18 dezembro 2007

Trilha Mogi-Bertioga

Desde o Campori já estava com essa trilha em mente. Mas foi apenas quando terminaram as aulas no começo de dezembro é que realmemente corri por tal. Fiz um planejamento bem legal, focando em ter mais tempo para poder aproveitar mais em todos os sentidos: social, espiritual, esportivo. A idéia era irmos sábado de tarde - apesar de detestar viajar de sábado, não é muito saudável espiritualmente.
Bem, até 5 dias antes da trilha, havia a expectativa de 25 pessoas irem. Mas aí, a Flávia de São José dos Campos desistiu porque estava sobrecarregada com a faculdade, estágio... alguns amigos aqui de Santo André também tiveram suas desculpas; até mesmo o Renato de última hora ficou enfermo. E nem toda a galera que o Fred pretendia levar fora.Um dia antes da trilha, na sexta-feira, conversando com o Elcio, ele pede para irmos de noite que aí daria para ele ir. Bem e isso eu fiz.
Então no sábado a noite, 8 hrs da noite encontro com o pessoal na estação de trem aqui em Santo André. Bem, o pessoal da unidade do Maine Coons do Guepardos Reais estavam: Eliezer, Fernando, Victor e o Pedrão. Grandes amigos que pude fazer quando fui instrutor do Guepardos Reais em 2006, fora o Fernando, que já foi desbravador da minha unidade, Zeta, no Omega em 2005; aliás, a primeira vez que fazemos uma trilha juntos. O Davis e a Ariane também estavam. Só que, cade o Elcio? Bem, como de lei, o Elcio demora 30min para chegar.
Pegamos o trem, e na estação do Brás, demoramos um pouco para encontrar o Fred e o seu pessoal. E por fim, o Fred que esperava levar umas 7 pessoas, leva 4: 2 desbravadores e 2 garotas. Bem, ao todo, estávamos em 15 se não me engano. E então, fomos rumo a Mogi.
Primeiro, o trem lotado até Guaianazes, e então logo fora se esvaziando até chegarmos em Mogi. E nisso o pessoal com a corda toda, mesmo sendo umas 22hrs. E nisso, como sempre, é ótimo para conversar, bater papo, conhecer melhor as pessoas, criar laços mais fortes e um elo maior de confiança e intimidade.
Em Mogi, tranquilo, umas 23 e pouco da noite pegamos o buzão. Aliás, acabos com o troco do motorista hehe. Era até um pouco constrangedor ver o pessoal dentro do onibus impaciente para chegar logo em suas casas, e ao olhar para fora, havia mais umas 10 pessoas para entrar. No onibus fiquei mais a frente junto com o Fred e o Elcio conversando, e o papo foi indo e indo, estava realmente legal. Uma das coisas mais notáveis que aconteceu, foi que uma garota sentou-se ao lado do Fred, mas aí teve uma hora que o Fred começou com uns papos de uns videos do youtube de uns ateus que acabou espantando ela. hehe E ela foi sentar lá atrás, e não parava de olhara para agente. Comico.

Depois de um tempão, chegamos no bar na estrada. Ali uns ultimos preparativos antes do inicio da caminhado. Fizemos uma oração e iniciamos a caminhada. Fizemos o percurso da estrada em 50min. Dessa vez, principalmente, eu e o Eliezer estávamos com muito pique. Aliás, se percebe que o resto do estão precisando se exercitar um pouco.
Chegamos no inicio da trilha 01:20 da madrugada. Começamos a trilha e logo percebi algumas coisas diferentes. Ali, junto a estrada, naquela clareira muito inutilizada havia um trecho que abriram e que certamente acamparam há pouco tempo, e se podia ver muitas pegadas de tennis e botas no chão, e logo imaginei que havia gente na trilha. Outro detalhe, que pouco antes de chegarmos ao bar estava garoando muito forte, e havia boas razões para imaginar que havia chuviscado durante o dia.
A trilha estava diferente, estávamos mais devagar do que da outra vez, pois estava tudo "muito molhado". O chão bastante umido, com poças e pequenos córregos, exigia que fossemos mais devagar. E assim demoramos quase uns 30 e poucos minutos até chegar no riacho. Ali no Riacho, enquanto alguns retiravam os calçados para atravessar o rio, alguns já deram um "olá" ao mundo selvagem, um monte de "aranhas", algumas caranguejeiras, entre outras. Claro, a água estava bem fria, mas foi ótimo para despertar.
Chegamos na clareira, e a boa noticia que foi um grande alivio. "Não tinha ninguem". mas já eram 2hrs da madrugada. O nosso plano, cronograma estava totalmente estranho. O pessoal logo arrumou as redes (alias, poucos levaram). A maior parte dormiu no chão, com colchonete e saco de dormir; tirando o Elcio que emprestei meu isolante térmico para ele (ele não sabia que iriamos dormir lá), e o Fernando e o Victor que estavam com um espirito de "Bear Grylls", foram fazer uma abrigo. O problema é que estava tudo muuiito molhado, não só pela garoa, chuvisco, mas pela própria brisa do riacho e o orvalho; e como estava muito tarde, já de noite, se ficava meio desorientado para conseguir vizualisar o que havia no mato, então eles montaram um abrigo bem tosco. O "fogo do conselho" mio, pelo horário não havia mais pique mental para isso. Então tentei fazer uma fogueira. Madeira seca, foi impossível de encontrar. Encontrei alguns gravetos secos mas molhados e umidos, raspei vários até o interior seco. Colocamos a ísca e tudo, usamos até um desodorante do Rafael com bastante alcool, para criar aquela labareda; mas não ia, logo a ísca apagava, os gravetos não chegavam a queimar; devido a alta umidade do ar, e pelas coisas não estarem bem secas. Talvez, mais 1 hora e pouco ali e conseguia uma fogueira. mas já eram 3 horas. Aí o pessoal foi dormir.
Foi uma noite incrivelmente fria, muito fria mesmo, deve ter feito na casa dos 7 - 9 graus, como havia visto na previsão do tempo; fora a umidade e evento que vinha do rio. E dessa vez, por frescura, não levei o saco de dormir; achei que aquelas roupas seriam suficientes. ai! Fui dureza, não consegui dormir: 1. porque minha adrenalina sempre fica lá em cima em trilha (tenho que controlar isso) 2. o frio que vinha da rede era insuportável 3. Os mosquitos estavam um saco. E assim foi a noite.
Eram pouco antes das 5hrs, e já levantei da rede, sem dormir, já de saco cheio, então fui esvaziar. Voltei e há comecei a tomar meu café da manhã, arrumar umas coisinhas na mochila. O Eliezer também não dormiu; e depois tiramos umas fotos e rimos um pouco da cena dos dois "Bear Grylls" (Victor e Fernando) no abrigo improvisado que fizeram; que na verdade, não era abrigo nenhum, estava simplesmente dormindo (não sei como) deitados no chão a céu aberto. Então 5:30 acordo o pessoal.
Logo o dia amanhaceu, cada comeu o que havia levado, arrumamos as mochilas. E então, antes de partir fizemos um pequeno culto, que na verdade gostariamos de ter feito "o fogo do conselho" a noite. Mas mesmo assim foi bem gostoso, cantamos alguns hinos solentes, fiz um sermão bem mais simples e curto do que havia preparado para o "fogo..", e tivemos alguns testemunhos: da Ju, contando de como Cristo a fez sair do mundo das drogas e lhe tornar uma nova criatura; o Rafael de seu ingresso no Pedra Coral; o Fredson, do ingresso na USP e o BUM espiritual que houve esse ano.
Então começamos a trilha, e logo eu já estava bem molhado. Pois tudo estava muito molhado, as plantas e o chão principalmente. O que acabou tornando a coisa muito mais suja, escorregadia, divertida. Logo, quando nos aquecemos, a coisa começou a ir mais depressa, mas percebi, que a turmia lá atrás, especialmente as meninas pareciam estar sem pique. Mandei alguns lá "empurrar" para apressar a galera, para não ficar muito dispersa. Enquanto eu e os que estavam mais a frente - Eliezer, Davis... - estavamos num ritmo forte, até que ao chegar nas partes mais igrimes em que as raízes faziam escadas, íamos praticamente correndo - bem Bear Grylls. Mas logo, ouço aquela coisa que qualquer guia odeia ouvir: "Para!" E esperamos então o pessoal chegar, e logo vi que alguns já não estavam aguentando, ou cansados e coisas do tipo. o que não deveria acontecer na descida.
Então, voltamos a caminhar. E essas paradas começaram a se tornar mais frequentes, o que não deveria acontecer. Até que, já perto de completar a descida, paramos mais uma vez numa bifurcação da trilha. Mandei o Eliezer verificar o caminho da esquerda e ver se daria em algum lugar. Enquanto isso esperamos e esperamos. E... esperamos. 30 minutos! Quando gritei o nome do Elcio que acompanhava as meninas, e ouço do além, nas profundesas da selva um sinal que estavam chegando. Mas então, o Elcio chega com uma noticia absurda! "Elas desistiram."
Fora inédito para mim isso. Eu nunca, em toda minha vida, ouvi alguem dizer, no meio de uma trilha "desisto". Ainda mais que tem aquela empolgação do momento, a adrenalina, e aquela esperança de logo conquistar o premio das dores, do esforço, da perseverança. Que é de chegar na cachoeira, ver aquela obra prima das mãos de Deus, que mesmo num mundo tão degradado podemos ver, na natureza, pedaços da imagem de Deus. E de poder se refrescar com ela. O ânimo simplesmente vai lá em cima. Mas elas desistiram antes de chegar até nós, pois certamente eu não permitiria isso, e tentaria animá-las.
Foi um momento nada simples. Boa parte já estavam cansados de esperar quase 40 minutos ali (iríamos bater o recorde de tempo para descer a a serra). Não poderia voltar atrás (ainda mais que ela estavam longe) para tentar convencê-las a ir; isso farianos levar muito mais tempo para chegar até a cachoeira, talvez mais 2 horas. Mas ao mesmo tempo, "e elas?" Deixá-las sozinha, pessoas sem experiência em meio a selva; e numa trilha famosa, na qual a qualquer momento poderiam chegar pessoas. Então, pensei, e contei com a logística. Meio que calculei, que elas levariam pelo menos 1 hora para voltar até a clareira, no mínimo, e que não se perderiam pois aquela trilha é muito bem definida. E que nós estávamos a menos de 30min da cachoeira. Então, se fossemos na cachoeira, e ficassemos apenas uns 40min nela, e subissemos rapidamente. Por fim, elas apenas ficariam, em média de 1h40min, afastadas de nós, na clareira lá em cima. E então decidi, por esse bem mais pensando num grupo como um tanto. Pois aliás, isso levava em conta também que eu falei para o pessoal se preparar para a trilha. Como fortalecer um pouco os músculos e a capacidade aeróbica do corpo. Alguns fizeram, como o Eliezer que me contou, durante a trilha.
Bem, então foi essa a decisão que tomei. Perguntei se algum homem se ofereceria para acompanhá-las, mas nenhum. Todos queriam a cachoeira. E eu, como guia não podia voltar. E também, confiando em Deus, que seus anjos estavam nos protegendo então até que prossegui tranquilo.
Logo terminamos de descer a serra, e enfrentamos um pouco de desafio para atravessar algumas pedras ao longo do rio para chegar na cachoeira, mas logo chegamos. E a cachoeira estava simplesmente majestosa. O volume de água era muito maior do que da última vez, ao longe já estávamos sendo molhados por aquela garoa que vem da cachoeira, e numa intensidade incrivel. Até mesmo a paisagem mudou, era muito menos pedras e muito mais água em movimento. Estava simplesmente incrivel! Chegamos até próximo a base da cachoeira, para retirar aquela tradicional foto de todos ali. Mas não dava, iria estragar as máquinas digitais que não eram a prova da água. Então, o Eliezer vai num ponto mais tranquilo, embaixo de uma pedra para poder tirar a foto. Apesar de alguns ainda estavam enrolando para chegar, sei lá o motivo.
Bem, depois, foi a hora de aproveitar. Banho de cachoeira. Nadar. Hidromassagem. rs. Há que delicia, delicia mesmo! Pena que estava tão fria. Depois de uns 30min, o pessoal naturalmente já sairam da água, e começaram a se secar e queriam logo começar andar para esquentar hehe. Mas foi muito bom mesmo. A recompensa que se tem, que se ganha, graças a Deus, quando se vê na fisionomia, no rosto das pessoas aquele regozijo, satisfação por ter chegado ali e aproveitar dessas maravilhas naturais da natureza, é simplesmente tão tão tão, que não há palavras que conheça para expressar a magnitude disso.
Então, umas 10h e pouco começamos a subir. Foi um pouco cansativo até o corpo, as juntos e músculos se esquentar e pegar o ritmo. Mas fomos indo. Mas logo, começou a haver paradas. E já se podeia-se ver um bom pessoal sem muito pique e que certamente iriam mais devagar. E já alguns num bom ritmo. Bem, os primeiros a chegar, na clareira, fizeram em torno de 1h35min. Eu cheguei uns 15min depois, pois fiquei um bom tempo seguindo mais o pessoal lá atrás. Já os últimos chegaram em torno de 2h35min.
Então, já eram 13h e pouco. E o próximo oníbus seria apenas as 17h30min. Então falei para o pessoal enrolar ali na clareira e tals. Eu até nadei um pouco no riachinho, mas estava muito fria e logo desanimei. Aí o pessoal aproveitou mais para bater papo e descansar. Já de saco cheio de ficar meio que no ócio, umas 14h20min começamos a ir rumo ao bar então, ops, rumo ao ponto de onibus.
Bem, o pessoal estava super lerdo, devagar. Mas tudo bem. Tinhamos tempo de folga para chegar até o lugar. Fomos mais a frente, eu, Elcio e o Davis. O Elcio conseguiu pegar uma trilha errada no caminho, de modo que demoramos pra caramba para chegar até a saída na estrada, e por um lugar inédito. Assim que saímos da mata, percebemos que estava chovendo fraquinho, mais um chuvisco bem forte. Bem, pelo menos usei minha capa de chuva. Aì foi a estrada, no qual também fomos super devagar, e meio que contra a regra, dessa vez, a "volta pareceu mais longe que a ida".
Chegamos lá, e ainda faltavam 1h e pouco para o buzão. Ficamos ali comendo, descansando e conversando. Alguns até jogaram um pouco de sinuca e pimbolim. Até que finalmente chegou o buzão, e depois de uns 50min, chegamos ao centro de Mogi. Pegamos o trem, e então, rumo a Sampa.
Claro, na volta estávamos muito mais intimos, conversando bastantão etc. É muito bom isso. E assim, foi indo, até que chegamos no Brás. Nos despedimos do pessoal de São Paulo, então viemos para Santo André. E assim, logo que chegamos, cada um tomou seu destino.
Bem, resumidamente, assim fora a trilha, nos meus ambitos.

19 novembro 2007

V Campori de Desbravadores da UCB - Barretos 2007

Olá pessoal, relatarei o que vivenciei, observie e pensei quanto ao Campori, espero que possam desfrutar-se com essas fiéis palavras que vêm de um coração empolgado e rejubilado.

O Pré-Campori
Foi aquela correria e empolgação, no colégio, na faculdade, e etc. O Campori não saia da minha cabeça. Fiz contagem regressiva, me preparei além do normal. Até mesmo fiz um mapa estrelar dos dias do Campori, usando uns softwares mais avançados de astronomia, verifiquei a previsão do tempo em várias fontes; e simplesmente estava super empolgado. Mas já esperava algumas coisas não muito boas, como visto que seria um evento meio "faraônico", então as qualidades de maior virtude teriam menor foco; e que, infelizmente, haveria uma grande tendência de usarem muito de atributos externos e emocionais, que visavam coisas mais gerais e temporal. Traduzindo: showzinho no palco; eventos mais simples que buscasse mais "velocidade em atender" e "divertir"; confusão lógica, muita gente num pouco espaço, muita panelinha; dificuldade em monitorar, então ficaria muito liberal. Bem, mas vamos lá para o que realmente aconteceu no Campori.

Segunda-Feira, 12 de novembro
20h e alguma coisa; lá estava eu chegando na IADS do Bom Pastor, aqui em Santo André. Eu com minha mochilinha de 85L. Logo o pessoal todo chegará, começamos a carregar o buzão, o que claro, exige um pouco de trabalho braçal - um ótimo aquecimento para o Campori - e nisso apareceram algumas grandes pessoas, as quais muito prezo, como o Rui, o Elton, o Eliezer (pai), que também ajudaram no carregamento. Umas 22h e pouco, então saimos rumo a Barretos!

A galera no buzão, o Clube Guepardos Reais (no qual eu fui instrutor ano passado), estavam com todo animo. A gritaria, ansiedade etc, em niveis altissimos. E foi uma viagem bem amistosa, conversando com muitos amigos. No caminho, em São Paulo, pegamos o regional Claudio também, uma incrivel pessoa. E assim foi indo, até que por volta das 2hrs, começou a ter o problema de que alguns queriam dormir, mas outros não; chegou um momento que eu até tive que dar uma dura na Débora Passareli. Mas finalmente, o pessoal cansou, e começou a dormir. E eu consegui dormir também. Mas umas quase 4 hrs da madru, acordamos pois fizemos uma parada naqueles restaurantes-posto de estrada, e lá, haviam dezenas de outros onibus de desbravadores indo para o Campori. E dali, em diante muitos já ficaram acordados até; vi o nascer do sol.. e até que umas 5:40 chegamos lá na Fazenda do Peão em Barretos (aliás, acho que passamos pos uns 9 pedágios).

Terça-feira, 13 de novembro
Percebe que não foi uma noite que se dormiu muito, mas a adrenalina estava lá em cima, e a empolgação mais ainda; mais minha característica de que ao acordar, estar 120% elétrico até dormir de novo; em pouco tempo conseguimos descarregar o onibus. E uma das primeiras coisas que reparei era o tamanho do lugar, bem grande, e quantos clubes haviam ali; ual!

Logo, fui com o pessoal que veio comigo de staff: CLaudio, Ivete e a Barbara, para o local de acampamento dos staffs. E era um péssimo lugar para acampar. Aliás, contradiz vários principios da "Arte de Acampar", e eu disse: "Na primeira chuva mais forte que der, isso daqui vai virar uma lagoa." E sabia que ia chover na quarta ou quinta. E apesar de ter insistido com a mulher que cuidava do local, acabei montando a barraca ali mesmo. Fiz centenas de furos com o spec no chão para a terra absorver mais rapidamente a água, elevei um pouco o nivel nas partes mais depressivas com cascas e galhos de arvores, forrei com lonas de plastico e deixei ali a minha barraca bem arrumadinha.

Também, logo, encontrei o clube Sigma, de São José dos Campos, principalmente porque a Flavia tinha me avisado como seria o portal; e estavam bem próximos a minha barraca. E na primeira visitinha que fiz ali, já me deparei com a Flávia. Ual, a quanto tempo! Desde abril, na trilha não a via. E falando em trilha, ela de logo de cara fez questão de me entregar o cd com as fotos da trilha, e aliás, fez uma capinha toda especial. Claro, fiquei super feliz por receber aquilo, fora que insisti com ela para não esquecer de levar rs. Mas por outro lado, fiquei um pouco triste pois achei que acabei constrangindo ela de algum modo, como se ela estivesse devendo algo; e lógico, que aborrecer alguem por causa de um cd, e umas fotos, é algo que nunca pretendi. Bem, mas devido a correria, o Sigma estavam descarregando o onibus, e eu ainda armando direito minha barraca, logo já tomamos nossos rumos.

A area de acampamento, um gramado enorme e bem irregular que mais parecia um pasto, estava lotado, vários clubes chegando, motando coisas, muita gente; e poucos portais bons mesmos, que ajudavam a referenciar as coisas; com destaque para o Órion, Luzeiros do Vale, Sigma, Leopardos Azuis, e o dos Águias alguma coisa. Há, naquela região, estavam apenas a AP, APL e MPV; a APO, APS, APLAC. ficavam num terreno separado, também enorme, ao lado e quera muito mais irregular ainda para acampar.

Bem, aos poucos praticamente todos os staffs da região estavam já no local, inclusive as Bredas - Natalha e Michele - pessoas que não conhecia muito bem mas já admirava muito, e que não esperava elas ali como staffs, pois pensei que iriam com o Herdeiros do Reino, clube da Central de São Bernardo do Campo; mas foi uma enorme bênção a companhia delas.
Aí tivemos umas reuniões já, a equipe de eventos da 5ªRegião; o Renan e o Henry - as ultimas pessoas que eu esperava ver ali no acampamento - também apareceram. Fomos depois lá para a praça da amisade, onde tem o galpão do almoxarifado, e que ocorriam algumas reuniões com diretoria e staffs. Ali já comecei a conhecer melhor o pessoal, claro, tirando o Renan e Henry que fazem parte do dia-dia na igreja, principalmente no coral - é tudo do baixo. Mas estava um tanto intrigado quanto aos dois. Depois de uma longa demora, pois estava tendo uma reunião geral do pr. Venefrides (Departamental da AP) com os regionais, finalmente tivemos nossas informações. Aí fomos para um Galpão próximo a entrega da área de cozinhas, onde estava sendo um refeitória, e esperamos quase uns 40min, ali até finalmente abrirem para servir o almoço; e nisso conversamos um pouco, naquele papo "que vem a mente", palavras simples e sem muito significado, mas que ajudam a compreender melhor um ao outro, introsar e conhecer o pessoal.

Depois do almoço fomos para a área de eventos, e logo para o Resgate Real, que era o nosso evento, no qual tivemos que arrumar o local. Eu e a Michele ficamos com algo especialmente bem chato de fazer a cerca, e tipo, o perimetro do local é bem grandinho, deve dar uns 600m fácil. É aquela coisa que meio que reclamamos mais por brincadeira, mas que por fim, no fundo gostamos, pois a atividade, o trabalho em si é prazeroso; e logo percebi o gene brincalhão e bem extrovertido da Mi.

Bem, o tempo passou. E já de noite. Recebemos os vales refeição para comer nos clubes. Eu então jantei lá no Guepardos Reais. Onde também me confraternizei mais com o pessoal do clube. Daí fui para a Arena, o palco, que fica naquele local onde tem o rodeio mesmo, para a abertura do Campori, junto com a Ivete e a Barbara. Teve alguns fogos, um teatrinho, um showzinho, um sermãozinho. Estavam ali grande parte da elite, os astros, da IASD, muitos mesmo, dos mais famosos pastores; e detestei mesmo pela falta de objetividade do evento; que parecia mais uma cerimonia politica de puxa-saquismo, e não estava com cara alguma de Campori; mas de um show.

Foi estranho. Muito estranho. Não fora só eu que tivera tal impressão, conversei com outros lideres que também tiveram a mesma impressão. A maioria em geral, achou a coisa sem sal, sem o sal do toque especial do "espirito de desbravador" e do "Espirito Santo". Particularmente, presencei um cenário conflitante do Grande Conflito. É aquela questão, do cenário espiritual; o mesmo que ocorre quando se vai para um cinema, uma casa de show, um lugar físico, territorial, onde é forte a presença e influencia dos anjos caídos. E vamos para cá, estavamos no palco de um lugar onde ocorre um evento carnal, uma festa, um culto de adoração, só que não há Deus, mas a Satanás. Os rodeios, pessoas bebadas, totalmente entorpecidas pelo emocionalismo, adrenalina e vis emoções e atitudes, desfrutando de cenas de aberrações, ridicularizando e mal-tratando animais. Um lugar totalmente estranho para se adorar a Deus. Pois o próprio lugar, emite essas idéias a nossa mente, pois acessa a memória que temos daquele lugar. Onde toda a arquitetura entre outros, nos sugera aquele cena, que tenta nos estimular e nos influenciar. Eu podia notar facilmente esse confronto, no qual não parecia haver predominancia, vitória de um dos lados, entre anjos de Deus e de Satanás; parecia. E para ser sincero, creio que nos primeiros eventos no palco, o lado do mal teve maior exito. Pois podia-se ver muito o espirito emocional e excitado das pessoas, tanto dos espectadores como daqueles que estavam no palco; e era algo além da empolgação. Fora o "som", as músicas, os efeitos de luses... além de não ter cara de Campori, eram um tiro a razão e a paz espiritual, os principios biblicos da música e adoração doiam.

É estranho quando se tem essa mistura do santo com o profano. Como também quando se mistura num só lugar, numa mesma situação, um culto de adoração e um evento mais festivo. Israel praticava as duas coisas, tudo bem, principalmente, porque faziam ambos em lugares diferentes, havia um templo especial onde se fazia a parte do culto, e era fora de tal onde havia festas. Mas quando se mistura os dois no mesmo lugar, não dá certo. E sinceramente, no discernimento que Deus me revelou, é uma profanação tal atitude. Abraão levantava altares a Deus onde é que fosse, e de modo algum permitia que em tais locais fossem feito festas. Bem, depois falarei mais sobre isso.

A noite passará. E eu estava um pouco cansado para ser sincero. Fui logo para a minha barraca, já eram umas 1:30, lá deitei, me arrumei, orei, e dormi. Aliás, nem teve muita muvuca durante essa noite, pois estava chuviscando um pouco, e chovendo um pouco fraco, o que favoreceu para todos irem logo para suas barracas e dormirem. Mas antes de ir dormir, enrolei um pouco, conversando com aqui e ali que encontrava no caminho, como com o Fred, amigo lá do GEA na USP.

Quarta-feira, 14 de novembro
Pouco antes das 6 horas acordo com umas garotas, provavelmente uma unidade, cantando uma música para acordar, que não me lembro muito bem a letra, e não faço a minima idéia de quem eram. Mas só fui acordar mesmo, 6 horas quando começaram a tocar a "musiquinha de acordar", detalhe, uma das caixas de som estava ao lado da minha barraca.

Bem, teve uma rádio local, que fizeram para o evento, que não parava de falar e tocar música durante todo o Campori, e até acostumar com o "som do trem", tinha hora que estava ficando estressado de ouvir aquilo. Especialmente porque a maior parte da repertória das músicas eram rock gospel e essas coisas dessa laia de gritaria e emocionalismo elevado, bem ritmico e batido.

Ai fui tomar café-da-manhã com o Guardiões da Mensagem, clube da IASD de Ferrazópolis, acampei com eles em 2005, foi muito bom, muito bem recebido, e compartilhamos rapidamente algumas lembranças daquele inter-unidades que nossos dois clubes fizeram na época. Daí, fui direto para o evento, nem fui para o palco para a meditação, pois fomos instruidos a ir direto para o evento, nos prepararmos para tal que começaria assim que terminasse lá no palco. Lá fizemos uma oração pelo menos, conversamos um pouco. Até que finalmente chega o pessoal para montar o trilho para o nível 3, onde eu cuidaria.

Chegou 9 horas, e logo o evento estava lotado, cheio de clubes, uma multidão de pessoas. E o primeiro clube, como sempre, foi meio que cobaia. E não demorou muito para percebermos que o trilho não daria certo. Ai no segundo clube tirei o trilho, e então o carrinho foi mesmo puxado apenas sobre a terra, o que ficou bem mais legal. Vários clubes passavam ali. Eu empolgado e sempre tentando empolgá-los, fazia-os gritarem o nome do clube, aquele "BOM DIIIIAAA", mas na prova, não dava moleza, apesar do Vene pedir para facilitar; reprovei a maior parte dos clubes rs. E já perto do meio-dia, já estava um pouco cansado, mais porque não dava tempo de parar, de sentar um pouco, era um "sem parar".

Das 12:30 - 1:10 almocei lá no Guardiões, que ficavam ao lado do Guepardos. E terminado o almoço, novamente, la vai eu para o evento.


A tarde foi mais cansativo ainda, estava um normasso forte, bebia água sem parar. Teve um clube com energia de sobra, que até derrubaram um garotinho gordinho do carrinho, só que ao cair, ele quebrou a grade de proteção, foi engraçado, foi bem animado a prova. Mas daí em diante inicou-se uma dor de cabeça para mim: a "manutenção infitina". Cada clube que passava a grade quebrava ou fica meio solta, ai lá vai eu pegar martelo, prego, e remendar. E sempre de pé, andando para lá e pra cá, falando aldo, empolgando os participantes: "Vai, vai, vai... faltam só 30 segundos!". E no final eu estava bem cansado, minhas pernas gritavam para sentar um pouco. E a felicidade que o pessoal do evento ficou quando terminou era altissima, a endorfina liberada só por saber que havia terminado era demais e que agora tomaríamos um banho e jantaríamos, ual! muita mesmo. Imagine, eram muitos clubes, muita gente, as filas eram enormes. Era sem parar. Mal saia um clube já tinha um próximo, ai enquanto a outra staff explicava a prova, eu arrumava o carrinho, ai começava a prova... das 1:20 - 6:30!

Ai jantei a noite, se não me engano no Guepardos. E logo em seguida para a arena com eles. Eu sabia que choveria, tinha avisado várias pessoas, que havia previsão de uma chuva de 25mm. E durante o dia houve vários chuviscos leves. Na arena, o show não fora muito diferente do dia anterior, aquela coisa bem show, bem "a la Ivete Sangalo" (aquela música do Levantou Poeira), muito puxa-saquismo de pastor; e estava meio decepcionado com pastor Nelson Milanelli, o qual tenho muita consideração e era um daqueles pelo qual colocava minha no fogo, devido ao que conhecia no passado, quando foi o pastor, professor aqui do Colégio Adventista de Santo André, o sermaõ que fez no casamento do meu primo, entre outros.

>>> A CHUVA <<<
O Campori estava estranho, pois não estava com cara de Campori; parecia mais um acampal jovem, ou um encontro jovem. Com a unica diferença que eram desbravadores que dormiam em barracas numa área de acampamento e que cada clube tinha sua cozinha.


Enquanto o pastor pregava, podia-se ver o céu brilhando por relampagos, anunciando uma chuva. E eu repetia e repetia "vai chover, e vai dar uma tempestade daquelas." A intensidade em 15min começou a ficar mais forte, e o vento também. Ai disse para o Everaldo "Na primeira gota que cair, vou para minha barraca fechá-la." - e sério, para quem me conhece sabe que é dificil eu ficar cansado; mas naquela noite eu estava, meus pés principalmente, estavam tudo dolorido, cada vez que pisava, era como estivesse enfiando alfinetes em cada osso do pé; a Ivete falou que era os nervos que haviam inflamados ai ele ficava dolorido daquele modo; e realmente, eu não cuidei nada dos meus pés.

De repente, caiu a primeira gota. Do tipo de um cota-gotas. Ai eu levantei, e falei, "Pessoal, estou indo, vai começar a chover." Cheguei na escadaria para subir a arquibancada, até a parte superior, fui barrado por um staff:
- Aonde você vai?
- Vou para minha barraca.
- Espera um pouco, já está acabando. (de fato, o sermão já estava terminado, o pastor tinha começado a orar). - Não. Está começando a chover e deixei ela aberta.

Assim que terminei o diálogo, começou a chuviscar grosso. E tipo, a intensidade foi aumentando muito aceleradamente. Quando terminei de subir a escadaria, "XUUUUUUUUUUUAA", veio uma chuva com tudo, tempestade mesmo, daquelas muito forte, aí todo mundo começou a correr. Ainda bem que sai um pouco antes, então escapei da muvuca de 13mil pessoas. Mas fui correndo com tudo também. Em segundos, eu estava completamente molhado, inclusive a camisa nova que estava estreiando que minha mãe comprou rs. Na escada externa, na descida, o pessoal descendo correndo, o staff gritava "não corra, a escada está escorregadia." E eu, naquela espirito mais aventureiro e brincalhão, e pouco apressado para que não molhasse minha barraca: "Não corra. Mas anda bem rápido." E então, corri muito rápido mesmo na ruazinha asfaltada, com minha bota que dava uma boa aderencia.

Mas a chuva ficou tão forte, que a vizibilidade ficou baixissima, eu fiquei desorientado, vi as barracas da cozinha, corri até a cozinha do guepardos. O Fernando, Vitor e o Thiago estavam lá, ai retomei o folego, e corri muito até minha barraca, onde felizmente ainda não havia nada molhado, e fechei ela. Mas logo percebi que ali iria virar uma lagoa. Pois vários lugares do gramado da area de acampamento já estavam alangando. O vento estava tão forte, que vi uns 3 portais cairem. Um deles, bem a minha frente, se eu tivesse corrido um pouquinho mais rápido cairia sobre mim. Também, de repente, deu um trovão muito forte, deu para ver o raio passando pelo para-raio que ficava sobre o acampamento, e foi tão forte o som e a energia, que senti uma forte vibração, como um soco, ouvi um transformador explodir, e temporariamente toda a luz do lugar apagou.

Voltei para a cozinha, e em poucos minutos o lugar se tornou num grande rio com uma correntesa bem forte, vi vários clubes já alagados. Aquela rua onde se ligava a entreda da area de cozinha, e as duas areas de acampamento, estava um verdadeiro rio corrente, e a água ia até a metade da minha canela. O vento estava muuiiito forte, na area de cozinha, vi algumas barracas cairem, outras, quase, parecia uma cena de filme. Cheguei na cozinha do guepardos, a toda adrenalina e espirito bem aventureiro: "uuhhhuuu... é isso aí... que chuva!!" Quando me deparei com uma cena totalmente contraditória para minha euforia. Todos estava abalados, tristes, sérios, e orando o "Pai nosso" com fevor. O Robert me alertou "O Gustavo levou um choque e está passando mal." Instantaneamente, fiquei totalmente sério, refletindo, controlando minha respiração e acabando com toda aquela euforia. Conversei um pouco com Deus. Fui até o gustavo que estava sentado na cadeira com uma cara bem abatida e com uma toalha branca sobre a cabeça. E perguntei o que ele sentia, e busquei identificar algumas sintomas de algumas coisas que sei de Primeiro Socorros. E então percebi que ele estava bem, apenas um pouco assustado.

O pessoal do clube estavam extremamente com medo e angustiados com a chuva. Não paravam de orar para que a chuva parasse. Sinceramente, não estava dando bola muito para isso. Ao meu ver eles perderam a cabeça pela emoção e o medo. Ai primeiramente fui até algumas pessoas que tremiam de frio, como a Débora Passarali, aí falei para ela colocar a camisa do Vitor que estava seca, tirava a que estava molhada por baixo, ai torci a camisa, secar o maximo possivel, e etc, para o pessoal aquecer, e evitar uma possivel hipotermia. Apesar que o maior problema ali é que o pessoal estavam muito "apavorados", "assustados". O Lincon estava chorando no colo da Jú, fui averiguar, e era porque ninguém conseguia encontrar o Eliezer, nem pelo radinho nada. E eles estavam com uma visão muito macabra mesmo. Certamente, porque lembraram do Campori ano passado, quando no final uma garota morreu afogada na piscina, e logo em seguida veio uma tempestade bem forte (até mais do que essa e durou muito mais). Tentei acalmá-lo: "Seu irmão sabe se virar. Fica tranquilo. Vamos encontrá-lo."

Depois, comecei meio a fazer algo que poucos estavam dando conta. De tirar a água acumulado do teto, pois caso contrário ele certamente tomabaria e molharia muita coisa, como os alimentos, e tudo ali ficaria desprotegido da chuva.

Bem, a chuva passou. Ai logo me veio um espirito de solidariedade, de ajudar os outros incontrolável. Logo pensei, no Barão de Mauá, no clube da Jú, que quando voltava para a cozinha já o tinha visto todo inundado. E ai fui em busca de ajudar os clubes. Antes mesmo de sair da cozinha, encontrei a Fafá (do Sigma) e um carinha ajudando uma cozinha inundada, fazendo uma vala, e ajudei eles ali um pouco, e até mesmo conversei um pouco com ela. Depois dali, fui para a área de acampamento. E realmente, o Barão tinha se tornado numa lagoa.

Mas já já estavam tomando conta da situação. Depois tinha um portal no meio da rua de barro, da area de acampamento. Ai tirei ele do caminho. Fui até minha barraca, apenas para ver o que sabia que iria acontecer desde terça. Virou uma lagoa, e minha barraca molhou. Felizmente, como tinha colocado tudo dentro e em cima da minha mochila impermeavel, nada havia molhado. Apenas o chão que estava inundado e não teria como dormir ali. Então, simplesmente deixei minhas coisas de lado, ajudei um pouco a Ivete que havia molhado tudo dela. E ai vi um pessoal lá no Sigma olhando as barracas, e fui checar se estava tudo bem.

Lá encontro a Flavia e a tia Cida; e ai... percebi ela tom de angustia em suas vozes. Fui tocado a tentar ajudá-las e tentar animá-las. Mas sinceramente, uma pessoa um tanto fria, não muito carismática e sem muita notória como eu; apenas pode ter algum exito nisso, com a ajuda de Jesus. A barraca onde as duas estavam simplesmente molhou tudo. Se não me engano, apenas uma meia e um travesseiro ficaram secos. E estavam impossível de domir ali. Ainda mais que a noite ainda ameaçava mais chuva, e eu conseguia extimar que aqueles 25mm ainda não completara. E ai fiquei ali, ajudando-as no minimo que podia, apenas tentando manter um pouco aquela linha de pensamento "aconteceu mas está tudo bem", e iluminando com a lanterna.

Aos poucos foram chegando outras pessoas, como a Fafa, um carinha muito simpático mas que não sei o nome, a Paulinha. E a Fafa em especial estava na linha divisória de entrar em desespero e manter a esperança. Teve um momento que vi ela segurando o choro, que praticamente fizera com que eu chorasse por dentro, não podia vê-la assim. Eles estavam muito abalados mesmo, se percebia até mesmo a dificuldade de raciocinarem, ficando meio perdidos. Só espero tê-los ajudado. Claro, eles estavam liderando o clube, a responsabilidade que carregavam, todos os desbravadores, mães, os mais 3 dias e pouco de Campori; certamente não é nada leve, enquanto que eu apenas estava como staff, e apenas com a minha barraca molhada mas tudo a salvo. E sinceramente admirei muito a atitude deles, foram muito mais pacientes do que costumo ver; já vi cada absurdos e atitudes equivocadas e sem lógica tomadas em situações como tais, que é de dar vergonha.

Aquela chuva retomou minhas energias, animo físico. Para mim aquela noite havia acabado, ficaria até quando fosse necessário. Não iria conseguir dormir enquanto todos não estivessem bem e acomodados para dormir. Ah. Nisso eu já tinha noticias de que o Eliezer estava bem, o Gustuvo também, foi apenas um susto mesmo. E que todas as barracas do Guepardos ficaram ilesas da chuva; então fiquei tranquilo quanto a eles. E me focalizei para com o Sigma. Levei umas coisas junto com a Fafá até o galpão onde tinha sido o refeitório no dia anterior, e haviam vários desabrigados ali. Ai o Sigma, já haviam se acalmado, tomaram um objetivo do que fazer, vamos dizer que já estava tudo bem. Ai busquei ajudar alguns outros clubes, mas a grande maioria já estavam sendo ajudados.

Fui ver com as Bredas como estavam, e elas conseguiram dar um jeito; se salvaram por ter um colchão a ar. Então, comecei a perceber que não tinha mais muito o que eu podia fazer, e já eram meia-noite, e meu corpo precisava dormir. Abriram um galpão enorme lá no setor azul para os desalojados. E fui para lá. Cheguei lá, uma muvuca de gente, parecia até aquelas imagens que vemos de lugares onde ocorrem tragédias por furacões. Deveria haver umas mil e poucas pessoas ali, talvez mais. Encontrei o pessoal do Sigma lá, aí aproveitei para ficar com eles. Alguns ainda estavam muito traumatizados e com aquele olhar de tristeza que não suporto ver, que me brota o desejo de conforta-lhes. Ali conheci o Fernandinho, que já foi desbravador do Rodrigo, meu primo. E nisso também pensei nele, "que pena que ele não está aqui." A Flavia apareceu lá ainda com a roupa toda molhada, pois não tinha roupa. Ai foi quando pensei em ir na minha barraca e emprestá-la uma roupa para pelo menos dormir, pois só havia levado meu saco de dormir e cantil para lá.

Bem, fui na barraca, peguei minha mochila logo de uma vez, o isolante térmico também, pois percebi que o chão lá era de concreto e frio. Aproveitei e chamei a Ivete e a Barbara para ir lá também, para não dormirem na barraca molhada. Ai aguardei elas. E fui até lá. O Sigma conseguiu uma lona para forrar o chão, e cobertor para todos ali. A Flavia também conseguiu uma roupa; mas ainda estava para lá e para cá, como muitos outros; apesar que em geral o pessoal já havia se acalmado e rumo ao sono. Foi dado então, lá pelas 1:30 da madrugada o toque de silencio para dormir. Mas eu realmente só fui conseguir dormir, quando a ultima pessoa, pelo menos ali no galpão deitou. E mesmo que aparentemente, na minha concepção, não tenha feito muito; senti uma forte paz, de tranquilidade, e de que por fim tudo aquilo foi até algo bom, e que teríamos, logo, um novo dia, uma nova manhã.

Quinta-feira, 15 de novembro
Primeiro, acordo umas 4 horas da manhã com alguem roncando muito forte na quela galpão, mas depois volto a dormir, até que finalmente acordo e levando ás 5:30.

Não houve como escapar, quinta foi um dia diferente. Logo de manhã, a equipe de staffs, diretores foram convocados para uma reunião. A decisão foi tomada uma espécie de "Pause" no Campori, para os clubes e pessoas arrumarem as coisas que foram destruidas pela chuva. Para o pessoal de eventos, teriamos 50min livre antes de inicar as atividades para arrumar nossas coisas. Algumas associações e clubes ficaram encarregados de arrumar as coisas, portal, limpar barracas molhadas, roupa molhada etc. E aqueles em melhores condições, de ajudar a reerguer outros clubes que foram mais danificados, que perderam barracas, caiu portal, caiu cozinha. Houve até mesmo cozinhas que perderam todos os alimentos, e outros clubes contribuiram para que tivessem alimentos até o ultimo dia de Campori.
Logo fui para a minha barraca ver a situação. Tirei as coisas, tirei ela da depressão colocando-a num lugar mais elevado, que era área de um clube. E deixei ao sol para secar. Fui para a cozinha, tomei café da manhã com o Guepardos, e o assunto não foi outro além da chuva. E foi quando tomei conhecimento maior do tipo de evento que acontecia lá no Parque do Pião. Diz que o lugar vira uma pura farra, um exemplar de Sodoma e Gomorra, pessoas bebedas, sexo e urgias para tudo qualquer lado. Há um complexo de piscinas no local, onde vão centenas de pesssoas, homens e mulheres, todos nús, e aí dá para imaginar o que acontece. Os moradores da cidade sofrem muito quando acontecem tais eventos, de modo que fica insuportável ficar ali na cidade; e muitos fogem em tais periodos, indo para outras cidades e lugares.

Mas agora havia não milhares de farrarentos carnais, mas um exército de Desbravadores, servos do Rei dos reis que sempre estão marchando fiéis as Leis de Deus, que buscam ao mundo anunciar as novas da Salvação de que Cristo virá em breve dar o galardão. Que contraste! Que testemunho! Não consigo imaginar o impacto que esse Campori trouxera a cidade. Fico imaginando muito a grandeza e batalha que deve ter ocorrido ali entre os anjos de Satanás e os anjos de Deus. Lembro da cena de Ló, quando os anjos foram a cidade lhe buscar, e as cidade toda lutando contra tais. Contudo. Quantos não foram os justos que estavam ali em Barretos? Certamente muitos. E foi uma batalha tremenda. Como já disse, o lugar estava estranho, o clima estava estranho. Podia-se perceber claramente um status de guerra espiritual e da presença de anjos de Satanás no local pelejando contra os filhos de Deus e os anjos do Senhor.

No palco na noite anterior, eu estava realmente intrigado com todo aquele show e espirito estranho. Em pensamento orava a Deus, pois me lembrava das histórias de Israel quando fazia as coisas para Deus da forma errada. E pedia a Deus que desse um castigo no pessoal, fizesse algo, para não meramente vingar-se, mas que buscasse reforma, mudar tudo aquilo.

Deus possui métodos incriveis. Não vou especular, se ela chuva tem por origem Satanás ou Deus. Mas posso afirmar que Deus permitiu que ela caisse. Um crisol temporal, que fora uma "chuva de bênçãos". Podia-se ver um clima, uma espiritualidade muito diferente pela manhã. As pessoas mais serenas, mais dispostas a ajudar, mais caridosas, solidárias para com os outros, compreensivas. Não vi ninguém chorando por barraca molhada, roupa molhada, muito menos desbravadores - talvez tenha tido um ou outro. Com paciência as pessoas estavam arrumando tudo, com Coragem para Vencer, e empolgados para com o Campori que ainda estava pela metade. Pude ver finalmente um ambiente familiar, com espirito de Campori. E principalmente, aquela sensação estranha parecia ter sumido. Se presenciava uma vitória! E os anjos de Satanás foram derrotados. Pode-se ver que Cristo prevalecerá no lugar. E agora as coisas estavam caminhando mais devidamente. Os clubes se uniram mais, pessoas se uniram mais, e foi maravilhoso ver o espirito voluntário de muitas pessoas se oferecendo a ajudar. Até mesmo pessoas que se machucaram, principalmente, porque cairam ou foram atropeladas na saida desesperada do palco na hora da chuva, algumas até mesmo quebrou a perna e o braço, podia-se ver nos olhos delas nenhum rancor para com tais feridas. Muitos desbravadores estavam muito com o espirito de farra, de "ficar" com garotas; e da chuva em diante, percebeu-se que o nivel disso diminuiu muito.
Eu passei a manhã toda arrumando e limpando a minha barraca. E principalmente brigando para mudar o local onde ficava, porque se chovesse de novo inundaria novamente; apesar que até onde lembro não choveria mais daquele modo, a previsão agora era de apenas 5mm e não 25. Mas, consegui. Mudei, colocando-a de frente para a barraca das meninas que acabara de chegar da IASD do Riacho Grande, também o Bredão havia chegado. Muitos vieram na quinta-feira que era o inicio do feriado mesmo, devido ao trabalho, como outros de São José dos Campos, o Xicão, pai da Fafá, o Culper. Eu não só limpei, sequei, e arrumei toda a barraca, como dessa vez até fiz umas valas em volta de modo a ficar 90% seguro de que mesmo com um outro temporal daqueles não inundasse.

Então fui para o evento. Nos quais as meninas do riacho é que estavam comando o evento, mas tinham mudado tudo de como estava sendo feito. Mas como já estava chegando o almoço, deixei. E fui ajudar o staff da APS, fugiu agora o nome dele, a reforçar algumas estruturas da prova do nível 2. Daí fui almoçar, não lembro muitos detalhes, apenas que passei em vários cozinhas observando bem os estragos e concertos feitos, encontrei com um outro, o Fred, a Juliana Bueno. E como foi um almoço mais longo, até as 13:45, no finalzinho fui dar uma olhada, pela primeira vez, na área de acampamento da APS, APO, APLAC que disceram ter sido mais prejudicado pela chuva. E fiquei bem surpreso, o luga deve ter se tornado uma cachoeira! Podia se ver facilmente os estragos; ai tentei achar o clube da Sukita, mas não lembrava qual era o nome do clube.

De volta ao evento do Resgate Real. Fiquei ali com as novas vizinhas. Onde também me introzei mais com elas. E também dei um jeito naquele carrinho. Tirei os apoios, os pregos, e de agora em diante o pessoal o usaria, apenas tendo que ir sentando ou agachado sobre ele. E foi uma tarde bem longa e cansativa; um porque na noite anterior dormi muito pouco. Meus pés estavam muito dolorido, principalmente o direito, onde havia ralado na terça, quando tive que subir num tronco de eucalipto. Passaram muiiiitos clubes, quase uns 20, pois alguns que não vieram de manhã foram de tarde. E foram tantos, que eram 18:30 quando encerramos o evento.

Tomei um banho. Passei na enfermaria para fazer um curativo no meu pé, pois o machucado havia inflamado, eu naquela altura eu já estava mancando. Ai fui jantar, mas não tenho muitas lembranças quanto a isso. e eram umas 8h e pouco da noite, quando fui para minha barraca, nem fui para o palco; então não sei como foi lá, o que foi dito etc. Cheguei ali na área de acampamento, conversei um pouco com as novas vizinhas, ai entrei na minha barraca. Foi engraçado que elas estavam conversando na barraca delas, e tipo, a menos de 2m da minha barraca, e eu simplesmente ouvia tudo. Ai até teve um momento que uma delas disse: "Esse menino da barraca dá frente não é nada mal hiem. 21 anos, faz usp..." ai eu comecei a dar risada, elas perceberam e começaram a rir também; foi bem discontraido. Mas minha atenção e foco era outro, eu estava meio sedento de estudar a Palavra de Deus, ter aquele momento onde para tudo, e se faz uma meditação particular com Deus. E foi isso que fiz. Ai eram por volta das 9:15 da noite, quando fui realmente dormir. Mas logo acordei, 10h, porque havia acabado o evento lá no palco e os clubes estavam voltando para a área de acampamento. Mas o sono era tamanho, o conforto era tão imenso de finalmente deitar, das pernas descansarem, sobretudo os pés, que meu corpo ficou dominado por seratonina, e praticamente desmaiei.

Sexta-feira, 16 de novembro
Acordei as 6hrs, com o rádio com sua música de acordar. Mas finalmente, uma noite onde dormi 8hrs. E como foi abençoado esse descanço. Acordei muuiiito disposto, revigorado, cheio de energias. Após o café da manhã, ao invés de ir diretamente para o evento como combinado, fui para o palco, pois o Espírito Santo estava me dizendo para ir ali. Chegara um pouco tarde no local. Mas pude ver pela primeira o lugar depois da chuva, e ali deve ter virado uma lagoa também, mesmo um dia depois, havia uma poça enorme de lama. E ao chegar o pastor Silvestre estava começando a fazer a meditação. E foi uma meditação poderosa, muito boa, tocando o fundo da alma, cheia do Espírito Santo. O primeiro sermão que ouvi ali no Campori, melhor, a primeira vez no palco, no qual ouvi, pela primeira vez, a voz de Deus. Mas não esperei terminar e fui para o evento; mas conforme caminhava para lá, ainda meditava na meditação que ainda podia ouvir.
No evento, havia um grande desfalque, as Bredas e as vizinhas haviam indo para o parque aquático. Mas não me preocupei com isso, elas tomaram suas decisões. Aí apareceu uma nova figura, um staff da APS me ajudou no evento do nível 3, um Líder Master (que na verdade é um master avançado mas que ainda não se investiu por não querer). E conversei bastante com ele. Ele tem muitos anos de clube, aprendi muito sobre os desbravadores. Ele fez várias observações sobre o Campori também; de como havia-se perdido o foco; que a coisa agora era mais diversão; de sua luta para resgatar os principios do escotismo entre outros. É diretor de um Clube de Líderes etc. Foi realmente muito bom. E vieram vários clubes. E toda aquela maratona novamente. Só que dessa vez eu estava bem disposto, cheio de energias, havia dormido bem.
No almoço, o pessoal da AP foram para o parque aquático, ai tive que ir almoçar com a MPV, e fui almoçar no Sigma. E a comida lá estava maravilhosa. Grão de bico, strogonof de grão de bico com PVT, entre outros. Estava sentado junto com a fafá e o Xicão, ai conversei bastante com eles. Foi muito 10.

Acabei me atrasando um pouco para o evento, pois como diz meu ditado "pode cair o mundo, eu como em paz" rs. Cheguei, felizmente o meu era o terceiro nível então não atrapalhou nada. E um dos maiores problemas fora o sol da tarde (ah, como previsto na previsão do tempo), estava muito forte, e eu de arregata. A água do cantil logo acabará, falei para o Claudio conseguir alguem para ir encher, pois eu não podia sair dali, pois era um clube atrás do outro. Mas o cantil nem se quer retornou, depois fui achar ele com o pessoal de eventos do Rai. E me queimei muuuuiiiiiiiiiiitttttoooooooooo nessa tarde, principalmente nos ombros, pés e lábio inferior.

Uma das coisas que me chamou a atenção nessa tarde, foi algumas atitudes de alguns clubes. A grande maioria dos clubes não conseguiu passar na minha prova. Contudo, um ou outro no final, tentavam usar do "jeitinho brasileiro", puxando o saco, tentando me convencer a "dar um boi", enfim, estavam pedindo para eu fosse desonesto e lhes pontuasse como se tivessem cumprido a pontuação máxima. Eu estaria mentindo, sendo infiel para com Deus, e todos os demais clubes, que tanto reprovaram como passaram. Clubes que até mesmo tentaram "me comprar" oferecendo a camisa do clube (algumas realmente legais). Mas normalmente era apenas uma "pressãozinha",e e logo iam embora. Mas um clube, não vou citar o nome, realmente insistiu, principalmente a diretoria, não queriam sair da área do evento, até mesmo atrasando os demais clubes na fila. Até que tive que tomar uma atitude mais dura, porém necessário, e peço a Deus que tal possa ter sido uma repreensão construtiva: Chamei o diretor do clube de lado, e disse a ele:
- Cadê sua honestidade e sinceridade? Que testemunho e exemplo você está transmitindo para os seus desbravadores?
Ele aquietou-se, baixou a cabeça, ficou meio abatido. E sem graça nenhuma, apenas falou: "Clube." e fez aquele sinal de "vamos" com as mãos. E então saira em silêncio.

Não foram poucas as vezes que refleti quanto a esse tipo de atitude. Aquela coisa de "ser fiel no pouco". Parece pouco, e realmente é, "um selinho colorido" de um evento do Campori que testava de forma bem exigente os conhecimentos da história dos desbravadores e a velocidade de raciocinio e movimentação. Mas mesmo uma coisa pequena dessas, podia-se ver aquele espirito de "malandro", de tirar proveito, de até mesmo tentar o outro a ser infiel e desonesto. E o pior de tudo é que era ALGO PEQUENO. E diretores de clubes fazendo isso, mesmo que muitas vezes todo esse diálogo estar envolvido com um espírito brincalhão; mas a questão, numa prisma objetivo é sério. A forma como aquilo influencia principalmente os demais, sobretudo os desbravadores. E depois, essas mesmas pessoas reclamam dos lideres corruptos do nosso pais. Claro, a dimensão material da coisa é incomparável, mas a essencia é a mesma. Esses sutis golpes de Satanás para plantar suas pequenas sementes nas pessoas. E de tudo que eu fiz nos eventos, o que mais me alegro, pelo privilégio de anunciar a transgressão em nome de Deus, foi de repreender esse diretor de clube, e me arrependo de não ter feito o mesmo com outros. Não porque gosto de criticar os outros, ver os outros abatidos etc, mas pela necessidade de tais ouvirem a repreensão do Senhor e mostrar a tais que estão andando em terreno inimigo.
Bem, o evento, terminou umas 6 horas da tarde. Ai desmontamos todo o lugar, o que deu um trabalho. E só ai fomos dar conta o quanto de madeira havia ali. Creio que mais de 2 toneladas.
Aí fui tomar um banho, coloquei o uniforme. Comi um lanchinho rapidão, porque estava atrasado para a investidura. Cheguei lá já havia começado. Procurei alguns clubes referência, mas não encontrei nenhum em meio a multidão, ai desci e fiquei lá na frente, ao lado da mesa de som. A investidura foi estranha e muito sem sal, apenas impressionava é que havia mmuuuiiita gente sendo investida, tanto em lider, como lider master, e alguns, acho que uns 12 em master avançado.
No palco foi um pocado diferente do que me recordava de antes da chuva. Não sei se era porque havia chegado o sábado. Mas as músicas ficaram mais solenes, a musicalidade, diminuiram um pouco o estérico da coisa, a batida etc. - não que tenha ficado 100%, mas melhorou muito a serenidade. Então de repente, o Pr. Luis Gonçalves entra no palco por uma tirolesa e fazendo rapel. E apesar da infeliz "propaganda do Unasp" - aliás, é quase inacreditável, que fazem do momento de culto ao Senhor, uma propaganda subjetiva... - o pastor fez um grandioso e incrivel sermão; foi o sermão, cheio do Espirito Santo, que tocou o fundo da alma das pessoas, podia-se ouvir o silencio de milhares de pessoas. Foi tão poderoso espiritualmente, que podia-se no final, ver cada um em silêncio analisando o seu coração, em reflexão e objetividade para com o Senhor, com uma tremenda reverência. Logo que encerra o sermão e a oração do pastor, o pastor Nelson foi a frente e fez uma mudança na programação, uma pausa. Disse que não iriam cantar as músicas, não iria ter o teatrinho, nem mesmo cantariam a música tema "Coragem para Vencer" - nas entrelinhas dizia claramente, que tais, iriam destruir tudo isso que fora construido no sermão sereno e cheio do Espirito Santo, por algo show, que agita e carnal e pouco reflexivo. E pediu, para que todos saissem em silencio, aproveitando todo aquele momento de encontro com a Palavra de Deus, fossem diretamente as suas barracas, que não teria a Praça da Amizade, nessa noite; e em suas barracas, fizessem uma meditação mais profunda e terminassem a oração que começaram ali no palco.
Muitos foram diretamente para a barraca. Já outros não. Muitos foram para a área de cozinha. A grande maioria dos clubes foram jantar as 10:30 da noite. Eu mesmo comi algo. Mas se podia ver um espirito muito espiritual nas pessoas, nos clubes em geral. Era totalmente diferente dos primeiros dias, principalmente antes da chuva. Apesar que também vi umas cenas lamentáveis, de pessoas falando sobre coisas que nem mesmo deveria ser conversa de sábado, como "time de futebol"... mas foram casos isolados. Conversei bastante com o Everaldo naquela noite, ouvi muitos conselhos deles quanto a questão de relacionamentos, ele me deu esperança, apesar de eu... Bem, depois encontrei com o Culper, ali no portal do Sigma, conversamos um pouco com ele. Depois encontrei o Fred e conversei um pocado com ele. Até que fui para a minha barraca.
Eu estava muito reflexivo. Com muita carência de estar mais intimo com Deus. Eram umas 11:30 da noite, quando entrei na minha barraca, falei um pouco com meus pais pelo cel. Fiquei sabendo que deu mais um problema com o trabalho da facul, mas deixei isso de lado. Fiz uma breve meditação, e então terminei a oração que iniciamos no palco, e então dormi.
Sábado, 17 de novembro
6 horas da manhã, hora de despertar ao som do "cocó-ricó". Acordei muito animado, talvez, principalmente porque era sábado. Ai fui com a Michele e outro staff, se não me engano era Denis ou Diogo o nome dele, algo assim; lá para a cozinha do Sigma, onde tomamos um delicioso café da manhã e ficamos conversando. Depois, fomos lá uma reunião dos staffs, sobre a atividade que teria sábado a tarde. Nessa reunião também encontrei com a Larrisa, prima da Kelly que até está na capa da Bíblia do Campori Palavra Viva, ela também estava como staff de eventos.
9 horas, fui para o culto. Encontrei com o Sigma lá, ai fiquei lá com eles, do lado da Flávia, Fafa e um carinha do Luzeiros do Vale. Bem, as músicas estavam muito melhores, muito mais serenas e mais ideias para culto e adoração. Foi um quarto de pastores, acho, cantar lá, o Ministry, e os membros são tudo desbravadores também; e cantaram maravilhosas músicas de adoração a Deus. No sábado também foram muitas vizitas lá para Barretos, então, deveria ter pelo menos, mais umas 3mil pessoas e olha lá no lugar. E estava um sol de lascar (exatamente como disse a previsão tempo rs). E nisso, ficou muita muvuca lá no palco, muita gente andando para lá e para cá; e meio que fizeram o lugar onde estávemos sentado de avenida. Mas depois demos um jeito. Mas foi bem dificil com toda aquela muvuca prestar atenção no sermão. Teve um batismo também, que foi meio estranho, mas principalmente, porque não deu para prestar atenção, estava muito muvuca; o sol nem era tanto o problema, água, e fazer uma sombra com a blusa resolvia.
Após fui diretamente para a reunião dos staff's novamente, sobre o evento de tarde. Aí, dali, fui rapidão para a escola sabatina, junto ao Guepardos, e uns clubes da APO e APS, que o Everaldo havia me convidado. Mas foi estranho.

Depois almocei com o Guepardos, convidado, teve lasanha vegetariana entre outros. Aliás, um dos problemas foi que comi muito queijo nesse Campori, certamente, depois do Campori meu imunológico cairia. Ai, terminando de almoçar. Inicialmente, meu plano era de ter uma tarde livre, para passear pelo Campori, clubes, conversar com as pessoas, fazer uma meditação aqui e ali. Que nada. Fui para o evento.

O evento, em grande parte foi uma muvuca daquelas. Nem sei como era a prova direito, apenas cuidei da recepção. E de repente, entraram milhares de pessoas naquele galpão. Meu, parecia uma bagunça, do tipo, um estádio de futebol pós-jogo, indo para o estacionamento. Ai demorou umas 2 horas, até que finalmente, eu mais uns 3 conseguimos organizar e controlar a coisa para acabar com a muvuca. Mas como não tinha muito o que fazer, fiquei apenas cuidando de uma das portas, onde apenas era para o pessoal sair, ficou meio tranquilo e tedioso. Mas foi bom, que ficou um senhor lá de São Vicente (baixada) comigo, ficamos conversando praticamente a tarde toda, sobre várias coisas, de religião, ao campori, desbravadores, sol, praia... Ali na saida, também foi quando pela primeira e unica vez, encontrei com a Sukita no Campori, o clube dela estava saindo do evento, era o clube Integração. Mas apenas nos cumprimentamos, depois nem mais a vi; o diretor estava pegando no pé dela, mas foi legal, que o clube deles tocaram a fanfarra depois; apesar de terem tocado o hino nacional (muito bem tocado), era tarde de sábado, nem preciso comentar isso rs.
Terminou o evento e pude ver a grande maioria correndo para tomar um banho, principalmente depois de uma tarde tão quente quanto aquela, ainda bem que fiquei protegido do sol no galpão. Ainda mais que estava muito queimado, fiquei o dia todo com o lenço apenas para proteger a nuca do sol rs. Bem, mas ao terminar, eu estava mesmo era sendendo de fazer algo que muito pouco fiz no sábado, "conversar com Deus". Estava carente mesmo. E como ainda tinha mais 1h e pouco antes do pôr-do-sol, encontrei uma sombrinha numa praça perto do bosque, sentei numa cadeira, e ali orei e estudei e meditei no sermão da montanha.

Ali também refleti um pouco sobre algumas coisas, como mulheres, aliás, como tinha gente bonita nesse Campori. Apesar de que esse não era meu foco no Campori, e nem pensei muito nisso. Várias vezes pensava no Renan e no Henry, de como eles me impressionaram, pois apesar de serem bem carismáticos, arranjam dores de cabeça para todos, todos, principalmente por terem uma mentalidade muito criança; mas estava impressionado, que muitas vezes no Campori, os vi muito mais maduros e responsáveis, de modo que nunca esperava deles. Mas algo que mais me atraiu a atenção no momento, foi que tipo, se tirasse "uma foto" do Campori naquele tarde, algo que muito pouco se veria, era alguem estudando a Bíblia, orando... É meio até comum em Campori, mas esse foi mais, ainda mais pela proporção do evento, as pessoas em geral, darem muito pouco tempo para a comunhão "pessoal" com Deus. Quando se for pensar bem, deveria ser o contrário. Cheguei até ver muitos andando para lá e para cá com uma Bíblia na mão, até mesmo alguns com o hinário; mas tão poucos com a Palavra aberta. Isso me fez lembrar do Campori da AP - Palavra Viva, ano passado, um dos eventos, que era a da leitura da Bíblia. Creio que deveriamos buscar eventos entre outros, que obejtivassem mais insentivar mais a leitura, estudo, meditação, testemunho e oração nas tardes de sábado; ao invés de peder tempo para lá e para cá correndo com coisas vãs, subjetivas, apenas funcionando como um passatempo para suar.

Ai depois fiz uma caminhada pelo Campori, nuns lugares mais isolados e tranquilos apenas pensando; encontrei um bosque bem isolado. E ali fiz um pôr-do-sol rapidinho. Ai fui para a cozinha. No caminho encontrei com a Ana que foi visitar o Campori, pediu para ir depois lá no clube dela. Na cozinha jantei ali com o pessoal do Guepardos, que tinham me convidado desde o primeiro dia rs. Tinha pizza - para variar, mais queijo - e ai me contaram, que a Ana tinha ficada 1 hora lá me esperando conversando com o pessoal. Depois fui com o Everaldo lá na cozinha deles, mas apenas estavam as cozinheiras, o resto foi para o palco.

Eram umas 8 da noite, estavam todos no palco. Ah sim. Nisso encontro o Robert, PARALISADO, tretaparapilégico na cozinha. De novo ele travou. Só que não me recordo se não foi na noite anteior, mas no dia seguinte ele já havia recuperado os movimentos.
Ai ai. Como detestei aquilo. Foi um show emocional, mas muito mesmo. (tipo, nada a vê, principalmente quando acaba de acabar o sábado). Colocaram um video meio que uma retrospectiva do Campori, mas a semantica, "repertória" (vamos assim dizer) do vídeo não tinha nada a ver com espirito de Campori. Parecia mais um videozinho de Domingão do Faustão, que buscasse algo mais comico e bobo; mostrando pessoas dormindo para lá e pra cá, mimicos imitando sombra. Bem estranho mesmo. E o fim da picada, foi quando no meio do video, para, para ter uma propaganda do DVD do Campori, para comprá-lo. aff. Depois, teve uma propaganda do Unasp. Minha vontade ali foi de "frutas neles" e dizer "sai daí". Depois teve mais um maravilhoso, incrivel sermão do Luis Gonçalves que tocou as pessoas. Mas no final foi muito emocional, pode-se ver várias pessoas chorando. Foi maravilhoso o momento em que eu e toda unidade do Maine Coons abraçou o Gustavo; meio que naquele apelo para ele se batizar. E aí depois, todo mundo se abraçando, confraternizando; já com aquele espirito de "fim de Campori".
Dali fora praticamente todo mundo para a Praça da Amizade, a última noite de Campori. Queria comprar uma camisa do evento, hu, mas que facada; e as mais simples não tinha meu tamanho. Ai acabei comprando nada. Fora que o lugar estava uma muvuca que parecia 25 de março em véspera da Natal. Mas o que mais me impressionou foi o espirito "consumista" das pessoas. Deveriam se abster mais disso. Depois tentei procurar algumas pessoas em especial ali, mas não encontrei ninguém. Mas teve uma coisa engraçada que aconteceu. Estava caminhando ali, quando foi abordado por 3 garotinhas, aparentando 10 - 11 anos, uma delas me disse:
- Você tem mais de 20 anos?
- Tenho 21.
Elas soltaram um grito "eeeee" parecia comemoração de algo muito esperado, foi engraçado. Mas eu me toquei o que era. E logo pensei: "alguma conselheira usando suas desbravadoras." rs
- E como você trata seus pais?
- Nossa! Trato muito, muito mal mesmo. - disse brincando.
- Ah! Então você não vai ser um bom marido. Tchau!
E viraram as costas e sairam meio bravas. Achei engraçado aquilo, mas sem saber muito o que pensar. Fiquei meio pasmo.
Bem, já era meia-noite. Fui para a área de acampamento escovar os dentes, na volta, me trombo com a Flavia indo para sua barraca. Converso com ela rapidinho. Ai meio que combino de último hora de acordar 5h no dia seguinte para ir no Desafio Coragem. E aí fui para a minha barraca, uma meditaçãozinha e fui dormir.
Domingo, 18 de novembro
Pouco antes das 5hrs, acordo com uma vontade tremenda de ir no banheiro. Aí eu fui. Ainda era noite, o céu estava um pouco estrelado (comparado com a Grande São Paulo era muuuiito estrelado); ainda dava para ver a constelação de Órion, uma nebulosa, os sons noturnos. Cheguei no banheiro de staff, e fiquei meio impressionado, parecia uma cena de filme de alienigena rs. Milhões daqueles bezouros pretos que tinham em tudo qualquer lugar do Campori, e um monte de mariposa voando para lá e para cá; muitos deles se chocando comigo. Mas fui lá, tomei um gostoso banho frio (que de frio não tinha nada, a água lá é morna). Fui para a minha aula de acampamento guardar as coisas, já eram 5:30, bem, percebi que a Flavia deveria estar dormindo e não conseguiu acordar. Aí fui para lá.
Cheguei lá no lugar, na praça da amizade, deveriam haver umas 300 pessoas, e chegando cada vez mais. Cantamos algumas músicas em acapela. E aí, várias pessoas ali começaram a contar solenes e maravilhosos testemunhos, todos relacionados com o Campori. E o que mais me surpreendeu foi de um senhor de 71 anos; mas cheio de vigor, tinha uma voz forte, potente e que transmitia respeito e autoridade; ele era desbravador desde pequeno, contou algumas experiencias, foi mais um testemunho pessoal, incentivando a jamais abandonar os Desbravadores. Foi muito forte mesmo. E junto com ele, um outro senhor, de 71 anos, que estava sentado ali, mas não falou nada, porque fazia pouco mais de 1 semana que havia passado por uma cirurgia, mas que não perderia o Campori por nada. E no final ele deixou um verso de I Samuel, que me tocou tão profundamente, que pela primeira vez algo me retirara lágrimas em muitos, muitos meses:
"Tomou, então, Samuel uma pedra, e a pôs entre Mispa e Sem, e lhe chamou Ebenézer, e disse: até aqui nos ajudou o SENHOR" I Samuel 7:12
Então, o pastor Luis Gonçalves encerrou com algumas palavras e uma oração.
Como é extraordinário quando buscamos a Deus nas primeiras horas do dia, até mesmo antes, de madrugada, assim como fazia Jó! Não sei direito como é que a coisa funciona, nunca pensei muito sobre isso. Mas é diferente. Tem um tempero diferente. Produz uma força espiritual diferente. Foi simplesmente extraordinário.
Umas 6:30 volto para a área de acampamento e já haviam muitos clubes desmontando portais, secas e até mesmo barracas. Eu logo comecei a desmontar a minha barraca e arrumar a mochila. Aí umas 7 e tanto, fui para a cozinha, tomo o café da manhã, algo bem simples e rápido. E aí fui atrás de despedir do pessoal, principalmente daqueles que certamente demoraria muito para ver. E para ser sincero, a maioria não consegui encontrar. Mas pude me despedir do Culper, da Fafá, da Jú Bueno, do Fred, de alguns staff's, algumas pessoas de outros clubes, conhecidos. Depois ajudei o Guepardos em carregar algumas malas e coisas da área de acampamento para a cozinha.
Depois, enquanto esperavamos o buzão, um pessoal lá começaram a falar mal do Everaldo, e o Renan falou besteira; e foi a tal ponto que tive que repreender:
- Não fala do que não sabe. A história verdade não tem nada a vê.
- Não?! Então a minha mãe ta mentindo?
- Se você quiser acreditar nela...
- Então como foi?
- Isso não é assunto para se tratar com vocês.

Aí morreu o assunto. Depois carregamos as coisas para o local onde o onibus estaria. Aì eu, Everaldo e o Francisco carregamos o buzão. Enquanto o resto foi para o palco para o encerramento.

Cheguei no encerramento umas 10:20. Estava bem estranho. Fiquei com os Guepardos de inicio. Mas foi um encerramento muito estranho mesmo. Aí apareceu a Natalha Breda procurando o resto do pessoal. Mas ninguém encontrava ninguém. Até que alguns staff's começaram a formar uma corrente humana na frente do palanque. Fomos até lá e entramos na corrente. Logo apareceram outros, o Henry, Renan, a Michele. Enquanto estava tendo a entrega dos troféis para os clubes (aliás, a entrega mais sem sal que já vi). Encerrou, o pessoal se espalhou. E eu comecei a tentar encontrar aqueles que ainda não havia me despedido na multidão; não incontrei ninguém. Até que de repente, a fafa me encontra e me chama para tirar foto.
Nisso aparece o Everaldo, para irmos atrás de algumas pessoas para avisar onde estava o onibús e que iriamos sair ao meio-dia. Aí, já a caminho do buzão, passamos num mercadinho lá dentro, comprei umas águas de coco para tomar no caminho. Aé, outra coisa estranha do Campori, estavam vendendo - até mesmo adventistas - lá: refrigerante, salgadinho, bolacha... - Ai ai ai.
Chegamos no onibus. Depois de mó demora, era 1 e pouco quando realmente fomos sair e pegar estrada. Na estrada, inicialmente só conversa, com Ivete, Bárbara, Ju (aliás, a Ju estava muuiito estranha nesse campori), Lincon e Eliezer. Até que depois de uns lanchinhos (pão com queijo - mais queijo), consegui tirar uma soneca. Umas 2, 3 horas depois acho, me acordaram quando chegamos naquele posto-resturante-mercado de estrada. E para variar, haviam vários clubes lá. Só que tanta gente, que dentro estava loootado, uma fila enorme, que parecia fila de Carrefour em véspera de Natal; só que com caixas lerdos. Comprei um suco de clorofila e um suco de pessego em latinha, alias, ao todo R$ 6,00 - ô lugarzinho caro! Depois de uma fila enorme. Quando voltava para o buzão. De repente, ouço a voz me chamando, quando passei pelo buzão dela, me viro, e lá estava ela na porta do onibus. Ai finalmente, pudemos conversar mais tranquilamente, sem pressa, e nos despedir também. Foi muito bom. Fui para o onibus, visto que não via mais ninguem do Guepardos do lado de fora, achei que estavam me esperando. Cheguei lá, apenas estavam esperando mais uma pessoa que estava na fila. E aí, depois de 20min, o onibús sai, mas ai vai no posto, e fica mais 20min. Até que realmente voltamos para a estrada.
Já rumo a São Paulo, deveríamos estar na altura de Campinas. Fiquei só conversando com uns poucos acordados ali na frente. A Ivete, o Lincon e o Robert principalmente. Até chegar aqui. Bem, no caminho, naquelas enormes planicies, pude presenciar umas visões maravilhosas, por exemplo, de lugares chovendo no horizonte. Ai chegou em São Paulo, senti a poluição de novo. Mas estava super elétrico; chegou na Av. dos Estados e já acordei todo mundo. Chegamos por volta das 9 horas lá na IASD do Bom Pastor. Descarregamos o onibus, me despedi do pessoal, e vim para casa.
Algo intrigante aconteceu pouco antes de chegar na igreja, já na av. Pereira Barreto, notei uma certa farra extra com o pessoal atrás do onibus. Quando fui ver, o Henry estava mostrando a bunda pela janela, rindo daquele ato, mais uns 6 de algum modo contemplando aquilo. Olhei para ele e disse:
- Henry, para com isso agora.
- Qual o problema?
- Você está mostrando a bunda.
- Mas ninguém está vendo.
- Não? Deus está vendo. Os anjos estão vendo. Como é que você está testemunhando de Deus e dos desbravadores para aqueles que vêem?
Aí ele se tocou. Pois é, "vigiai e orai sem cessar". Temos que estar sempre vigilantes que estamos na presença de Deus, e de outros seres, e querendo ou não estamos testemunhando. Vigiando para que não vacilemos em esquecer que há um Deus no Céu que vê todas as coisas e que daremos conta de cada ato nosso. E muitas vezes, necessitamos lembrar os outros disso. Pois possuem uma tendência a esquecer totalmente, principalmente nos momentos de emoção e farra.
E ao chegar em casa. Estranhei. Pois meu lar não parecia ser mais ali. Mas estar acapando com os desbravadores.
Bem, estou com saudades, por incrivel que pareça, de algumas pessoas. Vários já estão me cobrando de fazer uma trilha agora em Dezembro. E assim que a poeira da faculdade e da escola baixar. Vou planejar uma, e vamos fazer sim pessoal, e nos reencontrar.
É isso aí.
Até o próximo Campori.
Aliás, 2007, desbravadores, promete!
Maranata!!!
........

29 outubro 2007

O gelo está formando rios de vida

Há muito tempo não digito para esse blog em especifico, que visa tratar mais os feitos e como anda minha vida. Motivos: falta de vontade de digitar e falta de tempo. Mas visto a necessidade, por se acumular muitas coisas, e não poder deixar para trás. E fora que na próximo semana terá Campori, ou seja, na volta terei que falar sobre o Campori. Então esse post já é lance visando o Campori entre outros.



- O Segundo Semestre

Parece que desde abril não digo nada, quando teve a trilha Mogi-Bertioga. Bem, é meio que lógico que muuuiiita coisa acontecera. Numa rapisódia: terminou o primeiro semestre da facul e começou o segundo, peguei uma DP no primeiro semestre. Tive férias, fui para São José dos Campos. Extrai os 2 sizos inferiores. Comecei a estagiar no Colégio Adventista de Santo André. No segundo semestre fiz amizade com uma rapariga lá do sul, na matéria de MAC110 (programação em C). Etc.



Na realidade, aconteceu que tive uma certa crise no meio. Fiquei não só decepcionado em geral com a humanidade. Mas cheguei num ponto onde o cordão estava extendido, recebendo tensão extra, e tendendo a romper. Estava chegando naquele ponto de não acreditar mais em ninguém, de que ninguém faz ou busca veemente fazer o certo. De perder totalmente a esperança nas pessoas. Mas qual era a vedadeira raiz disso? Minha comunhão com Deus, estava em certos pontos, em declinio.

Não demorou muito suscitar uma atitude de desistir do altruísmo e buscar "cuidar da minha vida". A consequencia disso foi que comecei a correr atrás de dinheiro, de boas propostas de estágio, e tais surgiram; várias, Unibanco, Santander, Pirelli, mas por incrível que pareça, em nenhuma eu fui selecionado. Eu estava um tanto quanto dualista quanto a isso, porém conseguia discernir claramente o caráter das duas frentes, uma era o eu querendo voltar ao controle com idéias de insatisfação, rebeldia, impaciência, ingratidão, temporal. Já a outra, o oposto, e até mesmo sempre me lembrando que eu havia colocado a minha vida nas mãos de Deus, e Ele estava cuidando de mim. E que tudo aquilo eram apenas provações, crisóis para o meu bem; ao mesmo tempo em perceber que essa atitude de ir atrás daquilo que não era o que Ele realmente queria para mim - disso eu tinha clara consciência - vinha-me a tona, e percebia que estava passando por situações descessárias.

E então, no estágio, o professor Daniel já vinha me falando bastante que eu estava sendo muito observado pela administração, estavam falando bem de mim, e eram grandes as chances de eu já dar aula no próximo ano. Até que no meio de outubro veio uma proposta do colégio para eu dar algumas aulas de matemática no finalzinho desse ano, o que também serviria como um teste para o próximo ano.

Aí de repente, simplesmente, toda ansiedade desvaneceu. A promessa de livramento voltará a minha mente ao ver as águas se abrir. E agora, é apenas questão de tempo até chegar ao outro lado e ele se fechar.

Isso foi algo explêndido. Não só me levou ao arrependimento. Mas a resgatar valores, sonhos, ideais, e acima de tudo a confiança, certeza, a paz. E meio que consequentemente tudo ficou bom, tudo melhorou. Até minha saúde, com novo gaz, no qual esse segundo semestre tenho me exercitado no CEPE na USP e no Duque de Caxias aos domingos e feriados.

Então, comecei a dar aulas no Colégio Adventista de Santo André - incrivelmente onde estudei a vida toda. E o mais engraçado, é que não me saem da cabeça aquelas palavras do diretor Ricardo antes de me expulsar "Quem sabe um dia você ainda não seja professor daqui?" Claro, a bomba foi grande - terceirão, final de ano, professor novo... O desafio é enorme, mas creio que estou até saindo razoável. Apesar de detestar me autoclassificar como razoável, isso me lembra mediocridade.


Já na faculdade. Esse semestre foi muito estranho. Ao memso tempo que muuuiito fácil, nas matérias de MAC110 (Programação em C) e em Metodologia de Ensino da Matemática II. Fiquei muito bravo mesmo, quando eu e mais um punhado de gente foram excluídos da disciplina de "Desenho Geométrico...", a primeira matéria que peguei um professor realmente didático, no qual da gosto de assistir aulas como que em cursinho. Motivo: Comissão de Graduação. E também enfrentei duramente a disciplina de Termodinâmica (física), mais uma vez com o horrível professor do IF, nada, nada, nada didático. E estou muito desesperançado de que conseguirei passar, até mesmo acho que não vou conseguir ficar de Rec. Fora o detalhe, que é uma daquelas matérias que é uma aula de terça e outra de sexta, e ai como não posso sexta, o professor me fez ir ver a outra aula, com a disciplina de Termodinâmica lá do IF, que é uma abordagem totalmente diferente, bem para os físicos e não para os matemáticos; e de acordo com o curriculo do curso deles; nem preciso dizer o quanto boiei. Apesar que é uma senhora já de idade, chuto uns 80 anos, muito simpática, e mais didática do que o que dá no IME; eu simplesmente booooooiiiava nas aulas, nas provinhas e provas então!

Desde agosto começou as aulas de Trompete. E olha, foi dureza as primeiras semanas. Mas de repente, a coisa embalou, comecei a pegar o jeito. Já consigo ler muito bem partitura, não super fluentemente, e com uma idéia de tempo já bem desenvolvida, mas muito a melhorar ainda. E ai, até agora, melhor, até ontem, eu não conseguia alcançar as notas altas. Até que ontem, de repente, puf!, peguei a manhã, simplesmente mudando um pouco a posição do lábio no bocal. E agora já está saindo umas músicas que antes não ia, porque não alcançava as notas altas... mas ainda há muito que melhorar.

E apesar de ter muito mais a dizer, muito mesmo, várias coisas importantes e muito relevantes. Não há tempo, amanhã estarei indo para o Campori.

29 abril 2007

Inundação do Espirito Santo

Pessoal, leitor, seja lá quem você for; rogo que com carinho, considerasse todas essas palavras que vos tenho a dizer.

Creio que primeiro é indispensável que eu relate algumas coisas sobre a Trilha Mogi-Bertioga que fizemos nos dias 31/mar e 1/abril.

A TRILHA MOGI-BERTIOGA
Primeiro, vou ter que abrir um pouco o documentário de minha vida, que normalmente não costumo abrir muito às pessoas.

Em 2005, naquele periodo em que eu estav muito rogando por Deus, cheio do Seu Espirito, em oração etc. Houve um momento, um dia, em que estava estudando as Escrituras e o Espirito de Profecia (O Grande Conflito, se não me engano) e foi quando eu clamei: "Necessitamos urgentemente do reavivamento e reforma! - Está na hora de nos prepararmos para a chuva serôdia! E apenas tenho obtido gotas da temporã!". E dai, fiz um pacto com Deus, roguei a ele, e iniciei um projeto ousado e ultra-dificil, que chamei de "Incendiando Laodicéia". E estava rogando a Deus, conversando com Ele, ouvindo Seus conselhos, acertando os detalhes, me reformando, avivando cada vez mais, preparando tudo, para botar fogo, e iniciar os focos na Igreja para que se incendiasse, e que não ficasse mais MORNA como Laodicéia, e nem QUENTE; mas como um DILUVIO EM FOGO, em fogo divino.
Na virada de ano eu estava já quase explodindo, não aguentando mais segurar aquilo. E de certa forma, confeço que temia pelo o que Satanás tramava, pois certamente ele não deixaria que isso ocorresse facilmente. Então, é quando eu entro na USP. Merda! (sorry! pelo vocab.)
Meu, no começo eu idolatria a USP, a matemática etc. Ficava até as 3 horas da madrugada estudando derivada se preciso. Porém, ao mesmo tempo, houve um precipicio espiritual, ou como um amigo meu disse, um periodo de aridez. Tornaram-se raras as vezes que eu orava, apenas rezava. Mais raras ainda, as vezes, que realmente, tomava-me para estudar as Escrituras e envolver-me no trabalho do Senhor. E a obra de Incendiando Laodicéia, bem, para começar, eu mesmo me tornará um cubo de gelo.
Mas então chegou as férias de julho, e foi quando re-coloquei a cabeça no lugar. QUe me disse: "O que é que estou fazendo?" E mudei te atitude, porem, recomeçar, esquentar o gelo, faze-lo derreter, evaporar, é dureza.
Mas foi indo e indo. Porém, não estava conseguindo voltar como era antes. Até que comprei o livro "O Retorno da Glória" de Randy Maxwell em dezembro de 2006, e então, as tochas do reavivamento, da reforma, voltaram-se a se acender. E de lá então houve uma continua progressão, porém, ainda longe daquele estado o qual eu estivera no inicio de 2006. Falei com Deus e então finalmente combinei em fazer uma das primeiras coisas do projeto Incendiando Laodicéia, que foi chamar um pessoal, de preferencia jovens, para ir fazer uma trilha (alias, o estopim foi o Renato, quando estavamos no ensaio do coral).

Chamei muita gente, mais de 50 pessoas ficaram de ir. Muitos não adventistas, outros sem religião. Muitos desbravadores, lideres. Orei, clamei, pedi orientação de Deus. Mas o Inimigo de outro lado também trabalhava, e não vou entrar nos detalhes, mas no final, apenas 14 pessoas foram.

Saimos de Santo André umas 18:30, num sábado a noite. E durante as quase 2 horas detrem até Mogi, muita conversa etc, especialmente com o Eliezer, pai do Eliezer (o filho). Um homem de Deus, o qual foi delecioso trocar idéias e coisas do tipo.
Em Mogi, houve um certo desencontro com o pessoal de São José dos Campos (AFlavia e seus amigos), ai uns telefones aqui ali, espera um pouco, e então nos encontramos, pegamos o onibus (alias, lotamos o onibus com nossas pessoas e mochilas). E foi muito bom, foi aquele tempo de introzação, porem, fora muito pouco tempo.
Chegamos lá no barzinho a beira da estrada, houve umas ultimas instruções. Fizemos uma oração rogando por proteção divina e a sua benção para a trilha e tudo mais. E então, já sendo umas 10 horas da noite, caminhamos 1h10min pela estrada, quando conversamos muito, falei bastante com a Flavia que há um tempão não conversava. E estava indo tudo muito bem.
Chegamos no local que é o inicio da trilha, fizemos uma parada, comemos um pouco, e então entramos na mata, e após uns 20min, chegamos ao riachinho. No qual atravessamos (alias, eu estava sendo o guia, e percebi que já fazia um tempo que ninguem ia ali, pela quantidade de teias de aranha que eu engolia.) e então em frente, preparamos a clareira, ajustamos as redes e os demais para dormir, fizemos uma fogueira que foi um pouco dificil de acender. E então houve um dos momentos mais especiais.
Fizemos uma rodinha ali em volta da fogueira, debaixo de estrelas, o som noturno da natureza e do calmo riachinho com suas aguas escorando as pedras, ao nosso lado. Começamos a cantar, era quase 1 hora da madrugada. Oramos, depois fiz uma breve pregação, inspirado no livro O Retorno da Glória, quando fala da história de Israel em que enviara os espias para avistar a Terra Prometida, fiz aquele apelo, e depois orei e orei, pedidos de oração e coisas do tipo, e então mais oração. E foi um momento muito bom, especial mesmo. Incrivel, em que certamente pode-se perceber que o Espirito do Senhor estava entre nós.
Então fomos dormir. O Elton ficou de fazer o primeiro turno da vigia, mas logo dormira. E eu, na minha rede e saco de dormir, confeço que não consegui. Não era por medo. Não era por sons desconhecidos. Mas era uma mente inquieta, que queria ir até as pedras ali no riacho, e clamar a Deus, conversar com anjos, enfim, ter aquela noite. E incrivelmente todo o pessoal começou a dormir. E eu lá deitado pensando. Até que fui impressionado por uns sons estranhos que parecia rugido, e eu sabia que haviam - poucas - onças na Serra do Mar, e ouvi um barulho de água atrás, perto da barraca do Eliezer, e pensei: "será? uma onça?". Orei a Deus. Peguei a minha lanterna, e comecei a investigar, mas nada encontrará, mas o barulho aparecia de vez em quando. Então foi quando percebi que era o Gustavo que roncava. E um pouco depois, o pedrão acordou com um rato que estava entrando no calçado do Robert que estava secando no calor das brazas. E ai, aos poucos começaram a acordar. Ai a Neide acordou pois algo havia nos pés dela, então fui ver, e ali, matei uma caranguejeira (aranha um pouco venenosa). Ai o pessoal que estava dormindo no chão praticamente acordaram todos, menos o Gustavo. E assim, então ficamos a noite conversando etc, até umas 6 horas, quando acordei a todos.
- Acorda. (com aquela voz, para não acordar ninguem no susto). Arrumamos as coisas, então o Eliezer fez o culto matinal ali, e foi muito bom também.

Então, algo aconteceu. Simplesmente, algo incomum. Estava com algum problema digestivo. Não conseguia comer nada, com vontade de vomitar, alias, fiz um belo barro. hehe Mas o mal estar continuava, e me sentia bem fraco, desidratado. Mas bastou, minha lingua sentir o sabor da granola que surgia o problema. Ai, pedi licença, fui até um local mais escondido, e disse: Será que algo está me fazendo mal? E então, forcei para vomitar logo de uma vez. Vomitei e vomitei, mas não havia nada. E a coisa continuava, apenas conseguia beber água numa boa. E então comecei a pensar: Será que não vai dar para eu guiar o pessoal? Estou fraco. MInha mochila está pesada. A caminhada é dura, principalmente a subida. Eu vou deixar o pessoal não mão. etc.
Então, roguei a Deus e disse: "Tu nos conduziu até aqui. Deu-nos uma maravilhosa e inesquecivel noite, tudo o que houve até aqui já fora maravilhoso Senhor. É até aqui que o Senhor quer? Combinei com eles que os levaria até a cachoeira. Alguns ali precisam testemunhar da sua maravilhosa natureza." - Então, aconteceu aquilo, que era já comum que acontecia antes de entrar na USP, antes da "aridez", mas que desde então não havia ouvido mais. Que é aquela "voz" na mente, que não sei explicar direito, mas que é algo incrivel e maravilhoso. Que me dizia assim: "O que você disse?" E então, minha memória, lembrou-se daquele momento qeue eu estava pregando ali na fogueira, na verdade, foi como se estivesse passando um "video" na minha mente, e senti fortemente aquelas palavras de Calebe: "Subamos até lá e vamo conquistas." Não importa se há gigantes. Deus havia-os prometida, tinha dado Sua bênção. Então eu entendi o recado, e disse "Senhor, tomarei a minha mochila e os levarei até a cachoeira."

Voltei para o grupo, que acho que alguns já estavam meio pensando: "O que aconteceu com o Evandro?" E começamos a caminhada. E logo, tive que pedir ajuda para o Davis, para ele carregar minha polchete. Lá para uns 75% da descida, minhas pernas estavam tremulas, o enjoo continuava, eu sentia aquela fraqueza, mas ao mesmo tempo, estava cheio de energias (engraçado), alias, aquele AR PURO faz uma diferença, que não dá para explicar. Mas estava um pouco melhor, tentei comer algo, mas não dava, assim que eu colocava na boca... E um pouco mais a frente, tive que pedir pro Davis levar as minhas cordas. E já a a uns 150 metros do rio, já no pé da serra, disse para o Davis ir a frente, limpando o caminho etc, e eu apenas ia orientando para onde ele ir etc.

Até que chagamos nas pedras, e assim fomos até a cachoeira. Aquela cena magestosa, aquela imagem que não há artista que consiga pintar, ou mente alguma inventar. Aquele som glorioso das fortes águas. E foi uma realização indescritivel, quando cheguei ali, meu coração pulava de alegria e louvava a Deus. E melhor ainda era quando podia ver o "rosto" daquelas 13 pessoas que havia guiado até ali.

Por incrivel que pareça, fui novamente no banheiro. E tals. sai foi aquele tempo de 2horas para o pessoal se relaxar , divertir etc. Tomar banho de cachoeira, daquele chuveiro natural. A hidromassagem natural etc. E aquilo estava delicioso demais. Maravilhoso mesmo. E encontrei uma clareira ali perto perfeita para acampar, cabe até umas 5 barracas e olha lá, e já comecei a pensar. Agradeci a Deus.

Eu já me sentia perfeitamente bem, com as forças restauradas, cheio de energias. Mas eu não conseguia comer NADA. A ultima coisa que havia comido, foi quando estavamos começando a trilha na noite anterior, ao lado da estrada, quando comi uns biscoitos de fibra.

Então lá para uma hora da tarde, ou um pouco mais, começamos a subir a serra. E foi um momento incrivel onde muitos enfrentaram seus limites como humanos, perceberam que seus corpos podem suportar muito mais do que imaginavam. Sentiram o que estar esgotado, e ter muita coisa pela frente. Aqueles desafios etc. Mas o mais incrivel era que eu não sentia NEM UM PINGO de cansaço e coisas do tipo, pelo contrário, era como se a cada momento eu estivesse mais forte e com mais energia.

Enquanto isso, houveram muitas conversas, coisas que não dá para falar, apenas na hora e que ficaram marcadas em nossas vidas. Amizades que se fotaleceram etc. A confiança que aumentava cada vez mais, principalmente, em que, a cada instante mais necessitava dEle.

Terminamos de subir. Ai tivemos que andar de novo na estrada, muitos estavam esgotados. E foi quando que apareceu uma guincho na estrada e nos ofereceu carona. E então chegamos ao bar onde tivemos que esperar até as 5:20 da tarde o onibus que nos levaria a estação. E nisso, muitas conversas, foi praticamente o momento em que nos relembravamos da trilha, fazia aquela retrospectiva, analises, saboreava tudo, até mesmo as dores eram boas. As cicatrizes tornava-se orgulho.
Ai no onibus praticamente todos dormiram, em alguns momentos apenas eu ficara acordado. Ai pegamos o trem, nos separamos do grupo que iria para São José. E no trem muitas conversas, o melhor de tudo foram as observações do Eliezer sobre a trilha, na questão espiritual etc. E todos por fim disseram: "TEMOS QUE MARCAR DE NOVO!!! Quando será a próxima?"

E por incrivel que pareça, exatamente quando terminamos a trilha e chegamos na estrada, "num passe de mágica" aqueles meus problemas sumiram. E eu voltei a comer tranquilamente como se nada houvesse acontecido. Não fiquei NADA CANSADO. ALias, cheguei em casa, e fui dormir quase meia-noite, e no dia seguinte, não tive problemas com acido lactivo nenhum, apenas sentia um pouco de dor no triceps do braço direito quando fazia força, mas que até o final da tarde estava 100%.

Bem, RESUMIDAMENTE, essa foi a trilha.

Ontem, sábado, 28 de Abril
Fora o dia Mundial dos Desbravadores.
Primeiro, sexta foi trabalhoso, ergumos um portal de 6m de altura, e deu bastante trabalho ajustá-lo. No culto pela manhã, no fim, vamos assim dizer: Deu tudo certo. Mas o melhor de tudo, além da presença de Deus fora dos amigos, e um amigo em especial, o Giancarlo Sorvillo. Simplesmente, aquele tipo de amigo em que você não quer se separar mais. Aquela pessoa que é um profeta de Deus, suas palavras são bençãos. E está dificil encontrar hoje jovens que amem a Deus com todas as forças, com todo o coração, que possui Seu Espirito.
Da igreja fomos para a casa da jú onde teve o almoço, e ali conversamos muito. Alias, o Gian fala que fala. Lembra bem a familia do meu pai (que é tudo descendente de italiano, alias, eu sou de terceira geração), falam muito.
Mas tipo, a cada segundo que se passava o sábado estava melhor. O JA foi incrivel também. Fizemos uma coisa bem diferente, uma simulação de resgate, descendo o Navas preso numa maca por uma escada da galeria, no meio do sermão, quando o Gian pregava sobre os amigos do paralitico que desceram o teto para ele chegar até Jesus.
E então a Ju me convidou para ir no frutaska com eles, e eu exitei bastante, tinha minhas razões, mas por fim eu fui, e não me arrependo nem um pouco!
O frustaka foi praticamente uma reunião de amigos, com o Gian como lider, que por fim foi inspirado pelo Espirito Santo e nos trouxe muitas palavras, algumas até em "off". Que não dá para explicar, dizer, tudo. Mas simplesmente, essa noite renderá muitos frutos. Reavivamento! Poder! Reforma!
Suas palavras, eram em muito, praticamente aquilo que eu estava me preparando no final de 2005 para proclamar, fazer. Porem, ele também trouxe muitas curiosidades teológicas, e certamente, reverei meus pensamentos para com muitas coisas, e estudarei mais a fundo, buscando de Deus revelação mais claras. O mais incrivel de tudo é que o Gian foi a resposta de Deus para muitas de minhas orações!
E quer saber mais. Creio que chegou o momento de colocar fogo nos GRAVETOS (antes estava na isca). Para INCENDIAR LAODICÉIA!!!
Fica com Deus.