06 fevereiro 2008

Acampamento de Carnaval - IASD Central de SJC

Domingo
Um pouco antes das 10 horas sou acordado. Tipo, foi uma daquelas noites de sono que eu desmaiei. A posição que você deitou na cama é a que você acorda, e o sono foi tão prazeroso que você deixaria de comer uns 3 dias por um sono daquele. Só que com o corpo com um pouco de ressaca do desgaste anterior, tipo, você sente que falta algo para estar 100%. O problema é que nos meus planos, essa hora eu deveria estar já no acampamento, ou pelo menos chegando. E não, estava acordando.
Aí depois do pessoal aqui enrolarem até, pois quiseram fazer um passeio. Ai chamaram as vós, tio, tia... rs. No fim a kombi do meu pai foi lotada, e depois de um tempinho chegamos ao sitio em Suzano.
Bem, chegamos bem na hora do almoço, e logo de cara já encontro o Renan, Danillo, Rodrigo, Marya, Flávia jogando Uno (ou Can-Can); cumprimentei eles. Aí fui comer. Comi ali com eles enquanto jogavam, mas tipo, terminaram de jogar eu ainda comendo – para variar rs. Mas assim foi indo, talvez tenha sido o ultimo a terminar de comer. Contudo, a Flávia estava meio estranha; não parecia muito a vontade. Bem, depois o pessoal ficou ali só no blábláblá sentados com um papo nem feijão com arroz, mas estava mais para balinha de iogurte. Aí fui jogar um vôlei com um pessoal que estava na quadra.
Então, eis que começa a chover. Chove e chove. Então, lá vai eu mais um pessoal para a piscina. Depois, eu, Rodrigo e o Rafael colocamos uma lona de plástico na descida do gramado para ficar escorregando; só que haviam poucas pessoas encarando a chuva, então estava de boas. De repente, o pessoal começou a ver aquilo e começaram a se empolgar e todo mundo ir para a chuva e a lona. Ai ficou meio zuado, então voltei para a piscina. Depois disso devo ter jogado um pouco mais de vôlei, tomado um banho, conversado um pouco, jantado... ai teve uma festinha que os homens prepararam para as mulheres.
Bem, ai lá foi nós assistir o entretenimento. Bem, teve uma cena até mais cômica – o que me faz refletir o que é humor para a cultura hoje? O que é rir? O que é se divertir? – mas depois a coisa estava tão difícil, que estava difícil até se concentrar, ai sai de lá, fui na cozinha, tomei uma água, dei uma volta, uma respirada. Logo apareceu o Rodrigo também compartilhando do mesmo. Ai não lembro muito bem, acho que voltamos para lá até o final. Então depois teve um lanchinho, meio que um tempo livre, onde conversamos melhor com o pessoal. Nisso acho que acabei conhecendo duas lindas irmãs gêmeas, a Larissa e a Laisa.
Então, mais tarde, umas 11h da noite teve um culto maravilhoso. O Pr. Rafael, que já foi aqui do ABC, lembro de algumas vezes que ele pregou por aqui, até mesmo no colégio quando eu era do ginásio se não me engano, foi ele que ministrou a palavra. Ele pregou com já há um tempinho não ouvia alguém pregar; um sermão forte, abrindo até o fundo da ferida; baseando-se numa das histórias mais mencionadas mas mais fugidas dos evangelhos: Marcos 4. Quando Jesus diz que deseja que “a multidão” não saiba a verdade, não se salve. (veja a história). Foi um sermão incrível, tocante mesmo; mas não de sensacionalismo, mas daquele que impacta pela mensagem, pela verdade, pela reflexão. E usou também de uma história de Sócrates que tenho que contar:

“Sócrates, o sábio da Grécia Antiga, tinha alguns discípulos que desejavam ser como ele. Um dia tais lhe questionou de onde viera tanta sabedoria. Aí Sócrates foi andando pela praia e entrando no mar e os discípulos atrás. Quando chegou na água no peito dele. Ele virou pegou a cabeça de um dos discípulos e afundou na água, afogando-o, não permitindo que ele subisse e pegasse ar. Ele debatia-se todo. E quando ele estava começando a perder as forças, então ele soltava a cabeça dele. Assim que a pessoa voltasse ao normal, Sócrates disse: “Quando você querer sabedoria tanto quanto queria ar, então você terá toda sabedoria que quiser.” (imagine como foi a associação com o sermão). A mensagem em básico foi “os dois grupos de pessoas”, ou você pertence a um, ou ao outro; como diferenciar. E o que precisa para pertencer ao menor grupo.
Segunda-feira
Depois do culto – acabou meia-noite – era um tempo livre até 1h30 da manhã. Mas nisso também exibiriam um filme para quem quisesse. Seria o “Desafiando Gigantes”, e já fazia um tempaço que eu queria assistir esse filme. E aí, sem pensar 2x assisti o filme, eu mais umas 30, 40 pessoas acho. E meu!!! Que filme!!! Deveriam produzir mais filmes assim!!! O primeiro filme que realmente se vê um testemunho do poder da transformação da Palavra de Deus!!! Que mostra qual é a verdadeira coisa na vida que fará a diferença. O que realmente é dar o melhor de si. O que é o nosso limite. Até onde podemos ir. O esforço próprio. O testemunho para os outros. Simplesmente incrível. Esse filme tocou em mim mas muito mesmo, principalmente na cena em que o técnico desafia e incentiva o jogador a "dar o melhor de si", carregando um jogador nas costas usando as pernas e braços (meio que tipo flexão) pelo campo. Aquela cena é muuiito forte! Muito forte mesmo!!! E nisso eu fiquei pensando: "Estou dando o meu melhor?" Pois não parece. Devido a minha apetidão física, minhas capacidades e por mais que me esforce; no final eu sempre estou convicto que ainda posso dar meu melhor, ir ainda mais longe, dar mais algums, mais muitos passos. E outra coisa seria: "Estou louvando a Deus nas minhas ações?" O que isso quer dizer? Veja o filme, aquele time. Que em tudo busca dar o seu melhor, entrega total; fazer cada coisa, de modo que louve a Deus em cada transpiração, em cada movimento, pensamento, ação, atitude... dando tão duro como jogar bravamente na linha defensiva e segurar quatro downs um ataque mais forte que você quando você já está totalmente esgotado e ainda por cima forçando um fuble. (para quem entende de Futebol Americano, entende melhor o que isso quer dizer)
Depois do filme, fiquei conversando com Danillo, Lucas, as gêmeas, a Vanessinha, talvez só lá perto da piscina. Enquanto uma outra turma enorme jogava Uno. Até que eram umas 3 horas da madrugada, ai o sono bateu e fui dormir na rede, pois a chuva inundou a barraca dos meus primos (que armaram de forma péssima). Aé, nisso o Renan já havia indo embora, porque teria que trabalhar na segunda, terça... Bem, a noite não foi das melhores, pois, ora acordei com o sereno caindo no meu rosto numa ventania, ora acordei para ir no banheiro; mas foi uma boa experiência; pois estou com uma idéia de desenvolver meu organismo a ficar mais resistente ao sono, seus efeitos, a vencer o sono, ter controle sobre ele, e também a toda a atividade em geral quando não se dorme bem. Não estou dizendo que farei isso pelo resto da vida, muito menos que é saudável ou aconselhável. Apenas creio que é algo que certamente enfrentarei muito na minha vida, e gostaria de estar o melhor preparado possível para isso quando acontecer. Pois por mim, todos os dias dormiria 21, 22hrs e acordaria, 5hs da manhã.
Bem, mas 6h30 da manhã já estou de pé. O pessoal em geral não acordava, demoraram muito. Tanto é que era 8h e pouco quando serviram o café da manhã. Depois teve mais um culto, e o Pr. Rafael falou sobre o “sofrimento”, sobre a questão de que Jesus disse que traria “a paz e ao mesmo tempo aflições”. Foi um excelente sermão, e no final, ele fez tipo uma interação, um debate como foi chamado. Dividiu o pessoal em grupos de 5, e deu uma folha para cada uma com 4 passagens da Bíblia que abordavam o assunto e ai deveríamos entre nós debater e comentar. E depois no final, era repassado, questão por questão, e os grupos que quisessem comentavam. Foi muito 10 mesmo. Isso acabou quase 11hrs, ai joguei um pouco de vôlei com o pessoal, mas começou a chuviscar muito forte ai parei; fui lá com a Flávia e mais alguns que estavam jogando Can-Can, joguei 2 rudadas – aliás, como é interessante a forma como se perde o interesse e o prazer pelas as coisas, quando é colocado no seu coração que a base, a essência de tal coisa é vaidade.

O pessoal em geral estavam muito “morto”, molengas, ninguém fazia nada. Enquanto isso, eu com a cabeça nos desbrevadores; e pensando em fazer algo, e útil. Mas o que? Por fim fui assistir um filme que estavam passando, “Em Busca da Felicidade”, com Will Smith. Que filme! Triste que só. E pior que me vi muito ali no personagem. O esforço, o sacrifício. Apesar de não ter chegado a situação dele. Mas certamente foi um filme que me inspirou muito a lutar pelas coisas e não desistir nunca. Um exemplo de perseverança. Acabou, então, almoço. Só que esse almoço foi estranho, creio eu que meu estomago não aceitou muito bem a mistura do arroz com o feijão, e fiquei com uma gastrite forte (sinceramente, não lembro a ultima vez que tive algo do tipo) chata e muito incomoda a tarde inteira, apenas um pouco depois da janta começou a melhorar.

De tarde fizeram um campeonato de ping-pong lá e eu fui participar, apesar de fazer uns 2 anos que praticamente não jogava. E por incrível que pareça, fui o campião da minha chave com 3 vitórias e 1 derrota. Só que na segunda fase, onde os campeões das chaves jogavam entre si, hum, não ganhei uma. Há se fosse aqueles tempos quando eu estava, na sexta, sétima, oitava série, que era ping-pong todo dia, em casa, no Ricardo, na escola... E isso consumiu praticamente a tarde toda. Ai depois, já que não tinha o que fazer, fui ver um evento que fizeram lá para umas equipes que fizeram, do tipo passa ou repassa... Também deram um trote no Lenny, pintaram ele de Hulk... ai ele correu atrás de mim para me sujar, mas conseguiu sujar minha blusa. Depois da janta teve finalmente um futebol (o tempo se estabilizou e a quadra estava seca) na quadra. Só que estava meio zuado o futebol, o pessoal estavam em geral com muita adrenalina rs, muita disputa, até mesmo não tratamento adequado um para com os outros. Depois do fut, fiquei conversando com a Flávia, o Danillo, o Lucas e o John que estavam sentados na balança; todos meio pensativos. Bem, de certa forma sei o que se passava pela cabeça de cada um ali, mas para resumir, em todos os casos, era um certo conflito interno, de dúvida e insatisfação. Depois teve uma festa bem a “la Zorra Total” do qual se tem o objetivo “faça o expectador cagar de rir”. E realmente, conseguiram hehe. – e lá vem aqueles pensamentos novamente quanto ao riso... é esse o tipo de riso que devemos ter?

Teve uma curta pausa. E depois tivemos uma cerimônia esplendida de Santa-Ceia. Com lava-pés. Depois Pr. Rafel, fez um pequeno mas poderoso sermão, cheio do Espírito Santo. Nisso, veio a tona todo aquele meu eu. Principalmente o Evandro das últimas - sobretudo da última – semana e como estava fraco. E ali foi um daqueles momentos especiais de encontro com Jesus, onde novamente olhei para meu coração e ele estava sujo, e refleti no que isso causou a Jesus, e o no Seu amor; e confesso, que depois de muitos meses – não lembro da última – viera lágrimas aos meus olhos. Arrependi de verdade. E fui perdoado. Lavado ficara eu. E uma nova aliança, um resgate de um pacto que já fizeram com Deus, acontecera. Que coisa boa! Não há palavras para explicar. Como expressar a paz que excede todo o entendimento? Foi uma festa espiritual tremenda, tremenda mesmo; contudo super serena e reverente. Todos saíram se abraçando, houve uma união tão forte entre os irmãos, por poucos minutos se pode ter flash de uma cena de uma igreja primitiva, de amor entre os irmãos, em que no coração, na mente de tais pessoas apenas havia o Jesus Crucificado e Ressurreto. A Flávia estava chorando aos baldes. E logo soubera que parece que finalmente a pedra que há no coração do Danillo (meu primo), tremeu, vacilou, trincou, rachou e tende a cair. E sinceramente, como otimista que sou – porém, sempre assaltando pelo ceticismo para com as pessoas – creio que verei esse primo sendo batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Bem, simplesmente ganhei a noite.
Nisso eu fiquei empolgado, eu queria conversar com os amigos, e como já estavam amaciados; fazer algo mais tipo uma vigília, mas não assim tão a rigor. Mas conversar, e em algum momento começar a buscar falar das coisas celestes; mesmo dar um testemunho de modo a buscar tocar, incentivar o Danillo principalmente. Mas o que aconteceu? Logo, Satanás joga uma balde de água fria. Não conseguiu esfriar tudo, mas que esfriou, há se esfriou. Logo lá estava o pessoal com a mente já totalmente focada em outra coisa, jogando Máfia, palavras e conversas tolas. E tudo, indicava mais uma noite de social, “a la balada cristã”. Quando vi isso, bem, o que fazer? Perdi totalmente o objetivo pelo qual estava disposto a varar a noite. Fui para a sala de jogos onde havíamos combinado de dormir. Estava a só ali, e após uma conversa com Deus, dormi. Apesar que, como muitas vezes, foi difícil dormir. Ainda mais com aquele barulho. Mas então dormi, acho que eram 2hrs da manhã, por aí.

Terça-feira

Umas 6h30 da manhã acordo com meus primos jogando bolas de sinuca em mim. Muitos jovens ali vararam a noite se divertindo, parece que até a policia baixou por causa do barulho que devia estava afligindo a noite de sono de alguém. Ou simplesmente não fazendo nada. Nada de útil. E ali estavam eles, com uma fisionomia horrível, como se tivessem levado uma surra, olhos inchados, sem animo etc. Pelo menos estou mais acostumado do que eles para maior desgaste físico. Já alguns deles, dava até angustia de se ver. Ou seja, aquele dia estava condenado, ninguém teria animo para fazer nada. Então, foi um embromeition bárbaro até o café da manhã. Depois teve um culto. Depois do culto, eu estava doidinho para jogar bola, assim como mais umas 5 pessoas; mas não havia mais uma única pessoa se quer com pique para jogar bola. E por fim, acabamos por jogar um pouco de rebatida. Depois disso, conversei um pouco com o pessoal; aliás, o papo flui melhor desse ponto em diante – apesar de longe, daquele que estou mais acostumado. Aí teve o almoço, e mais gente parada sentada, deitada, conversando. Depois teve o encerramento. E aí, arruma as coisas para ir embora. Aí, despedida do pessoal, e “go to home”.


Considerações.
O acampamento foi muito bom. Não foi o melhor que já tive. Longe de se comparar ao Campori Coram A Toda Prova 2005, Campori de Lideres 2005, Interunidades de 2005 com o Guardiões; um em Itirapina, acho que quando tinha uns 12 anos ou menos. Mas foi um dos camporis em que o pessoal estava mais animado, com mais energia, mais boas intenções, bom trato para com os outros; contudo, creio que ficou faltando algo mais. Talvez, que havia um enorme potencial, Deus deu uma grande benção a todos ali, energias... mas não fora usado devidamente. Parece que algo de muito especial poderia ter acontecido, mas não aconteceu. Foi uma grande festa, tive ótimos momentos sociais – talvez até demais – momentos para conversar e passar com amigos e fazer novos amigos, assim como as gêmeas, a tininha, o lucas, o saulo... Aliás, o Saulo foi um carinha especial, muito carismático ele, e a única pessoa que realmente ficou interessada de um papo mais profundo, até pude falar para ele algumas curiosidades de matemática; e eu fiquei super-chocado quando fiquei sabendo que ele é quase um pastor formado, não acreditava... talvez colocaria a mão no fogo em dizer de que ele não.

Bem, já esperava por um acampamento mais no estilo. Pois normalmente acampamento de jovem assim, muita ociosidade, muito sem ter o que fazer... ai se fica com muito passatempo e conversinhas. Diferente de um acampamento de desbravador, talvez esteja acostumado demais com o ritmo desbravador. Mas fiquei muito surpreso por algumas pessoas que conheci, e que pude ver em seu testemunho, de modo que é alegria para o coração. Apesar, que também do outro lado da balança, fui fortemente ferido por algumas decepções; uma foi pelo pessoal em geral não aproveitar o banquete espiritual, mas sim vomitando boa parte. Outra foi aquele tipo de decepção, de quando você tem aquela primeira impressão, você vê algo, confia naquilo; mas ai, de repente, você vê uma máscara cair, e então você percebe que não conhece aquilo como realmente é.

Sinceramente, o melhor de tudo mesmo, o que realmente valeu esse acampamento; foi a forma como Deus alcançou meu coração nele. A forma como pude me reconciliar com Deus na progressão de minha caminhada espiritual. As mensagens que Deus me revelou ali. O impacto na minha vida. Voltei muito mais edificado desse feriado de carnaval, mais maduro. Não só maduro nesse conceito responsabilidade, sensatez, idade, seriedade, bom sizo... mas mais maduro em todas as áreas da vida. Um pouco mais calejado, mas assim posso segurar uma panela quente por mais tempo, ou até mesmo uma mais quente.

Contudo, confesso que voltei com a cabeça muito pensativa. Muito mais do que quando fora. Despertada. Cheio de idéias e reflexões; e agora pensando no próximo passo quanto ao que fazer.

Mas vamos lá. E no próximo. Se for a vontade de Deus e eu viver até lá, estarei novamente acampando; para louvar, honrar e glorificar o Deus Único, o Grande Eu Sou: num mundo de tamanha corrupção com o pecado; onde pessoas riem de humor negro; onde pessoas se tornam safadas; onde pessoas são mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus. E pior, muitas delas, têm a cara-de-pau de dizer que são amigas de Deus, que amam a Deus sobre todas as coisas.Só espero que seja um outro acampamento, mais especial, melhor produzido, e no qual, as pessoas aproveitem, usem devidamente as benções de Deus, de modo a extrair todo o poder que Ele nos concede.

05 fevereiro 2008

Acampamento de Carnaval - Desbravadores

Caro leitor, descreverei aqui aquilo que julgar necessário que você saiba e possa lhe ser útil; contudo, saiba que muitas coisas não falarei aqui, guardarei para mim mesmo, ou apenas contarei para pessoas mais próximas e confiáveis. Mas também para os curiosos de plantão do que acontece na vida do Evandro, lá vai.

Bem, antes de tudo, eu estava numa intriga mortal. Tinha 2 acampamentos para ir, o da Central de São José que seria em Suzano e o dos Desbravadores que seria em Engenheiro Coelho no Unasp. E estava totalmente em cima do muro: “Em qual deles eu vou?” Pois em questão de acampamento em si, minha preferência é 100% desbravadores, pois não gosto muito de acampamento jovem é muito do tipo “social”, é muito parado, não sua muito rs, há muita ociosidade, muito tempo sem o que fazer na companhia de pessoas de modo que se fica meio que obrigado a dizer algo, de modo que não haja muito expressão causada por naturalidade, mas por um certo vazio do tipo “algo deve ser dito, feito... algo a chamar a atenção e satisfazer o outro”. Já desbravadores, há uma estrutura, objetivos, atividades, é do tipo “sem parar” do começo do dia até dormir (e olha lá) e no final de cada dia se está com o corpo muito cansado, principalmente as pernas; e nesse meio, envolvido com muitas atividades que tira um pouco a atenção do subjetivo, de modo que por fim, ao contrário do outro, as conversas, expressões, falas etc, acabam sendo em geral muito mais naturais. Por um lado, tinha alguns amigos de São José, especialmente a Flávia que queria rever, conversar, passar um tempo... fora meus primos, o Danillo e o Rodrigo... e o acampamento já estava pago. Já no dos Desbravadores, além da responsabilidade de ser o Diretor Associado, tinha uma participação imperativa na sexta-feira, principalmente quanto a ir, montar as barracas, falar com a administração, arrumar o local, algumas atividades, entre outros.
A dúvida era tamanha que quase perdera uma noite de sono. E confesso que não fora uma semana muito bem-sucedida espiritualmente, pelo contrário, muito fraco. E nesse ponto, fui despreparado para os acampamentos.

Quinta-feira
Foi incrível, de repente, me veio uma solução em mente, apesar de não muito cômoda, mas ‘i daí’? Foi quando minha mãe falou que meu pai estaria de folga no domingo. Então pensei: “Vou sexta para o acampamento de Desbravadores, pego uma carona para voltar no sábado. E no domingo meu pai me leva para o outro acampamento e fico até terça.” E aí, meio que me planejei e acertei as coisas para fazer isso. Mas foi um dia meio longo. Uma tarde estranha, estava precisando me aquietar-se um pouco, pensar um pouco, respirar... e aí fui fazer um caminhada e um culper até o Ipiranguinha, só uns 10km (ida-volta). E de noite, acertando uns detalhes pela net, arrumando as malas, telefonema aqui e ali, acabei indo dormir duas da madrugada.

Sexta-feiraAcordei umas 7 horas (5 horas de sono). Aí fui para casa do Elcio, depois chegou o Adriano, e tomamos rumo a Engenheiro Coelho. Bem, vamos dizer que o carro estava lotado e pesado de tal modo, que não talvez não coubesse nem mais um livro. E na ida tudo bem, até chegarmos na família av. Bandeirantes em São Paulo, e aquele transito básico de 1 hora até cruzar a marginal Pinheiros. Aí pegamos estrada, tirei uma soneca, porque não tinha dormido muito bem já há algumas noites. Depois de 1 hora acordo, e mais 1 hora depois chegamos ao Unasp.
No Unasp, primeiramente foi meio demorado encontrar a pessoa responsável por atender-nos. Até que finalmente encontramos a Juliana, a qual nos mostrou a área de acampamento e nos deu alguns toques. Então fomos almoçar, que maravilha, o Vita (pai do Elcio) levou um arroz integral, um negócio de feijão e pão integral caseiro; muito bom... apesar de frio. Mas desde que comecei a ver esses documentários de sobrevivência, tenho aprendido a cada vez ficar menos fresco quanto a alimentar-me – claro que sempre buscando ser o mais saudável; mas vamos dizer, a “não se importar com o sabor”. Mas sinceramente, estava bom.
Depois de alguns minutos definindo onde colocaríamos e como as barracas, a cozinha etc. Começamos a montagem das mais de 10 barracas. Nada muito difícil, o problema é que elas não estavam bem guardadas. Tivemos que limpa-las. Remendar alguns furos...
Mas antes de terminar o serviço, fomos dar um mergulho na piscina aberta, que aliás, é excelente. Acho que foi a melhor piscina em que já estive na vida, e confesso que foram muitas pelas quais passei. Ai depois saímos, começou a chegar uma chuva, e ralamos para terminar logo as barracas; aí começou a chover, e tivemos que jogar as lonas por cima, sem prender bem os expeks... e aos poucos ajeitando aqui e ali. Aí eu fui fazer uma espécie de tanque para as cozinheiras; mas como já estava dando o pôr-do-sol, não deu para fazer algo muito caprichado; mas ficou uma pioneira legal, só na madeira, sisal, amarras e criatividade.
Bem, fizemos um culto de pôr-do-sol, eu, Elcio, Adriano e Vita. Cantamos alguns hinos. Fiz uma meditação de última hora, sem dizer nada além das palavras que dizia Paulo no livro de Efésios, sobre o viver com Cristo. Oramos. E depois ficamos um bom tempo batendo um bom papo descontraído e natural na rua; onde também apareceu algumas pessoas ali do Unasp que vieram nos conhecer e bater um papo, alguns, lideres de outros clubes. E ai depois fiz uma boa caminhada dentro do campus até o orelhão, mas em vão, não consegui falar com ninguém. E depois uma caminhada mais longa na volta, para refletir um pouco. Estava um pouco cansado, aliás, ralando o dia inteiro; e sabia que logo chegaria o clube e seria aquela zona e que também não dormiria aquela noite, mas passaria em claro ralando. Aí praticamente todos foram tirar uma soneca nas barracas. Aliás, como é bom, dormir sozinho numa barraca de 6 pessoas rs.
Umas 2 horas depois chegou a Monique e o Erique que foram de carro. Aí ficamos conversando um tempão, muito 10. Como gosto dessas conversas com poucas pessoas, naturais; em meio ao silêncio e a natureza e de bom nível, e não aqueles bla-bla-blas inúteis tão comuns. Ainda mais que nessas eu me empolgo em falar, apesar que estava com a cabeça não muito boa, não que estava com sono, porque sou meio que 100% acordado até que tentar dormir – eu escolho quando durmo. E aí, o Erique que estava super empolgado, tomou uma iniciativa exemplar, que até mesmo que repreensiva para mim mesmo por muitas vezes exitar em tomar esse tipo de atitude. Pois vou ser sincero, muitas vezes meio que penso do tipo: “Os outros não estão interessados no que tenho a compartilhar com eles, então eles que se dane, não vou tentar.” Tipo, ele repassou a lição da escola sabatina comigo, o elcio e o adriano; fizemos alguns comentários, foi legal... pena que eu não estava com a cabeça muito boa, e como já havia dito, não havia me preparado espiritualmente na semana. Pois certamente, teria aprofundado muito mais, pois se há algo que tenho prazer é falar sobre coisas da Bíblia, vida espiritual, filosofia de vida, e essas coisas de reflexão. Aliás, como amo fazer isso. E como é triste tão poucas pessoas gostarem de fazer o mesmo.
O melhor do dia é que ele foi realmente farto, principalmente quanto a questão de ter passado tempo e conversado muito com o Elcio, filosofado com ele, refletido com ele; ainda mais que ele é um amigo singular; principalmente quanto a compartilhar idéias, filosofias, pensamentos... E fora que ano passado mal nos vimos, pois ele ficou praticamente o ano inteiro em Maringá. E logo para lá voltará e passará mais um ano. Felizmente é o último ano dele, curso de letras na UEM, e espero que ano que vem ele estará de volta.

Sábado
Assim que terminamos, o ônibus chegou, isso já era 1 hora da madrugada. A garotada estava com a corda toda. Sinceramente eu fiquei impressionado com toda aquela energia do pessoal e a diretoria. Ao todo, havia pouco mais de 60 desbravadores e diretoria. Tudo indicava que seria um incrível acampamento.
E aí começamos a descarregar o buzão, tirar as coisas, e todo aquele peso. Logo “we have a problem”, temos que montar mais barracas que chegaram. E lá vai nós. Conseguimos montar uma, pois a outra. A qualidade da Capri era tão boa, que as varetas novinhas, em sua estréia, ao armar a barraca quebraram. E aí depois, carregar cozinha,que ficava mais ou menos, uns 150 – 200 metros do ônibus. E então carrengando muitas coisas pesadas, muitas mesmos. Fora que sobraram poucas pessoas para isso. Pois os desbravadores foram dormir, apenas a unidade maior masculina que chamei para ajudar a carregar, e alguns da diretoria. E mesmo assim foram várias voltas, talvez mais de 10, ou seja, mais de 1,5km, carregando centenas de quilos.
Bem, eram 3 horas da madrugada quando terminamos de carregar as coisas. Então apenas ficaram alguns homens da diretoria: Eu, Rafael, Elcio, Carlão e o Cristiano para montar e arrumar a cozinha. E aí lá vai nós ralar para montar aquele quebra-cabeça de centenas de peças de alumínio. Aí, umas 4h e pouco terminamos de montar, aí carregamos todas as coisas para dentro da cozinha montada, como alimentos. E já eram quase 5 horas da manhã. Então o pessoal foi dormir, apenas eu, o Carlão e o Cristiano decidimos não dormir; pois logo teríamos que acordar, fora que eu teria que acordar as cozinheiras dali meia-hora. Mas eu estava muito cansado, até com um pouco de dor muscular – o que é difícil acontecer – com os olhos um pouco pesados, e sem energia. Estava meio exaurido. Até que tomei um banho, e depois do banho, melhorou muito, meio que a exaustão fora embora, e aos poucos retomava as energias. Aí acordei as cozinheiras e ajudei elas em organizar os alimentos na cozinha. E ainda contemplei, conversando com o Cristiano a alvorada, o nascer do sol, que fora maravilhoso em meio há um céu límpido.
Logo os desbravadores naturalmente acordaram, poucos foram os que acordaram com meus gritos de acorda nas barracas às 7h30. Pois a grande maioria eram novatos, para muitos, o primeiro acampamento, a primeira noite em barraca; imagine a adrenalina deles. Mas apesar de já estar bem acordado e despertado, estava muito sem forças, e com a mente um tanto anuviada, com dificuldade para pensar, depois de tantas noites sem e mal dormidas.
Logo de manhã, já brinquei um pouco com a Patrizia, caloura no clube, irmã da Paola, alguém que gosto muito, principalmente brincar. Ainda mais com aquele jeito moleque dela. Só que lá para umas 10 e pouco, depois da escola sabatina; deitei num nada ergonômico banco de concreto e tirei uma soneca; acho que dormi pouco menos de 1 hora até que a Patrizia me acordou com um copo de água no meu rosto. Eita menina difícil, quando ela se empolga, do jeito sem noção que é... ai ai. Rs
Depois dei algumas voltas no Unasp. E acabei conhecendo duas pessoas, dois estudantes ali calouros, um de direito e outro de adm, um veio de Rondônia e outro do Pernambuco (ou era Paraíba?); batemos um papo gostoso, por uns 20 minutos. Aí teve o almoço, e um daqueles almoços únicos de muita conversa e descontração com o Elton, Elcio, Rafael, Andréa e alguns desbravadores que ficavam impressionados com os assuntos nojentos do Elcio rs. Fora que finalmente, ali havia uma companhia que acompanhava meu ritmo devagar de comer.
Logo, mais problemas. O dia estava muito quente. E como sempre, aquelas mal projetadas e construídas barracas da Capri (fujam dessa marca), quebraram sozinhas, devido a pressão, e ao sol que provocara uma dilatação de modo que instabilizou e escedeu a capacidade daquelas varetas de baixa qualidade e quebraram. Bem, isso sobrou para o Elcio concertar. Creio que ele teve muito trabalho com isso.
Nisso, já de tarde, eu já começando a pensar na questão de “ir embora” (tinha outro acampamento para ir). O Everaldo vem falar comigo, fala algumas coisas subjetivas como elogios, que eu faria muita falta ao acampamento; me pede uma ultima coisa para fazer: “preparar já o fogo do conselho”. E tipo, estava um sol muito forte, eu já havia me queimado bastante. Pedi ajuda para o Cristiano, procurar e carregar as madeiras até o local preparado para fogueiras. Ai em pouco mais de meia-hora consegui armar uma boa fogueira do tipo Fogo do Conselho, com isca e tudo, e deixei madeiras, gravetos, isca de reserva também para as outras que eles fariam. Aliás, nunca foi tão fácil conseguir as coisas para uma fogueira.
Depois, chamei o Rafael e a unidade dele (já que ele era conselheiro) para ir comigo até a portaria para pedir algumas informações sobre os ônibus que iriam para São Paulo; e aproveitei para conversar com ele. E acabamos dando mó volta no campus, e o lugar era um pocado longe, e um sol muito forte. Mas foi muito bom, principalmente a conversa, trocar umas idéias, refletir um pouco, e a caminhada em si. Aliás, aquela breve soneca antes do almoço, simplesmente revigorou minhas forças. Todavia, segundo o Elton, sou uma máquina pelo meu desempenho e aptidão física rs.
Lá me informei que o próximo ônibus seriam às 18hr. Aí voltamos, novamente naquele sol. E essa ida e volta, deve ter sido uns 5 km, quase 1 hora andando. Aí arrumei minhas coisas, me despedi do pessoal. E tive um probleminha “cadê meus R$ 50,00???”. Bem, a Lea me emprestou o dinheiro pro ônibus, contudo, apenas teria dinheiro para o buzão até a estação do Tiete, de lá me viraria para chegar em casa. Hehe. Bem, o Elcio me deu uma carona até a portaria do Campus. Onde encontramos com o nosso ex-professor Sérgio Klein, que agora residia ali perto do Unasp, conversamos rapidinho, ai despedi dele e fui para o ponto.
Uns 5 minutos esperando o ônibus, faltando 10 minutos para as 18 hrs. Eis que aparece um Tempra e um carinha me pergunta para onde iria, e disse: Para São Paulo. E ele me ofereceu uma carona porque iria para lá. Aí aceitei. Entrei no carro e fomos. Quase que em todo o caminhamos fomos conversando, sobre várias coisas. Ele era o Marcos, adventista, também de Santo André, da região de João Ramalho, que era enfermeiro; sua peculiaridade é que trabalhava 15 horas por dia!!! Todos os dias praticamente!!! E isso já faziam 4 anos!!! A vida dele simplesmente era trabalhar e trabalhar, e o mestrado a noite. Não viajava, nunca tinha férias, pois tinha dois empregos, um de manhã ou a tarde, e nunca as férias de um coincidiam com o do outro; e certamente sofria por causa disso, e também não deveria ter uma vida social muito boa. Tanto é que gostaria muito de acampar, fazer trilhas entre outras coisas. E disse que sempre que podia ia para o interior para relaxar um pouco, tirar um stress. E ele estava indo para São Caetano na casa de um paciente porque precisava levar uns exames urgente para o Hospital. E nisso ele me deixou na estação de São Caetano. Aí peguei o trem, que rapidinho chegou em Santo André, e então tomei o ônibus T29, rumo a my hose. O interessante foi que nesse ônibus eu estava com os olhos muito pesado; várias vezes ausentando de minha cosnciência, domindo. Sabe quando você meio que perde o controle do sono? Você está acordado, pensando, e de repente, no piscar de olhos, você dorme, é como desmaiasse, e alguns minutos depois acordava e tenta manter-se acordado? Bem foi isso, fiquei uns 15min, variando entre consciência e inconsciência, até que cheguei em casa, umas 21h30. Jantei. Dei uma checada na net. Assisti o vídeo de uma reportagem do SBT sobre os adventistas e a Reforma da Saúde (assista aqui). Arrumei a mochila, e então, meia-noite fui finalmente dormir.

Agora, era questão de tempo até acordar para um novo dia, e um novo acampamento.

Em geral estava tudo muito bom, perfeito. Acampamento de desbrava é demais! Você rala que só. É isso o quero, gosto, ter o que fazer, de modo a suar a camisa fazendo várias coisas que exigem atividade física, criatividades, habilidades e com um propósito, e nisso, naturalmente passar tempo e conversar com o pessoal. E fora a questão dos desbravadores em si, pois quando você vê uma unidade recém formada já se unindo adquirindo aquele espírito de unidade, grupo; fazendo coisas, planejando e executando tarefas; ou como na escola sabatina que foi muito envolvente, a garotada se empolgou, começou a fazer várias perguntas, começaram a se abrir, a falar sobre a pressão de grupo; sobre esse negócio dos outros tirar sarro de você por você ser diferente, ou decidir fazer algo que eles não fariam; e de modo que você pode explicar para elas, aconselha-las, motiva-las, e eles com profunda atenção... e toda aquela energia, garra e vontade. Nossa!!! É muito bom. Não tem preço. O acampamento promete!!! O ano promete!!!