta grave, para cartão vermelho.

E o pior de tudo, é que amanhã estarei aqui nessa mesa no escritório, a noite estarei indo novamente a faculdade. E, às vezes, temo em pensar, que será preciso que um anjo me visite e diga claramente o que devo fazer; para eu mudar tal rotina do dia-dia. E se fosse para ir trabalhar de missionário em algum lugar remoto? Eu não me importo, gosto da simplicidade e humildade, romper com as normas e modas do mundo. Estar em meio de pessoas com as quais carecem de minha presença e ajuda; viver sem dinheiro; comer comida simples e mesmo comendo pouco; andar bastante e coisas por ai.

E dá no mesmo. O tempo vai continuar passando, como passa aqui. Só que o uso e utilidade em tais são bem distintos. Num viverei até quando Deus me chamar, noutro também. Por que então optar e escolher por esse?

Enquanto todo esse conflito em minha mente, e a minha postura resoluta em continuar nisso. Apenas com um plano futuro, em média de 10 anos, conseguir juntar dinheiro o suficiente para iniciar uma nova vida no interior, num estilo de vida campestre, simples e bucólico.... bem, enquanto tudo isso. O tempo está passando, e os sinais ocorreram, o cenário, a condição do mundo, as dores dos partos aumentando. De inicio, dei pouca importância para essa crise financeira, pois já houveram, de fato, outras piores, e hoje há muito mais cabeça para se pensar, mais alternativas, mais modos de resolver, ou de evitar abalos e grande caos, do que há muito tempo atrás. De certo modo, até tenho uma certa perspectiva otimista para os próximos 10 anos. Mas se eu estiver errado? Por que pensar em 10 anos, ao invés de 5 anos?

A única coisa que espero é que o Senhor esteja guiando minha vida; que tudo isso faça parte dos Seus planos. Mas será que estou entregando todos os meus caminhos ao Senhor? Que segurança há na não totalidade?

2 comentários:

Lagrange disse...

Beleza Evandro?!
Sou eu, o daniel, o que te enviou o livro do Stewart.

Pois é, cara, estou já no 2 semestre de física bach. aqui na USP de São Carlos. O meu irmão Leandro está morando ai em Santo Andre fazendo UFABC. Ele mora (acho) na rua Santo Andre, bem perto daquela praça da igreja catolica. Ele ssabe onde fica a igreja central, mas não nela porque ele não vai nos cultos de quarta e nem domingo.

Não sei como vc arranja tempo pra escrever nesse blog. u tenho a oportunidade de fazer tudo direitinho (dormir certo, comer certo, fazer tudo certiho), mas mesmo assim eu não faço. É clrao que agora eu comecei a dormir mais cedo, comer melhor, sendo que, no entanto, sou onívoro ainda (mas não como carne vermelha), tenho a oportunidade de ter um bom cafe da manha, madrugar pra sair correr no campo da USP e etc, ainda reclamo que eu nãop tenho tempo!

Mesmo assim, como hoje por exemplo,
eu fiqueie meio que sem fazer nada a tarde. Até dei uma cochilada leve .

Sobre a mornidão das pessoas, vejo nós devemos realmente lutar contra. Acho que é uma questão de aplicar a Teoria a Prática. E isso que tento fazer. Quando eu me encontro com meus colegas/ amigos oro a Deus "e esse é o fulano de tal Senhor", é uma questão de estar interessado na vida das pessoas.

Tenho umas coisas para conversar com você.

Pois é, um abraço!!!

E. C. O. Schulz disse...

Opa... tudo bem Daniel?

Também queria falar com você. Não lembro quem, mas esses dias, lã na usp, alguem falou de você que me conhecia. Que estudava na usp sao carlos.

cara, conheço essa rua onde está seu irmão. É pertinho da igreja central mesmo. Mas, no momento, ela está em reforma, só daqui 7 sábados ela voltará. Por enquanto, os cultos estão sendo no COlégio Adventista de Santo André... que também é bem pertinho dali. (se puder avisar a ele) Aí é só falar para ele procurar o Evandro, que toca trompete, ou que é do coral, ou dos desbravadores...

Arranjar tempo? rs. Infelizmente tenho apenas 24 horas. Digitar no blog, aproveito algumas momentos livres no serviço, e vou digitando aos poucos.
O que mais mata quanto ao tempo. É que, desde que comecei o estágio, estou com pouco tempo para estudar, está realmente dificil isso. Mas em geral, o pior mesmo, é que minha média de sono caiu para 5 horas, e que também, agora só dá para eu correr de quarta e domingo...