Bem, até 5 dias antes da trilha, havia a expectativa de 25 pessoas irem. Mas aí, a Flávia de São José dos Campos desistiu porque estava sobrecarregada com a faculdade, estágio... alguns amigos aqui de Santo André também tiveram suas desculpas; até mesmo o Renato de última hora ficou enfermo. E nem toda a galera que o Fred pretendia levar fora.Um dia antes da trilha, na sexta-feira, conversando com o Elcio, ele pede para irmos de noite que aí daria para ele ir. Bem e isso eu fiz.
18 dezembro 2007
Trilha Mogi-Bertioga
Bem, até 5 dias antes da trilha, havia a expectativa de 25 pessoas irem. Mas aí, a Flávia de São José dos Campos desistiu porque estava sobrecarregada com a faculdade, estágio... alguns amigos aqui de Santo André também tiveram suas desculpas; até mesmo o Renato de última hora ficou enfermo. E nem toda a galera que o Fred pretendia levar fora.Um dia antes da trilha, na sexta-feira, conversando com o Elcio, ele pede para irmos de noite que aí daria para ele ir. Bem e isso eu fiz.
19 novembro 2007
V Campori de Desbravadores da UCB - Barretos 2007
O Pré-Campori
Foi aquela correria e empolgação, no colégio, na faculdade, e etc. O Campori não saia da minha cabeça. Fiz contagem regressiva, me preparei além do normal. Até mesmo fiz um mapa estrelar dos dias do Campori, usando uns softwares mais avançados de astronomia, verifiquei a previsão do tempo em várias fontes; e simplesmente estava super empolgado. Mas já esperava algumas coisas não muito boas, como visto que seria um evento meio "faraônico", então as qualidades de maior virtude teriam menor foco; e que, infelizmente, haveria uma grande tendência de usarem muito de atributos externos e emocionais, que visavam coisas mais gerais e temporal. Traduzindo: showzinho no palco; eventos mais simples que buscasse mais "velocidade em atender" e "divertir"; confusão lógica, muita gente num pouco espaço, muita panelinha; dificuldade em monitorar, então ficaria muito liberal. Bem, mas vamos lá para o que realmente aconteceu no Campori.
Segunda-Feira, 12 de novembro
20h e alguma coisa; lá estava eu chegando na IADS do Bom Pastor, aqui em Santo André. Eu com minha mochilinha de 85L. Logo o pessoal todo chegará, começamos a carregar o buzão, o que claro, exige um pouco de trabalho braçal - um ótimo aquecimento para o Campori - e nisso apareceram algumas grandes pessoas, as quais muito prezo, como o Rui, o Elton, o Eliezer (pai), que também ajudaram no carregamento. Umas 22h e pouco, então saimos rumo a Barretos!
A galera no buzão, o Clube Guepardos Reais (no qual eu fui instrutor ano passado), estavam com todo animo. A gritaria, ansiedade etc, em niveis altissimos. E foi uma viagem bem amistosa, conversando com muitos amigos. No caminho, em São Paulo, pegamos o regional Claudio também, uma incrivel pessoa. E assim foi indo, até que por volta das 2hrs, começou a ter o problema de que alguns queriam dormir, mas outros não; chegou um momento que eu até tive que dar uma dura na Débora Passareli. Mas finalmente, o pessoal cansou, e começou a dormir. E eu consegui dormir também. Mas umas quase 4 hrs da madru, acordamos pois fizemos uma parada naqueles restaurantes-posto de estrada, e lá, haviam dezenas de outros onibus de desbravadores indo para o Campori. E dali, em diante muitos já ficaram acordados até; vi o nascer do sol.. e até que umas 5:40 chegamos lá na Fazenda do Peão em Barretos (aliás, acho que passamos pos uns 9 pedágios).
Terça-feira, 13 de novembro
Percebe que não foi uma noite que se dormiu muito, mas a adrenalina estava lá em cima, e a empolgação mais ainda; mais minha característica de que ao acordar, estar 120% elétrico até dormir de novo; em pouco tempo conseguimos descarregar o onibus. E uma das primeiras coisas que reparei era o tamanho do lugar, bem grande, e quantos clubes haviam ali; ual!
Logo, fui com o pessoal que veio comigo de staff: CLaudio, Ivete e a Barbara, para o local de acampamento dos staffs. E era um péssimo lugar para acampar. Aliás, contradiz vários principios da "Arte de Acampar", e eu disse: "Na primeira chuva mais forte que der, isso daqui vai virar uma lagoa." E sabia que ia chover na quarta ou quinta. E apesar de ter insistido com a mulher que cuidava do local, acabei montando a barraca ali mesmo. Fiz centenas de furos com o spec no chão para a terra absorver mais rapidamente a água, elevei um pouco o nivel nas partes mais depressivas com cascas e galhos de arvores, forrei com lonas de plastico e deixei ali a minha barraca bem arrumadinha.
Também, logo, encontrei o clube Sigma, de São José dos Campos, principalmente porque a Flavia tinha me avisado como seria o portal; e estavam bem próximos a minha barraca. E na primeira visitinha que fiz ali, já me deparei com a Flávia. Ual, a quanto tempo! Desde abril, na trilha não a via. E falando em trilha, ela de logo de cara fez questão de me entregar o cd com as fotos da trilha, e aliás, fez uma capinha toda especial. Claro, fiquei super feliz por receber aquilo, fora que insisti com ela para não esquecer de levar rs. Mas por outro lado, fiquei um pouco triste pois achei que acabei constrangindo ela de algum modo, como se ela estivesse devendo algo; e lógico, que aborrecer alguem por causa de um cd, e umas fotos, é algo que nunca pretendi. Bem, mas devido a correria, o Sigma estavam descarregando o onibus, e eu ainda armando direito minha barraca, logo já tomamos nossos rumos.
A area de acampamento, um gramado enorme e bem irregular que mais parecia um pasto, estava lotado, vários clubes chegando, motando coisas, muita gente; e poucos portais bons mesmos, que ajudavam a referenciar as coisas; com destaque para o Órion, Luzeiros do Vale, Sigma, Leopardos Azuis, e o dos Águias alguma coisa. Há, naquela região, estavam apenas a AP, APL e MPV; a APO, APS, APLAC. ficavam num terreno separado, também enorme, ao lado e quera muito mais irregular ainda para acampar.
Bem, aos poucos praticamente todos os staffs da região estavam já no local, inclusive as Bredas - Natalha e Michele - pessoas que não conhecia muito bem mas já admirava muito, e que não esperava elas ali como staffs, pois pensei que iriam com o Herdeiros do Reino, clube da Central de São Bernardo do Campo; mas foi uma enorme bênção a companhia delas.
Depois do almoço fomos para a área de eventos, e logo para o Resgate Real, que era o nosso evento, no qual tivemos que arrumar o local. Eu e a Michele ficamos com algo especialmente bem chato de fazer a cerca, e tipo, o perimetro do local é bem grandinho, deve dar uns 600m fácil. É aquela coisa que meio que reclamamos mais por brincadeira, mas que por fim, no fundo gostamos, pois a atividade, o trabalho em si é prazeroso; e logo percebi o gene brincalhão e bem extrovertido da Mi.
Bem, o tempo passou. E já de noite. Recebemos os vales refeição para comer nos clubes. Eu então jantei lá no Guepardos Reais. Onde também me confraternizei mais com o pessoal do clube. Daí fui para a Arena, o palco, que fica naquele local onde tem o rodeio mesmo, para a abertura do Campori, junto com a Ivete e a Barbara. Teve alguns fogos, um teatrinho, um showzinho, um sermãozinho. Estavam ali grande parte da elite, os astros, da IASD, muitos mesmo, dos mais famosos pastores; e detestei mesmo pela falta de objetividade do evento; que parecia mais uma cerimonia politica de puxa-saquismo, e não estava com cara alguma de Campori; mas de um show.
Foi estranho. Muito estranho. Não fora só eu que tivera tal impressão, conversei com outros lideres que também tiveram a mesma impressão. A maioria em geral, achou a coisa sem sal, sem o sal do toque especial do "espirito de desbravador" e do "Espirito Santo". Particularmente, presencei um cenário conflitante do Grande Conflito. É aquela questão, do cenário espiritual; o mesmo que ocorre quando se vai para um cinema, uma casa de show, um lugar físico, territorial, onde é forte a presença e influencia dos anjos caídos. E vamos para cá, estavamos no palco de um lugar onde ocorre um evento carnal, uma festa, um culto de adoração, só que não há Deus, mas a Satanás. Os rodeios, pessoas bebadas, totalmente entorpecidas pelo emocionalismo, adrenalina e vis emoções e atitudes, desfrutando de cenas de aberrações, ridicularizando e mal-tratando animais. Um lugar totalmente estranho para se adorar a Deus. Pois o próprio lugar, emite essas idéias a nossa mente, pois acessa a memória que temos daquele lugar. Onde toda a arquitetura entre outros, nos sugera aquele cena, que tenta nos estimular e nos influenciar. Eu podia notar facilmente esse confronto, no qual não parecia haver predominancia, vitória de um dos lados, entre anjos de Deus e de Satanás; parecia. E para ser sincero, creio que nos primeiros eventos no palco, o lado do mal teve maior exito. Pois podia-se ver muito o espirito emocional e excitado das pessoas, tanto dos espectadores como daqueles que estavam no palco; e era algo além da empolgação. Fora o "som", as músicas, os efeitos de luses... além de não ter cara de Campori, eram um tiro a razão e a paz espiritual, os principios biblicos da música e adoração doiam.
É estranho quando se tem essa mistura do santo com o profano. Como também quando se mistura num só lugar, numa mesma situação, um culto de adoração e um evento mais festivo. Israel praticava as duas coisas, tudo bem, principalmente, porque faziam ambos em lugares diferentes, havia um templo especial onde se fazia a parte do culto, e era fora de tal onde havia festas. Mas quando se mistura os dois no mesmo lugar, não dá certo. E sinceramente, no discernimento que Deus me revelou, é uma profanação tal atitude. Abraão levantava altares a Deus onde é que fosse, e de modo algum permitia que em tais locais fossem feito festas. Bem, depois falarei mais sobre isso.
A noite passará. E eu estava um pouco cansado para ser sincero. Fui logo para a minha barraca, já eram umas 1:30, lá deitei, me arrumei, orei, e dormi. Aliás, nem teve muita muvuca durante essa noite, pois estava chuviscando um pouco, e chovendo um pouco fraco, o que favoreceu para todos irem logo para suas barracas e dormirem. Mas antes de ir dormir, enrolei um pouco, conversando com aqui e ali que encontrava no caminho, como com o Fred, amigo lá do GEA na USP.
Pouco antes das 6 horas acordo com umas garotas, provavelmente uma unidade, cantando uma música para acordar, que não me lembro muito bem a letra, e não faço a minima idéia de quem eram. Mas só fui acordar mesmo, 6 horas quando começaram a tocar a "musiquinha de acordar", detalhe, uma das caixas de som estava ao lado da minha barraca.
Bem, teve uma rádio local, que fizeram para o evento, que não parava de falar e tocar música durante todo o Campori, e até acostumar com o "som do trem", tinha hora que estava ficando estressado de ouvir aquilo. Especialmente porque a maior parte da repertória das músicas eram rock gospel e essas coisas dessa laia de gritaria e emocionalismo elevado, bem ritmico e batido.
Ai fui tomar café-da-manhã com o Guardiões da Mensagem, clube da IASD de Ferrazópolis, acampei com eles em 2005, foi muito bom, muito bem recebido, e compartilhamos rapidamente algumas lembranças daquele inter-unidades que nossos dois clubes fizeram na época. Daí, fui direto para o evento, nem fui para o palco para a meditação, pois fomos instruidos a ir direto para o evento, nos prepararmos para tal que começaria assim que terminasse lá no palco. Lá fizemos uma oração pelo menos, conversamos um pouco. Até que finalmente chega o pessoal para montar o trilho para o nível 3, onde eu cuidaria.
Chegou 9 horas, e logo o evento estava lotado, cheio de clubes, uma multidão de pessoas. E o primeiro clube, como sempre, foi meio que cobaia. E não demorou muito para percebermos que o trilho não daria certo. Ai no segundo clube tirei o trilho, e então o carrinho foi mesmo puxado apenas sobre a terra, o que ficou bem mais legal. Vários clubes passavam ali. Eu empolgado e sempre tentando empolgá-los, fazia-os gritarem o nome do clube, aquele "BOM DIIIIAAA", mas na prova, não dava moleza, apesar do Vene pedir para facilitar; reprovei a maior parte dos clubes rs. E já perto do meio-dia, já estava um pouco cansado, mais porque não dava tempo de parar, de sentar um pouco, era um "sem parar".
Das 12:30 - 1:10 almocei lá no Guardiões, que ficavam ao lado do Guepardos. E terminado o almoço, novamente, la vai eu para o evento.
A tarde foi mais cansativo ainda, estava um normasso forte, bebia água sem parar. Teve um clube com energia de sobra, que até derrubaram um garotinho gordinho do carrinho, só que ao cair, ele quebrou a grade de proteção, foi engraçado, foi bem animado a prova. Mas daí em diante inicou-se uma dor de cabeça para mim: a "manutenção infitina". Cada clube que passava a grade quebrava ou fica meio solta, ai lá vai eu pegar martelo, prego, e remendar. E sempre de pé, andando para lá e pra cá, falando aldo, empolgando os participantes: "Vai, vai, vai... faltam só 30 segundos!". E no final eu estava bem cansado, minhas pernas gritavam para sentar um pouco. E a felicidade que o pessoal do evento ficou quando terminou era altissima, a endorfina liberada só por saber que havia terminado era demais e que agora tomaríamos um banho e jantaríamos, ual! muita mesmo. Imagine, eram muitos clubes, muita gente, as filas eram enormes. Era sem parar. Mal saia um clube já tinha um próximo, ai enquanto a outra staff explicava a prova, eu arrumava o carrinho, ai começava a prova... das 1:20 - 6:30!
Ai jantei a noite, se não me engano no Guepardos. E logo em seguida para a arena com eles. Eu sabia que choveria, tinha avisado várias pessoas, que havia previsão de uma chuva de 25mm. E durante o dia houve vários chuviscos leves. Na arena, o show não fora muito diferente do dia anterior, aquela coisa bem show, bem "a la Ivete Sangalo" (aquela música do Levantou Poeira), muito puxa-saquismo de pastor; e estava meio decepcionado com pastor Nelson Milanelli, o qual tenho muita consideração e era um daqueles pelo qual colocava minha no fogo, devido ao que conhecia no passado, quando foi o pastor, professor aqui do Colégio Adventista de Santo André, o sermaõ que fez no casamento do meu primo, entre outros.
>>> A CHUVA <<<
O Campori estava estranho, pois não estava com cara de Campori; parecia mais um acampal jovem, ou um encontro jovem. Com a unica diferença que eram desbravadores que dormiam em barracas numa área de acampamento e que cada clube tinha sua cozinha.
Enquanto o pastor pregava, podia-se ver o céu brilhando por relampagos, anunciando uma chuva. E eu repetia e repetia "vai chover, e vai dar uma tempestade daquelas." A intensidade em 15min começou a ficar mais forte, e o vento também. Ai disse para o Everaldo "Na primeira gota que cair, vou para minha barraca fechá-la." - e sério, para quem me conhece sabe que é dificil eu ficar cansado; mas naquela noite eu estava, meus pés principalmente, estavam tudo dolorido, cada vez que pisava, era como estivesse enfiando alfinetes em cada osso do pé; a Ivete falou que era os nervos que haviam inflamados ai ele ficava dolorido daquele modo; e realmente, eu não cuidei nada dos meus pés.
De repente, caiu a primeira gota. Do tipo de um cota-gotas. Ai eu levantei, e falei, "Pessoal, estou indo, vai começar a chover." Cheguei na escadaria para subir a arquibancada, até a parte superior, fui barrado por um staff:
- Aonde você vai?
- Vou para minha barraca.
- Espera um pouco, já está acabando. (de fato, o sermão já estava terminado, o pastor tinha começado a orar). - Não. Está começando a chover e deixei ela aberta.
Assim que terminei o diálogo, começou a chuviscar grosso. E tipo, a intensidade foi aumentando muito aceleradamente. Quando terminei de subir a escadaria, "XUUUUUUUUUUUAA", veio uma chuva com tudo, tempestade mesmo, daquelas muito forte, aí todo mundo começou a correr. Ainda bem que sai um pouco antes, então escapei da muvuca de 13mil pessoas. Mas fui correndo com tudo também. Em segundos, eu estava completamente molhado, inclusive a camisa nova que estava estreiando que minha mãe comprou rs. Na escada externa, na descida, o pessoal descendo correndo, o staff gritava "não corra, a escada está escorregadia." E eu, naquela espirito mais aventureiro e brincalhão, e pouco apressado para que não molhasse minha barraca: "Não corra. Mas anda bem rápido." E então, corri muito rápido mesmo na ruazinha asfaltada, com minha bota que dava uma boa aderencia.
Mas a chuva ficou tão forte, que a vizibilidade ficou baixissima, eu fiquei desorientado, vi as barracas da cozinha, corri até a cozinha do guepardos. O Fernando, Vitor e o Thiago estavam lá, ai retomei o folego, e corri muito até minha barraca, onde felizmente ainda não havia nada molhado, e fechei ela. Mas logo percebi que ali iria virar uma lagoa. Pois vários lugares do gramado da area de acampamento já estavam alangando. O vento estava tão forte, que vi uns 3 portais cairem. Um deles, bem a minha frente, se eu tivesse corrido um pouquinho mais rápido cairia sobre mim. Também, de repente, deu um trovão muito forte, deu para ver o raio passando pelo para-raio que ficava sobre o acampamento, e foi tão forte o som e a energia, que senti uma forte vibração, como um soco, ouvi um transformador explodir, e temporariamente toda a luz do lugar apagou.
Voltei para a cozinha, e em poucos minutos o lugar se tornou num grande rio com uma correntesa bem forte, vi vários clubes já alagados. Aquela rua onde se ligava a entreda da area de cozinha, e as duas areas de acampamento, estava um verdadeiro rio corrente, e a água ia até a metade da minha canela. O vento estava muuiiito forte, na area de cozinha, vi algumas barracas cairem, outras, quase, parecia uma cena de filme. Cheguei na cozinha do guepardos, a toda adrenalina e espirito bem aventureiro: "uuhhhuuu... é isso aí... que chuva!!" Quando me deparei com uma cena totalmente contraditória para minha euforia. Todos estava abalados, tristes, sérios, e orando o "Pai nosso" com fevor. O Robert me alertou "O Gustavo levou um choque e está passando mal." Instantaneamente, fiquei totalmente sério, refletindo, controlando minha respiração e acabando com toda aquela euforia. Conversei um pouco com Deus. Fui até o gustavo que estava sentado na cadeira com uma cara bem abatida e com uma toalha branca sobre a cabeça. E perguntei o que ele sentia, e busquei identificar algumas sintomas de algumas coisas que sei de Primeiro Socorros. E então percebi que ele estava bem, apenas um pouco assustado.
O pessoal do clube estavam extremamente com medo e angustiados com a chuva. Não paravam de orar para que a chuva parasse. Sinceramente, não estava dando bola muito para isso. Ao meu ver eles perderam a cabeça pela emoção e o medo. Ai primeiramente fui até algumas pessoas que tremiam de frio, como a Débora Passarali, aí falei para ela colocar a camisa do Vitor que estava seca, tirava a que estava molhada por baixo, ai torci a camisa, secar o maximo possivel, e etc, para o pessoal aquecer, e evitar uma possivel hipotermia. Apesar que o maior problema ali é que o pessoal estavam muito "apavorados", "assustados". O Lincon estava chorando no colo da Jú, fui averiguar, e era porque ninguém conseguia encontrar o Eliezer, nem pelo radinho nada. E eles estavam com uma visão muito macabra mesmo. Certamente, porque lembraram do Campori ano passado, quando no final uma garota morreu afogada na piscina, e logo em seguida veio uma tempestade bem forte (até mais do que essa e durou muito mais). Tentei acalmá-lo: "Seu irmão sabe se virar. Fica tranquilo. Vamos encontrá-lo."
Depois, comecei meio a fazer algo que poucos estavam dando conta. De tirar a água acumulado do teto, pois caso contrário ele certamente tomabaria e molharia muita coisa, como os alimentos, e tudo ali ficaria desprotegido da chuva.
Bem, a chuva passou. Ai logo me veio um espirito de solidariedade, de ajudar os outros incontrolável. Logo pensei, no Barão de Mauá, no clube da Jú, que quando voltava para a cozinha já o tinha visto todo inundado. E ai fui em busca de ajudar os clubes. Antes mesmo de sair da cozinha, encontrei a Fafá (do Sigma) e um carinha ajudando uma cozinha inundada, fazendo uma vala, e ajudei eles ali um pouco, e até mesmo conversei um pouco com ela. Depois dali, fui para a área de acampamento. E realmente, o Barão tinha se tornado numa lagoa.
Mas já já estavam tomando conta da situação. Depois tinha um portal no meio da rua de barro, da area de acampamento. Ai tirei ele do caminho. Fui até minha barraca, apenas para ver o que sabia que iria acontecer desde terça. Virou uma lagoa, e minha barraca molhou. Felizmente, como tinha colocado tudo dentro e em cima da minha mochila impermeavel, nada havia molhado. Apenas o chão que estava inundado e não teria como dormir ali. Então, simplesmente deixei minhas coisas de lado, ajudei um pouco a Ivete que havia molhado tudo dela. E ai vi um pessoal lá no Sigma olhando as barracas, e fui checar se estava tudo bem.
Lá encontro a Flavia e a tia Cida; e ai... percebi ela tom de angustia em suas vozes. Fui tocado a tentar ajudá-las e tentar animá-las. Mas sinceramente, uma pessoa um tanto fria, não muito carismática e sem muita notória como eu; apenas pode ter algum exito nisso, com a ajuda de Jesus. A barraca onde as duas estavam simplesmente molhou tudo. Se não me engano, apenas uma meia e um travesseiro ficaram secos. E estavam impossível de domir ali. Ainda mais que a noite ainda ameaçava mais chuva, e eu conseguia extimar que aqueles 25mm ainda não completara. E ai fiquei ali, ajudando-as no minimo que podia, apenas tentando manter um pouco aquela linha de pensamento "aconteceu mas está tudo bem", e iluminando com a lanterna.
Aos poucos foram chegando outras pessoas, como a Fafa, um carinha muito simpático mas que não sei o nome, a Paulinha. E a Fafa em especial estava na linha divisória de entrar em desespero e manter a esperança. Teve um momento que vi ela segurando o choro, que praticamente fizera com que eu chorasse por dentro, não podia vê-la assim. Eles estavam muito abalados mesmo, se percebia até mesmo a dificuldade de raciocinarem, ficando meio perdidos. Só espero tê-los ajudado. Claro, eles estavam liderando o clube, a responsabilidade que carregavam, todos os desbravadores, mães, os mais 3 dias e pouco de Campori; certamente não é nada leve, enquanto que eu apenas estava como staff, e apenas com a minha barraca molhada mas tudo a salvo. E sinceramente admirei muito a atitude deles, foram muito mais pacientes do que costumo ver; já vi cada absurdos e atitudes equivocadas e sem lógica tomadas em situações como tais, que é de dar vergonha.
Aquela chuva retomou minhas energias, animo físico. Para mim aquela noite havia acabado, ficaria até quando fosse necessário. Não iria conseguir dormir enquanto todos não estivessem bem e acomodados para dormir. Ah. Nisso eu já tinha noticias de que o Eliezer estava bem, o Gustuvo também, foi apenas um susto mesmo. E que todas as barracas do Guepardos ficaram ilesas da chuva; então fiquei tranquilo quanto a eles. E me focalizei para com o Sigma. Levei umas coisas junto com a Fafá até o galpão onde tinha sido o refeitório no dia anterior, e haviam vários desabrigados ali. Ai o Sigma, já haviam se acalmado, tomaram um objetivo do que fazer, vamos dizer que já estava tudo bem. Ai busquei ajudar alguns outros clubes, mas a grande maioria já estavam sendo ajudados.
Fui ver com as Bredas como estavam, e elas conseguiram dar um jeito; se salvaram por ter um colchão a ar. Então, comecei a perceber que não tinha mais muito o que eu podia fazer, e já eram meia-noite, e meu corpo precisava dormir. Abriram um galpão enorme lá no setor azul para os desalojados. E fui para lá. Cheguei lá, uma muvuca de gente, parecia até aquelas imagens que vemos de lugares onde ocorrem tragédias por furacões. Deveria haver umas mil e poucas pessoas ali, talvez mais. Encontrei o pessoal do Sigma lá, aí aproveitei para ficar com eles. Alguns ainda estavam muito traumatizados e com aquele olhar de tristeza que não suporto ver, que me brota o desejo de conforta-lhes. Ali conheci o Fernandinho, que já foi desbravador do Rodrigo, meu primo. E nisso também pensei nele, "que pena que ele não está aqui." A Flavia apareceu lá ainda com a roupa toda molhada, pois não tinha roupa. Ai foi quando pensei em ir na minha barraca e emprestá-la uma roupa para pelo menos dormir, pois só havia levado meu saco de dormir e cantil para lá.
Bem, fui na barraca, peguei minha mochila logo de uma vez, o isolante térmico também, pois percebi que o chão lá era de concreto e frio. Aproveitei e chamei a Ivete e a Barbara para ir lá também, para não dormirem na barraca molhada. Ai aguardei elas. E fui até lá. O Sigma conseguiu uma lona para forrar o chão, e cobertor para todos ali. A Flavia também conseguiu uma roupa; mas ainda estava para lá e para cá, como muitos outros; apesar que em geral o pessoal já havia se acalmado e rumo ao sono. Foi dado então, lá pelas 1:30 da madrugada o toque de silencio para dormir. Mas eu realmente só fui conseguir dormir, quando a ultima pessoa, pelo menos ali no galpão deitou. E mesmo que aparentemente, na minha concepção, não tenha feito muito; senti uma forte paz, de tranquilidade, e de que por fim tudo aquilo foi até algo bom, e que teríamos, logo, um novo dia, uma nova manhã.
Quinta-feira, 15 de novembro
Primeiro, acordo umas 4 horas da manhã com alguem roncando muito forte na quela galpão, mas depois volto a dormir, até que finalmente acordo e levando ás 5:30.
29 outubro 2007
O gelo está formando rios de vida
- O Segundo Semestre
Parece que desde abril não digo nada, quando teve a trilha Mogi-Bertioga. Bem, é meio que lógico que muuuiiita coisa acontecera. Numa rapisódia: terminou o primeiro semestre da facul e começou o segundo, peguei uma DP no primeiro semestre. Tive férias, fui para São José dos Campos. Extrai os 2 sizos inferiores. Comecei a estagiar no Colégio Adventista de Santo André. No segundo semestre fiz amizade com uma rapariga lá do sul, na matéria de MAC110 (programação em C). Etc.
Na realidade, aconteceu que tive uma certa crise no meio. Fiquei não só decepcionado em geral com a humanidade. Mas cheguei num ponto onde o cordão estava extendido, recebendo tensão extra, e tendendo a romper. Estava chegando naquele ponto de não acreditar mais em ninguém, de que ninguém faz ou busca veemente fazer o certo. De perder totalmente a esperança nas pessoas. Mas qual era a vedadeira raiz disso? Minha comunhão com Deus, estava em certos pontos, em declinio.
Não demorou muito suscitar uma atitude de desistir do altruísmo e buscar "cuidar da minha vida". A consequencia disso foi que comecei a correr atrás de dinheiro, de boas propostas de estágio, e tais surgiram; várias, Unibanco, Santander, Pirelli, mas por incrível que pareça, em nenhuma eu fui selecionado. Eu estava um tanto quanto dualista quanto a isso, porém conseguia discernir claramente o caráter das duas frentes, uma era o eu querendo voltar ao controle com idéias de insatisfação, rebeldia, impaciência, ingratidão, temporal. Já a outra, o oposto, e até mesmo sempre me lembrando que eu havia colocado a minha vida nas mãos de Deus, e Ele estava cuidando de mim. E que tudo aquilo eram apenas provações, crisóis para o meu bem; ao mesmo tempo em perceber que essa atitude de ir atrás daquilo que não era o que Ele realmente queria para mim - disso eu tinha clara consciência - vinha-me a tona, e percebia que estava passando por situações descessárias.
E então, no estágio, o professor Daniel já vinha me falando bastante que eu estava sendo muito observado pela administração, estavam falando bem de mim, e eram grandes as chances de eu já dar aula no próximo ano. Até que no meio de outubro veio uma proposta do colégio para eu dar algumas aulas de matemática no finalzinho desse ano, o que também serviria como um teste para o próximo ano.
Aí de repente, simplesmente, toda ansiedade desvaneceu. A promessa de livramento voltará a minha mente ao ver as águas se abrir. E agora, é apenas questão de tempo até chegar ao outro lado e ele se fechar.
Isso foi algo explêndido. Não só me levou ao arrependimento. Mas a resgatar valores, sonhos, ideais, e acima de tudo a confiança, certeza, a paz. E meio que consequentemente tudo ficou bom, tudo melhorou. Até minha saúde, com novo gaz, no qual esse segundo semestre tenho me exercitado no CEPE na USP e no Duque de Caxias aos domingos e feriados.
Então, comecei a dar aulas no Colégio Adventista de Santo André - incrivelmente onde estudei a vida toda. E o mais engraçado, é que não me saem da cabeça aquelas palavras do diretor Ricardo antes de me expulsar "Quem sabe um dia você ainda não seja professor daqui?" Claro, a bomba foi grande - terceirão, final de ano, professor novo... O desafio é enorme, mas creio que estou até saindo razoável. Apesar de detestar me autoclassificar como razoável, isso me lembra mediocridade.
Já na faculdade. Esse semestre foi muito estranho. Ao memso tempo que muuuiito fácil, nas matérias de MAC110 (Programação em C) e em Metodologia de Ensino da Matemática II. Fiquei muito bravo mesmo, quando eu e mais um punhado de gente foram excluídos da disciplina de "Desenho Geométrico...", a primeira matéria que peguei um professor realmente didático, no qual da gosto de assistir aulas como que em cursinho. Motivo: Comissão de Graduação. E também enfrentei duramente a disciplina de Termodinâmica (física), mais uma vez com o horrível professor do IF, nada, nada, nada didático. E estou muito desesperançado de que conseguirei passar, até mesmo acho que não vou conseguir ficar de Rec. Fora o detalhe, que é uma daquelas matérias que é uma aula de terça e outra de sexta, e ai como não posso sexta, o professor me fez ir ver a outra aula, com a disciplina de Termodinâmica lá do IF, que é uma abordagem totalmente diferente, bem para os físicos e não para os matemáticos; e de acordo com o curriculo do curso deles; nem preciso dizer o quanto boiei. Apesar que é uma senhora já de idade, chuto uns 80 anos, muito simpática, e mais didática do que o que dá no IME; eu simplesmente booooooiiiava nas aulas, nas provinhas e provas então!
Desde agosto começou as aulas de Trompete. E olha, foi dureza as primeiras semanas. Mas de repente, a coisa embalou, comecei a pegar o jeito. Já consigo ler muito bem partitura, não super fluentemente, e com uma idéia de tempo já bem desenvolvida, mas muito a melhorar ainda. E ai, até agora, melhor, até ontem, eu não conseguia alcançar as notas altas. Até que ontem, de repente, puf!, peguei a manhã, simplesmente mudando um pouco a posição do lábio no bocal. E agora já está saindo umas músicas que antes não ia, porque não alcançava as notas altas... mas ainda há muito que melhorar.
E apesar de ter muito mais a dizer, muito mesmo, várias coisas importantes e muito relevantes. Não há tempo, amanhã estarei indo para o Campori.
29 abril 2007
Inundação do Espirito Santo
Creio que primeiro é indispensável que eu relate algumas coisas sobre a Trilha Mogi-Bertioga que fizemos nos dias 31/mar e 1/abril.
A TRILHA MOGI-BERTIOGA
Primeiro, vou ter que abrir um pouco o documentário de minha vida, que normalmente não costumo abrir muito às pessoas.
Em 2005, naquele periodo em que eu estav muito rogando por Deus, cheio do Seu Espirito, em oração etc. Houve um momento, um dia, em que estava estudando as Escrituras e o Espirito de Profecia (O Grande Conflito, se não me engano) e foi quando eu clamei: "Necessitamos urgentemente do reavivamento e reforma! - Está na hora de nos prepararmos para a chuva serôdia! E apenas tenho obtido gotas da temporã!". E dai, fiz um pacto com Deus, roguei a ele, e iniciei um projeto ousado e ultra-dificil, que chamei de "Incendiando Laodicéia". E estava rogando a Deus, conversando com Ele, ouvindo Seus conselhos, acertando os detalhes, me reformando, avivando cada vez mais, preparando tudo, para botar fogo, e iniciar os focos na Igreja para que se incendiasse, e que não ficasse mais MORNA como Laodicéia, e nem QUENTE; mas como um DILUVIO EM FOGO, em fogo divino.
Na virada de ano eu estava já quase explodindo, não aguentando mais segurar aquilo. E de certa forma, confeço que temia pelo o que Satanás tramava, pois certamente ele não deixaria que isso ocorresse facilmente. Então, é quando eu entro na USP. Merda! (sorry! pelo vocab.)
Meu, no começo eu idolatria a USP, a matemática etc. Ficava até as 3 horas da madrugada estudando derivada se preciso. Porém, ao mesmo tempo, houve um precipicio espiritual, ou como um amigo meu disse, um periodo de aridez. Tornaram-se raras as vezes que eu orava, apenas rezava. Mais raras ainda, as vezes, que realmente, tomava-me para estudar as Escrituras e envolver-me no trabalho do Senhor. E a obra de Incendiando Laodicéia, bem, para começar, eu mesmo me tornará um cubo de gelo.
Mas então chegou as férias de julho, e foi quando re-coloquei a cabeça no lugar. QUe me disse: "O que é que estou fazendo?" E mudei te atitude, porem, recomeçar, esquentar o gelo, faze-lo derreter, evaporar, é dureza.
Mas foi indo e indo. Porém, não estava conseguindo voltar como era antes. Até que comprei o livro "O Retorno da Glória" de Randy Maxwell em dezembro de 2006, e então, as tochas do reavivamento, da reforma, voltaram-se a se acender. E de lá então houve uma continua progressão, porém, ainda longe daquele estado o qual eu estivera no inicio de 2006. Falei com Deus e então finalmente combinei em fazer uma das primeiras coisas do projeto Incendiando Laodicéia, que foi chamar um pessoal, de preferencia jovens, para ir fazer uma trilha (alias, o estopim foi o Renato, quando estavamos no ensaio do coral).
Chamei muita gente, mais de 50 pessoas ficaram de ir. Muitos não adventistas, outros sem religião. Muitos desbravadores, lideres. Orei, clamei, pedi orientação de Deus. Mas o Inimigo de outro lado também trabalhava, e não vou entrar nos detalhes, mas no final, apenas 14 pessoas foram.
Saimos de Santo André umas 18:30, num sábado a noite. E durante as quase 2 horas detrem até Mogi, muita conversa etc, especialmente com o Eliezer, pai do Eliezer (o filho). Um homem de Deus, o qual foi delecioso trocar idéias e coisas do tipo.
Em Mogi, houve um certo desencontro com o pessoal de São José dos Campos (AFlavia e seus amigos), ai uns telefones aqui ali, espera um pouco, e então nos encontramos, pegamos o onibus (alias, lotamos o onibus com nossas pessoas e mochilas). E foi muito bom, foi aquele tempo de introzação, porem, fora muito pouco tempo.
Chegamos lá no barzinho a beira da estrada, houve umas ultimas instruções. Fizemos uma oração rogando por proteção divina e a sua benção para a trilha e tudo mais. E então, já sendo umas 10 horas da noite, caminhamos 1h10min pela estrada, quando conversamos muito, falei bastante com a Flavia que há um tempão não conversava. E estava indo tudo muito bem.
Chegamos no local que é o inicio da trilha, fizemos uma parada, comemos um pouco, e então entramos na mata, e após uns 20min, chegamos ao riachinho. No qual atravessamos (alias, eu estava sendo o guia, e percebi que já fazia um tempo que ninguem ia ali, pela quantidade de teias de aranha que eu engolia.) e então em frente, preparamos a clareira, ajustamos as redes e os demais para dormir, fizemos uma fogueira que foi um pouco dificil de acender. E então houve um dos momentos mais especiais.
Fizemos uma rodinha ali em volta da fogueira, debaixo de estrelas, o som noturno da natureza e do calmo riachinho com suas aguas escorando as pedras, ao nosso lado. Começamos a cantar, era quase 1 hora da madrugada. Oramos, depois fiz uma breve pregação, inspirado no livro O Retorno da Glória, quando fala da história de Israel em que enviara os espias para avistar a Terra Prometida, fiz aquele apelo, e depois orei e orei, pedidos de oração e coisas do tipo, e então mais oração. E foi um momento muito bom, especial mesmo. Incrivel, em que certamente pode-se perceber que o Espirito do Senhor estava entre nós.
Então fomos dormir. O Elton ficou de fazer o primeiro turno da vigia, mas logo dormira. E eu, na minha rede e saco de dormir, confeço que não consegui. Não era por medo. Não era por sons desconhecidos. Mas era uma mente inquieta, que queria ir até as pedras ali no riacho, e clamar a Deus, conversar com anjos, enfim, ter aquela noite. E incrivelmente todo o pessoal começou a dormir. E eu lá deitado pensando. Até que fui impressionado por uns sons estranhos que parecia rugido, e eu sabia que haviam - poucas - onças na Serra do Mar, e ouvi um barulho de água atrás, perto da barraca do Eliezer, e pensei: "será? uma onça?". Orei a Deus. Peguei a minha lanterna, e comecei a investigar, mas nada encontrará, mas o barulho aparecia de vez em quando. Então foi quando percebi que era o Gustavo que roncava. E um pouco depois, o pedrão acordou com um rato que estava entrando no calçado do Robert que estava secando no calor das brazas. E ai, aos poucos começaram a acordar. Ai a Neide acordou pois algo havia nos pés dela, então fui ver, e ali, matei uma caranguejeira (aranha um pouco venenosa). Ai o pessoal que estava dormindo no chão praticamente acordaram todos, menos o Gustavo. E assim, então ficamos a noite conversando etc, até umas 6 horas, quando acordei a todos.
- Acorda. (com aquela voz, para não acordar ninguem no susto). Arrumamos as coisas, então o Eliezer fez o culto matinal ali, e foi muito bom também.
Então, algo aconteceu. Simplesmente, algo incomum. Estava com algum problema digestivo. Não conseguia comer nada, com vontade de vomitar, alias, fiz um belo barro. hehe Mas o mal estar continuava, e me sentia bem fraco, desidratado. Mas bastou, minha lingua sentir o sabor da granola que surgia o problema. Ai, pedi licença, fui até um local mais escondido, e disse: Será que algo está me fazendo mal? E então, forcei para vomitar logo de uma vez. Vomitei e vomitei, mas não havia nada. E a coisa continuava, apenas conseguia beber água numa boa. E então comecei a pensar: Será que não vai dar para eu guiar o pessoal? Estou fraco. MInha mochila está pesada. A caminhada é dura, principalmente a subida. Eu vou deixar o pessoal não mão. etc.
Então, roguei a Deus e disse: "Tu nos conduziu até aqui. Deu-nos uma maravilhosa e inesquecivel noite, tudo o que houve até aqui já fora maravilhoso Senhor. É até aqui que o Senhor quer? Combinei com eles que os levaria até a cachoeira. Alguns ali precisam testemunhar da sua maravilhosa natureza." - Então, aconteceu aquilo, que era já comum que acontecia antes de entrar na USP, antes da "aridez", mas que desde então não havia ouvido mais. Que é aquela "voz" na mente, que não sei explicar direito, mas que é algo incrivel e maravilhoso. Que me dizia assim: "O que você disse?" E então, minha memória, lembrou-se daquele momento qeue eu estava pregando ali na fogueira, na verdade, foi como se estivesse passando um "video" na minha mente, e senti fortemente aquelas palavras de Calebe: "Subamos até lá e vamo conquistas." Não importa se há gigantes. Deus havia-os prometida, tinha dado Sua bênção. Então eu entendi o recado, e disse "Senhor, tomarei a minha mochila e os levarei até a cachoeira."
Voltei para o grupo, que acho que alguns já estavam meio pensando: "O que aconteceu com o Evandro?" E começamos a caminhada. E logo, tive que pedir ajuda para o Davis, para ele carregar minha polchete. Lá para uns 75% da descida, minhas pernas estavam tremulas, o enjoo continuava, eu sentia aquela fraqueza, mas ao mesmo tempo, estava cheio de energias (engraçado), alias, aquele AR PURO faz uma diferença, que não dá para explicar. Mas estava um pouco melhor, tentei comer algo, mas não dava, assim que eu colocava na boca... E um pouco mais a frente, tive que pedir pro Davis levar as minhas cordas. E já a a uns 150 metros do rio, já no pé da serra, disse para o Davis ir a frente, limpando o caminho etc, e eu apenas ia orientando para onde ele ir etc.
Até que chagamos nas pedras, e assim fomos até a cachoeira. Aquela cena magestosa, aquela imagem que não há artista que consiga pintar, ou mente alguma inventar. Aquele som glorioso das fortes águas. E foi uma realização indescritivel, quando cheguei ali, meu coração pulava de alegria e louvava a Deus. E melhor ainda era quando podia ver o "rosto" daquelas 13 pessoas que havia guiado até ali.
Por incrivel que pareça, fui novamente no banheiro. E tals. sai foi aquele tempo de 2horas para o pessoal se relaxar , divertir etc. Tomar banho de cachoeira, daquele chuveiro natural. A hidromassagem natural etc. E aquilo estava delicioso demais. Maravilhoso mesmo. E encontrei uma clareira ali perto perfeita para acampar, cabe até umas 5 barracas e olha lá, e já comecei a pensar. Agradeci a Deus.
Eu já me sentia perfeitamente bem, com as forças restauradas, cheio de energias. Mas eu não conseguia comer NADA. A ultima coisa que havia comido, foi quando estavamos começando a trilha na noite anterior, ao lado da estrada, quando comi uns biscoitos de fibra.
Então lá para uma hora da tarde, ou um pouco mais, começamos a subir a serra. E foi um momento incrivel onde muitos enfrentaram seus limites como humanos, perceberam que seus corpos podem suportar muito mais do que imaginavam. Sentiram o que estar esgotado, e ter muita coisa pela frente. Aqueles desafios etc. Mas o mais incrivel era que eu não sentia NEM UM PINGO de cansaço e coisas do tipo, pelo contrário, era como se a cada momento eu estivesse mais forte e com mais energia.
Enquanto isso, houveram muitas conversas, coisas que não dá para falar, apenas na hora e que ficaram marcadas em nossas vidas. Amizades que se fotaleceram etc. A confiança que aumentava cada vez mais, principalmente, em que, a cada instante mais necessitava dEle.
Terminamos de subir. Ai tivemos que andar de novo na estrada, muitos estavam esgotados. E foi quando que apareceu uma guincho na estrada e nos ofereceu carona. E então chegamos ao bar onde tivemos que esperar até as 5:20 da tarde o onibus que nos levaria a estação. E nisso, muitas conversas, foi praticamente o momento em que nos relembravamos da trilha, fazia aquela retrospectiva, analises, saboreava tudo, até mesmo as dores eram boas. As cicatrizes tornava-se orgulho.
Ai no onibus praticamente todos dormiram, em alguns momentos apenas eu ficara acordado. Ai pegamos o trem, nos separamos do grupo que iria para São José. E no trem muitas conversas, o melhor de tudo foram as observações do Eliezer sobre a trilha, na questão espiritual etc. E todos por fim disseram: "TEMOS QUE MARCAR DE NOVO!!! Quando será a próxima?"
E por incrivel que pareça, exatamente quando terminamos a trilha e chegamos na estrada, "num passe de mágica" aqueles meus problemas sumiram. E eu voltei a comer tranquilamente como se nada houvesse acontecido. Não fiquei NADA CANSADO. ALias, cheguei em casa, e fui dormir quase meia-noite, e no dia seguinte, não tive problemas com acido lactivo nenhum, apenas sentia um pouco de dor no triceps do braço direito quando fazia força, mas que até o final da tarde estava 100%.
Bem, RESUMIDAMENTE, essa foi a trilha.
Ontem, sábado, 28 de Abril