Vamos dizer que tive um fim de semana mergulhado no mundo da música. No sábado, o Pedra Coral foi cantar numa igreja em Vinhedo – SP; contudo, a música deixou a desejar, não só a questão técnica, pois os tenores simplesmente esqueceram suas notas, por várias vezes seguiram os baixos indevidamente. Foi super estranho, feio, sem interpretação, para não falar da indisciplina. Bem, mas fim de ano, por mais pessimista que “os dados gráficos” demonstrem, sempre há esperança para o próximo ano. Alias, triste fiquei por não fazermos cantata este ano.
Porém, a noite fiquei novamente entristecido por vários comentários na comunidade “Adventistas do 7º Dia” no Orkut em torno da música. Contudo, foi uma experiência totalmente diferente ouvir as discussões numa comunidade realmente séria e de alto nível sobre música: “Eu realmente acredito em Bach” (EREB). Domingo, e um cansativo ensaio das 15h30 até as 19h30 (4 horas), o bom foi que apenas nos últimos minutos comecei a sentir incomodo nos lábios; minha embocadura e resistência, cada vez melhor. E durante isso pude apreciar a Emily tocar Bach e Chopin no piano; ela havia tocado num recital de manhã em São Caetano, mas não pude ir devido a chuva. Simplesmente maravilhoso, fabuloso, apesar de alguns erros e dela ter que se atentar mais para as dinâmicas e produzir uma critica pessoal para interpretar a música. Contudo, ver uma garota que toca a 5 anos tocando tudo aquilo de cabeça, sem partitura, treinando para a prova da Fundação das Artes é um grande privilégio. E de fato, Bach te hipnotiza!
Em seguida vou para o Teatro Municipal para mais uma apresentação da Orquestra Sinfônica de Santo André mais o Coral de Santo André e o Coro de Câmara da UNESP, com a regência de Carlos Moreno. Houve um “pouco” de empurra-empurra na entrada, com pessoas “super educadas”, pois havia acabado os ingressos e ninguém queria ficar de fora. Eu e o Rafael ainda conseguimos pegar bons lugares para sentar-se no chão e uma mulher sentou ao meu lado a qual conversamos bastante, muito legal e parece ter um bom senso critico para música, e para a minha surpresa ela já foi regente do Pedra Coral.
Sinceramente, foi praticamente um culto de ações de graças. Eu praticamente fiquei impressionado a ouvir música sacra composta no modernismo, porém que praticamente não tinha nada de modernista, mas sim algo mais renascentista, a lá Bach. A primeira música foi o “Psalmos” (salmos) de João Guilerme Ripper, uma poesia instrumental maravilhosa. Após tivemos a Fantasia Coral, piano, orquestra e coro de Beethoven, que dispensa comentários; ela lembra muito a nona sinfonia, e interessante que a música flui naturalmente, eu nunca havia escutado ela, mas ela era totalmente previsível de tão incrível e natural, havia momentos que eu previa naturalmente o que aconteceria a seguir, qual instrumento, qual dinâmica, foi uma experiência esplêndida. Eu nunca escutei ela mas era como se já dormia com ela há muito tempo. Depois tivemos a arrasadora de corações, um sacro que atinge lá no fundo do coração de tamanha a beleza e de sentimento sereno divino no arranjo de Gláucio Zangheri da obra “Cantique de Jean Racine” de G. Fauré; a qual a garota comparou com uma das cantatas de Bach.
Após esse repertório mais sacro, damos um pulo até uma obra totalmente desconcertante e intrigante, cheia de mistério, magia, um bucolismo pantanoso e ao mesmo tempo cheio de “pássaros”, como se você fosse um passará em meio a um bundo sobrevoando uma floresta pantanosa; cheia de efeitos e sons tirado dos instrumentos que eu não imaginava ser possível. Que obra? Choros n. 10 de Heictor Villa-Lobos.
E, “por último”, “Noite Feliz”, com direito a canto congregacional, de F. Gruber (arranjo de Gláucio Zangheri), porém, dessa o arranjo instrumental deixou a desejar. Mas o que parecia ser a última, não foi. O Calor Moreno se empolgou, o povo pedia mais um, e nisso tivemos uma marcha de Stauss, tivemos a “Abertura – Vitória” (do próprio Moreno), porém tal estava desfalcada em alguns instrumentos essenciais de percussão, não ficou tão quente como realmente é, e, por fim, tivemos o Hino Nacional Brasileiro.
O Carlos Moreno comentou bastante, puxou o saco um pouco de alguns políticos e do prefeito, e todos sabem como eu “adoro que adulem políticos”. Agora temos que aguardar a próxima temporada (2010). E espero também que o Coral de Santo André melhore, ele está muito fraco, principalmente nas vozes masculinas; está sem potencia de voz e o timbre opaco, e poucos homens. Apesar que havia um que é ex-coralista do Pedra Coral, tenor, mas não consegui lembrar o nome dele. Aliás, falando em adventista, também encontrei com o Bruno e a namorada dele que, há uns meses atrás, fez alguns arranjos para nós. Também vi um garoto que já foi desbravador do Omega. E em 2 músicas havia também um sax alto, o qual parecia muito o Elcio tocando, mas sabia que não era.
E aí vejo hoje também alguns discussões muito extraordinárias sobre as Sonatas de Beethoven, no blog P. Q. P. Bach., ao invés das discussões caóticas, incrédulas, ignorantes e sem respeito que normalmente há entre os adventistas. Um refugio!
Agora, voltarei essa semana que entrarei de férias para a programação de sábado, nos arranjos já feitos, e tentarei fazer alguns mais simples para os trompetes pelo menos. Aliás, saiba que está convidado para este culto de ações de graças que faremos, muito especial, com muita música:
Sábado – dia 19/12
Local: IASD Central Santo André
End.: Travessa Ver. Lourenço Rondinelli, 63, Centro, Santo André – SP
CEP: 09020-120
Horário: 8:45 – 11:45 (manhã)
Traje: Formal
*Há um estacionamento publico gratuito em frente ao local.
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