Já ocorrera de várias coisas inesperadas, mas boas, que foram providências, e que para que tal coisa ter ocorrido muitas outras coisas já deveriam ter ocorrido, de modo que tudo encaixasse perfeitamente para que o ato tenha acontecido? Mesmo quando, de inicio, não era o que havia planejado ou desejado?
É certo, não existem coincidências para Deus; contudo, pode haver interpretações humanas equivocadas das coisas. Mas esse meu fim de semana fora bem interessante.
Semana passada foi muito correria, principalmente no âmbito trans-work. Até que na sexta-feira, cheguei em casa, peguei o trompete e uma maçã correndo e fui comendo no caminho para o ponto de ônibus, o qual demorou e cheguei uns 20 minutos atrasado para o CFC, onde, devido à um problema interno, eu deveria cumprir mais 50 minutos. Mas quando cheguei lá, na secretaria, me informaram de um outro problema. Haviam trocado o sistema há dois dias, e ninguém sabe mexer, e não tinha como eu passar a digital. Então teria que ir num outro dia.
Bem, meu plano era depois ir para a igreja e ficar tocando e treinando trompete até iniciar o ensaio do coral. Mas, como estava cedo ainda, a igreja nem estaria aberta provavelmente. Então, eis que uma forte e convicta idéia – como sugestão – veio em mente: “Vá na praça do Ipiranguinha e toca lá.” Bem, e eu fui. Cheguei lá, já era noite, haviam poucas pessoas, e em maioria, estavam correndo na trilha para correr e fazer caminhada. Bem, então fui num ponto mais isolado e escondido, e ai comecei a aquecer e a tocar o trompete, num meso-piano ou meso-forte. Passaram uns 15 minutos, e de repente, um senhor tomou a minha direção, e pela isolação entre outros, e por eu estar tocando, a tendência seria alguém não tomar aquela direção, mas ele foi vindo, cada vez chegando mais próximo. Até que realmente, ele chegou. Antes mesmo dele chegar, parei de tocar e o cumprimentei. E começamos a conversar, ele falou que era guitarrista, já tocou em alguns grupos por aí... apesar que a sua primeira pergunta foi: “Você toca algum jazz?” E fomos conversando por uns 10 minutos. Que por fim terminou com um acordo de que ele iria numa das aulas de instrumental no conservatório da Igreja Adventista Central de Santo André; apesar, de aparentemente, não ser alguém que pertença a alguma religião. Mas foi um papo amistoso, com aquele homem, que aparentava uns 55 anos. Os frutos disso? Eu ainda não sei. Por outro lado, me arrependo de não ter dito o que realmente importa.
Após isso, mal passaram 5 minutos então fui para a igreja. Onde ainda pude tocar uns 20 minutos de trompete até que chegara o Eliezer e o Lincon e então começamos a passar a música do quarteto. Até que chegara o Elton para atribuir. E então sucedeu o ensaio do coral; aliás, essa cantata de natal é muito gostosa de se cantar; já, acho que não é tão gostosa assim de se ouvir e o instrumental deixa um pouco a desejar, mas é muito 10. E vai ser magnífico na apresentação mesmo.
Teve o sábado também muito 10. Um magnífico sermão (aliás dois) do Pr. Jorge Mário, do nível que há muito tempo não ouvia. E no instrumental, eu e o Ronald no trompete, Hugo no sax alto, Junior no violino e o piano variava. O Elton havia ido para São Paulo. Almocei na casa da minha vó, conversei um pouco com os parentes, depois fui para o ensaio do coral. Dali fui para a casa do Rafael, e então fui para o concerto da OFSBC (Orquestra Filarmônica de São Bernardo do Campo), com ele e meus pais (levei a minha mãe como presente pelo aniversário dela).
No concerto, encontro o Jobson, logo no banco da frente; o qual é um líder de desbravadores e um grande cristão da região; alguém, no mínimo, admirável; junto com um amigo. Bem, o concerto, não gostei muito como os demais, não conhecia nenhuma das músicas do repertório, apesar de tocar Tchaikovisky, mas não conhecia a quinta sinfonia. Meus pais gostaram, mas como são um pocado leigo, não puderam entender e apreciar muito. Já eu, me deliciava de alguns acordes, daquele piano cristalino, e dos metais na valsa do Tchai. Fora que fiquei impressionado com a potência que a tuba fez numas notas graves – Haja ar e pulmão! – e também os violinos fizeram um acorde, que fiquei encatado, maravilhado, quase que dei um pulo, um salto intelectual em minha poltrona. Eu e o Rafael virou ao mesmo tempo um para o outro e dissemos quase que juntos “Você ouviu isso?”, eles fizeram exatamente o som de uma gota da água se chocando com uma pequena poça de água. Como Tchaikovisky conseguiu escrever isso? De onde veio tamanha inspiração?
Bem, em casa, finalmente, às 23 horas, dou uma geral no que havia digitado durante a semana para o livro. E acabo indo dormir por volta da 1 hora da madrugada. Então, de repente eu acordo, estranhando um pouco por não ter acordado com o alarme do celular, estava já numa hora quente do dia, e meu irmão não estava em sua cama. – “Mãe, que horas são?” E fico chocado e surpreendido ao ouvir “Meio-dia e meio.” Diversas coisas passaram em minha mente, a principal, sem dúvidas foi: “Perdi o clube! E perdi metade do dia!”, naquela expectativa de aproveitar ao máximo os fins de semana.
Logo acordei, minhas avós estavam em casa e logo já almocei uns pratos especiais feitos pela minha mãe. E em seguida peguei a bicicleta e fui me exercitar, dar umas voltas, tende em mente que às 17h45 haveria o instrumental.
Santo André estava bagunçada naquela tarde, havia vários comícios pela cidade. No centro até havia um transito bem pesado, incomum para um domingo. Aliás, próximo ao sindicato, havia uma multidão em torno do discurso de um candidato que ao mesmo tempo estava oferecendo churrasco e cerveja para as pessoas ali. [Que belo modo de conquistar o voto!].
Após 1 hora pedalando fui até o Duque de Caxias onde fiz uma série de alongamentos, e percebi o quão o sedentarismo do trabalho está me afetando, mesmo eu ainda fazendo vários exercícios e alongamentos durante o dia. E o Duque estava estranho, havia uma presença forte de conflito [nos âmbitos espirituais], logo percebi que estava tendo uma competição de basquete, e vários jovens ali no visual do “jogador de basquete negro do gueto de NY”, ouvindo uns haps americanos. E, também vinha um forte som, meio que musica eletrônica do comício na av. industrial, o transito pesado da avenida também poluía o ar. E de repente houve uma movimentação na portaria onde há uma guarita, pois um homem ali, aparentemente alguém que vivia nas ruas, bateu com uma barra de ferro na cabeça de uma mulher. O qual me arrependo por não ter ido fazer uma pequena analise de primeiros-socorros, nem ter intervindo na discussão que ocorria. Então apareceu uma garota, muito bonita, exibindo suas belas curvas com aquelas roupas grudadas a pele, e ela começou a fazer uma caminhada no parque. Logo percebi a tentação de ficar ali, e acompanhá-la, ou apenas ficar olhando... ao mesmo tempo, que ouvia claramente a voz do Espírito Santo dizendo para sair dali e ir para casa. E foi quando que uma pequena gota de garoa caiu no meu rosto, e olhei para o céu e vi um tempo fechando; pensei que talvez choveria, e isso me motivou ainda mais para tomar a decisão de ir embora.
No calçadão da Oliveira Lima vi o Giancarlo andando, de terno, gravata, e a Bíblia grande na mão andando, bem determinado. Dei meia-volta fui até ele, e o cumprimentei. E assim iniciou uma conversa de uns 20 minutos.
Bem, no centro vi uma cena lamentável, várias pessoas bêbadas pelas ruas (graças as cervejas do candidato). E pude ver um cara dando um gole numa lata de cerveja, do tipo, como se fosse ágüem que estava andando por dias no deserto sem água; aquilo me chocou! E depois, vejo 3 rapaz, aparentando 17 – 19 anos, com uma latinha na mão, com pinta de trombadinha e usuário de droga, jogando palavras estúpidas e deploráveis ao ar, enquanto que um deles ia pixando algumas paredes com um diz preto. E continuei meu trajeto.
De repente decidi mudar o trajeto, ao invés de ir pelo mais rápido, decidi ir ali pelo meio da Vila Pires. Quando estava fazendo a roda próximo ao clube Aramaçã, me cruzo com o carro que me deu preferência, e ao prosseguir a curva o carro vinha logo atrás... quando de repente, duas crianças afobadas, saem correndo cruzando a rua, e a menina tropeça e cai... ao ver isso, logo associei ao carro que vinha atrás e pensei num possível atropelamento, e a única coisa que pude fazer foi expressar com os lábios “Ai!”, como se sentisse a dor por ela. Mas o carro conseguiu diminuir a velocidade e desviar sem dificuldades. E fiquei pensando: “Que capote besta! Certamente aquela menina não costuma correr.” (foi do tipo, que a pessoa se tropeça na própria perna... e só vejo isso, quando pessoas que não costumam correr, de repente dão um pique forte).
Bem, ao entrar ao começar a fazer a próxima curva a direita, de repente noto 3 garotos em bicicletas pedalando forte (para o tamanho deles – apesar de estarem numa marcha leve, o que não gerava muita velocidade) no sentido oposto, e gritando: “Ei! Péra ê! Vou te pegar!” Numa fração de segundos percebi que estavam atrás dos dois garotos, logo pensei que eram amigos, estavam brincando; então me recordei da imagem da menina e percebi que ela estava arrumadinha demais, e tinha jeito de quem não brincava na rua; e então curioso, tive uma pré-conclusão de alguma encrenca. Isso, talvez em 2 segundos. E então, em 5 segundos fiquei pensando: “Continuo para casa. Ou vejo isso?” Mas algo no meu coração dizia forte e claro que eu tinha que checar aquilo. E decidi voltar, faço uma curva de 180 graus, e volto. Logo vejo, os dois garotos correndo, uns 50m após o ponto do capote, e os de bicicleta perseguindo-os, um deles mais a frente, de jaqueta vermelha.
Dou apenas algumas pedaladas mais fortes e já estava na cola dele. Quando notei melhor a cena. A menina estava desesperada e chorando, e caiu de novo ao tropeçar na calçada enquanto corria. Era uma pequena subida, numa casa mais acima havia um senhor de idade, no qual o garoto falou forte “Senhor, ajude nós.” E o da bicicleta falando algumas palavras ofensivas, dizendo que ia pegar ele. Logo, então disse: “Ei garoto! – ao olhar para mim – Deixe ela em paz.” O garoto retrucou uma frase estranha ao pensar no que ele falava, “Por que deixar paz?” Então repeti de forma mais branda e séria “Deixe-os em paz.” O garoto na hora parou a bicicleta. Passei por ele, e fui até a direção dos dois garotos. E os meninos da bicicleta tomaram caminho oposto, indo devagar, mas gritando várias palavras ofensivas e obscenas, e muito sem lógica, e ameaçando do tipo: “Eu ainda vou te pegar. ... Gente se cruza nóis ainda.”
Fui até os dois, era um garoto e uma garota, aparentavam ser irmãos, o menino com uns 10 anos, e a menina talvez com uns 11 ou 12. O menino mais calmo, mas muito preocupado e tenso, e a menina chorando tentando se recompor. Ambos bem educados. E o garoto me perguntou: “Moço, eu estava indo para Carijós (uma rua bem conhecida)... mas não sei onde ia dar essa rua. Você sabe como faço para chegar na Carijós?” Ambos me lembravam muito alguns desbravadores, ali, estava o conselheiro Evandro. Hehe. Nenhum falaram, de primeiro sobre o que acabara de ocorrer.
Um ‘instinto’ imediato veio em mim de conduzi-los em segurança até lá. Apesar de que aquilo iria, me fazer usar uns 30, talvez 40 minutos. Então disse que os acompanharia até lá. Pois também pensei que aqueles garotos poderiam voltar, segui-los. E quem sabe bater neles. Rouba-los, algo do tipo. Pois ficou claro, que não se conheciam. Bem, tomando caminho, ao cruzar a esquina perguntei a eles: “O que eles queriam?” E o garoto disse, “Eles queriam levar minha blusa.” Dei uma olhada naquela blusa azul, parecia ser algo de marca, caro; apesar de não conhecer e não ligar para essas coisas. E continuamos o caminho, pouco falando. Os dois estavam meio emudecidos e espantados. Percebia a adrenalina e o pavor neles, pelo modo como davam os passos.
Bem, no próxima esquina, surgem os garotos novamente de bicicleta, que deram a volta no quarteirão. Ao verem que eu estava com eles, ficaram afligidos por perceber que não conseguiriam roubá-los, e começaram a xingar algumas coisas. E, o mais estranho, provocavam o garoto falando coisas do tipo: “Seu covarde.”, “Seu merda.”, “Só porque o moço está aí, agora fica se achando.” E sem dizer nenhuma palavra, sem dar bola. Continuamos o caminho. Descemos e subimos duas outras ruas. Já, pelo menos uns 700m do local anterior. Os garotos realmente foram embora. E no final de uma longa subida, ali perto do Perin Instrumentos, eles então agradeceram: “Obrigado moço...”, dizendo que ali estava bom, e que estavam perto (de fato, eram apenas mais 3 quarteirões até a Carijós). Eles já estavam calmos e tranqüilos. Provavelmente, iam para alguma festa de aniversário. Então despedi deles sem mais o que dizer, pois percebi que estavam meio chocados para conversar, e de fato, eu era um estranho para eles.
Bem, dei meia volta e voltei. Pedalava um pouco mais forte, como se procurasse encontrar com aqueles três garotos de bicicletas. Um deles, o que ficava xingando e falando, aparentava uns 10 – 11 anos, os outros dois que ficavam mais na retaguarda uns 12 – 13 anos. Todos de calça larga e jaqueta larga, boné ou toca; bem no estilo ladrão. Procurava, como se quisesse dar uma lição neles, talvez uma surra, talvez forçá-los a ligar para os pais e falar com eles, ou mesmo, imobilizá-los e chamar a policia. Ao mesmo tempo, que a possibilidade deles estarem armados não me amedrontava; pois todo aquele instinto de lutador, karate, brigas de rua viera à memória muscular. Mas não os encontrei.
Pensava, neles, no que tinham dito. E logo conclui que eles não pensavam no que falavam. Não sabiam o que falavam. Agiam como pessoas que fazem contas com algoritmos de matemática sem saber o que estão fazendo, apenas porque foram ensinados a fazer daquele modo. Certamente, tinha algum bandido ou traficante por detrás daquilo, que os ensinou a fazer aquilo. Ou de quem eles copiaram. Para eles era um método, eles ameaçavam com tais palavras e a pessoa tinha que dar a blusa. Era isso! Não havia nenhum questionamento, e provavelmente, nem iria tentar brigar. Mas tinha que insistir no algoritmo até a pessoa dar a blusa. Ameaça verbal, com palavras ofensivas, mas que são expressas como um algoritmo, sem a que a pessoa que está falando desse a mínima para o que saia da boca. Para o que acontecia. O que estava fazendo.
Pensei tanto nisso. Na questão da educação do pais. Nos pais dos garotos. Na vida provável desses garotos. Se aquelas bicicletas eram deles ou foram roubadas. Sobre o futuro que tendia a eles terem. No desejo de fazer algo. Nos rapazes que pixavam no centro. No candidato que parou o transito, e ficou distribuindo carne e cerveja. Pensei na sociedade. Em Satanás e o que busca fazer com as pessoas e as crianças. Alias, não é isso? Se dissermos para Satanás deixar alguém em paz, ele certamente ira questionar, como se aquilo não estivesse em si: “Por que deixá-lo em paz?”
E pensei muito no meu papel quanto ao que ocorrera, e nas circunstâncias que me levaram a estar naquele exato lugar naquele exato momento.
Pois veja só na série de fatos que tiveram que acontecer para eu ter passado de bicicleta naquele local naquele momento:
1. ia chamar para sair no domingo, mas deu um desencontro... de modo que se tivesse ido, provavelmente, nem estaria em Santo André na tarde de domingo;
2. acordei tarde no domingo, perdendo o clube de desbravadores. Caso contrário, eu teria chegado em casa por volta das 13h40, iria almoçar e não iria ir andar de bike pois já teria feito isso;
3. Eu tive que sair do parque do Duque de Caxias naquele momento;
4. Encontrei com o Giancarlo, e fui interceptá-lo e fiquei uns 20min conversando com ele;
5. Mudei de rota para ir para casa.
Qualquer um desses acontecimentos e que não acontecesse exatamente como fora, e, provavelmente eu não teria evitado aquele assalto. Isso que também fora eu, outra pessoa não teria nem notado nas duas crianças afobadas; nem tão pouco tentado evitar; por medo do assalto; medo de as crianças estarem armadas e lhes ferirem seriamente ou matar. E mesmo assim, se a voz não tivesse falado para eu fazer o retorno quando passei por aquelas crianças e ido reto... ou então, se não tivesse acompanhado os garotos até um local seguro.
E na sexta-feira, que aconteceu aquilo? Se eu tivesse feito os 50min do cursinho, eu não teria ido para o parque e não teria conversado com aquele senhor.
Sendo que de certo modo, eu até resmunguei um pouco, nem que seja naquela idéia de “Não foi conforme eu tinha planejado. Ou que queria fazer.” Mas veja, tudo isso foi necessário. De certa forma, vários fatores na vida foram necessários, como a minha infância e adolescência na rua, karate, entre outros.
Tudo ficou tão claro para mim: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.”(Rom. 8:28). E também aquele verso que diz que Deus é que controla tanto o nosso pensar quanto efetuar. Tipo, tudo isso é magnífico quando acontece. A ação ocorre. E mais vontade dá de agir. Ao mesmo tempo, se eu tivesse negligenciado ajudar, teria sido condenado “Aquele que sabe o bem e não o faz, peca.”
Isso me fez recordar dos apóstolos, eles iam para as ruas, praças. Então Deus provia meios para as pessoas irem até tais, e eles, inspirados pelo Espírito Santo, agiam, falavam o que tais pessoas precisavam ouvir. Assim como o Eunuco, Deus arrebatou Felipe até ele para lhe ensinar da Palavra, Deus me conduziu até aqueles garotos. Se formos ver bem, as ruas estão cheias de pessoas necessitadas, ou de certa forma, estão na ruas porque querem interação com o exterior, seja com outras pessoas ou meramente o ambiente. Portanto, é mais tendencioso conseguirmos acesso a tais pessoas pelas ruas; do que fechados em paredes. Ou então, buscando comunicar com tais pessoas com encontros futuros num local x.
E se for ver bem, fora nas ruas, em que Jesus, apóstolos entre outros, agiam, ministravam, faziam laços com as pessoas, "sem hora marcada". Por que hoje buscamos um padrão da cultura capitalista de buscarmos locais fechados (teoricamente mais confortáveis e seguros); onde as pessoas estão menos receptivas?
Aliás, tive uma idéia, vou ver com o Elton e o Hugo, de combinar de irmos em alguns domingos ou sábado mesmo, na praça. E ficar tocando alguns hinos. Sem finalidade nenhuma além de tocar para Deus e abençoar os outros que ouvirem tais. Talvez isso, possa atrair pessoas, para conversar, quebrar obstáculos de preconceitos, quebrar o gelo, ou talvez até mesmo, seja um caminho, para conhecer novas pessoas, confortar outras, conduzir para ir num culto, ou estudos bíblicos, ou, simplesmente, testemunhar de Jesus e dizer: “Pois Ele vive, posso ver no amanhã...” e “Servos de Deus, a trombeta tocar, breve Jesus voltará!” – opa! Ou fazer alguns ensaios com a fanfarra do clube nesse esquema; apesar que fanfarra, dá uma semântica diferente.
Somos chamados para sermos ousados, loucos pelo evangelho; isso é romper paradigmas dos confortos modernos e obstáculos da comunicação social; do isolamento e da exclusão social.
Fica aí algo para pensar... e nisso fico lembrando e refletindo em algumas passagens dos livros “Serviço Cristão” e “O Ministério do Amor”, de Ellen G. White.
Bem, depois de fato fui na aula do instrumental. De lá fui para o culto, o coral cantou, um pastor fez um belo sermão. E até toquei trompete no final acompanhando a Edra no piano; mas minha embocadura estava já detonada, então não saiu algo muito limpo.
É certo, não existem coincidências para Deus; contudo, pode haver interpretações humanas equivocadas das coisas. Mas esse meu fim de semana fora bem interessante.
Semana passada foi muito correria, principalmente no âmbito trans-work. Até que na sexta-feira, cheguei em casa, peguei o trompete e uma maçã correndo e fui comendo no caminho para o ponto de ônibus, o qual demorou e cheguei uns 20 minutos atrasado para o CFC, onde, devido à um problema interno, eu deveria cumprir mais 50 minutos. Mas quando cheguei lá, na secretaria, me informaram de um outro problema. Haviam trocado o sistema há dois dias, e ninguém sabe mexer, e não tinha como eu passar a digital. Então teria que ir num outro dia.
Bem, meu plano era depois ir para a igreja e ficar tocando e treinando trompete até iniciar o ensaio do coral. Mas, como estava cedo ainda, a igreja nem estaria aberta provavelmente. Então, eis que uma forte e convicta idéia – como sugestão – veio em mente: “Vá na praça do Ipiranguinha e toca lá.” Bem, e eu fui. Cheguei lá, já era noite, haviam poucas pessoas, e em maioria, estavam correndo na trilha para correr e fazer caminhada. Bem, então fui num ponto mais isolado e escondido, e ai comecei a aquecer e a tocar o trompete, num meso-piano ou meso-forte. Passaram uns 15 minutos, e de repente, um senhor tomou a minha direção, e pela isolação entre outros, e por eu estar tocando, a tendência seria alguém não tomar aquela direção, mas ele foi vindo, cada vez chegando mais próximo. Até que realmente, ele chegou. Antes mesmo dele chegar, parei de tocar e o cumprimentei. E começamos a conversar, ele falou que era guitarrista, já tocou em alguns grupos por aí... apesar que a sua primeira pergunta foi: “Você toca algum jazz?” E fomos conversando por uns 10 minutos. Que por fim terminou com um acordo de que ele iria numa das aulas de instrumental no conservatório da Igreja Adventista Central de Santo André; apesar, de aparentemente, não ser alguém que pertença a alguma religião. Mas foi um papo amistoso, com aquele homem, que aparentava uns 55 anos. Os frutos disso? Eu ainda não sei. Por outro lado, me arrependo de não ter dito o que realmente importa.
Após isso, mal passaram 5 minutos então fui para a igreja. Onde ainda pude tocar uns 20 minutos de trompete até que chegara o Eliezer e o Lincon e então começamos a passar a música do quarteto. Até que chegara o Elton para atribuir. E então sucedeu o ensaio do coral; aliás, essa cantata de natal é muito gostosa de se cantar; já, acho que não é tão gostosa assim de se ouvir e o instrumental deixa um pouco a desejar, mas é muito 10. E vai ser magnífico na apresentação mesmo.
Teve o sábado também muito 10. Um magnífico sermão (aliás dois) do Pr. Jorge Mário, do nível que há muito tempo não ouvia. E no instrumental, eu e o Ronald no trompete, Hugo no sax alto, Junior no violino e o piano variava. O Elton havia ido para São Paulo. Almocei na casa da minha vó, conversei um pouco com os parentes, depois fui para o ensaio do coral. Dali fui para a casa do Rafael, e então fui para o concerto da OFSBC (Orquestra Filarmônica de São Bernardo do Campo), com ele e meus pais (levei a minha mãe como presente pelo aniversário dela).
No concerto, encontro o Jobson, logo no banco da frente; o qual é um líder de desbravadores e um grande cristão da região; alguém, no mínimo, admirável; junto com um amigo. Bem, o concerto, não gostei muito como os demais, não conhecia nenhuma das músicas do repertório, apesar de tocar Tchaikovisky, mas não conhecia a quinta sinfonia. Meus pais gostaram, mas como são um pocado leigo, não puderam entender e apreciar muito. Já eu, me deliciava de alguns acordes, daquele piano cristalino, e dos metais na valsa do Tchai. Fora que fiquei impressionado com a potência que a tuba fez numas notas graves – Haja ar e pulmão! – e também os violinos fizeram um acorde, que fiquei encatado, maravilhado, quase que dei um pulo, um salto intelectual em minha poltrona. Eu e o Rafael virou ao mesmo tempo um para o outro e dissemos quase que juntos “Você ouviu isso?”, eles fizeram exatamente o som de uma gota da água se chocando com uma pequena poça de água. Como Tchaikovisky conseguiu escrever isso? De onde veio tamanha inspiração?
Bem, em casa, finalmente, às 23 horas, dou uma geral no que havia digitado durante a semana para o livro. E acabo indo dormir por volta da 1 hora da madrugada. Então, de repente eu acordo, estranhando um pouco por não ter acordado com o alarme do celular, estava já numa hora quente do dia, e meu irmão não estava em sua cama. – “Mãe, que horas são?” E fico chocado e surpreendido ao ouvir “Meio-dia e meio.” Diversas coisas passaram em minha mente, a principal, sem dúvidas foi: “Perdi o clube! E perdi metade do dia!”, naquela expectativa de aproveitar ao máximo os fins de semana.
Logo acordei, minhas avós estavam em casa e logo já almocei uns pratos especiais feitos pela minha mãe. E em seguida peguei a bicicleta e fui me exercitar, dar umas voltas, tende em mente que às 17h45 haveria o instrumental.
Santo André estava bagunçada naquela tarde, havia vários comícios pela cidade. No centro até havia um transito bem pesado, incomum para um domingo. Aliás, próximo ao sindicato, havia uma multidão em torno do discurso de um candidato que ao mesmo tempo estava oferecendo churrasco e cerveja para as pessoas ali. [Que belo modo de conquistar o voto!].
Após 1 hora pedalando fui até o Duque de Caxias onde fiz uma série de alongamentos, e percebi o quão o sedentarismo do trabalho está me afetando, mesmo eu ainda fazendo vários exercícios e alongamentos durante o dia. E o Duque estava estranho, havia uma presença forte de conflito [nos âmbitos espirituais], logo percebi que estava tendo uma competição de basquete, e vários jovens ali no visual do “jogador de basquete negro do gueto de NY”, ouvindo uns haps americanos. E, também vinha um forte som, meio que musica eletrônica do comício na av. industrial, o transito pesado da avenida também poluía o ar. E de repente houve uma movimentação na portaria onde há uma guarita, pois um homem ali, aparentemente alguém que vivia nas ruas, bateu com uma barra de ferro na cabeça de uma mulher. O qual me arrependo por não ter ido fazer uma pequena analise de primeiros-socorros, nem ter intervindo na discussão que ocorria. Então apareceu uma garota, muito bonita, exibindo suas belas curvas com aquelas roupas grudadas a pele, e ela começou a fazer uma caminhada no parque. Logo percebi a tentação de ficar ali, e acompanhá-la, ou apenas ficar olhando... ao mesmo tempo, que ouvia claramente a voz do Espírito Santo dizendo para sair dali e ir para casa. E foi quando que uma pequena gota de garoa caiu no meu rosto, e olhei para o céu e vi um tempo fechando; pensei que talvez choveria, e isso me motivou ainda mais para tomar a decisão de ir embora.
No calçadão da Oliveira Lima vi o Giancarlo andando, de terno, gravata, e a Bíblia grande na mão andando, bem determinado. Dei meia-volta fui até ele, e o cumprimentei. E assim iniciou uma conversa de uns 20 minutos.
Bem, no centro vi uma cena lamentável, várias pessoas bêbadas pelas ruas (graças as cervejas do candidato). E pude ver um cara dando um gole numa lata de cerveja, do tipo, como se fosse ágüem que estava andando por dias no deserto sem água; aquilo me chocou! E depois, vejo 3 rapaz, aparentando 17 – 19 anos, com uma latinha na mão, com pinta de trombadinha e usuário de droga, jogando palavras estúpidas e deploráveis ao ar, enquanto que um deles ia pixando algumas paredes com um diz preto. E continuei meu trajeto.
De repente decidi mudar o trajeto, ao invés de ir pelo mais rápido, decidi ir ali pelo meio da Vila Pires. Quando estava fazendo a roda próximo ao clube Aramaçã, me cruzo com o carro que me deu preferência, e ao prosseguir a curva o carro vinha logo atrás... quando de repente, duas crianças afobadas, saem correndo cruzando a rua, e a menina tropeça e cai... ao ver isso, logo associei ao carro que vinha atrás e pensei num possível atropelamento, e a única coisa que pude fazer foi expressar com os lábios “Ai!”, como se sentisse a dor por ela. Mas o carro conseguiu diminuir a velocidade e desviar sem dificuldades. E fiquei pensando: “Que capote besta! Certamente aquela menina não costuma correr.” (foi do tipo, que a pessoa se tropeça na própria perna... e só vejo isso, quando pessoas que não costumam correr, de repente dão um pique forte).
Bem, ao entrar ao começar a fazer a próxima curva a direita, de repente noto 3 garotos em bicicletas pedalando forte (para o tamanho deles – apesar de estarem numa marcha leve, o que não gerava muita velocidade) no sentido oposto, e gritando: “Ei! Péra ê! Vou te pegar!” Numa fração de segundos percebi que estavam atrás dos dois garotos, logo pensei que eram amigos, estavam brincando; então me recordei da imagem da menina e percebi que ela estava arrumadinha demais, e tinha jeito de quem não brincava na rua; e então curioso, tive uma pré-conclusão de alguma encrenca. Isso, talvez em 2 segundos. E então, em 5 segundos fiquei pensando: “Continuo para casa. Ou vejo isso?” Mas algo no meu coração dizia forte e claro que eu tinha que checar aquilo. E decidi voltar, faço uma curva de 180 graus, e volto. Logo vejo, os dois garotos correndo, uns 50m após o ponto do capote, e os de bicicleta perseguindo-os, um deles mais a frente, de jaqueta vermelha.
Dou apenas algumas pedaladas mais fortes e já estava na cola dele. Quando notei melhor a cena. A menina estava desesperada e chorando, e caiu de novo ao tropeçar na calçada enquanto corria. Era uma pequena subida, numa casa mais acima havia um senhor de idade, no qual o garoto falou forte “Senhor, ajude nós.” E o da bicicleta falando algumas palavras ofensivas, dizendo que ia pegar ele. Logo, então disse: “Ei garoto! – ao olhar para mim – Deixe ela em paz.” O garoto retrucou uma frase estranha ao pensar no que ele falava, “Por que deixar paz?” Então repeti de forma mais branda e séria “Deixe-os em paz.” O garoto na hora parou a bicicleta. Passei por ele, e fui até a direção dos dois garotos. E os meninos da bicicleta tomaram caminho oposto, indo devagar, mas gritando várias palavras ofensivas e obscenas, e muito sem lógica, e ameaçando do tipo: “Eu ainda vou te pegar. ... Gente se cruza nóis ainda.”
Fui até os dois, era um garoto e uma garota, aparentavam ser irmãos, o menino com uns 10 anos, e a menina talvez com uns 11 ou 12. O menino mais calmo, mas muito preocupado e tenso, e a menina chorando tentando se recompor. Ambos bem educados. E o garoto me perguntou: “Moço, eu estava indo para Carijós (uma rua bem conhecida)... mas não sei onde ia dar essa rua. Você sabe como faço para chegar na Carijós?” Ambos me lembravam muito alguns desbravadores, ali, estava o conselheiro Evandro. Hehe. Nenhum falaram, de primeiro sobre o que acabara de ocorrer.
Um ‘instinto’ imediato veio em mim de conduzi-los em segurança até lá. Apesar de que aquilo iria, me fazer usar uns 30, talvez 40 minutos. Então disse que os acompanharia até lá. Pois também pensei que aqueles garotos poderiam voltar, segui-los. E quem sabe bater neles. Rouba-los, algo do tipo. Pois ficou claro, que não se conheciam. Bem, tomando caminho, ao cruzar a esquina perguntei a eles: “O que eles queriam?” E o garoto disse, “Eles queriam levar minha blusa.” Dei uma olhada naquela blusa azul, parecia ser algo de marca, caro; apesar de não conhecer e não ligar para essas coisas. E continuamos o caminho, pouco falando. Os dois estavam meio emudecidos e espantados. Percebia a adrenalina e o pavor neles, pelo modo como davam os passos.
Bem, no próxima esquina, surgem os garotos novamente de bicicleta, que deram a volta no quarteirão. Ao verem que eu estava com eles, ficaram afligidos por perceber que não conseguiriam roubá-los, e começaram a xingar algumas coisas. E, o mais estranho, provocavam o garoto falando coisas do tipo: “Seu covarde.”, “Seu merda.”, “Só porque o moço está aí, agora fica se achando.” E sem dizer nenhuma palavra, sem dar bola. Continuamos o caminho. Descemos e subimos duas outras ruas. Já, pelo menos uns 700m do local anterior. Os garotos realmente foram embora. E no final de uma longa subida, ali perto do Perin Instrumentos, eles então agradeceram: “Obrigado moço...”, dizendo que ali estava bom, e que estavam perto (de fato, eram apenas mais 3 quarteirões até a Carijós). Eles já estavam calmos e tranqüilos. Provavelmente, iam para alguma festa de aniversário. Então despedi deles sem mais o que dizer, pois percebi que estavam meio chocados para conversar, e de fato, eu era um estranho para eles.
Bem, dei meia volta e voltei. Pedalava um pouco mais forte, como se procurasse encontrar com aqueles três garotos de bicicletas. Um deles, o que ficava xingando e falando, aparentava uns 10 – 11 anos, os outros dois que ficavam mais na retaguarda uns 12 – 13 anos. Todos de calça larga e jaqueta larga, boné ou toca; bem no estilo ladrão. Procurava, como se quisesse dar uma lição neles, talvez uma surra, talvez forçá-los a ligar para os pais e falar com eles, ou mesmo, imobilizá-los e chamar a policia. Ao mesmo tempo, que a possibilidade deles estarem armados não me amedrontava; pois todo aquele instinto de lutador, karate, brigas de rua viera à memória muscular. Mas não os encontrei.
Pensava, neles, no que tinham dito. E logo conclui que eles não pensavam no que falavam. Não sabiam o que falavam. Agiam como pessoas que fazem contas com algoritmos de matemática sem saber o que estão fazendo, apenas porque foram ensinados a fazer daquele modo. Certamente, tinha algum bandido ou traficante por detrás daquilo, que os ensinou a fazer aquilo. Ou de quem eles copiaram. Para eles era um método, eles ameaçavam com tais palavras e a pessoa tinha que dar a blusa. Era isso! Não havia nenhum questionamento, e provavelmente, nem iria tentar brigar. Mas tinha que insistir no algoritmo até a pessoa dar a blusa. Ameaça verbal, com palavras ofensivas, mas que são expressas como um algoritmo, sem a que a pessoa que está falando desse a mínima para o que saia da boca. Para o que acontecia. O que estava fazendo.
Pensei tanto nisso. Na questão da educação do pais. Nos pais dos garotos. Na vida provável desses garotos. Se aquelas bicicletas eram deles ou foram roubadas. Sobre o futuro que tendia a eles terem. No desejo de fazer algo. Nos rapazes que pixavam no centro. No candidato que parou o transito, e ficou distribuindo carne e cerveja. Pensei na sociedade. Em Satanás e o que busca fazer com as pessoas e as crianças. Alias, não é isso? Se dissermos para Satanás deixar alguém em paz, ele certamente ira questionar, como se aquilo não estivesse em si: “Por que deixá-lo em paz?”
E pensei muito no meu papel quanto ao que ocorrera, e nas circunstâncias que me levaram a estar naquele exato lugar naquele exato momento.
Pois veja só na série de fatos que tiveram que acontecer para eu ter passado de bicicleta naquele local naquele momento:
1. ia chamar para sair no domingo, mas deu um desencontro... de modo que se tivesse ido, provavelmente, nem estaria em Santo André na tarde de domingo;
2. acordei tarde no domingo, perdendo o clube de desbravadores. Caso contrário, eu teria chegado em casa por volta das 13h40, iria almoçar e não iria ir andar de bike pois já teria feito isso;
3. Eu tive que sair do parque do Duque de Caxias naquele momento;
4. Encontrei com o Giancarlo, e fui interceptá-lo e fiquei uns 20min conversando com ele;
5. Mudei de rota para ir para casa.
Qualquer um desses acontecimentos e que não acontecesse exatamente como fora, e, provavelmente eu não teria evitado aquele assalto. Isso que também fora eu, outra pessoa não teria nem notado nas duas crianças afobadas; nem tão pouco tentado evitar; por medo do assalto; medo de as crianças estarem armadas e lhes ferirem seriamente ou matar. E mesmo assim, se a voz não tivesse falado para eu fazer o retorno quando passei por aquelas crianças e ido reto... ou então, se não tivesse acompanhado os garotos até um local seguro.
E na sexta-feira, que aconteceu aquilo? Se eu tivesse feito os 50min do cursinho, eu não teria ido para o parque e não teria conversado com aquele senhor.
Sendo que de certo modo, eu até resmunguei um pouco, nem que seja naquela idéia de “Não foi conforme eu tinha planejado. Ou que queria fazer.” Mas veja, tudo isso foi necessário. De certa forma, vários fatores na vida foram necessários, como a minha infância e adolescência na rua, karate, entre outros.
Tudo ficou tão claro para mim: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.”(Rom. 8:28). E também aquele verso que diz que Deus é que controla tanto o nosso pensar quanto efetuar. Tipo, tudo isso é magnífico quando acontece. A ação ocorre. E mais vontade dá de agir. Ao mesmo tempo, se eu tivesse negligenciado ajudar, teria sido condenado “Aquele que sabe o bem e não o faz, peca.”
Isso me fez recordar dos apóstolos, eles iam para as ruas, praças. Então Deus provia meios para as pessoas irem até tais, e eles, inspirados pelo Espírito Santo, agiam, falavam o que tais pessoas precisavam ouvir. Assim como o Eunuco, Deus arrebatou Felipe até ele para lhe ensinar da Palavra, Deus me conduziu até aqueles garotos. Se formos ver bem, as ruas estão cheias de pessoas necessitadas, ou de certa forma, estão na ruas porque querem interação com o exterior, seja com outras pessoas ou meramente o ambiente. Portanto, é mais tendencioso conseguirmos acesso a tais pessoas pelas ruas; do que fechados em paredes. Ou então, buscando comunicar com tais pessoas com encontros futuros num local x.
E se for ver bem, fora nas ruas, em que Jesus, apóstolos entre outros, agiam, ministravam, faziam laços com as pessoas, "sem hora marcada". Por que hoje buscamos um padrão da cultura capitalista de buscarmos locais fechados (teoricamente mais confortáveis e seguros); onde as pessoas estão menos receptivas?
Aliás, tive uma idéia, vou ver com o Elton e o Hugo, de combinar de irmos em alguns domingos ou sábado mesmo, na praça. E ficar tocando alguns hinos. Sem finalidade nenhuma além de tocar para Deus e abençoar os outros que ouvirem tais. Talvez isso, possa atrair pessoas, para conversar, quebrar obstáculos de preconceitos, quebrar o gelo, ou talvez até mesmo, seja um caminho, para conhecer novas pessoas, confortar outras, conduzir para ir num culto, ou estudos bíblicos, ou, simplesmente, testemunhar de Jesus e dizer: “Pois Ele vive, posso ver no amanhã...” e “Servos de Deus, a trombeta tocar, breve Jesus voltará!” – opa! Ou fazer alguns ensaios com a fanfarra do clube nesse esquema; apesar que fanfarra, dá uma semântica diferente.
Somos chamados para sermos ousados, loucos pelo evangelho; isso é romper paradigmas dos confortos modernos e obstáculos da comunicação social; do isolamento e da exclusão social.
Fica aí algo para pensar... e nisso fico lembrando e refletindo em algumas passagens dos livros “Serviço Cristão” e “O Ministério do Amor”, de Ellen G. White.
Bem, depois de fato fui na aula do instrumental. De lá fui para o culto, o coral cantou, um pastor fez um belo sermão. E até toquei trompete no final acompanhando a Edra no piano; mas minha embocadura estava já detonada, então não saiu algo muito limpo.